{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/05/07/galinhas-malvadas-e-caes-de-duas-caudas-os-6-partidos-mais-estranhos-que-vao-a-votos-nas-e" }, "headline": "Galinhas malvadas e c\u00e3es de duas caudas: os 6 partidos mais estranhos que v\u00e3o a votos nas elei\u00e7\u00f5es europeias", "description": "Muitos partidos pol\u00edticos est\u00e3o a fazer tudo para ganhar votos em junho; outros nem por isso.", "articleBody": "As elei\u00e7\u00f5es europeias est\u00e3o marcadas para junho e os v\u00e1rios partidos est\u00e3o empenhados em conquistar o apoio das pessoas, de modo a elegerem deputados para o Parlamento Europeu. No entanto, algumas das propostas feitas t\u00eam sido classificadas como \u201cestranhas\u201d, segundo as ag\u00eancias internacionais. 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Em 2019, 18.587 membros do eleitorado franc\u00eas pensavam que sim, de acordo com as ag\u00eancias internacionais. A Europa-Democracia-Esperanto foi um dos 28 partidos que se candidataram em Fran\u00e7a, mas que n\u00e3o conseguiram eleger nenhum deputado. 2. Um partido para os millennials Por toda a Europa, os estrategas partid\u00e1rios est\u00e3o a tentar descobrir que argumentos ir\u00e3o ressoar entre os jovens e os mais velhos.\u00a0 Agora, h\u00e1 um partido para os \u0022millennials\u0022: n\u00e3o a gera\u00e7\u00e3o de eleitores nascidos na viragem do \u00faltimo mil\u00e9nio - mas aqueles que esperam chegar ao pr\u00f3ximo, no ano 3000 . A par dos partidos tradicionais, como os democratas-crist\u00e3os e os socialistas, os eleitores alem\u00e3es podem escolher entre uma s\u00e9rie de op\u00e7\u00f5es dedicadas ao vegetarianismo, ao humanismo e aos direitos dos animais . 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O lema deste partido \u00e9 \u201cN\u00e3o vote em n\u00f3s\u201d e, segundo as ag\u00eancias internacionais, pretende proclamar os benef\u00edcios do anarco-capitalismo, isto \u00e9 uma teoria pol\u00edtica libert\u00e1ria que defende o recuo da regulamenta\u00e7\u00e3o estatal para ajudar a liberdade. As \u00faltimas elei\u00e7\u00f5es europeias, que decorreram em 2019, registaram uma participa\u00e7\u00e3o recorde, atribu\u00edda a um aumento do interesse dos eleitores mais jovens. Contudo, quase metade do eleitorado optou por ficar em casa, o que sugere um menor entusiasmo pelas quest\u00f5es da UE em compara\u00e7\u00e3o com as sondagens nacionais. 4. Votar numa galinha malvada ... O partido checo n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico candidato \u00e0s elei\u00e7\u00f5es que n\u00e3o quer ser eleito. 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Svante Strokirk disse \u00e0 Euronews que isto \u201cn\u00e3o deveria ser suficiente para o eleger como deputado europeu\u201d e mostrou-se preocupado com a possibilidade de estar a desviar a aten\u00e7\u00e3o de deputados \u201cmais s\u00e9rios\u201d. 5. ... ou num c\u00e3o de duas caudas J\u00e1 em It\u00e1lia, o Movimento Cinco Estrelas, fundado por Beppe Grillo, dever\u00e1 ganhar 16 dos 76 lugares do Parlamento italiano nas europeias, segundo uma sondagem recente da Euronews. O partido do C\u00e3o de Duas Caudas , fundado em Szeged, na Hungria, h\u00e1 quase vinte anos, come\u00e7ou por fazer piadas sobre a pol\u00edtica internacional , recorrendo a acrobaciais art\u00edsticas e humor\u00edsticas. Embora mantenha o seu lado ir\u00f3nico, a candidata principal Marietta Le afirmou que o partido est\u00e1 a \u0022chamar a aten\u00e7\u00e3o para os problemas da vida p\u00fablica e da pol\u00edtica\u0022, atrav\u00e9s de um \u0022pensamento comunit\u00e1rio a longo prazo\u0022. 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Sonneborn disse \u00e0 Euronews que est\u00e1 a levantar o v\u00e9u sobre as institui\u00e7\u00f5es opacas da UE e tamb\u00e9m cita interven\u00e7\u00f5es em quest\u00f5es mais s\u00e9rias, como a forma como a Comiss\u00e3o Europeia negociou contratos de vacinas contra a Covid com a Pfizer e as rela\u00e7\u00f5es problem\u00e1ticas do bloco com o Azerbaij\u00e3o. \u0022At\u00e9 agora, os milh\u00f5es de cidad\u00e3os que seguem os meus discursos na Internet parecem gostar deles\u0022, disse Sonneborn \u00e0 Euronews, numa declara\u00e7\u00e3o enviada por correio eletr\u00f3nico. \u0022\u00c9 crucial que n\u00e3o voltemos a eleger os partidos que conduziram a Europa \u00e0 guerra e \u00e0 crise.\u0022 Porque \u00e9 que h\u00e1 tantos partidos? 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Mas, acrescentou, as regras do Parlamento Europeu significam que as probabilidades s\u00e3o maiores contra os iconoclastas que n\u00e3o se enquadram em nenhuma das grandes fam\u00edlias pol\u00edticas do hemiciclo, que s\u00e3o atualmente sete. \u0022O poder e a influ\u00eancia s\u00e3o distribu\u00eddos por grupos e por filia\u00e7\u00e3o em grupos\u0022, explica Sonneborn. \u0022Sem um grupo, n\u00e3o se \u00e9 nada.\u0022 Embora as pessoas de fora possam oferecer uma perspetiva nova e honesta, a piada pode desgastar-se, adverte. \u0022Se estes tipos tamb\u00e9m tendem a ficar por c\u00e1, mandato ap\u00f3s mandato, ent\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o cumprem o mesmo objetivo\u0022, diz. \u0022Tamb\u00e9m se est\u00e1 a ocupar o espa\u00e7o de algu\u00e9m que talvez queira fazer um trabalho adequado\u0022. 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Galinhas malvadas e cães de duas caudas: os 6 partidos mais estranhos que vão a votos nas eleições europeias

Eleitores da UE vão às urnas em junho
Eleitores da UE vão às urnas em junho Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Jack Schickler
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Muitos partidos políticos estão a fazer tudo para ganhar votos em junho; outros nem por isso.

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As eleições europeias estão marcadas para junho e os vários partidos estão empenhados em conquistar o apoio das pessoas, de modo a elegerem deputados para o Parlamento Europeu. No entanto, algumas das propostas feitas têm sido classificadas como “estranhas”, segundo as agências internacionais.

A Euronews reuniu algumas das estatégias mais “fora da caixa” utilizadas pelos partidos, que estão a concorrer às eleições europeias, para que possa ficar a par.

1. Acrescentar uma nova língua às 24 oficiais da União Europeia

Em França, os eleitores podem votar no partido Europa-Democracia-Esperanto, que pretende acrescentar a língua artificial esperanto, que surgiu em 1887, à lista das 24 línguas oficiais da União Europeia (UE).

"Os órgãos da UE funcionam quase exclusivamente em inglês. A população europeia está isolada dos seus líderes”, pode ler-se num documento publicado no site oficial do partido.

Mas será que a razão pela qual os eleitores se sentem afastados da União Europeia reside no facto da língua esperanto não ser oficial? Em 2019, 18.587 membros do eleitorado francês pensavam que sim, de acordo com as agências internacionais.

A Europa-Democracia-Esperanto foi um dos 28 partidos que se candidataram em França, mas que não conseguiram eleger nenhum deputado.

2. Um partido para os millennials

Por toda a Europa, os estrategas partidários estão a tentar descobrir que argumentos irão ressoar entre os jovens e os mais velhos. Agora, há um partido para os "millennials": não a geração de eleitores nascidos na viragem do último milénio - mas aqueles que esperam chegar ao próximo, no ano 3000.

A par dos partidos tradicionais, como os democratas-cristãos e os socialistas, os eleitores alemães podem escolher entre uma série de opções dedicadas ao vegetarianismo, ao humanismo e aos direitos dos animais.

Ou podem optar por um partido com interesses ainda mais especiais - dedicado à investigação biomédica sobre o rejuvenescimento ou à interrupção total do processo de envelhecimento.

O site do Partei für schulmedizinische Verjüngungsforschung diz que vai investir 40 mil milhões de euros por ano de dinheiro da UE para proporcionar uma "vida saudável ilimitada para todos", prometendo aos europeus a possibilidade de terem uma esperança de vida de milhares de anos.

Quem é que quer viver para sempre? Acho que vamos descobrir em junho.

3. Apelar ao não voto

Na Chéquia, um partido tem vindo a surpreender os eleitorados europeus por apelar às pessoas para não votarem nele. O lema deste partido é “Não vote em nós” e, segundo as agências internacionais, pretende proclamar os benefícios do anarco-capitalismo, isto é uma teoria política libertária que defende o recuo da regulamentação estatal para ajudar a liberdade.

As últimas eleições europeias, que decorreram em 2019, registaram uma participação recorde, atribuída a um aumento do interesse dos eleitores mais jovens. Contudo, quase metade do eleitorado optou por ficar em casa, o que sugere um menor entusiasmo pelas questões da UE em comparação com as sondagens nacionais.

4. Votar numa galinha malvada ...

O partido checo não é o único candidato às eleições que não quer ser eleito. Na Suécia, o Ond Kyckling Partiet, em português o partido da galinha malvada, parece estar apenas interessado, de acordo com o fundador do partido, em “testar a facilidade de registo formal como candidato”.

"Originalmente, a galinha malvada era uma espécie de piada interna", disse Svante Strokirk, fundador do partido, à Euronews.

O partido espera, no entanto, obter mais de 100 votos, o que significaria um aumento representativo, tendo em conta os 39 votos que recebeu nas eleições nacionais. Svante Strokirk disse à Euronews que isto “não deveria ser suficiente para o eleger como deputado europeu” e mostrou-se preocupado com a possibilidade de estar a desviar a atenção de deputados “mais sérios”.

5. ... ou num cão de duas caudas

Já em Itália, o Movimento Cinco Estrelas, fundado por Beppe Grillo, deverá ganhar 16 dos 76 lugares do Parlamento italiano nas europeias, segundo uma sondagem recente da Euronews.

O partido do Cão de Duas Caudas, fundado em Szeged, na Hungria, há quase vinte anos, começou por fazer piadas sobre a política internacional, recorrendo a acrobaciais artísticas e humorísticas. Embora mantenha o seu lado irónico, a candidata principal Marietta Le afirmou que o partido está a "chamar a atenção para os problemas da vida pública e da política", através de um "pensamento comunitário a longo prazo".

Em entrevista à Euronews, Marietta Le citou questões que vão desde os pavimentos degradados à corrupção. O líder Viktor Orbán, que está no poder desde 2010, tem sido condenado por se desviar em direção à autocracia, com os eurodeputados a citarem preocupações sobre a independência judicial e a liberdade dos meios de comunicação social.

A líder do Cão de Duas Caudas mostrou-se confiante com a possibilidade do partido eleger pelo menos um deputado europeu, e confessou estar em conversações para se juntar ao grupo dos Verdes no Parlamento.

6. O partido "A Festa", que quer reconstruir o muro de Berlim

O partido “fora da caixa” que tem vindo a revelar-se um dos mais bem sucedidos, de acordo com a imprensa internacional, é o Die Partei, ou A Festa em português. O fundador Martin Sonneborn, que é também comediante, está a tentar obter um terceiro mandato para o Parlamento Eurpeu, com a promessa de que vai reconstruir o muro de Berlim e limitar os preços da cerveja e dos kebabs.

De acordo com o site do Parlamento Europeu, durante os seus dez anos de mandato, Sonneborn não redigiu um único relatório, sendo este um instrumento crucial que os deputados utilizam para alterar a legislação da UE ou apelar a mudanças políticas.

Sonneborn disse à Euronews que está a levantar o véu sobre as instituições opacas da UE e também cita intervenções em questões mais sérias, como a forma como a Comissão Europeia negociou contratos de vacinas contra a Covid com a Pfizer e as relações problemáticas do bloco com o Azerbaijão.

"Até agora, os milhões de cidadãos que seguem os meus discursos na Internet parecem gostar deles", disse Sonneborn à Euronews, numa declaração enviada por correio eletrónico. "É crucial que não voltemos a eleger os partidos que conduziram a Europa à guerra e à crise."

Porque é que há tantos partidos?

Para Sophia Russack, investigadora do Centro de Estudos de Política Europeia, não é de irar que haja tanta diversidade de partidos a candidatarem-se às eleições europeias de junho. "As eleições para o Parlamento Europeu são sempre um campo de ensaio muito atrativo para os novos partidos".

Em países como a Alemanha não há um limiar mínimo para um partido assegurar a sua representação na UE, o que faz com que as eleições europeias sejam “um bom aquecimento”, segundo Russack, para as eleições nacionais.

"Os partidos de sátira trazem frescura... Não creio que seja necessariamente prejudicial para a democracia a existência de partidos deste género", disse Russack.

Mas, acrescentou, as regras do Parlamento Europeu significam que as probabilidades são maiores contra os iconoclastas que não se enquadram em nenhuma das grandes famílias políticas do hemiciclo, que são atualmente sete.

"O poder e a influência são distribuídos por grupos e por filiação em grupos", explica Sonneborn. "Sem um grupo, não se é nada."

Embora as pessoas de fora possam oferecer uma perspetiva nova e honesta, a piada pode desgastar-se, adverte.

"Se estes tipos também tendem a ficar por cá, mandato após mandato, então já não cumprem o mesmo objetivo", diz. "Também se está a ocupar o espaço de alguém que talvez queira fazer um trabalho adequado".

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