A União Europeia e os países do Golfo concluiram a sua primeira cimeira com o objetivo de reforçar as relações entre os diferentes países.
Os líderes dos diferentes países reuniram-se em Bruxelas, onde, para além da cimeira principal, tiveram lugar várias reuniões bilaterais.
Um dos temas em agenda foi o conflito no Médio Oriente. "Os países do Golfo são parceiros cruciais para a segurança regional e louvamos os seus esforços para pôr termo à espiral de violência no Médio Oriente", afirmou o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
Borrell elogiou as últimas ações dos parceiros do Golfo para tentar garantir a paz. "Em particular, o lançamento conjunto, à margem da Assembleia Geral da ONU, em setembro último, de uma parceria global para a implementação da solução de dois Estados, a única via para uma paz duradoura", sublinhou na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro.
Um comunicado acordado por todos os líderes apela a "um cessar-fogo imediato e abrangente, à libertação de reféns, à troca de prisioneiros palestinianos, bem como ao o humanitário imediato e sem entraves à população civil, incluindo a distribuição segura e eficaz de ajuda humanitária em grande escala em toda a Faixa de Gaza a todos os civis palestinianos necessitados". Borrell considerou que esta é uma "prioridade comum".
No comunicado houve também espaço para a guerra na Ucrânia, sobre a qual Borrell reconheceu que, tal como no Médio Oriente, há uma diversidade de opiniões. "Sublinhamos a necessidade de alcançar, o mais rapidamente possível, uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia, em conformidade com os princípios da Carta das Nações Unidas", refere o comunicado conjunto.
Os países reafirmaram também o seu "empenho na soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, que se estendem às suas águas territoriais".
Uma reunião polémica
Durante o evento, houve também espaço para a controvérsia, especialmente após o encontro privado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com Mohammed bin Salman, o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita. De recordar que Bin Salman é acusado de ser o responsável pelo assassínio do jornalista Jamal Khashoggi.
A União Europeia e os Estados do Golfo concordaram em continuar a reunir-se regularmente de dois em dois anos, estando a próxima reunião agendada para 2026, na Arábia Saudita.