"Breves de Bruxelas": Cooperação UE-África deveria ser mais audaciosa
Soluções para travar as crescentes desigualdades no mundo foi o tema das Jornadas Europeias do Desenvolvimento, em Bruxelas. Uma delas deve ser o empoderamento das mulheres segundo a empreendedora Sandra Ajaja, que fundou uma organização que ajuda as mulheres a desenvolver negócios inovadores no setor técnico.
“As mulheres são o futuro de África. A maioria dos empresários do continente são mulheres. Então, porque é que há uma lacuna no apoio de que precisam? Penso que deveriam ser canalizados mais investimentos para as mulheres, através de micro empréstimos, capital de risco, oportunidades de formação técnica, o a infraestruturas. É algo para o qual todos devemos contribuir"; disse em entrevista à euronews.
Tal como as organizações não-governamentais, os empresários africanos também defendem que é tempo de acabar com os receios e preconceitos sobre o continente, realçando que os riscos já não são tão grandes.
“A verdade é que muita coisa mudou no continente, houve muitos desenvolvimentos positivos. O resto do mundo ainda não está muito a par disso, mas esperamos que, através de um constante envolvimento em rede com o resto do mundo, possamos mudar a narrativa. É preciso enviar a mensagem certa sobre o continente, para que as pessoas saibam que há uma África diferente, que é um continente de oportunidades económicas, que está a crescer rapidamente", disse o economista nigeriano Tony Elunelu.
Investimento da UE pode ser ultraado pelo da China
O presidente da Comissão Europeia colocou a cooperação africana no centro de seu último discurso sobre o estado da União. Jean-Claude Juncker, anunciou um plano que visava criar dez milhões de empregos naquele continente.
Mas os projetos de investimento da União são bem menores dos que os da China. O governo de Pequim prometeu 60 mil milhões de dólares em ajuda financeira, no ano ado, e disse que vai cancelar as dívidas de países africanos mais pobres.
As Jornadas Europeias do Desenvolvimento são um espaço de diálogo para que os investidores da União Europeia, públicos e privados, conheçam melhor os projetos e oportunidade de colaboração com os africanos, mas a União terá de aumentar o investimento direto no continente se quiser competir com a China.