{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2021/03/30/acordo-de-investimento-ue-china-esta-em-risco" }, "headline": "Acordo de investimento UE-China est\u00e1 em risco", "description": "O governo de Pequim tem pouca toler\u00e2ncia para o que classifica de inger\u00eancias externas e fica muito melindrado quando as cr\u00edticas se prendem com direitos humanos.", "articleBody": "Em tr\u00eas meses houve um completo volte-face na rela\u00e7\u00e3o entre a Uni\u00e3o Europeia e a China. O bloco europeu estava decidido, no final do ano ado, a aumentar as oportunidades de neg\u00f3cio na China, apesar de receber fortes cr\u00edticas dos EUA. Mas, este m\u00eas, a Uni\u00e3o Europeia imp\u00f4s san\u00e7\u00f5es contra pessoas e entidades chinesas por viola\u00e7\u00f5es dos direitos humanos na prov\u00edncia de Xinjiang. O governo de Pequim retaliou na mesma moeda, incluindo eurodeputados entre os alvos de san\u00e7\u00f5es.\u00a0 Um dos visados por essas\u00a0 san\u00e7\u00f5es \u00a0considera que est\u00e1 em risco a implementa\u00e7\u00e3o de um acordo de investimento fechado em dezembro, depois sete anos de negocia\u00e7\u00e3o. \u201cO acordo de investimento foi concebido para criar condi\u00e7\u00f5es de concorr\u00eancia mais leais para as empresas europeias que operam na China, pelo que o avali\u00e1mos sempre como uma oportunidade. Mas, nas atuais circunst\u00e2ncias - com san\u00e7\u00f5es que visaram eurodeputados, embaixadores, etc - ser\u00e1 muito dif\u00edcil aprovar este acordo no Parlamento Europeu, no futuro pr\u00f3ximo\u0022, explicou Ilhan Kyuchyuk, eurodeputado liberal b\u00falgaro, em entrevista \u00e0 euronews. Press\u00e3o por parte da ind\u00fastria poder\u00e1\u00a0salvar acordo? O acordo ter\u00e1 de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos dos Estados-membros, o que parece agora muito improv\u00e1vel, mas h\u00e1 quem mantenha algum otimismo. \u0022N\u00e3o penso que o acordo esteja morto. Ainda estou otimista e h\u00e1 uma raz\u00e3o muito simples para isso. Se falar com membros da ind\u00fastria europeia e das associacoes industriais europeias, ver\u00e1 que dizem que o acordo de investimento poder\u00e1 ser altamente ben\u00e9fico para a economia europeia. A quest\u00e3o agora \u00e9: devemos prejudicar a nossa pr\u00f3pria ind\u00fastria e a nossa economia por causa de uma escalada pol\u00edtica que, de certa maneira, fomos n\u00f3s mesmos a provocar?\u0022, questionou Maximilian Krah, eurodeputado alem\u00e3o da extrema-direita. O governo de Pequim tem pouca toler\u00e2ncia para o que classifica de inger\u00eancias externas e fica muito melindrado quando as cr\u00edticas se prendem com direitos humanos. A rea\u00e7\u00e3o incluiu o boicote a empresas europeias, nomeadamente na \u00e1rea do vestu\u00e1rio, como resposta pelas acusa\u00e7\u00f5es de recurso a trabalho for\u00e7ado em Xinjiang para produzir o algod\u00e3o usado por essas empresas. \u0022Penso que havia esperan\u00e7a, no final do ano ado, de que o novo acordo conduzisse a uma rela\u00e7\u00e3o de maior coopera\u00e7\u00e3o. Mas estamos a ver que a quest\u00e3o de Xinjiang, e outras antigas quest\u00f5es sist\u00e9micas, continuam a prejudicar o relacionamento. Penso que teremos pela frente alguns meses dif\u00edceis, ou mesmo alguns anos, no relacionamento entre as partes\u0022, vaticinou Andrew Small, analista pol\u00edtico no Conselho Europeu de Rela\u00e7\u00f5es Externas. Mais satisfeito estar\u00e1 Joe Biden, j\u00e1 que o presidente dos EUA defende uma postura mais dura contra a China e espera ter o apoio dos europeus nessa estrat\u00e9gia. ", "dateCreated": "2021-03-30T08:12:02+02:00", "dateModified": "2021-03-30T19:52:45+02:00", "datePublished": "2021-03-30T19:52:42+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F51%2F00%2F84%2F1440x810_cmsv2_c668adb7-1645-51a8-b037-2315fb69c663-5510084.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O governo de Pequim tem pouca toler\u00e2ncia para o que classifica de inger\u00eancias externas e fica muito melindrado quando as cr\u00edticas se prendem com direitos humanos.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F51%2F00%2F84%2F432x243_cmsv2_c668adb7-1645-51a8-b037-2315fb69c663-5510084.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Marques da Silva", "givenName": "Isabel", "name": "Isabel Marques da Silva", "url": "/perfis/544", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Acordo de investimento UE-China está em risco

Acordo de investimento UE-China está em risco
Direitos de autor THIERRY CHARLIER/AFP
Direitos de autor THIERRY CHARLIER/AFP
De Isabel Marques da Silva & Christopher Pritchard
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O governo de Pequim tem pouca tolerância para o que classifica de ingerências externas e fica muito melindrado quando as críticas se prendem com direitos humanos.

PUBLICIDADE

Em três meses houve um completo volte-face na relação entre a União Europeia e a China. O bloco europeu estava decidido, no final do ano ado, a aumentar as oportunidades de negócio na China, apesar de receber fortes críticas dos EUA. Mas, este mês, a União Europeia impôs sanções contra pessoas e entidades chinesas por violações dos direitos humanos na província de Xinjiang.

O governo de Pequim retaliou na mesma moeda, incluindo eurodeputados entre os alvos de sanções. Um dos visados por essas sanções considera que está em risco a implementação de um acordo de investimento fechado em dezembro, depois sete anos de negociação.

“O acordo de investimento foi concebido para criar condições de concorrência mais leais para as empresas europeias que operam na China, pelo que o avaliámos sempre como uma oportunidade. Mas, nas atuais circunstâncias - com sanções que visaram eurodeputados, embaixadores, etc - será muito difícil aprovar este acordo no Parlamento Europeu, no futuro próximo", explicou Ilhan Kyuchyuk, eurodeputado liberal búlgaro, em entrevista à euronews.

Pressão por parte da indústria poderá salvar acordo?

O acordo terá de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos dos Estados-membros, o que parece agora muito improvável, mas há quem mantenha algum otimismo.

"Não penso que o acordo esteja morto. Ainda estou otimista e há uma razão muito simples para isso. Se falar com membros da indústria europeia e das associacoes industriais europeias, verá que dizem que o acordo de investimento poderá ser altamente benéfico para a economia europeia. A questão agora é: devemos prejudicar a nossa própria indústria e a nossa economia por causa de uma escalada política que, de certa maneira, fomos nós mesmos a provocar?", questionou Maximilian Krah, eurodeputado alemão da extrema-direita.

O governo de Pequim tem pouca tolerância para o que classifica de ingerências externas e fica muito melindrado quando as críticas se prendem com direitos humanos.

A reação incluiu o boicote a empresas europeias, nomeadamente na área do vestuário, como resposta pelas acusações de recurso a trabalho forçado em Xinjiang para produzir o algodão usado por essas empresas.

Penso que teremos pela frente alguns meses difíceis, ou mesmo alguns anos, no relacionamento entre as partes.
Andrew Small
Analista político no Conselho Europeu de Relações Externas

"Penso que havia esperança, no final do ano ado, de que o novo acordo conduzisse a uma relação de maior cooperação. Mas estamos a ver que a questão de Xinjiang, e outras antigas questões sistémicas, continuam a prejudicar o relacionamento. Penso que teremos pela frente alguns meses difíceis, ou mesmo alguns anos, no relacionamento entre as partes", vaticinou Andrew Small, analista político no Conselho Europeu de Relações Externas.

Mais satisfeito estará Joe Biden, já que o presidente dos EUA defende uma postura mais dura contra a China e espera ter o apoio dos europeus nessa estratégia.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Parlamento Europeu congela acordo comercial com a China

Comissão Europeia propõe fim dos subsídios públicos estrangeiros

Direitos Humanos: UE enfurece China ao aprovar sanções