Desde 1949, a UNRWA é a principal organização responsável pela prestação de ajuda humanitária aos palestinianos nos territórios ocupados e pela prestação de serviços aos refugiados palestinianos noutros países.
A União Europeia alertou para "consequências desastrosas" se o parlamento israelita aprovar um projeto de lei que proíbe a agência da ONU para os refugiados palestinianos de operar em Israel.
Numa declaração, o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, afirmou que o bloco estava seriamente preocupado com as consequências para a população de Gaza se o Knesset aprovasse o projeto de lei.
"A UE insta as autoridades israelitas a garantir que a UNRWA possa continuar a realizar o seu trabalho crucial, em conformidade com o mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A UNRWA presta serviços essenciais a milhões de pessoas em Gaza, na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e em toda a região, incluindo o Líbano, a Síria e a Jordânia, e é um pilar da estabilidade regional", afirma a declaração de Borrell.
"A UE apoia firmemente as Nações Unidas e o sistema de governação mundial multilateral e baseado em regras, do qual a UNRWA, enquanto agência da ONU, faz parte".
Estes comentários surgem depois de uma comissão parlamentar israelita ter aprovado, no início desta semana, um projeto de lei que proíbe a UNRWA de operar em território israelita.
O projeto de lei também cortaria o o oficial entre o governo israelita e a agência da ONU.
Desde 1949, a UNRWA é a principal organização responsável pela distribuição de ajuda humanitária aos palestinianos nos territórios ocupados e pela prestação de serviços aos refugiados palestinianos noutros países.
Mas há anos que Israel faz lobby contra o seu trabalho, alegando que o organismo tem ligações a grupos terroristas.
No início deste ano, Israel alegou que alguns dos funcionários da agência participaram no ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro do ano ado, uma incursão que desencadeou a guerra em Gaza.
O Departamento de Estado dos EUA afirmou em janeiro que as alegações israelitas diziam respeito a 12 funcionários da UNRWA.
Financiamento suspenso
Estas alegações levaram a que mais de uma dúzia de doadores internacionais suspendessem o apoio financeiro à agência humanitária.
Na Europa, a Áustria, a Lituânia, a Finlândia, a França, a Alemanha, a Itália, os Países Baixos e o Reino Unido congelaram os pagamentos à UNRWA.
A Irlanda e a Noruega afirmaram, no início do ano, que os seus pagamentos à agência - que desempenha um papel fundamental para garantir que a ajuda vital chegue à população de Gaza - iriam continuar.
A ONU lançou uma investigação sobre as alegações israelitas e despediu nove funcionários. A maioria dos doadores restabeleceu posteriormente o financiamento.