Em Espanha, e de acordo com a campanha agrícola desta estação, agricultores preveem que produção de azeite caia para metade no próximo ano.
PUBLICIDADEAs ondas de calor e a seca têm prejudicado a produção de azeite nos últimos anos mas, em Espanha - o maior fornecedor de azeite do mundo, na ordem dos 40% -, a expectativa é de que a produção caia para metade em 2024, com base na campanha desta estação.
A queda abrupta na produção, para além de ser um convite à contrafação, fará certamente disparar os preços, que já estão elevados, aponta o sector agrícola.
Os agricultores espanhóis acusam mesmo os supermercados de estarem a tirar partido da situação para aumentarem os lucros à custa dos consumidores.
“O preço inicial dos nossos produtos aumentou apenas 3%. E, ainda assim, os consumidores estão a pagar 59% mais quando compram nos grandes supermercados”, diz Carles Peris Ramos, secretário-geral da associação de agricultores La Unió.
Mas os supermercados negam que estejam a inflacionar os preços. "O preço do azeite virgem manteve-se abaixo dos dez euros durante todo o ano de 2024”, garante Pedro Reig, diretor da Asucova, a associação de supermercados da Comunidade Valenciana.
Já as associações de consumidores afirmam que os preços se mantiveram elevados, apesar da eliminação total do IVA sobre o azeite em Espanha desde 1 de julho.
Em Portugal, e de acordo com dados do Eurostat, o preço do azeite amentou 69,1% em janeiro de 2024 em relação ao ano ado, muito acima da média de 50% na União Europeia.
A título de comparação, a inflação geral dos produtos alimentares foi de 4,8% em janeiro em todo o bloco.
Em Espanha, o maior produtor mundial de azeite, os preços aumentaram 62,9% em janeiro, em comparação com o ano anterior, de acordo com a mesma fonte.