Os sistemas informáticos da agência húngara para as aquisições no setor da defesa foram atacados por um grupo internacional de piratas informáticos, o INC Ransomware, que exige cinco milhões de dólares para desbloquear os dados bloqueados.
O chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse na quinta-feira que os sistemas informáticos da agência húngara de aquisição de material de defesa foram infiltrados por piratas informáticos estrangeiros, mas que não houve o a dados sensíveis que pudessem prejudicar a segurança nacional do país.
Gergely Gulyas afirmou que o governo está a investigar a pirataria informática levada a cabo por um “grupo hostil de hackers estrangeiros e não estatais”. A informação mais sensível a que se poderia ter acedido era a dos planos e dados sobre aquisições militares, disse o funcionário numa conferência de imprensa.
“Nada que pudesse prejudicar a segurança nacional da Hungria foi tornado público”, disse Gulyas, que não disse quando é que o incidente ocorreu nem o nome do grupo.
Não é claro se a informação obtida pelos piratas informáticos incluía dados que pudessem comprometer a NATO, da qual a Hungria é membro.
A pirataria informática foi levada a cabo por um grupo denominado INC Ransomware, que descarregou e encriptou todos os ficheiros dos servidores da Agência de Aquisição de Defesa, segundo os meios de comunicação social locais.
Os piratas informáticos terão publicado dezenas de capturas de ecrã do material em linha, mostrando pormenores sobre as capacidades aéreas e terrestres das forças armadas húngaras, dados sobre aquisições e dados pessoais do pessoal do exército.
O grupo de piratas informáticos exigiu 5 milhões de dólares (4,7 milhões de euros) para desbloquear os dados e não os tornar públicos, segundo a imprensa húngara.
O principal responsável pela cibersegurança da UE afirmou no início deste ano que se tinha registado um enorme aumento de ciberataques disruptivosdesde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Segundo Juhan Leaar, diretor da Agência da União Europeia para a Cibersegurança, os ataques de ransomware e os que visam instituições públicas são particularmente preocupantes e a maioria dos incidentes foi testada na Ucrânia antes de ser alargada aos países da UE.
A Hungria, que faz fronteira com a Ucrânia, tem vindo a modernizar o seu exército desde 2017, através da compra de equipamento, desde tanques a sistemas de defesa aérea, e começou a construir uma indústria de defesa nacional.