{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/10/25/atuem-com-prudencia-china-critica-parlamento-europeu-por-resolucao-de-apoio-a-taiwan" }, "headline": "\u0022Atuem com prud\u00eancia\u0022: China critica Parlamento Europeu por resolu\u00e7\u00e3o de apoio a Taiwan ", "description": "Pequim deixa claro aos eurodeputados que Taiwan \u0022\u00e9 uma linha vermelha que n\u00e3o deve ser ultraada\u0022.", "articleBody": "A China criticou o Parlamento Europeu por ter adotado uma resolu\u00e7\u00e3o simb\u00f3lica, mas redigida com veem\u00eancia, que denuncia Pequim pelas suas \u0022tentativas de distorcer a hist\u00f3ria e as regras internacionais\u0022 para justificar as suas reivindica\u00e7\u00f5es territoriais sobre Taiwan.No texto aprovado na quinta-feira com 432 votos a favor e 60 contra, os deputados instaram a China a cessar imediatamente as suas \u0022opera\u00e7\u00f5es militares cont\u00ednuas\u0022, a \u0022coer\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica\u0022 e a campanha de \u0022desinforma\u00e7\u00e3o hostil\u0022 contra a ilha democr\u00e1tica aut\u00f3noma.Pequim reagiu com a f\u00faria esperada, avisando que \u0022a quest\u00e3o de Taiwan diz respeito \u00e0 soberania da China\u0022 e \u0022\u00e9 uma linha vermelha que n\u00e3o deve ser ultraada\u0022.\u0022A China deplora veementemente e op\u00f5e-se a esta viola\u00e7\u00e3o flagrante do princ\u00edpio de uma s\u00f3 China e \u00e0 interfer\u00eancia nos assuntos internos da China\u0022, afirmou um porta-voz da miss\u00e3o chinesa junto da UE numa longa declara\u00e7\u00e3o na sexta-feira.A pol\u00edtica de uma s\u00f3 China remonta \u00e0 Resolu\u00e7\u00e3o 2758 da ONU adotada em 1971, que reconheceu a Rep\u00fablica Popular da China (RPC) como \u0022o \u00fanico representante leg\u00edtimo da China nas Na\u00e7\u00f5es Unidas\u0022 e retirou o lugar atribu\u00eddo aos \u0022representantes de Chiang Kai-shek\u0022, o l\u00edder autorit\u00e1rio da Rep\u00fablica da China (RdC), Taiwan.A Uni\u00e3o Europeia (UE), os EUA e a maior parte da comunidade internacional respeitam esta pol\u00edtica e mant\u00eam rela\u00e7\u00f5es diplom\u00e1ticas apenas com a RPC, deixando a RdC sem reconhecimento oficial.Pequim, no entanto, vai mais longe na sua interpreta\u00e7\u00e3o e argumenta que a Resolu\u00e7\u00e3o 2758 constitui a base jur\u00eddica para as suas reivindica\u00e7\u00f5es territoriais sobre Taiwan, que a China continental considera uma prov\u00edncia separatista (o texto da ONU n\u00e3o menciona Taiwan nem a Rep\u00fablica Popular da China).O pa\u00eds tamb\u00e9m invocou a Resolu\u00e7\u00e3o 2758 para impedir Taip\u00e9 de participar, mesmo como observador, em organismos internacionais, como a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade (OMS) e a Organiza\u00e7\u00e3o da Avia\u00e7\u00e3o Civil Internacional (ICAO).Os eurodeputados contestaram diretamente este argumento na quinta-feira, afirmando que o Parlamento Europeu \u0022sublinha que a Resolu\u00e7\u00e3o 2758 da ONU n\u00e3o toma qualquer posi\u00e7\u00e3o sobre Taiwan\u0022, \u0022rejeita e refuta veementemente as tentativas da RPC de distorcer a hist\u00f3ria e as regras internacionais\u0022 e apela \u00e0 UE para que apoie \u0022a participa\u00e7\u00e3o significativa de Taiwan\u0022 nas organiza\u00e7\u00f5es internacionais.No seu apelo conjunto, os deputados sublinharam o seu respeito pelo princ\u00edpio de uma s\u00f3 China, mas insistiram que cabe ao povo taiwan\u00eas \u0022decidir democraticamente como quer viver\u0022.Para Pequim, a posi\u00e7\u00e3o do Parlamento \u0022distorce os factos, atropela o direito internacional e constitui uma provoca\u00e7\u00e3o flagrante contra a ordem internacional p\u00f3s-Segunda Guerra Mundial e as normas b\u00e1sicas das rela\u00e7\u00f5es internacionais\u0022.O porta-voz da miss\u00e3o chinesa afirma que a Resolu\u00e7\u00e3o 2758 n\u00e3o deixa \u0022nenhuma zona cinzenta ou espa\u00e7o para ambiguidade\u0022 e sugere que a UE \u0022atue com prud\u00eancia na quest\u00e3o de Taiwan\u0022.\u0022Exortamos igualmente certos pol\u00edticos mal-informados a abandonarem as suas tentativas in\u00fateis de obstruir o desenvolvimento e a reunifica\u00e7\u00e3o da China, explorando a quest\u00e3o de Taiwan\u0022, afirmou o porta-voz, salientando que \u0022Taiwan acabar\u00e1 por regressar\u0022.O presidente de Taiwan, William Lai, rejeitou categoricamente esta ret\u00f3rica e prometeu que a ilha nunca se subordinaria ao continente. O presidente afirma que Taiwan n\u00e3o precisa de declarar a independ\u00eancia porque \u00e9 de facto independente.Durante o seu discurso de tomada de posse, em maio, Lai ofereceu \u00e0 China uma oportunidade de retomar o di\u00e1logo formal com base na \u0022paridade e dignidade\u0022. A China rejeitou a oferta de Lai, que considera um \u0022separatista perigoso\u0022, e desde ent\u00e3o tem vindo a intensificar os seus exerc\u00edcios militares perto da ilha.Esta n\u00e3o \u00e9 a primeira vez que Bruxelas enfrenta a ira de Pequim relativamente a Taiwan.Em julho, um dia ap\u00f3s a reelei\u00e7\u00e3o de Ursula von der Leyen, a China afirmou que a presidente da Comiss\u00e3o Europeia estava a \u0022brincar com o fogo\u0022, depois de ter proposto trabalhar com outras na\u00e7\u00f5es democr\u00e1ticas da regi\u00e3o para \u0022dissuadir a China de alterar unilateralmente o status quo por meios militares, em especial em rela\u00e7\u00e3o a Taiwan\u0022.", "dateCreated": "2024-10-25T14:43:22+02:00", "dateModified": "2024-10-25T18:19:21+02:00", "datePublished": "2024-10-25T18:19:21+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F81%2F44%2F28%2F1440x810_cmsv2_5647d132-a6b6-54ad-8b2d-c26312a455ba-8814428.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "A China criticou o Parlamento Europeu por ter contestado a sua posi\u00e7\u00e3o relativamente a Taiwan.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F81%2F44%2F28%2F432x243_cmsv2_5647d132-a6b6-54ad-8b2d-c26312a455ba-8814428.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Liboreiro", "givenName": "Jorge", "name": "Jorge Liboreiro", "url": "/perfis/1858", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@JorgeLiboreiro", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Atuem com prudência": China critica Parlamento Europeu por resolução de apoio a Taiwan

A China criticou o Parlamento Europeu por ter contestado a sua posição relativamente a Taiwan.
A China criticou o Parlamento Europeu por ter contestado a sua posição relativamente a Taiwan. Direitos de autor Maxim Shemetov/AP
Direitos de autor Maxim Shemetov/AP
De Jorge Liboreiro
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Pequim deixa claro aos eurodeputados que Taiwan "é uma linha vermelha que não deve ser ultraada".

PUBLICIDADE

A China criticou o Parlamento Europeu por ter adotado uma resolução simbólica, mas redigida com veemência, que denuncia Pequim pelas suas "tentativas de distorcer a história e as regras internacionais" para justificar as suas reivindicações territoriais sobre Taiwan.

No texto aprovado na quinta-feira com 432 votos a favor e 60 contra, os deputados instaram a China a cessar imediatamente as suas "operações militares contínuas", a "coerção económica" e a campanha de "desinformação hostil" contra a ilha democrática autónoma.

Pequim reagiu com a fúria esperada, avisando que "a questão de Taiwan diz respeito à soberania da China" e "é uma linha vermelha que não deve ser ultraada".

"A China deplora veementemente e opõe-se a esta violação flagrante do princípio de uma só China e à interferência nos assuntos internos da China", afirmou um porta-voz da missão chinesa junto da UE numa longa declaração na sexta-feira.

A política de uma só China remonta à Resolução 2758 da ONU adotada em 1971, que reconheceu a República Popular da China (RPC) como "o único representante legítimo da China nas Nações Unidas" e retirou o lugar atribuído aos "representantes de Chiang Kai-shek", o líder autoritário da República da China (RdC), Taiwan.

A União Europeia (UE), os EUA e a maior parte da comunidade internacional respeitam esta política e mantêm relações diplomáticas apenas com a RPC, deixando a RdC sem reconhecimento oficial.

Pequim, no entanto, vai mais longe na sua interpretação e argumenta que a Resolução 2758 constitui a base jurídica para as suas reivindicações territoriais sobre Taiwan, que a China continental considera uma província separatista (o texto da ONU não menciona Taiwan nem a República Popular da China).

O país também invocou a Resolução 2758 para impedir Taipé de participar, mesmo como observador, em organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO).

Os eurodeputados contestaram diretamente este argumento na quinta-feira, afirmando que o Parlamento Europeu "sublinha que a Resolução 2758 da ONU não toma qualquer posição sobre Taiwan", "rejeita e refuta veementemente as tentativas da RPC de distorcer a história e as regras internacionais" e apela à UE para que apoie "a participação significativa de Taiwan" nas organizações internacionais.

No seu apelo conjunto, os deputados sublinharam o seu respeito pelo princípio de uma só China, mas insistiram que cabe ao povo taiwanês "decidir democraticamente como quer viver".

Para Pequim, a posição do Parlamento "distorce os factos, atropela o direito internacional e constitui uma provocação flagrante contra a ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial e as normas básicas das relações internacionais".

O porta-voz da missão chinesa afirma que a Resolução 2758 não deixa "nenhuma zona cinzenta ou espaço para ambiguidade" e sugere que a UE "atue com prudência na questão de Taiwan".

"Exortamos igualmente certos políticos mal-informados a abandonarem as suas tentativas inúteis de obstruir o desenvolvimento e a reunificação da China, explorando a questão de Taiwan", afirmou o porta-voz, salientando que "Taiwan acabará por regressar".

O presidente de Taiwan, William Lai, rejeitou categoricamente esta retórica e prometeu que a ilha nunca se subordinaria ao continente. O presidente afirma que Taiwan não precisa de declarar a independência porque é de facto independente.

Durante o seu discurso de tomada de posse, em maio, Lai ofereceu à China uma oportunidade de retomar o diálogo formal com base na "paridade e dignidade". A China rejeitou a oferta de Lai, que considera um "separatista perigoso", e desde então tem vindo a intensificar os seus exercícios militares perto da ilha.

Esta não é a primeira vez que Bruxelas enfrenta a ira de Pequim relativamente a Taiwan.

Em julho, um dia após a reeleição de Ursula von der Leyen, a China afirmou que a presidente da Comissão Europeia estava a "brincar com o fogo", depois de ter proposto trabalhar com outras nações democráticas da região para "dissuadir a China de alterar unilateralmente o status quo por meios militares, em especial em relação a Taiwan".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Exército chinês faz manobras militares em grande escala em torno de Taiwan

Alemanha prende norte-americano por suspeita de espionagem a favor da China

Parlamento Europeu denuncia "contínuas provocações militares" da China contra Taiwan