{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2022/01/04/europa-dividida-sobre-rotulagem-verde-do-nuclear-e-gas-por-bruxelas" }, "headline": "Europa dividida sobre rotulagem \u0022verde\u0022 do nuclear e g\u00e1s por Bruxelas", "description": "Classifica\u00e7\u00e3o proposta pelo executivo comunit\u00e1ria est\u00e1 longe de gerar consenso e amea\u00e7a provocar debates intensos no curto prazo", "articleBody": "A primeira batalha europeia de 2022 tem um nome: taxonomia. A proposta da Comiss\u00e3o Europeia, de classificar como sustent\u00e1veis os investimentos em centrais nucleares ou a g\u00e1s para produzir eletricidade, e de inclu\u00ed-los na chamada taxonomia \u0022verde\u0022, gerou pol\u00e9mica, entre os Estados-membros e n\u00e3o s\u00f3. Apesar de Bruxelas falar numa classifica\u00e7\u00e3o \u0022realista\u0022 e \u0022pragm\u00e1tica\u0022, mediante condi\u00e7\u00f5es \u0022claras\u0022 e \u0022rigorosas\u0022, os ativistas clim\u00e1ticos dizem que o texto provis\u00f3rio - enviado aos 27 no \u00faltimo dia de 2021 pouco antes das 24:00 - d\u00e1 um sinal errado ao mercado. Alegam que faz parecer que o nuclear (respons\u00e1vel pela produ\u00e7\u00e3o de lixo radioativo) \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e que o g\u00e1s pode ser uma energia de transi\u00e7\u00e3o. \u0022O nuclear \u00e9 mais do que lixo t\u00f3xico e o fato de n\u00e3o termos uma solu\u00e7\u00e3o para armazen\u00e1-lo [\u00e9 um problema]\u0022, referiu, em entrevista \u00e0 Euronews, Magda Stoczkiewicz, da Greenpeace. A taxonomia \u0022verde\u0022 - que se traduz num sistema europeu de classifica\u00e7\u00e3o das atividades econ\u00f3micas sustent\u00e1veis que contribuam para a redu\u00e7\u00e3o de gases com efeito de estufa - pretende, na pr\u00e1tica, ajudar os investidores a perceber at\u00e9 que ponto uma atividade econ\u00f3mica \u00e9 ambientalmente aceit\u00e1vel. Mas gera divis\u00f5es fortes entre os 27 e promete alimentar debates acalorados no futuro pr\u00f3ximo. Fran\u00e7a e a Pol\u00f3nia, a favor do nuclear, defendem a proposta apresentada de Bruxelas. Por outro lado, \u00c1ustria, Luxemburgo, Alemanha e Espanha op\u00f5em-se. Viena amea\u00e7a mesmo tomar medidas legais. O ministro do Ambiente e da A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica de Portugal, Jo\u00e3o Pedro Matos Fernandes, disse, em entrevista ao jornal ECO, que o pa\u00eds \u00e9 contra o nuclear, mas que aceita g\u00e1s natural na transi\u00e7\u00e3o para o hidrog\u00e9nio. Alega que o nuclear \u0022n\u00e3o \u00e9 seguro e custa muito dinheiro.\u0022 Um argumento partilhado por Magda Stoczkiewicz, da Greenpeace: \u0022Est\u00e1 tamb\u00e9m em causa o custo econ\u00f3mico. As instala\u00e7\u00f5es s\u00e3o muito caras e a energia nuclear \u00e9 muito cara. \u00c9 por isso que ningu\u00e9m construiria com dinheiro totalmente privado e que os governos apoiam o nuclear. Mas isso vai bloquear o investimento em energias renov\u00e1veis. Em vez de ser uma energia transi\u00e7\u00e3o, [o nuclear] ser\u00e1 apenas uma forca de bloqueio.\u0022 No s\u00e1bado, a Comiss\u00e3o Europeia anunciou ter iniciado a 31 de dezembro consultas ao grupo de peritos dos Estados-membros e \u00e0 Plataforma sobre Finan\u00e7as Sustent\u00e1veis sobre um projeto de lei complementar de taxonomia para abranger certas atividades de g\u00e1s e nucleares. O grupo de peritos tem at\u00e9 dia 12 para enviar contribui\u00e7\u00f5es para Bruxelas. A proposta da Comiss\u00e3o ser\u00e1 analisada pelo Conselho. A mesma proposta pode ainda ser rejeitada pelo Parlamento Europeu. A Uni\u00e3o Europeia quer atingir a neutralidade carb\u00f3nica ate 2050, mas o caminho adivinha-se dif\u00edcil. ", "dateCreated": "2022-01-04T13:18:09+01:00", "dateModified": "2022-01-04T22:38:27+01:00", "datePublished": "2022-01-04T20:36:56+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F34%2F67%2F46%2F1440x810_cmsv2_b36e20c7-2a47-50f2-8a3e-3992552b3b6b-6346746.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Classifica\u00e7\u00e3o proposta pelo executivo comunit\u00e1ria est\u00e1 longe de gerar consenso e amea\u00e7a provocar debates intensos no curto prazo", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F34%2F67%2F46%2F432x243_cmsv2_b36e20c7-2a47-50f2-8a3e-3992552b3b6b-6346746.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9rie: a minha Europa", "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Europa dividida sobre rotulagem "verde" do nuclear e gás por Bruxelas

Europa dividida sobre rotulagem "verde" do nuclear e gás por Bruxelas
Direitos de autor Johanna Geron/AP
Direitos de autor Johanna Geron/AP
De Euronews com Lusa
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Classificação proposta pelo executivo comunitária está longe de gerar consenso e ameaça provocar debates intensos no curto prazo

PUBLICIDADE

A primeira batalha europeia de 2022 tem um nome: taxonomia.

A proposta da Comissão Europeia, de classificar como sustentáveis os investimentos em centrais nucleares ou a gás para produzir eletricidade, e de incluí-los na chamada taxonomia "verde", gerou polémica, entre os Estados-membros e não só.

Apesar de Bruxelas falar numa classificação "realista" e "pragmática", mediante condições "claras" e "rigorosas", os ativistas climáticos dizem que o texto provisório - enviado aos 27 no último dia de 2021 pouco antes das 24:00 - dá um sinal errado ao mercado.

Alegam que faz parecer que o nuclear (responsável pela produção de lixo radioativo) é uma solução para as alterações climáticas e que o gás pode ser uma energia de transição.

"O nuclear é mais do que lixo tóxico e o fato de não termos uma solução para armazená-lo [é um problema]", referiu, em entrevista à Euronews, Magda Stoczkiewicz, da Greenpeace.

A taxonomia "verde" - que se traduz num sistema europeu de classificação das atividades económicas sustentáveis que contribuam para a redução de gases com efeito de estufa - pretende, na prática, ajudar os investidores a perceber até que ponto uma atividade económica é ambientalmente aceitável.

Mas gera divisões fortes entre os 27 e promete alimentar debates acalorados no futuro próximo.

França e a Polónia, a favor do nuclear, defendem a proposta apresentada de Bruxelas. Por outro lado, Áustria, Luxemburgo, Alemanha e Espanha opõem-se. Viena ameaça mesmo tomar medidas legais.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática de Portugal, João Pedro Matos Fernandes, disse, em entrevista ao jornal ECO, que o país é contra o nuclear, mas que aceita gás natural na transição para o hidrogénio. Alega que o nuclear "não é seguro e custa muito dinheiro."

Um argumento partilhado por Magda Stoczkiewicz, da Greenpeace: "Está também em causa o custo económico. As instalações são muito caras e a energia nuclear é muito cara. É por isso que ninguém construiria com dinheiro totalmente privado e que os governos apoiam o nuclear. Mas isso vai bloquear o investimento em energias renováveis. Em vez de ser uma energia transição, [o nuclear] será apenas uma forca de bloqueio."

No sábado, a Comissão Europeia anunciou ter iniciado a 31 de dezembro consultas ao grupo de peritos dos Estados-membros e à Plataforma sobre Finanças Sustentáveis sobre um projeto de lei complementar de taxonomia para abranger certas atividades de gás e nucleares.

O grupo de peritos tem até dia 12 para enviar contribuições para Bruxelas.

A proposta da Comissão será analisada pelo Conselho. A mesma proposta pode ainda ser rejeitada pelo Parlamento Europeu.

A União Europeia quer atingir a neutralidade carbónica ate 2050, mas o caminho adivinha-se difícil.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Rotulagem nutricional é uma política controversa na UE

Crianças ucranianas deportadas para a Rússia enfrentam um futuro incerto

Investimento chinês em infraestruturas europeias preocupa UE