Continua a caça ao homem na Alemanha. No âmbito da investigação, foram efetuadas "buscas alargadas" na Renânia do Norte-Vestefália e em toda a Alemanha.
PUBLICIDADENo sábado, unidades especiais da polícia participaram nas buscas de um desconhecido que cortou a garganta dos foliões numa festa popular da cidade de Solingen, na Alemanha Ocidental. Três pessoas morreram e pelo menos oito ficaram feridas, quatro das quais com gravidade.
De acordo com o jornal WELT AM SONNTAG, a polícia recebeu um depoimento de uma testemunha que afirmou que o presumível autor do crime gritou "Allahu Akbar" depois do ataque. Uma das vítimas declarou que conhecia o suspeito de Solingen e que este frequentava uma mesquita local.
Um rapaz de 15 anos foi detido na madrugada de sábado. A polícia disse que ele era suspeito de ter conhecimento do ataque planeado e de não ter informado as autoridades, mas que não era o atacante.
O jovem é oriundo do Quirguizistão e recusa-se a testemunhar. Foi detido num centro de refugiados.
O chefe do Gabinete Central para a Acusação de Terrorismo do Estado da Renânia do Norte-Vestefália, Markus Caspers, disse na conferência de imprensa que o rapaz de 15 anos tinha sido detido depois de duas testemunhas terem contatado a polícia. Estas disseram ter ouvido uma conversa entre o rapaz e uma pessoa desconhecida antes do ataque, na qual foram discutidas intenções consistentes com os acontecimentos subsequentes.
De acordo com os meios de comunicação social locais, o autor do crime terá dito: "Hoje vou esfaquear toda a gente!"
O procurador Caspers afirmou que as autoridades ainda não encontraram o autor do crime.
"Até agora não conseguimos identificar um motivo, mas tendo em conta as circunstâncias gerais não podemos excluir a possibilidade de terrorismo", disse Caspers.
Segundo as autoridades, os três mortos eram dois homens de 67 e 56 anos e uma mulher de 56 anos. A polícia descreveu ainda que o agressor terá deliberadamente atingido a garganta das vítimas.
O diretor da polícia, Thorsten Fleiss, responsável pela operação na sexta-feira à noite, disse que a polícia tinha efetuado "buscas extensivas" na Renânia do Norte-Vestefália e em toda a Alemanha.
O Comissário afirmou que era um "grande desafio" reunir as provas disponíveis e os depoimentos das testemunhas para obter uma visão global.
O governador da Renânia do Norte-Vestefália, Hendrik Wüst, a Ministra Federal do Interior, Nancy Faeser, e o Ministro do Interior da Renânia do Norte-Vestefália, Herbert Reul, visitaram Solingen no sábado à tarde para se inteirarem da situação.
Wüst falou de um "ato de terror" contra a segurança e a liberdade do país e acrescentou: "Não nos deixaremos abalar pelo terror e pelo ódio".
O Chanceler aelmão Olaf Scholz afirmou no sábado que o autor do crime deve ser apanhado rapidamente e punido com todo o rigor da lei.
"O ataque em Solingen é um acontecimento terrível que me chocou profundamente. Um atacante matou brutalmente várias pessoas. Acabei de falar com o presidente da Câmara de Solingen, Tim Kurzbach. Estamos de luto pelas vítimas e apoiamos as suas famílias", declarou Scholz no X.
O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier também falou com Kurzbach no sábado de manhã.
"O ato hediondo de Solingen choca-me a mim e ao nosso país. Lamentamos os mortos, preocupamo-nos com os feridos e desejamos-lhes força e uma rápida recuperação do fundo do coração", lê-se numa declaração do Gabinete do Presidente Federal.
"Ontem à noite, os nossos corações ficaram destroçados. Nós, em Solingen, estamos cheios de horror e tristeza. O que aconteceu ontem na nossa cidade mal nos deixa conseguir dormir", disse o presidente da Câmara, Tim Kurzbach, falando aos jornalistas perto do local do crime, no sábado.
O "Festival da Diversidade", que assinala o 650º aniversário da cidade, começou na sexta-feira e deveria prolongar-se até domingo, mas foi cancelado.