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Dissidente russa libertada planeia casar com a namorada na Alemanha

Dissidente russa libertada planeia casar com a namorada na Alemanha
Dissidente russa libertada planeia casar com a namorada na Alemanha Direitos de autor AP/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
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Sasha Skochilenko foi libertada na troca de prisioneiros histórica entre Moscovo e Washington, depois de ter ado mais de dois anos atrás das grades por protestar contra a guerra da Rússia na Ucrânia.

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A artista plástica Sasha Skochilenko e a sua companheira Sonya Subbotina estão a planear o casamento, algo que há uns meses parecia bastante improvável. Sasha Skochilenko foi uma das dissidentes russas libertadas na histórica troca de prisioneiros entre a Rússia e os Estados Unidos. A artista ou cerca de dois anos atrás das grades pelos protestos contra a guerra da Rússia na Ucrânia.

Além disso, Sasha e Sonya não podiam casar no país natal, uma vez que a Rússia não reconhece o casamento homossexual. Agora que vivem ambas na Alemanha, os planos de matrimónio parecem, finalmente, possíveis.

"Sinto que estou num país muito livre, porque podemos andar na rua, posso beijar a Sasha, não só ninguém nos vai dizer que é nojento, como nem sequer vão prestar atenção, porque faz parte da natureza das coisas", explicou Subbotina.

"As pessoas têm muitas vezes opiniões distorcidas sobre a comunidade LGBTQ+ porque não conhecem ninguém (pessoalmente), ou conhecem alguém que não diz (que é gay)", acrescentou Skochilenko, de 33 anos. "Se virem uma pessoa normal, que não está a tentar provar nada, falam com ela e percebem simplesmente que ela ama uma pessoa do mesmo sexo”.

"E depois de socializarem (connosco) durante muito tempo, as pessoas compreendem que o que eu tenho, o que a Sonya tem, é um sentimento sério", disse.

Casamento homossexual proibido na Rússia

Em 2020, a Constituição russa proibiu explicitamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no âmbito de uma reforma promovida pelo Presidente Vladimir Putin para prolongar o seu mandato.

Uma das cláusulas da reforma estipulava que o casamento só poderia ser celebrado entre um homem e uma mulher.

Em 2022, Putin aprovou mais uma lei que restringe os direitos dos homossexuais, proibindo qualquer apoio público às relações LGBTQ+.

Detida por protestos antiguerra

Skochilenko, artista e música, foi detida em abril de 2022 na Rússia, por protestar contra o conflito. A russa substituiu etiquetas de preços num supermercado por slogans contra a guerra em São Petersburgo.

Na prisão, além das dificuldades vividas por alguém que se vê privado da liberdade, a russa teve de lutar contra várias doenças crónicas, nomeadamente a doença celíaca, que a impedia de comer alimentos com glúten.

Subbotina começou a deslocar-se à prisão onde estava a namorada, pelo menos duas vezes por semana, levando-lhe comida, medicamentos e outras coisas que pudessem suprir as necessidades da companheira. Além disso, certificou-se, juntamente com vários amigos de Skochilenko, que o caso da artista continuasse a fazer parte da atualidade mediática, causando indignação pública.

Durante um ano, as duas não se viram. Uma vez que não eram familiares, as autoridades russas impediram Subbotina, que também era testemunha no caso da namorada, de a visitar na prisão.

"Conheço muitas companheiras de presos políticos. São sobretudo mulheres que estão à espera dos seus homens", explicou. "Muitas vezes, casam-se no centro de detenção preventiva ou na colónia penal. Isso é possível e dá-lhes o direito a visitas longas, a telefonemas, a visitas curtas, porque têm um certo estatuto aos olhos das autoridades". "Nós nunca tivemos essa oportunidade, claro", acrescentou.

Subbotina diz que foi "um milagre" o facto de ter sido autorizada a vir fazer visitas curtas.

Em novembro de 2023, Skochilenko seria condenada a sete anos de prisão. A troca de prisioneiros, a maior desde a Guerra Fria, devolveu a liberdade a Sasha Skochilenko e a possibilidade refazer a sua vida.

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