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Quem está a dar apoio militar à Ucrânia em plena crise com a Rússia?

Quem está a dar apoio militar à Ucrânia em plena crise com a Rússia?
Direitos de autor SERGEI SUPINSKY/AFP or licensors
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De Alberto De Filippis
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Kiev pediu ajuda de parceiros internacionais para fazer frente ao reforço da presença militar russa junto à fronteira com o país

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Pressionada pela ameaça do reforço da presença militar da Rússia junto à fronteira e pelo risco crescente de invasão, a Ucrânia pediu ajuda militar e defensiva à União Europeia (UE).

No entanto, a questão do envio de armas para a Ucrânia continua a gerar polémica. A Alemanha tem sido um dos Estados-membros que se tem manifestado de forma mais ruidosa contra o fornecimento de armas a Kiev, mas não está só. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, também verbalizou preocupações.

"Acho que é realmente errado dizer às pessoas que a superioridade militar russa sobre a Ucrânia pode ser equilibrada pelo envio de armas", referiu Jean Asselborn.

Já o autarca de Kiev, Vitaly Klitschko, expressou deceção com a adesão da Alemanha à proibição de fornecimento de armas: "Esta é a não assistência e uma traição de amigos numa situação dramática em que o nosso país é ameaçado por tropas russas em várias fronteiras", escreveu Klitschko num artigo publicado pelo jornal alemão "Bild".

Por outro lado, há países como a **Polónia **ou a **Chéquia **bem como os Estados Bálticos que estão dispostos a enviar armas para a Ucrânia:

Polónia

A 1 de fevereiro, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, ofereceu oficialmente à Ucrânia “dezenas de milhares de balas e de munição de artilharia, mísseis superfície-ar portáteis, morteiros leves (...) e outros tipos de armas defensivas”, sem divulgar detalhes sobre termos e condições.

Perguntamos a Yago Rodriguez, analista político e diretor do portal de informação The Political Room, de que forma é que a Varsóvia está disposta a ajudar a Ucrânia.

"Acredita-se que Varsóvia já enviou drones kamikaze. Trata-se de um sistema de armas em que a munição é um drone que sobrevoa uma área, aguardando o alvo e atacando apenas quando esse alvo é localizado. A fase de sobrevoo permite a seleção de alvos a ser atingidos. Acredita-se também que Varsóvia tenha enviado mísseis antiaéreos GROM portáteis. São sistemas de armas guiados por calor que permitem que uma aeronave seja atingida até três quilómetros de distância. Estas armas são usadas principalmente contra tanques para retardar um possível ataque no solo. Os mísseis, por outro lado, seriam usados ​​para limitar a superioridade aérea estratégica total da Rússia no momento. Drones suicidas também podem atacar posições de artilharia russas”, sublinhouYago Rodriguez.

Chéquia

A 26 de janeiro, o governo checo aprovou a decisão de fornecer à Ucrânia artilharia. A transferência de 4006 projéteis armazenados de 152 milímetros, com um valor total de 1,7 milhões de dólares, sem custos para a Ucrânia foi aprovada após um pedido do Ministério da Defesa checo.

Estados Bálticos

A Letónia e a Lituâniasão dois países prontos a fornecer mísseis terra-ar Stinger e equipamentos relacionados. Já a Estónia gostaria de doar uma quantidade não especificada de mísseis antitanque Javelin.

Mas o governo alemão está a considerar uma autorização solicitada pela Estónia para entregar essas armas à Ucrânia. Mas por que é que Berlim está a interferir nos negócios de outros países?

Tanques da antiga República Democrática Alemanha foram primeiro vendidos à Finlândia em condições especiais e mais tarde entregues à Estónia. Uma das condições era que Berlim pudesse vetar o destino final das armas.

Alemanha

Berlim enviou recentemente 5 mil capacetes para a Ucrânia. O analista Yago Rodriguez explicou o significado: “Ajuda não letal: é um ato político. A ajuda económica da Alemanha e da União Europeia foi substancial, mas mostra uma opção política. Não querer enviar armas não significa escolher a paz. Significa não estar disposto a apoiar a Ucrânia a qualquer custo. O chanceler alemão Olaf Scholz, no entanto, lembrou que Berlim ofereceu mais de dois mil milhões de euros em poucos anos a Kiev em ajuda económica.

Espanha, Países Baixos, Dinamarca

Espanha mobilizou algumas fragatas e alguns caças que foram enviados para o Mar Negro. Os Países Baixos e a Dinamarca deslocaram alguns contingentes de tropas, mas fizeram-no em outros países da NATO, não em território ucraniano ou em defesa do mesmo. A intenção é dissuadir a Rússia de possíveis ataques.

De acordo com Yago Rodriguez “também é impensável que a UE possa ajudar militarmente a Ucrânia a defender sua fronteira. Nos tratados da UE, o bloco só pode intervir para defender outro Estado-membro”.

Essa leitura é confirmada pela análise de outro especialista entrevistado pela Euronews. Oleksandr Sushko, diretor-executivo da Fundação Internacional Renascença, em Kiev, disse à Euronews: "Não acredito em uma ocupação total da Ucrânia. A população é contra e Moscovo não tem recursos suficientes. O que Moscovo pode tentar fazer é criar um sistema bósnio, um estado disfuncional e uma istração dividida ineficiente, com algumas partes controladas pela Rússia. Um estado não funcional”.

Ucrânia, um antigo "paraíso das armas"

Mas será que a Ucrânia realmente precisa de armas para se defender? O país era, até há poucos anos atrás, um dos maiores exportadores de armas do mundo. Quando fazia parte da URSS, a Ucrânia produzia 30% do armamento soviético.

Em termos de números, chegou a empregar um milhão de trabalhadores em mais de 750 fábricas espalhadas pelo país. Quando a União Soviética entrou em colapso, essas armas desapareceram no mercado negro e foram revendidas em países africanos.

Em 2012, Kiev foi o 4º maior exportador de armas do mundo. Entre os melhores clientes estavam o Paquistão, China e Rússia razão pela qual, naqueles anos, a maioria dos ucranianos disse “não” à adesão à NATO.

Um dos problemas foi que Kiev produziu peças suplentes de sistemas de armas, mas não tinha uma indústria capaz de criar uma arma completa. Outro problema importante foi a corrupção. Em 2010, todas as empresas ucranianas se fundiram em um conglomerado chamado Ukroboronprom que, em apenas dez anos, destruiu a produção nacional devido à corrupção. Em 2014, a Ucrânia tinha, oficialmente, cerca de 168 mil militares, dos quais apenas 6 mil tinham treino militar. O resto fazia parte de uma istração gigantesca e inútil.

Tal como contou o jornalista Carlos Gonzalez no documentário "Ucrânia, a guerra esquecida", quando os territórios do leste do país se dividiram, formaram-se grupos de voluntários ucranianos.

Alguns deles eram de extrema-direita. Também havia grupos paramilitares formados por muçulmanos ucranianos. Mas como é que essa guerra foi financiada? Através de financiamento coletivo. Surgiram organizações como "Come back alive", que conseguiram encontrar dinheiro para comprar armas para os voluntários, também graças à ajuda económica da diáspora ucraniana em todo o mundo.

Como em em que condições é que os EUA ajudaram a Ucrânia?

Uma das condições que Washington estabeleceu para enviar armas para a Ucrânia foi que todos os voluntários deveriam estar no exército regular. Os grupos paramilitares foram então incorporados nas tropas regulares. O exército ucraniano acabou por aumentar, segundo cálculos do Ministério do Interior ucraniano, para 250 mil efetivos.

Os EUA forneceram 2,5 mil milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde 2014. Essa ajuda inclui veículos e radares anti-artilharia. A NATO também enviou instrutores militares para treinar tropas ucranianas.

Mas tudo isto tem, acima de tudo, um caráter dissuasor. A Ucrânia, por exemplo, obteve mísseis antitanque Javelin dos EUA. Trata-se de um sistema de lançador de rockets portátil. Uma arma que seria muito útil numa batalha.

O contrato de fornecimento, no entanto, proíbe o uso desses lançadores de rockets em combate.

A oferta é mais um exemplo de tentativa de dissuasão. O Ocidente não quer guerra. A Europa, que depende da Rússia para o fornecimento de gás, não quer a guerra. Moscovo não quer a Ucrânia na NATO nem como parte da União Europeia. Ninguém parece querer um conflito e, no entanto, nunca, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o continente europeu pareceu tão próximo de um.

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