{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/06/23/como-vai-a-ue-penalizar-aqueles-que-ajudam-a-russia-a-fugir-as-sancoes" }, "headline": "Como vai a UE penalizar aqueles que ajudam a R\u00fassia a fugir \u00e0s san\u00e7\u00f5es?", "description": "Depois de ter aplicado \u00e0 R\u00fassia dez rondas de san\u00e7\u00f5es a uma velocidade recorde, a Uni\u00e3o Europeia (UE) usa o 11\u00ba pacote para penalizar pa\u00edses e entidades que ajudam esse pa\u00eds a obter os bens que lhe est\u00e3o vedados,", "articleBody": "A Comiss\u00e3o Europeia \u00a0detetou um aumento invulgar de exporta\u00e7\u00f5es de produtos fabricados nos pa\u00edses da UE para pa\u00edses situados na periferia da R\u00fassia ou politicamente pr\u00f3ximos do regime do Kremlin. Coincidentemente, estes produtos, que incluem pe\u00e7as de maquinaria, v\u00e1lvulas, gruas, semicondutores, produtos qu\u00edmicos e at\u00e9 aparelhos de uso di\u00e1rio, como micro-ondas, m\u00e1quinas de lavar lou\u00e7a e congeladores, s\u00e3o estritamente proibidos no com\u00e9rcio UE-R\u00fassia. Estas transac\u00f5es n\u00e3o correspondem necessidades econ\u00f3micas ou \u00e0s tend\u00eancias de aqusi\u00e7\u00e3o dos pa\u00edses compradores, o que leva os decisores pol\u00edticos a concluir que uma grande parte destas mercadorias est\u00e1 a ser reencaminhada para Moscovo e utilizada para apoiar as for\u00e7as armadas na invas\u00e3o \u00e0 Ucr\u00e2nia. Por outras palavras, est\u00e3o a colaborar num esfor\u00e7o de circunven\u00e7\u00e3o das san\u00e7\u00f5es. Assim, o 11\u00ba pacote de san\u00e7\u00f5es que ficou, sexta-feira, formalmente adotado por procedimento escrito dos Estados-membros,\u00a0 tem como principal objetivo a repress\u00e3o dessa circunven\u00e7\u00e3o. O Conselho da UE decidiu impor medidas restritivas a mais 71 pessoas e 33 entidades respons\u00e1veis por \u0022a\u00e7\u00f5es que comprometem ou amea\u00e7am a integridade territorial, a soberania e a independ\u00eancia da Ucr\u00e2nia\u0022, segundo o comunicado. As san\u00e7\u00f5es visam tr\u00eas empresas de Hong Kong (territ\u00f3rio aut\u00f3nomo da China), duas dos Emirados \u00c1rabes Unidos, duas do Uzbequist\u00e3o, uma da S\u00edria, uma da Arm\u00e9nia e uma do Ir\u00e3o. Mais do que empresas, governos v\u00e3o ser alvo \u00c9 a primeira vez que empresas sediadas na China, um dos maiores parceiros comerciais do bloco, se v\u00eaem diretamente envolvidas na dura resposta da UE \u00e0 guerra de agress\u00e3o da R\u00fassia. Mas a verdadeira novidade do \u00faltimo pacote de san\u00e7\u00f5es \u00e9 um instrumento radical que permitir\u00e1 a Bruxelas perseguir governos, e n\u00e3o apenas empresas espec\u00edficas, que sejam suspeitos de permitir a circunvem\u00e7\u00e3o. O instrumento ser\u00e1 acionado quando a circunvem\u00e7\u00e3o for considerada generalizada, sistem\u00e1tica e duradoura, ocorrendo numa s\u00e9rie de empresas, e restringir\u00e1 a venda e a transfer\u00eancia de um produto, ou grupo de produtos, para o pa\u00eds em an\u00e1lise. Na pr\u00e1tica, a ferramenta declarar\u00e1 o pa\u00eds como c\u00famplice ativo\u00a0 ou, pelo menos, como participante permissivo.\u00a0 No entanto, a ferramenta ter\u00e1 algumas condi\u00e7\u00f5es. Os funcion\u00e1rios da UE insistem que o instrumento ser\u00e1 ativado como \u0022\u00faltimo recurso\u0022 em circunst\u00e2ncias excecionais, quando outros m\u00e9todos, como a aproxima\u00e7\u00e3o diplom\u00e1tica e as restri\u00e7\u00f5es espec\u00edficas, n\u00e3o tiverem produzido resultados. A Comiss\u00e3o Europeia s\u00f3 propor\u00e1 a ativa\u00e7\u00e3o depois de ter elaborado uma an\u00e1lise exaustiva dos dados e de ter consultado o pa\u00eds suspeito. Os Estados-membros decidir\u00e3o ent\u00e3o, por unanimidade, se querem avan\u00e7ar. O mecanismo aplicar-se-\u00e1 aos produtos inclu\u00eddos na lista negra que sejam montados por empresas da UE ou no territ\u00f3rio da UE, e n\u00e3o aos fabricados noutros locais, e que possam aumentar a capacidade da R\u00fassia para travar a guerra na Ucr\u00e2nia. \u0022N\u00e3o visamos fornecedores alternativos\u0022, disse um alto funcion\u00e1rio da UE, falando sob condi\u00e7\u00e3o de anonimato. \u0022H\u00e1 sempre uma liga\u00e7\u00e3o \u00e0 UE\u0022. Uma vez ativado, o instrumento anti-evas\u00e3o estar\u00e1 sob constante revis\u00e3o e ser\u00e1 desligado se o pa\u00eds penalizado der garantias suficientemente convincentes de que a circunven\u00e7\u00e3o ser\u00e1 definitivamente eliminada. Dadas as condi\u00e7\u00f5es rigorosas de ativa\u00e7\u00e3o e os riscos diplom\u00e1ticos de acusar publicamente outra na\u00e7\u00e3o de facilitar a evas\u00e3o, \u00e9 pouco prov\u00e1vel que o novo instrumento seja acionado com frequ\u00eancia e regularidade. Em vez disso, sugerem funcion\u00e1rios e diplomatas, o mecanismo ser\u00e1 utilizado como uma estrat\u00e9gia de \u0022pau e cenoura\u0022 por David O'Sullivan, o enviado especial para as san\u00e7\u00f5es da UE, para persuadir os pa\u00edses a respeitarem os regulamentos do bloco. Nos \u00faltimos meses, O'Sullivan deslocou-se aos Emirados \u00c1rabes Unidos, Turquia, Quirguizist\u00e3o, Cazaquist\u00e3o, Uzbequist\u00e3o, S\u00e9rvia e Arm\u00e9nia, estando a Ge\u00f3rgia prevista para a pr\u00f3xima visita. ", "dateCreated": "2023-06-23T12:02:19+02:00", "dateModified": "2023-06-23T15:24:30+02:00", "datePublished": "2023-06-23T15:22:01+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F70%2F24%2F02%2F1440x810_cmsv2_d3b519d1-09bd-5564-a757-4f807819777e-7702402.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O presidente chin\u00eas (esq) tem dado uma ajuda importante \u00e0 R\u00fassia a n\u00edvel comercial", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F70%2F24%2F02%2F432x243_cmsv2_d3b519d1-09bd-5564-a757-4f807819777e-7702402.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Liboreiro", "givenName": "Jorge", "name": "Jorge Liboreiro", "url": "/perfis/1858", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@JorgeLiboreiro", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Decifrar a Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Como vai a UE penalizar aqueles que ajudam a Rússia a fugir às sanções?

O presidente chinês (esq) tem dado uma ajuda importante à Rússia a nível comercial
O presidente chinês (esq) tem dado uma ajuda importante à Rússia a nível comercial Direitos de autor Pavel Byrkin/Sputnik
Direitos de autor Pavel Byrkin/Sputnik
De Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva (Trad.)
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Depois de ter aplicado à Rússia dez rondas de sanções a uma velocidade recorde, a União Europeia (UE) usa o 11º pacote para penalizar países e entidades que ajudam esse país a obter os bens que lhe estão vedados,

PUBLICIDADE

A Comissão Europeia detetou um aumento invulgar de exportações de produtos fabricados nos países da UE para países situados na periferia da Rússia ou politicamente próximos do regime do Kremlin.

Coincidentemente, estes produtos, que incluem peças de maquinaria, válvulas, gruas, semicondutores, produtos químicos e até aparelhos de uso diário, como micro-ondas, máquinas de lavar louça e congeladores, são estritamente proibidos no comércio UE-Rússia.

Estas transacões não correspondem necessidades económicas ou às tendências de aqusição dos países compradores, o que leva os decisores políticos a concluir que uma grande parte destas mercadorias está a ser reencaminhada para Moscovo e utilizada para apoiar as forças armadas na invasão à Ucrânia.

Por outras palavras, estão a colaborar num esforço de circunvenção das sanções. Assim, o 11º pacote de sanções que ficou, sexta-feira, formalmente adotado por procedimento escrito dos Estados-membros, tem como principal objetivo a repressão dessa circunvenção.

O Conselho da UE decidiu impor medidas restritivas a mais 71 pessoas e 33 entidades responsáveis por "ações que comprometem ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia", segundo o comunicado.

As sanções visam três empresas de Hong Kong (território autónomo da China), duas dos Emirados Árabes Unidos, duas do Uzbequistão, uma da Síria, uma da Arménia e uma do Irão.

Mais do que empresas, governos vão ser alvo

É a primeira vez que empresas sediadas na China, um dos maiores parceiros comerciais do bloco, se vêem diretamente envolvidas na dura resposta da UE à guerra de agressão da Rússia.

Mas a verdadeira novidade do último pacote de sanções é um instrumento radical que permitirá a Bruxelas perseguir governos, e não apenas empresas específicas, que sejam suspeitos de permitir a circunvemção.

O instrumento será acionado quando a circunvemção for considerada generalizada, sistemática e duradoura, ocorrendo numa série de empresas, e restringirá a venda e a transferência de um produto, ou grupo de produtos, para o país em análise.

Na prática, a ferramenta declarará o país como cúmplice ativo  ou, pelo menos, como participante permissivo. No entanto, a ferramenta terá algumas condições.

Os funcionários da UE insistem que o instrumento será ativado como "último recurso" em circunstâncias excecionais, quando outros métodos, como a aproximação diplomática e as restrições específicas, não tiverem produzido resultados.

A Comissão Europeia só proporá a ativação depois de ter elaborado uma análise exaustiva dos dados e de ter consultado o país suspeito. Os Estados-membros decidirão então, por unanimidade, se querem avançar.

O mecanismo aplicar-se-á aos produtos incluídos na lista negra que sejam montados por empresas da UE ou no território da UE, e não aos fabricados noutros locais, e que possam aumentar a capacidade da Rússia para travar a guerra na Ucrânia.

"Não visamos fornecedores alternativos", disse um alto funcionário da UE, falando sob condição de anonimato. "Há sempre uma ligação à UE".

Uma vez ativado, o instrumento anti-evasão estará sob constante revisão e será desligado se o país penalizado der garantias suficientemente convincentes de que a circunvenção será definitivamente eliminada.

Dadas as condições rigorosas de ativação e os riscos diplomáticos de acusar publicamente outra nação de facilitar a evasão, é pouco provável que o novo instrumento seja acionado com frequência e regularidade.

Em vez disso, sugerem funcionários e diplomatas, o mecanismo será utilizado como uma estratégia de "pau e cenoura" por David O'Sullivan, o enviado especial para as sanções da UE, para persuadir os países a respeitarem os regulamentos do bloco.

Nos últimos meses, O'Sullivan deslocou-se aos Emirados Árabes Unidos, Turquia, Quirguizistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Sérvia e Arménia, estando a Geórgia prevista para a próxima visita.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Estónia proíbe veículos com matrículas russas de entrar no país

Países recuam na reexportação para a Rússia de bens sancionados

A dificuldade de aplicar sanções aos diamantes russos