O chanceler alemão Olaf Scholz recebeu representantes económicos e comerciais sem convidar os ministros das Finanças, Lindner, e da Economia, Habeck, o que suscitou críticas. Lindner e Habeck responderam com os seus próprios debates económicos.
O chanceler alemão Olaf Scholz convidou representantes da economia e dos sindicatos alemães para a Chancelaria, na terça-feira. No entanto, não convidou o seu ministro das Finanças, Christian Lindner (FDP), nem o seu ministro da Economia, Robert Habeck (Verdes), para a chamada cimeira da indústria.
As críticas falam de um esforço a solo e acusam o chanceler de estar em modo de campanha eleitoral com 10 meses de antecedência.
Durante uma entrevista televisiva na ZDF, Saskia Esken, líder do SPD, defendeu Scholz ao referir : “Penso que é um processo completamente normal para um chefe de governo assumir o leme numa situação de crise como esta”.
O chanceler do SPD não convidou o ministro das Finanças, Christian Lindner (FDP), nem o ministro da Economia, Robert Habeck (Verdes), para a chamada cimeira da indústria.
Robert Habeck, o ministro da Economia e provável candidato a chanceler pelos Verdes, apresentou o seu próprio "documento de impulso", no qual apela a investimentos na ordem dos milhares de milhões.
O ministro das Finanças, Christian Lindner, continua a insistir no cumprimento das metas para travar a dívida e marcou para esta terça-feira a sua própria reunião de negócios com as pequenas e médias empresas e profissionais liberais.
Perante a atual crise da economia alemã e o possível encerramento de fábricas da Volkswagen, que provocou medo e críticas não só entre os trabalhadores da VW, o Ministro das Finanças justifica o seu "contra-evento".
Inibidores do crescimento na Europa
Numaentrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung, o diretor do FMI para a Europa, Alfred Kammer, salienta a diferença entre as empresas dos EUA e as da Europa : "As empresas europeias são muito menos produtivas do que as americanas". Kammer chama também a atenção para os "obstáculos a longo prazo ao crescimento na UE: o declínio anual da população ativa, por exemplo, a enorme burocracia e a falta de um mercado único".
Na Alemanha, a redução da burocracia planeada pelo governo continua a ser criticada pelas associações patronais. Segundo o especialista do FMI, as reformas estruturais planeadas por Lindner são "indispensáveis". "No entanto, o setor público na Alemanha também tem de investir mais, porque não pode haver uma economia produtiva sem infraestruturas funcionais. Nas últimas décadas, muito ficou por fazer neste domínio".
Olaf Scholz anunciou recentemente que precisamos de "sair do palco do teatro". É por isso que não deve existir conferência de imprensa após a sua cimeira industrial desta terça-feira.