A posição de Estrasburgo voltou a estar longe do consenso demonstrado no que diz respeito à invasão russa da Ucrânia.
Na terça-feira, tanto a Comissão Europeia como um grande número de eurodeputados rejeitaram os repetidos ataques de Israel à Força Interina das Nações Unidas no Líbano e fizeram um apelo a um cessar-fogo, mas até agora não foi apresentada qualquer resolução parlamentar, nem sequer um comunicado.
O máximo que foi abordado foi uma nota conjunta dos grupos dos Socialistas e Democratas e do Renew Europe , manifestando a sua “preocupação”. O grupo da Esquerda não conseguiu fazer ar a sua proposta de sanções contra Israel e bloqueio do comércio de armas.
Não há acordo ou consenso
"Estamos a perder o diálogo, não conseguimos chegar a acordo sobre nenhum comunicado relativo a Gaza ou ao Líbano, e penso que temos de dar o exemplo”, afirmou a eurodeputada socialista Hana Jalloul (Socialistas e Democratas), culpando a extrema-direita pela falta de acordo.
"Temos aqui uma visão muito distorcida do Médio Oriente e penso que essa visão vem principalmente da extrema-direita, porque eles só falam de questões de segurança, não falam de questões humanitárias”, acrescentou.
Do lado do Partido Popular Europeu, o eurodeputado Nicolás Pascual de la Parte sublinhou que a Europa tem de se fazer ouvir, a nível, político no que toca ao conflito no Médio oriente.
"A exigência de um cessar-fogo imediato, o fim dos ataques à missão unificada no terreno, o aumento da ajuda humanitária e uma estratégia a médio prazo para normalizar a região e, em particular, o Líbano. Trata-se de iniciativas políticas que devem ser tomadas no âmbito da ONU ou, idealmente, no quadro europeu."
Mas o Patriotas para a Europa, principal grupo parlamentar da extrema-direita, apoiante acérrimo de Israel, insiste que a grande coligação do Parlamento Europeu, constituída pelo Partido Popular Europeu e pelos sociais-democratas, não precisa do seu apoio para aprovar uma resolução sobre o Líbano.
O texto, embora não vinculativo, poderia fornecer um apoio político fundamental ao Líbano e tirar a UE da irrelevância política em relação à guerra no Médio Oriente.