Fica em prisão preventiva, o suspeito que atacou a primeira-ministra da Dinamarca na sexta-feira, deliberou o juiz no sábado à tarde.
Mette Frederiksen assumiu ter ficado "chocada" após ter sido atacada por um homem numa das principais avenidas de Copenhaga, na sexta-feira. A primeira-ministra da Dinamarca sofreu ferimentos ligeiros e tirou hoje o dia para descansar do choque.
De acordo com o seu gabinete, a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen sofreu um ligeiro esticão, no braço, mas de resto, está bem.
A polícia confirmou que tinha havido “um incidente” com a primeira-ministra Frederiksen e que um homem de 39 anos tinha sido detido.
O suspeito foi presente a tribunal
Citando detalhes da audiência, a emissora pública dinamarquesa DR informou que o homem tem cidadania polaca e vive na Dinamarca desde 2019.
O juiz ordenou a prisão preventiva até 20 de junho. O homem é acusado de violência contra uma pessoa em serviço público.
De acordo com a rádio pública, a polícia disse que ele estava “provavelmente sob a influência de drogas e bêbado” no momento do incidente, que ocorreu pouco antes das 18h locais de sexta-feira.
Os pormenores do incidente ainda não são claros, mas os meios de comunicação social locais noticiaram que o homem aparentemente se aproximou de Frederiksen e empurrou-a violentamente enquanto caminhavam pela Kultorvet, uma das principais praças de Copenhaga. Segundo as primeiras investigações, a polícia acredita que o suspeito terá atingido a primeira-ministra com um punho cerrado na parte superior do seu braço direito.
O juiz afirmou na audiência que tudo indicava que o homem sabia que a pessoa que tinha atacado era a primeira-ministra. A polícia chegou inicialmente à conclusão de que o atacante poderia guardar rancor contra Frederiksen. No entanto, o suspeito negou essa avaliação na audiência, chegando mesmo a elogiar a chefe de governo como “uma ótima primeira-ministra”, noticiou o DR.
Polícia continua a investigar o motivo do crime cometido pelo agressor
Duas testemunhas oculares, Anna Ravn e Marie Adrian, disseram ao diário BT que viram um homem aproximar-se da primeira-ministra e depois “empurrou-a com força no ombro, de modo que ela fosse atirada para o lado”. Ambas sublinharam que a ministra não chegou a cair no chão.
Outra testemunha, Kasper Jørgensen, disse a um tabloide local que um homem bem-vestido, que parecia fazer parte da unidade de proteção de Frederiksen, e um agente da polícia derrubaram o agressor.
Vários políticos condenaram o ataque
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que estava chocado com o que aconteceu a Frederiksen, a quem chamava amiga.
“Os aliados da NATO estão juntos para proteger os nossos valores, a liberdade, a democracia e o Estado de direito”, escreveu Stoltenberg na plataforma social X, no sábado.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, afirmou que “um ataque a um político democraticamente eleito é também ‘um ataque à nossa democracia’, e o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, condenou veementemente ”todas as formas de violência contra os líderes democraticamente eleitos das nossas sociedades livres”.
Também o primeiro-ministro português expressou solidariedade para com a sua homóloga e "colega" partidária. Luís Montenegro "condenou firmemente o ataque violento a uma líder democraticamente eleita".
Frederiksen fazia campanha com a principal candidata dos sociais-democratas à UE, Christel Schaldemose, mas segundo os meios de comunicação social, o ataque não estava relacionado com um evento de campanha eleitoral.
Frederiksen, de 46 anos, é a líder do Partido Social-Democrata e primeira-ministra da Dinamarca desde 2019.
Os ataques a políticos são raros na Dinamarca
Em 23 de março de 2003, dois ativistas atiraram tinta vermelha ao então Primeiro-Ministro Anders Fogh Rasmussen no Parlamento, tendo sido imediatamente detidos. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Per Stig Møller, também foi pintado nesse dia.