{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/06/14/asilo-apoio-de-100-milhoes-de-euros-nao-impede-ue-de-criticar-tunisia" }, "headline": "Asilo: Apoio de 100 milh\u00f5es de euros n\u00e3o impede UE de criticar Tun\u00edsia", "description": "A Uni\u00e3o Europeia (UE) \u0022precisa de trabalhar\u0022 com a Tun\u00edsia para conter o fluxo de chegadas irregulares de migrantes, mas continuar\u00e1 a criticar o governo quando necess\u00e1rio, disse a Comiss\u00e1ria Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, em entrevista exclusiva \u00e0 euronews.", "articleBody": "A Uni\u00e3o Europeia anunciou, no domingo, que ir\u00e1 conceder 100 milh\u00f5es de euros \u00e0 Tun\u00edsia, este ano, para a gest\u00e3o das fronteiras, busca e salvamento, luta contra o contrabando de pessoas e regresso e que est\u00e1 disposta a conceder mais mil milh\u00f5es de euros de assist\u00eancia macrofinanceira, se o pa\u00eds avan\u00e7ar com algumas reformas. O an\u00fancio, feito durante uma visita \u00e0 Tun\u00edsia da presidente da Comiss\u00e3o Europeia,\u00a0 Ursula von der Leyen, da primeira-ministra, italiana Giorgia Meloni, e do primeiro-ministro neerland\u00eas, Mark Rutte, foi criticado como \u0022chantagem\u0022 pelo F\u00f3rum Tunisino para os Direitos Econ\u00f3micos e Sociais, uma organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o-governamental (ONG) local. O Presidente tunisino, Kais Saied, \u00e9 acusado de autoritarismo e de levar a cabo um retrocesso democr\u00e1tico, que agravou ainda mais uma situa\u00e7\u00e3o financeira dif\u00edcil, que obrigou o pa\u00eds a pedir ajuda ao Fundo Monet\u00e1rio Internacional.\u00a0Foi tamb\u00e9m criticado por fomentar o sentimento racista e a viol\u00eancia anti-imigra\u00e7\u00e3o. A euronewes perguntou \u00e0 comiss\u00e1ria para os Assuntos Internos, Ylva Commission, se a UE pode confiar nas autoridades tunisinas para respeitar os direitos humanos dos migrantes e requerentes de asilo.\u00a0 \u0022N\u00e3o \u00e9 preto ou branco\u0022, disse.\u00a0\u0022H\u00e1 pontos que temos criticado e que, provavelmente, continuaremos a criticar, n\u00e3o s\u00f3 na Tun\u00edsia, mas tamb\u00e9m noutros pa\u00edses parceiros. Mas, ao mesmo tempo, temos de trabalhar com eles\u0022, acrescentou Johansson. O acordo de 100 milh\u00f5es de euros com Tunes \u00e9 \u0022um bom exemplo de uma abordagem global da migra\u00e7\u00e3o\u0022. \u0022Vamos trabalhar em conjunto para combater os traficantes, proteger as fronteiras, garantir que aqueles que est\u00e3o na Tun\u00edsia e que gostariam de sair e regressar aos seus pa\u00edses de origem o possam fazer voluntariamente, com apoio \u00e0 reintegra\u00e7\u00e3o\u0022, disse \u00e0 euronews. \u0022A nossa pol\u00edtica de migra\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 a funcionar\u0022 No ano ado, foram detectadas cerca de 330 mil agens irregulares nas fronteiras externas da UE, o que representa um aumento de 64% em rela\u00e7\u00e3o ao ano anterior e o valor mais elevado desde 2016. O n\u00famero de pedidos de asilo apresentados na UE foi tamb\u00e9m o mais elevado desde 2016, com 962 mil. O aumento dos n\u00fameros deu o impulso necess\u00e1rio para que os Estados-Membros, ap\u00f3s sete anos de discuss\u00f5es prolongadas, chegassem finalmente a um acordo na semana ada para reformular a pol\u00edtica de migra\u00e7\u00e3o e asilo da UE. O acordo, que foi aprovado por maioria qualificada e que ainda tem de ser negociado com o Parlamento Europeu, diz respeito a dois pilares principais do chamado Novo Pacto sobre Migra\u00e7\u00e3o e Asilo: um sistema de solidariedade obrigat\u00f3rio para gerir a chegada de requerentes de asilo e um quadro comum para simplificar os procedimentos nas fronteiras. Apenas dois Estados-membros - a Hungria e a Pol\u00f3nia - se opam ao acordo, que prev\u00ea que os pa\u00edses escolham aceitar um determinado n\u00famero de requerentes de asilo recolocados ou financiar o apoio operacional. Mas Johansson insistiu que \u0022todos os Estados-membros t\u00eam de cumprir o regulamento\u0022 e disse que o executivo da UE ir\u00e1 tamb\u00e9m \u0022criar um grupo de trabalho especial de implementa\u00e7\u00e3o\u0022 para garantir que o regulamento \u00e9 correctamente aplicado. \u0022E, claro, \u00e9 papel da Comiss\u00e3o garantir que todos os Estados-membros cumprem a legisla\u00e7\u00e3o da UE\u0022, acrescentou. A comiss\u00e1ria afirmou, ainda, que est\u00e1 \u0022extremamente optimista\u0022 quanto \u00e0 possibilidade de os co-legisladores conclu\u00edrem as negocia\u00e7\u00f5es e aprovarem o regulamento antes do final do mandato da Comiss\u00e3o, em meados de 2024. A entrevista com a Euronews foi concedida poucas horas depois de dezenas de migrantes terem sido dados como mortos ap\u00f3s o seu pequeno barco de pesca, com cerca de 400 pessoas a bordo, se ter virado e afundado ao largo da costa sul da Gr\u00e9cia. \u0022Penso que este \u00e9 um sinal de que a nossa pol\u00edtica de migra\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 a funcionar bem atualmente\u0022, afirmou Johansson. O novo pacto ajudar\u00e1 a quebrar o modelo de neg\u00f3cio dos traficantes de migrantes\u0022 e tamb\u00e9m \u0022ajudar\u00e1 a criar vias legais e a receber de forma humana aqueles que pedem asilo\u0022, referiu ainda a comiss\u00e1ria. ", "dateCreated": "2023-06-14T10:13:31+02:00", "dateModified": "2023-06-14T19:04:12+02:00", "datePublished": "2023-06-14T18:59:32+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F67%2F57%2F62%2F1440x810_cmsv2_172f176a-4e33-57bf-a333-2cc90aa06189-7675762.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Ylva Johansson, comiss\u00e1ria europeia para os Assuntos Internos e principal resposn\u00e1vel pela pol\u00edtica de asilo e migra\u00e7\u00e3o", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F67%2F57%2F62%2F432x243_cmsv2_172f176a-4e33-57bf-a333-2cc90aa06189-7675762.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Genovese", "givenName": "Vincenzo", "name": "Vincenzo Genovese", "url": "/perfis/2428", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Asilo: Apoio de 100 milhões de euros não impede UE de criticar Tunísia

Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos e principal resposnável pela política de asilo e migração
Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos e principal resposnável pela política de asilo e migração Direitos de autor AP Photo/Virginia Mayo
Direitos de autor AP Photo/Virginia Mayo
De Vincenzo Genovese & Isabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A União Europeia (UE) "precisa de trabalhar" com a Tunísia para conter o fluxo de chegadas irregulares de migrantes, mas continuará a criticar o governo quando necessário, disse a Comissária Europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, em entrevista exclusiva à euronews.

PUBLICIDADE

A União Europeia anunciou, no domingo, que irá conceder 100 milhões de euros à Tunísia, este ano, para a gestão das fronteiras, busca e salvamento, luta contra o contrabando de pessoas e regresso e que está disposta a conceder mais mil milhões de euros de assistência macrofinanceira, se o país avançar com algumas reformas.

O anúncio, feito durante uma visita à Tunísia da presidente da Comissão Europeia,  Ursula von der Leyen, da primeira-ministra, italiana Giorgia Meloni, e do primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, foi criticado como "chantagem" pelo Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais, uma organização não-governamental (ONG) local.

O Presidente tunisino, Kais Saied, é acusado de autoritarismo e de levar a cabo um retrocesso democrático, que agravou ainda mais uma situação financeira difícil, que obrigou o país a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional. Foi também criticado por fomentar o sentimento racista e a violência anti-imigração.

Vamos trabalhar em conjunto para combater os traficantes, proteger as fronteiras, garantir que aqueles que estão na Tunísia e que gostariam de sair e regressar aos seus países de origem o possam fazer voluntariamente, com apoio à reintegração.
Ylva Johansson
Comissária Europeia para os Assuntos Internos

A euronewes perguntou à comissária para os Assuntos Internos, Ylva Commission, se a UE pode confiar nas autoridades tunisinas para respeitar os direitos humanos dos migrantes e requerentes de asilo. 

"Não é preto ou branco", disse. "Há pontos que temos criticado e que, provavelmente, continuaremos a criticar, não só na Tunísia, mas também noutros países parceiros. Mas, ao mesmo tempo, temos de trabalhar com eles", acrescentou Johansson.

O acordo de 100 milhões de euros com Tunes é "um bom exemplo de uma abordagem global da migração".

"Vamos trabalhar em conjunto para combater os traficantes, proteger as fronteiras, garantir que aqueles que estão na Tunísia e que gostariam de sair e regressar aos seus países de origem o possam fazer voluntariamente, com apoio à reintegração", disse à euronews.

Thanassis Stavrakis/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
Sobreviventes de um naufrágico ao largo da Grécia, a 14 de junho, alojados num armazémThanassis Stavrakis/Copyright 2023 The AP. All rights reserved

"A nossa política de migração não está a funcionar"

No ano ado, foram detectadas cerca de 330 mil agens irregulares nas fronteiras externas da UE, o que representa um aumento de 64% em relação ao ano anterior e o valor mais elevado desde 2016.

O número de pedidos de asilo apresentados na UE foi também o mais elevado desde 2016, com 962 mil.

O aumento dos números deu o impulso necessário para que os Estados-Membros, após sete anos de discussões prolongadas, chegassem finalmente a um acordo na semana ada para reformular a política de migração e asilo da UE.

O acordo, que foi aprovado por maioria qualificada e que ainda tem de ser negociado com o Parlamento Europeu, diz respeito a dois pilares principais do chamado Novo Pacto sobre Migração e Asilo: um sistema de solidariedade obrigatório para gerir a chegada de requerentes de asilo e um quadro comum para simplificar os procedimentos nas fronteiras.

Apenas dois Estados-membros - a Hungria e a Polónia - se opam ao acordo, que prevê que os países escolham aceitar um determinado número de requerentes de asilo recolocados ou financiar o apoio operacional.

Mas Johansson insistiu que "todos os Estados-membros têm de cumprir o regulamento" e disse que o executivo da UE irá também "criar um grupo de trabalho especial de implementação" para garantir que o regulamento é correctamente aplicado.

"E, claro, é papel da Comissão garantir que todos os Estados-membros cumprem a legislação da UE", acrescentou.

A comissária afirmou, ainda, que está "extremamente optimista" quanto à possibilidade de os co-legisladores concluírem as negociações e aprovarem o regulamento antes do final do mandato da Comissão, em meados de 2024.

A entrevista com a Euronews foi concedida poucas horas depois de dezenas de migrantes terem sido dados como mortos após o seu pequeno barco de pesca, com cerca de 400 pessoas a bordo, se ter virado e afundado ao largo da costa sul da Grécia.

"Penso que este é um sinal de que a nossa política de migração não está a funcionar bem atualmente", afirmou Johansson.

O novo pacto ajudará a quebrar o modelo de negócio dos traficantes de migrantes" e também "ajudará a criar vias legais e a receber de forma humana aqueles que pedem asilo", referiu ainda a comissária.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Balanço das promessas feitas no último discurso sobre o Estado da UE

Hungria e Polónia atacam acordo sobre solidariedade na migração

Novo acordo para gestão dos pedidos de asilo na UE