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Federações de agricultores contra acordo de comércio livre UE-Mercosul

Plantação de soja no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, 22 de outubro de 2022.
Plantação de soja no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, 22 de outubro de 2022. Direitos de autor Eraldo Peres/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Eraldo Peres/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
De Amandine Hess
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O acordo pode ter luz verde na próxima semana, durante a cimeira do G20 no Brasil. Uma possibilidade que está a suscitar o descontentamento de alguns agricultores.

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Os agricultores europeus voltaram a sair às ruas de Bruxelas, esta quarta-feira, para se manifestarem contra o acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul, a pedido das federações de agricultores europeus Coordenação Europeia Via Campesina e FUGEA.

Em negociação desde 1999 e assinado em 2019, este acordo entre a União Europeia e cinco países latino-americanos - Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente, Bolívia - nunca foi aplicado, mas pode receber luz verde na próxima semana, durante a cimeira do G20, que se realiza de 18 a 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

Concorrência desleal

Os manifestantes consideram que a adoção deste acordo vai criar uma situação de concorrência desleal para a agricultura europeia.

"O acordo UE-Mercosul é muito desfavorável para a Europa. Pode ser bom para a venda de automóveis, mas vai ser muito mau para a agricultura", diz Pierre Maison, membro da Coordenação Europeia Via Campesina, à Euronews. "Vai matar de novo os pequenos produtores, porque vai fazer baixar os preços e, para além disso, vamos importar carne de vaca, por exemplo, que já produzimos nos nossos países".

Este produtor de leite de Haute-Savoie (França), cuja exploração foi atingida pela febre catarral ovina (doença da língua azul) este ano, receia que o acordo seja um golpe fatal para muitos produtores que já estão em dificuldades.

"Tivemos um ano bastante difícil na Europa. Tivemos muitos imprevistos climáticos e doenças que afetaram os animais e o gado", recorda.

Os opositores do acordo temem também consequências sociais, sanitárias e ambientais, como o aumento da desflorestação para a criação de gado.

Manon Aubry, eurodeputada sa do Grupo da Esquerda (GUE/NGL), denuncia o que diz ser uma "loucura sanitária": "30% dos pesticidas autorizados nos países do Mercosul são proibidos na União Europeia e, no entanto, vão continuar a entrar no mercado europeu".

A eurodeputada também de uma "loucura climática". "Porquê ir para o outro lado do mundo para encontrar o que sabemos e podemos produzir aqui na União Europeia?", pergunta.

O eurodeputado belga Benoît Cassart (Renew Europe) apela também à criação de "cláusulas-espelho".

"Se estamos agora a impor o desaparecimento de um grande número de produtos fitossanitários na Europa para melhorar a biodiversidade, não devemos ir matar a biodiversidade do outro lado do mundo, aumentando a desflorestação", diz.

Um mercado de 720 milhões de consumidores

O objetivo do acordo é intensificar o comércio de bens e serviços entre a União Europeia e as economias sul-americanas, ao eliminar gradualmente as barreiras comerciais e as taxas aduaneiras e ao harmonizar normas e regulamentos. Uma dádiva de Deus para os defensores do comércio livre.

"Estaríamos a abrir o maior mercado do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas, no qual as nossas empresas, mesmo os nossos agricultores e prestadores de serviços, teriam oportunidades", defende Javier Moreno Sánchez, eurodeputado socialista espanhol (S&D).

"Dado o atual contexto geopolítico, com a invasão da Ucrânia por Putin, os chineses a quererem todos os mercados e as eleições americanas que acabaram de decorrer, temos de pensar em diversificar um pouco os nossos parceiros", acrescenta.

Os Estados-membros estão num braço de ferro há 25 anos. Enquanto a Alemanha, a Espanha e a Itália fazem campanha a favor do acordo, a França, a Polónia e a Áustria opõem-se frontalmente.

Resta saber se a União Europeia vai dar luz verde a este acordo, apesar da oposição categórica de alguns Estados-membros e correndo o risco de provocar ressentimento no setor agrícola.

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