{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/09/14/aprovado-relatorio-que-visa-criminalizar-compra-de-sexo-em-toda-a-ue" }, "headline": "Aprovado relat\u00f3rio que visa criminalizar compra de sexo em toda a UE", "description": "O relat\u00f3rio que apela \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de diretrizes comuns sobre a prostitui\u00e7\u00e3o, a estabelecer pela Comiss\u00e3o Europeia para todos os Estados-membros, foi aprovado, na quinta-feira, no plen\u00e1rio do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.", "articleBody": "A vota\u00e7\u00e3o foi de 234 votos a favor, \u00a0175 votos contra e 122 absten\u00e7\u00f5es relativamente ao relat\u00f3rio \u0022Sobre a regulamenta\u00e7\u00e3o da prostitui\u00e7\u00e3o na UE: as suas implica\u00e7\u00f5es transfronteiri\u00e7as e o seu impacto na igualdade de g\u00e9nero e nos direitos das mulheres\u0022,\u00a0 que inclui uma proposta para despenalizar quem se prostitui e criminalizar os clientes e proxenetas. \u0022A prostitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 um tipo de trabalho, \u00e0 base de sexo. A prostitui\u00e7\u00e3o \u00e9 um tipo de viol\u00eancia contra as mulheres\u0022, disse, \u00e0 euronews, \u00a0Maria Noichl, eurodeputada alem\u00e3 de centro-esquerda e relatora do documento. \u0022Temos de reduzir a procura, o que significa deixar claro que n\u00e3o \u00e9 permitido comprar o corpo de uma mulher. Penso que \u00e9 claro: para todas as coisas que n\u00e3o s\u00e3o permitidas, a primeira vez deve haver multas, e a partir da\u00ed deve ser a pris\u00e3o\u0022, acrescentou a eurodeputada. No relat\u00f3rio argumenta-se que \u00e9 preciso combater as implica\u00e7\u00f5es transfronteiri\u00e7as da prostitui\u00e7\u00e3o, incluindo o tr\u00e1fico de seres humanos para fins de explora\u00e7\u00e3o sexual. Duas ex-prostitutas disseram \u00e0 euronews que mudan\u00e7as esperam de eventual nova legisla\u00e7\u00e3o. \u0022O que est\u00e1 em causa \u00e9 a dignidade da pr\u00f3pria Europa, que deve seguir um modelo de progresso. O mais importante \u00e9 ter um modelo de igualdade, de respeito e de bom trato entre mulheres e homens. \u00c9 essa, de facto, a nossa aspira\u00e7\u00e3o\u0022, explicou\u00a0 Amelia Tiganus, de Espanha . \u0022Nenhuma mulher quer vender o seu corpo e os seus servi\u00e7os a homens, s\u00f3 porque gosta. Por isso, temos de acabar com a procura, ajudar as mulheres, descriminalizar as mulheres. Porque, neste momento, a ilegaliza\u00e7\u00e3o na Alemanha faz com que a \u00fanica pessoa que teme ser punida pelo Estado, ou multada, seja a mulher\u0022, disse \u00a0Marie Marklinger, da Alemanha . Oposi\u00e7\u00e3o ao relat\u00f3rio por sociedade civil e ONU Mas a Coliga\u00e7\u00e3o Europeia para os Direitos e a Inclus\u00e3o dos Trabalhadores do Sexo disse que o relat\u00f3rio \u00e9 \u0022tendencioso\u0022 . A coliga\u00e7\u00e3o argumenta que o documento \u0022ignora o conjunto de provas sobre o impacto negativo da criminaliza\u00e7\u00e3o dos clientes\u0022, que conduz a um aumento da clandestinidade e da viol\u00eancia. Uma eurodeputada alem\u00e3 dos verdes,\u00a0Terry Reintke, defende que nem todo o trabalho sexual \u00e9 vitimizador:\u00a0 \u0022O que queremos \u00e9 que sejam tomadas medidas legislativas como, por exemplo, uma revis\u00e3o da diretiva relativa aos direitos das v\u00edtimas, para que possamos proteger melhor as pessoas que s\u00e3o afetadas pela explora\u00e7\u00e3o sexual, mas sem generalizar que todas as formas de trabalho sexual s\u00e3o viol\u00eancia baseada no g\u00e9nero\u0022. V\u00e1rias ag\u00eancias da ONU - nomeadamente a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade e o Fundo da ONU para a Popula\u00e7\u00e3o - e organiza\u00e7\u00f5es de direitos humanos - tais como a Amnistia Internacional e o Observat\u00f3rio dos Direitos Humanos - tamb\u00e9m se op\u00f5em \u00e0 criminaliza\u00e7\u00e3o da compra de sexo. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aceitou, no m\u00eas ado, ouvir um grupo de trabalhadores do sexo que contestam uma lei desse tipo em Fran\u00e7a. ", "dateCreated": "2023-09-14T12:23:13+02:00", "dateModified": "2023-09-14T18:04:19+02:00", "datePublished": "2023-09-14T18:00:48+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F89%2F46%2F60%2F1440x810_cmsv2_241ad67e-928b-507e-be07-1f3ef4906bf9-7894660.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Os pa\u00edses da UE t\u00eam diferentes leis sobre a prostitui\u00e7\u00e3o e o Parlamento Europeu defende uma harmoniza\u00e7\u00e3o", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F89%2F46%2F60%2F432x243_cmsv2_241ad67e-928b-507e-be07-1f3ef4906bf9-7894660.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Mc Mahon", "givenName": "M\u00e9abh", "name": "M\u00e9abh Mc Mahon", "url": "/perfis/1628", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@MeabhMcMahon", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Aprovado relatório que visa criminalizar compra de sexo em toda a UE

Os países da UE têm diferentes leis sobre a prostituição e o Parlamento Europeu defende uma harmonização
Os países da UE têm diferentes leis sobre a prostituição e o Parlamento Europeu defende uma harmonização Direitos de autor Franka Bruns/AP2009
Direitos de autor Franka Bruns/AP2009
De Méabh Mc Mahon & Sandor Sziros, Isabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O relatório que apela à criação de diretrizes comuns sobre a prostituição, a estabelecer pela Comissão Europeia para todos os Estados-membros, foi aprovado, na quinta-feira, no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

PUBLICIDADE

A votação foi de 234 votos a favor, 175 votos contra e 122 abstenções relativamente ao relatório "Sobre a regulamentação da prostituição na UE: as suas implicações transfronteiriças e o seu impacto na igualdade de género e nos direitos das mulheres", que inclui uma proposta para despenalizar quem se prostitui e criminalizar os clientes e proxenetas.

"A prostituição não é um tipo de trabalho, à base de sexo. A prostituição é um tipo de violência contra as mulheres", disse, à euronews, Maria Noichl, eurodeputada alemã de centro-esquerda e relatora do documento.

"Temos de reduzir a procura, o que significa deixar claro que não é permitido comprar o corpo de uma mulher. Penso que é claro: para todas as coisas que não são permitidas, a primeira vez deve haver multas, e a partir daí deve ser a prisão", acrescentou a eurodeputada.

No relatório argumenta-se que é preciso combater as implicações transfronteiriças da prostituição, incluindo o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual.

O que está em causa é a dignidade da própria Europa, que deve seguir um modelo de progresso. O mais importante é ter um modelo de igualdade, de respeito e de bom trato entre mulheres e homens. É essa, de facto, a nossa aspiração.
Amelia Tiganus
Ex-prostituta, Espanha

Duas ex-prostitutas disseram à euronews que mudanças esperam de eventual nova legislação.

"O que está em causa é a dignidade da própria Europa, que deve seguir um modelo de progresso. O mais importante é ter um modelo de igualdade, de respeito e de bom trato entre mulheres e homens. É essa, de facto, a nossa aspiração", explicou Amelia Tiganus, de Espanha.

"Nenhuma mulher quer vender o seu corpo e os seus serviços a homens, só porque gosta. Por isso, temos de acabar com a procura, ajudar as mulheres, descriminalizar as mulheres. Porque, neste momento, a ilegalização na Alemanha faz com que a única pessoa que teme ser punida pelo Estado, ou multada, seja a mulher", disse Marie Marklinger, da Alemanha.

Oposição ao relatório por sociedade civil e ONU

Mas a Coligação Europeia para os Direitos e a Inclusão dos Trabalhadores do Sexo disse que o relatório é "tendencioso".

A coligação argumenta que o documento "ignora o conjunto de provas sobre o impacto negativo da criminalização dos clientes", que conduz a um aumento da clandestinidade e da violência.

Uma eurodeputada alemã dos verdes, Terry Reintke, defende que nem todo o trabalho sexual é vitimizador: "O que queremos é que sejam tomadas medidas legislativas como, por exemplo, uma revisão da diretiva relativa aos direitos das vítimas, para que possamos proteger melhor as pessoas que são afetadas pela exploração sexual, mas sem generalizar que todas as formas de trabalho sexual são violência baseada no género".

Várias agências da ONU - nomeadamente a Organização Mundial de Saúde e o Fundo da ONU para a População - e organizações de direitos humanos - tais como a Amnistia Internacional e o Observatório dos Direitos Humanos - também se opõem à criminalização da compra de sexo.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos aceitou, no mês ado, ouvir um grupo de trabalhadores do sexo que contestam uma lei desse tipo em França.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos diz que França pode punir quem paga por sexo

SEF desmantela rede de prostituição romena em Portugal

Deputada do Partido da Esquerda expulsa do Parlamento alemão por usar t-shirt pró- Palestina