{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/11/29/bruxelas-acusa-polonia-de-falta-de-boa-fe-e-ameaca-com-acoes-judiciais" }, "headline": "Bruxelas acusa Pol\u00f3nia de falta de boa-f\u00e9 e amea\u00e7a com a\u00e7\u00f5es judiciais ", "description": "A Comiss\u00e3o Europeia denunciou duramente o bloqueio na fronteira ucraniana, instigado por camionistas e agricultores polacos, amea\u00e7ando com uma a\u00e7\u00e3o judicial contra o governo de Vars\u00f3via.", "articleBody": "\u0022A verdade \u00e9 que considero a situa\u00e7\u00e3o na fronteira polaca com a Ucr\u00e2nia absolutamente inaceit\u00e1vel\u0022, disse Adina V\u0103lean , a Comiss\u00e1ria Europeia dos Transportes, na quarta-feira. \u0022Embora apoie o direito das pessoas a protestar, toda a UE, para n\u00e3o falar da Ucr\u00e2nia, um pa\u00eds atualmente em guerra, n\u00e3o pode ficar ref\u00e9m do bloqueio das nossas fronteiras externas. \u00c9 t\u00e3o simples quanto isso\u0022, afirmou. Desde 6 de novembro, camionistas e agricultores polacos t\u00eam bloqueado o tr\u00e2nsito em diferentes postos fronteiri\u00e7os ao longo da fronteira polaco-ucraniana. Na segunda-feira , as restri\u00e7\u00f5es permanentes foram alargadas a um quarto posto, em Medyka, agravando ainda mais a crise. Apenas os ve\u00edculos que transportam ajuda humanit\u00e1ria e militar s\u00e3o autorizados a entrar. Em consequ\u00eancia, milhares de camionistas ucranianos ficaram retidos e foram obrigados a esperar dias inteiros para chegar ao outro lado, com filas de espera que se estendem por mais de 30 quil\u00f3metros at\u00e9 ao territ\u00f3rio polaco. As condi\u00e7\u00f5es dif\u00edceis no terreno, incluindo temperaturas negativas e a falta de instala\u00e7\u00f5es sanit\u00e1rias, suscitaram preocupa\u00e7\u00f5es em mat\u00e9ria de seguran\u00e7a. Dois condutores ucranianos que esperavam para atravessar a fronteira morreram dentro dos seus ve\u00edculos, ambos alegadamente de causas naturais. Os manifestantes polacos exigem a reintrodu\u00e7\u00e3o das regras anteriores \u00e0 guerra para os camionistas ucranianos, que foram isentos da obriga\u00e7\u00e3o de possuir licen\u00e7as de transporte. A mudan\u00e7a foi introduzida no ano ado como parte das \u0022faixas de solidariedade\u0022 da Uni\u00e3o Europeia, que se destinam a ajudar a na\u00e7\u00e3o devastada pela guerra a manter a sua economia nacional e as suas rela\u00e7\u00f5es comerciais. Os manifestantes tamb\u00e9m querem que os cami\u00f5es vazios que regressam da Ucr\u00e2nia para a UE sejam exclu\u00eddos de um sistema eletr\u00f3nico de filas de espera criado por Kiev e que sejam introduzidas medidas para impedir que os transportadores bielorrussos e russos fujam \u00e0s san\u00e7\u00f5es internacionais. Pol\u00f3nia defende-se Segundo o Minist\u00e9rio das Infraestruturas polaco, as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pelas \u0022faixas de solidariedade\u0022 alteraram drasticamente a concorr\u00eancia em detrimento dos motoristas polacos: em 2021, um ano antes de a R\u00fassia lan\u00e7ar a guerra, os camionistas polacos tinham uma quota de mercado de 38% contra 62% dos seus concorrentes ucranianos, que oferecem tarifas mais baratas e n\u00e3o est\u00e3o vinculados \u00e0s normas da UE. No final de outubro, os n\u00fameros aram para 8% e 92%, respetivamente. Mas, ao contr\u00e1rio das proibi\u00e7\u00f5es impostas no in\u00edcio deste ano aos cereais ucranianos isentos de direitos aduaneiros, estas restri\u00e7\u00f5es fronteiri\u00e7as n\u00e3o s\u00e3o estabelecidas nem apoiadas pelo governo polaco de extrema-direita, que perdeu o poder ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es de outubro. \u0022Mantemo-nos em o permanente com a ind\u00fastria dos transportes. Estamos tamb\u00e9m a falar com o governo da Ucr\u00e2nia e com a Comiss\u00e3o Europeia porque eles t\u00eam a chave para eliminar as causas directas deste protesto\u0022, disse Alvin Gajadhur , ministro interino das Infraestruturas da Pol\u00f3nia, na quarta-feira. A comiss\u00e1ria V\u0103lean, no entanto, n\u00e3o se mostrou convencida com a abertura e repreendeu publicamente o governo polaco por n\u00e3o fazer a sua parte para resolver a disputa. \u0022N\u00e3o h\u00e1 boa-f\u00e9 para encontrar uma solu\u00e7\u00e3o. \u00c9 esta a minha avalia\u00e7\u00e3o hoje\u0022, disse V\u0103lean. \u0022H\u00e1 uma quase total falta de envolvimento das autoridades polacas.\u00a0 Digo isto porque as autoridades polacas s\u00e3o as que devem fazer cumprir a lei naquela fronteira\u0022, acrescentou. A comiss\u00e1ria afirmou que existe uma lista de \u0022medidas t\u00e9cnicas\u0022 que podem aliviar as tens\u00f5es e restabelecer o tr\u00e2nsito, mas que \u0022t\u00eam de ser aceites pela parte polaca\u0022. \u0022Continuamos o di\u00e1logo, mas reservamo-nos o direito de intervir como Comiss\u00e3o, mesmo com um processo por infra\u00e7\u00e3o, contra aqueles que n\u00e3o respeitam as regras e n\u00e3o aplicam a lei\u0022, disse V\u0103lean. Um processo por infra\u00e7\u00e3o \u00e9 um dos instrumentos de que o executivo disp\u00f5e para garantir que a legisla\u00e7\u00e3o europeia \u00e9 aplicada de forma adequada e uniforme em todo o bloco. O processo tem v\u00e1rias fases e pode levar a uma a\u00e7\u00e3o judicial no Tribunal de Justi\u00e7a Europeu, que pode impor multas di\u00e1rias a um Estado-membro que n\u00e3o cumpra a legisla\u00e7\u00e3o. A Ucr\u00e2nia est\u00e1 disposta a chegar a um compromisso com a Pol\u00f3nia, mas afirma que os seus condutores t\u00eam de receber primeiro alimentos e servi\u00e7os de emerg\u00eancia. A Ucr\u00e2nia tamb\u00e9m abriu a porta \u00e0 evacua\u00e7\u00e3o das pessoas que ficaram retidas na Pol\u00f3nia. Entretanto, os camionistas eslovacos amea\u00e7aram aderir ao bloqueio a partir de 1 de dezembro, a menos que sejam tomadas medidas para diminuir a concorr\u00eancia dos transportadores ucranianos, segundo a Uni\u00e3o dos Transportadores Eslovacos (UNAS). ", "dateCreated": "2023-11-29T13:34:09+01:00", "dateModified": "2023-11-29T17:33:23+01:00", "datePublished": "2023-11-29T17:33:20+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F07%2F48%2F04%2F1440x810_cmsv2_cb8cff6e-360a-5764-9818-8451d6201e32-8074804.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "H\u00e1 v\u00e1rias semanas que manifestantes polacos bloqueiam o tr\u00e2nsito atrav\u00e9s da fronteira com a Ucr\u00e2nia.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F07%2F48%2F04%2F432x243_cmsv2_cb8cff6e-360a-5764-9818-8451d6201e32-8074804.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Liboreiro", "givenName": "Jorge", "name": "Jorge Liboreiro", "url": "/perfis/1858", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@JorgeLiboreiro", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Bruxelas acusa Polónia de falta de boa-fé e ameaça com ações judiciais

Há várias semanas que manifestantes polacos bloqueiam o trânsito através da fronteira com a Ucrânia.
Há várias semanas que manifestantes polacos bloqueiam o trânsito através da fronteira com a Ucrânia. Direitos de autor DAMIEN SIMONART/AFP or licensors
Direitos de autor DAMIEN SIMONART/AFP or licensors
De Jorge Liboreiro
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Comissão Europeia denunciou duramente o bloqueio na fronteira ucraniana, instigado por camionistas e agricultores polacos, ameaçando com uma ação judicial contra o governo de Varsóvia.

PUBLICIDADE

"A verdade é que considero a situação na fronteira polaca com a Ucrânia absolutamente inaceitável", disse Adina Vălean, a Comissária Europeia dos Transportes, na quarta-feira.

"Embora apoie o direito das pessoas a protestar, toda a UE, para não falar da Ucrânia, um país atualmente em guerra, não pode ficar refém do bloqueio das nossas fronteiras externas. É tão simples quanto isso", afirmou.

Desde 6 de novembro, camionistas e agricultores polacos têm bloqueado o trânsito em diferentes postos fronteiriços ao longo da fronteira polaco-ucraniana. Na segunda-feira, as restrições permanentes foram alargadas a um quarto posto, em Medyka, agravando ainda mais a crise.

Apenas os veículos que transportam ajuda humanitária e militar são autorizados a entrar.

Em consequência, milhares de camionistas ucranianos ficaram retidos e foram obrigados a esperar dias inteiros para chegar ao outro lado, com filas de espera que se estendem por mais de 30 quilómetros até ao território polaco. As condições difíceis no terreno, incluindo temperaturas negativas e a falta de instalações sanitárias, suscitaram preocupações em matéria de segurança.

A UE e a Ucrânia, um país em guerra, não podem ficar reféns do bloqueio das nossas fronteiras externas.
Adina Vălean
Comissária Europeia dos Transportes

Dois condutores ucranianos que esperavam para atravessar a fronteira morreram dentro dos seus veículos, ambos alegadamente de causas naturais.

Os manifestantes polacos exigem a reintrodução das regras anteriores à guerra para os camionistas ucranianos, que foram isentos da obrigação de possuir licenças de transporte. A mudança foi introduzida no ano ado como parte das "faixas de solidariedade" da União Europeia, que se destinam a ajudar a nação devastada pela guerra a manter a sua economia nacional e as suas relações comerciais.

Os manifestantes também querem que os camiões vazios que regressam da Ucrânia para a UE sejam excluídos de um sistema eletrónico de filas de espera criado por Kiev e que sejam introduzidas medidas para impedir que os transportadores bielorrussos e russos fujam às sanções internacionais.

Polónia defende-se

Segundo o Ministério das Infraestruturas polaco, as alterações introduzidas pelas "faixas de solidariedade" alteraram drasticamente a concorrência em detrimento dos motoristas polacos: em 2021, um ano antes de a Rússia lançar a guerra, os camionistas polacos tinham uma quota de mercado de 38% contra 62% dos seus concorrentes ucranianos, que oferecem tarifas mais baratas e não estão vinculados às normas da UE. No final de outubro, os números aram para 8% e 92%, respetivamente.

Mas, ao contrário das proibições impostas no início deste ano aos cereais ucranianos isentos de direitos aduaneiros, estas restrições fronteiriças não são estabelecidas nem apoiadas pelo governo polaco de extrema-direita, que perdeu o poder após as eleições de outubro.

"Mantemo-nos em o permanente com a indústria dos transportes. Estamos também a falar com o governo da Ucrânia e com a Comissão Europeia porque eles têm a chave para eliminar as causas directas deste protesto", disse Alvin Gajadhur, ministro interino das Infraestruturas da Polónia, na quarta-feira.

A comissária Vălean, no entanto, não se mostrou convencida com a abertura e repreendeu publicamente o governo polaco por não fazer a sua parte para resolver a disputa.

"Não há boa-fé para encontrar uma solução. É esta a minha avaliação hoje", disse Vălean. "Há uma quase total falta de envolvimento das autoridades polacas. Digo isto porque as autoridades polacas são as que devem fazer cumprir a lei naquela fronteira", acrescentou.

A comissária afirmou que existe uma lista de "medidas técnicas" que podem aliviar as tensões e restabelecer o trânsito, mas que "têm de ser aceites pela parte polaca".

"Continuamos o diálogo, mas reservamo-nos o direito de intervir como Comissão, mesmo com um processo por infração, contra aqueles que não respeitam as regras e não aplicam a lei", disse Vălean.

Um processo por infração é um dos instrumentos de que o executivo dispõe para garantir que a legislação europeia é aplicada de forma adequada e uniforme em todo o bloco. O processo tem várias fases e pode levar a uma ação judicial no Tribunal de Justiça Europeu, que pode impor multas diárias a um Estado-membro que não cumpra a legislação.

A Ucrânia está disposta a chegar a um compromisso com a Polónia, mas afirma que os seus condutores têm de receber primeiro alimentos e serviços de emergência. A Ucrânia também abriu a porta à evacuação das pessoas que ficaram retidas na Polónia.

Entretanto, os camionistas eslovacos ameaçaram aderir ao bloqueio a partir de 1 de dezembro, a menos que sejam tomadas medidas para diminuir a concorrência dos transportadores ucranianos, segundo a União dos Transportadores Eslovacos (UNAS).

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Bloqueio lança o caos na fronteira Polónia-Ucrânia

Deputada do Partido da Esquerda expulsa do Parlamento alemão por usar t-shirt pró- Palestina

Como sobreviver a uma visita à Sala Oval: um guia prático para os líderes que se encontram com Donald Trump