{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/02/22/como-criar-um-tribunal-especial-para-julgar-o-crime-de-agressao-da-russia" }, "headline": "Como criar um tribunal especial para julgar o crime de agress\u00e3o da R\u00fassia?", "description": "A tarefa poder\u00e1 caber \u00e0 ONU, mas ao n\u00edvel dos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral, explicou, \u00e0 euronews, Vaios Koutroulis, professor de Direito Internacional P\u00fablico, na Universidade Livre de Bruxelas.", "articleBody": "O presidente da R\u00fassia, Vladimir Putin, e as suas c\u00fapulas pol\u00edtica e militar deveriam ser julgados pelo crime de agress\u00e3o contra a Ucr\u00e2nia, defendem a\u00a0Comiss\u00e3o e o Parlamento da Uni\u00e3o Europeia (UE), propondo a cria\u00e7\u00e3o de um tribunal especial, como aconteceu ap\u00f3s a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha e os Estados Unidos s\u00e3o alguns dos pa\u00edses que promovem a ideia.\u00a0Mas a R\u00fassia vetaria qualquer resolu\u00e7\u00e3o nesse sentido apresentada ao Conselho de Seguran\u00e7a da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU). A tarefa poder\u00e1 caber \u00e0 ONU, mas ao n\u00edvel dos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral, explicou Vaios Koutroulis, professor de Direito Internacional P\u00fablico na Universidade Livre de Bruxelas,\u00a0\u00e0 Euronews. \u0022As resolu\u00e7\u00f5es votadas pela Assembleia-Geral da ONU n\u00e3o s\u00e3o vinculativas. Portanto, tal resolu\u00e7\u00e3o ofereceria mais legitimidade a um tribunal, isso \u00e9 certo\u0022, disse Koutroulis. \u0022Mas depende, claro, da maioria de votos porque quanto mais ampla for a maioria, mais legitimidade ter\u00e1 o tribunal. Mesmo assim n\u00e3o significa que a R\u00fassia ter\u00e1 de cooperar com o tribunal. Portanto, \u00e9 realmente mais uma quest\u00e3o pol\u00edtica do que uma quest\u00e3o jur\u00eddica\u0022, acrescentou o professor. A Comiss\u00e3o Europeia anunciou, na semana ada, a cria\u00e7\u00e3o de um centro espec\u00edfico para recolher as provas do crime de agress\u00e3o, com peritos dedicados a esta tarefa, a partir de julho em Haia, nos Pa\u00edses Baixos.\u00a0 Questionado sobre a forma como poderiam ser obtidas essas provas, Vaios Koutroulis tem algumas d\u00favidas:\u00a0\u0022N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que esta opera\u00e7\u00e3o militar viola a Carta das Na\u00e7\u00f5es Unidas. A dificuldade aqui \u00e9 que n\u00e3o temos realmente precedentes recentes de recolha de provas para o crime de agress\u00e3o. Ser\u00e1 interessante ver como o centro lida com isto\u0022. Qual o papel para o TPI? O Tribunal Penal Internacional (TPI), sedeado nos Pa\u00edses Baixos, j\u00e1 est\u00e1 a investigar alega\u00e7\u00f5es de crimes de guerra e genoc\u00eddio na Ucr\u00e2nia. A R\u00fassia n\u00e3o reconhece a autoridade do TPI, aceite por 123 pa\u00edses, incluindo os 27 da UE. Os\u00a0EUA tamb\u00e9m n\u00e3o fazem parte, mas querem ajudar este tribunal, segundo\u00a0Beth Van Schaack, Embaixadora dos EUA para a Justi\u00e7a Penal Global. \u0022Os EUA n\u00e3o s\u00e3o membros do Estatuto de Roma, que criou o TPI, mas h\u00e1 muitas formas de apoiar, e t\u00eamo-lo feito, o trabalho do tribunal. Isto inclui, naturalmente, todo um leque de apoio diplom\u00e1tico. Tamb\u00e9m podemos ajudar na captura e transfer\u00eancia de suspeitos\u0022, disse a diplomata em entrevista \u00e0 Euronews. Relativamente \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de um tribunal especial para processar a lideran\u00e7a russa, Beth Van Schaack diz que h\u00e1 v\u00e1rias op\u00e7\u00f5es al\u00e9m da ONU. \u0022A Ucr\u00e2nia poderia celebrar um tratado com, por exemplo, o Conselho da Europa, ou mesmo com a Uni\u00e3o Europeia, potencialmente para criar um organismo mais regional. A Ucr\u00e2nia poderia, tamb\u00e9m, criar um tribunal interno, no seu pr\u00f3prio sistema, mas depois permitir que procuradores, ju\u00edzes e outros peritos internacionais ocuem v\u00e1rios cargos. Temos visto este modelo h\u00edbrido em todo o mundo\u0022, detalhou a embaixadora. O Procurador-Geral da Ucr\u00e2nia, Andriy Kostin, disse, no in\u00edcio do m\u00eas, que as autoridades registaram mais de 65 mil crimes de guerra desde a invas\u00e3o h\u00e1 um ano, tais como execu\u00e7\u00f5es e viol\u00eancia sexual. ", "dateCreated": "2023-02-22T11:25:59+01:00", "dateModified": "2023-02-22T17:20:56+01:00", "datePublished": "2023-02-22T15:56:29+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F41%2F99%2F42%2F1440x810_cmsv2_276d6a72-418e-5773-ad6b-916e27c0eaf8-7419942.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Volunt\u00e1rios recolhem cad\u00e1vares de civis, mortos em Bucha, para serem levados para uma morgue para investiga\u00e7\u00e3o", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F41%2F99%2F42%2F432x243_cmsv2_276d6a72-418e-5773-ad6b-916e27c0eaf8-7419942.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Marques da Silva", "givenName": "Isabel", "name": "Isabel Marques da Silva", "url": "/perfis/544", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Como criar um tribunal especial para julgar o crime de agressão da Rússia?

Voluntários recolhem cadávares de civis, mortos em Bucha, para serem levados para uma morgue para investigação
Voluntários recolhem cadávares de civis, mortos em Bucha, para serem levados para uma morgue para investigação Direitos de autor Rodrigo Abd/AP
Direitos de autor Rodrigo Abd/AP
De Isabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A tarefa poderá caber à ONU, mas ao nível dos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral, explicou, à euronews, Vaios Koutroulis, professor de Direito Internacional Público, na Universidade Livre de Bruxelas.

PUBLICIDADE

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e as suas cúpulas política e militar deveriam ser julgados pelo crime de agressão contra a Ucrânia, defendem a Comissão e o Parlamento da União Europeia (UE), propondo a criação de um tribunal especial, como aconteceu após a Segunda Guerra Mundial.

A Alemanha e os Estados Unidos são alguns dos países que promovem a ideia. Mas a Rússia vetaria qualquer resolução nesse sentido apresentada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A tarefa poderá caber à ONU, mas ao nível dos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral, explicou Vaios Koutroulis, professor de Direito Internacional Público na Universidade Livre de Bruxelas, à Euronews.

"As resoluções votadas pela Assembleia-Geral da ONU não são vinculativas. Portanto, tal resolução ofereceria mais legitimidade a um tribunal, isso é certo", disse Koutroulis.

"Mas depende, claro, da maioria de votos porque quanto mais ampla for a maioria, mais legitimidade terá o tribunal. Mesmo assim não significa que a Rússia terá de cooperar com o tribunal. Portanto, é realmente mais uma questão política do que uma questão jurídica", acrescentou o professor.

A Comissão Europeia anunciou, na semana ada, a criação de um centro específico para recolher as provas do crime de agressão, com peritos dedicados a esta tarefa, a partir de julho em Haia, nos Países Baixos. 

Questionado sobre a forma como poderiam ser obtidas essas provas, Vaios Koutroulis tem algumas dúvidas: "Não há dúvida de que esta operação militar viola a Carta das Nações Unidas. A dificuldade aqui é que não temos realmente precedentes recentes de recolha de provas para o crime de agressão. Será interessante ver como o centro lida com isto".

Qual o papel para o TPI?

O Tribunal Penal Internacional (TPI), sedeado nos Países Baixos, já está a investigar alegações de crimes de guerra e genocídio na Ucrânia.

A Rússia não reconhece a autoridade do TPI, aceite por 123 países, incluindo os 27 da UE. Os EUA também não fazem parte, mas querem ajudar este tribunal, segundo Beth Van Schaack, Embaixadora dos EUA para a Justiça Penal Global.

A Ucrânia poderia celebrar um tratado com, por exemplo, o Conselho da Europa, ou mesmo a União Europeia, potencialmente para criar um organismo mais regional.
Beth Van Schaack
Embaixadora dos EUA para a Justiça Penal Global

"Os EUA não são membros do Estatuto de Roma, que criou o TPI, mas há muitas formas de apoiar, e têmo-lo feito, o trabalho do tribunal. Isto inclui, naturalmente, todo um leque de apoio diplomático. Também podemos ajudar na captura e transferência de suspeitos", disse a diplomata em entrevista à Euronews.

Relativamente à criação de um tribunal especial para processar a liderança russa, Beth Van Schaack diz que há várias opções além da ONU.

"A Ucrânia poderia celebrar um tratado com, por exemplo, o Conselho da Europa, ou mesmo com a União Europeia, potencialmente para criar um organismo mais regional. A Ucrânia poderia, também, criar um tribunal interno, no seu próprio sistema, mas depois permitir que procuradores, juízes e outros peritos internacionais ocuem vários cargos. Temos visto este modelo híbrido em todo o mundo", detalhou a embaixadora.

O Procurador-Geral da Ucrânia, Andriy Kostin, disse, no início do mês, que as autoridades registaram mais de 65 mil crimes de guerra desde a invasão há um ano, tais como execuções e violência sexual.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Uso da palavra "genocídio" alimenta debate no Ocidente

Biden acusa Rússia de "genocídio"

Maioria dos membros da NATO apoia exigência de Trump de aumentar a despesa com a defesa, diz Rutte