O vencedor da primeira volta esteve à porta de uma assembleia de voto fechada para dizer que democracia está em causa na Roménia.
O candidato a presidente da RoméniaCalin Georgescu, esteve este domingo à porta de uma assembleia de voto fechada, para protestar contra a anulação das eleições. O candidato de extrema-direita tinha ganhado a primeira volta do escrutínio.
A semana ada, o Tribunal Constitucional cancelou o resultado, após ter obtido informações dos serviços secretos que indicavam que a Rússia tinha organizado uma ampla campanha nas redes sociais para promover Georgescu.
“Hoje é o Dia da Constituição e já não há nada constitucional na Roménia. Estou aqui em nome da democracia”, disse Georgescu, de 62 anos, junto a assembleia de voto nos arredores de Bucareste. “Ao cancelar a democracia, a nossa própria liberdade é cancelada.”
O tribunal citou o uso ilegal de tecnologias digitais, incluindo inteligência artificial, bem como fontes de financiamento não declaradas. Sem nomear Georgescu, o tribunal disse que um candidato recebeu “tratamento preferencial” nas plataformas de redes sociais, distorcendo a vontade expressa dos eleitores.
As autoridades falaram ainda de uma campanha agressiva para aumentar e acelerar a popularidade de Georgescu no TikTok.
Calin Georgescu declarou zero custos de campanha e nem sequer estava entre os favoritos nas sondagens. Mesmo assim, ganhou a primeira volta das eleições. Este domingo deveria ter defrontado nas urnas, Elena Lasconi, do partido Salve a União da Roménia, na segunda volta.
Estes resultados foram surpreendentes. Em 13 candidatos, os favoritos nas sondagens eram o primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, apoiado pelo maior partido da Roménia, o Partido Social Democrata (PSD), e o nacionalista de extrema-direita George Simion, da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR).
Também George Simion esteve à porta de uma assembleia de voto fechada em Bucareste, este domingo. Simion disse que a anulação equivalia a um ataque contra a democracia.
Depois da anulação, vão ser definidas novas datas para a repetição da votação presidencial de raiz.