{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2016/04/22/pripyat-a-cidade-fantasma" }, "headline": "Pripyat: A cidade fantasma", "description": "Oleksandr Sirota vive perto da zona de exclus\u00e3o de Chernobyl. As suas mem\u00f3rias de inf\u00e2ncia est\u00e3o estreitamente ligadas a Pripyat \u2013 a cidade mais", "articleBody": "Oleksandr Sirota vive perto da zona de exclus\u00e3o de Chernobyl. As suas mem\u00f3rias de inf\u00e2ncia est\u00e3o estreitamente ligadas a Pripyat \u2013 a cidade mais afetada pela contamina\u00e7\u00e3o radioativa depois do desastre de Chernobyl. Tinha nove anos quando foi evacuado de Pripyat. Oleksandr guia-nos \u00e0 sua cidade de inf\u00e2ncia, a poucos quil\u00f3metros de dist\u00e2ncia, onde frequentemente organiza visitas para turistas e jornalistas. a o posto de controle sul da zona de exclus\u00e3o de Chernobyl e leva-nos a ruas fantasmas e avenidas abandonadas da cidade onde h\u00e1 30 anos morava com a fam\u00edlia. \u201cEsta \u00e9 a pra\u00e7a central de Pripyat. Em frente est\u00e1 o edif\u00edcio do Pal\u00e1cio da Cultura. Na verdade, foi a minha segunda casa. A minha m\u00e3e trabalhava l\u00e1. E este \u00e9 um retrato da avenida Lenine, onde estamos agora. Esta foto foi tirada por volta de 1985, antes do acidente\u201d, disse Oleksandr Sirota. Aqui cada pedra desperta recorda\u00e7\u00f5es. Paramos diante do edif\u00edcio da escola que Oleksandr frequentava: \u201cAlgures entre estes escombros h\u00e1 uma entrada para a sala de aula onde eu estava no momento do acidente. Naquele dia 26 de abril, eu e todos os meus colegas t\u00ednhamos sa\u00eddo de manh\u00e3 para a escola sem saber nada sobre o que tinha acontecido na central.\u201d Oleksandr foi evacuado s\u00f3 no dia seguinte, depois de o reator de Chernobyl ter explodido. Por causa da exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 radia\u00e7\u00e3o, ou 20 meses no hospital. A cidade permanece radiotiva e o nosso guia aconselha-nos a evitar pisar o musgo e a poeira quando caminhamos pelas ruas. \u201cO n\u00edvel de radia\u00e7\u00e3o gama aqui \u00e9 cinco vezes maior que os m\u00e1ximos sanit\u00e1rios. Isso n\u00e3o significa que todas as \u00e1reas da cidade t\u00eam o mesmo n\u00edvel de radioatividade. Algumas zonas s\u00e3o mais carregadas que outras\u201d, explicou. Acrescentou que n\u00e3o tem medo de vir a Pripyat por duas raz\u00f5es: \u201orque estou em casa, esta cidade habitou os meus sonhos durante anos. E em segundo lugar, porque as doses de radia\u00e7\u00e3o que os cidad\u00e3os de Pripyat receberam em 1986 eram t\u00e3o altas que n\u00e3o vamos n\u00e3o temos aqui nem sequer um quarto desse n\u00edvel para o resto de nossas vidas\u201d. Regressam \u00e0s aldeias onde nasceram Enquanto Pripyat est\u00e1 totalmente abandonada, h\u00e1 pessoas que regressaram \u00e0s aldeias na zona de exclus\u00e3o de Chernobyl, apesar da radia\u00e7\u00e3o e de ser ilegal. Ivan Semenyuk \u00e9 um dos seis habitantes da aldeia de Parishiv, a 7 km da cidade de Chernobyl. Regressou \u00e0 sua aldeia natal dois anos ap\u00f3s o desastre. Ivan tem galinhas e um porco, que alimenta com frutas e legumes, e at\u00e9 mesmo cogumelos e frutos silvestres. Disse-nos que n\u00e3o tem receio, porque o terreno aqui foi testado: \u201cEstiveram c\u00e1 uns alem\u00e3es a filmar, testaram o solo, a lenha, a cinza. Disseram que est\u00e1 tudo bom\u201d. Os cientistas da Academia Nacional de Ci\u00eancias de Kiev explicam que algumas aldeias na zona de exclus\u00e3o podem estar limpas, pois a propaga\u00e7\u00e3o da radia\u00e7\u00e3o foi desigual. Isso n\u00e3o significa, por\u00e9m, que \u00e9 100% seguro habitar ali. Os cogumelos e frutos silvestres que crescem nas florestas pode estar altamente contaminados. N\u00e3o s\u00f3 para quem as come: \u201c\u00c9 estritamente proibido comer esses cogumelos e essas bagas, podem causar patologias e afetar as gera\u00e7\u00f5es futuras\u201d.", "dateCreated": "2016-04-22T16:13:35+02:00", "dateModified": "2016-04-22T16:13:35+02:00", "datePublished": "2016-04-22T16:13:35+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F330710%2F1440x810_330710.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Oleksandr Sirota vive perto da zona de exclus\u00e3o de Chernobyl. As suas mem\u00f3rias de inf\u00e2ncia est\u00e3o estreitamente ligadas a Pripyat \u2013 a cidade mais", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F330710%2F432x243_330710.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Pereira", "givenName": "Nelson", "name": "Nelson Pereira", "url": "/perfis/706", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9rie: a minha Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

Pripyat: A cidade fantasma

Pripyat: A cidade fantasma
Direitos de autor 
De Nelson Pereira
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Oleksandr Sirota vive perto da zona de exclusão de Chernobyl. As suas memórias de infância estão estreitamente ligadas a Pripyat – a cidade mais

Oleksandr Sirota vive perto da zona de exclusão de Chernobyl. As suas memórias de infância estão estreitamente ligadas a Pripyat – a cidade mais afetada pela contaminação radioativa depois do desastre de Chernobyl. Tinha nove anos quando foi evacuado de Pripyat.

Oleksandr guia-nos à sua cidade de infância, a poucos quilómetros de distância, onde frequentemente organiza visitas para turistas e jornalistas.

a o posto de controle sul da zona de exclusão de Chernobyl e leva-nos a ruas fantasmas e avenidas abandonadas da cidade onde há 30 anos morava com a família.

“Esta é a praça central de Pripyat. Em frente está o edifício do Palácio da Cultura. Na verdade, foi a minha segunda casa. A minha mãe trabalhava lá. E este é um retrato da avenida Lenine, onde estamos agora. Esta foto foi tirada por volta de 1985, antes do acidente”, disse Oleksandr Sirota.

Aqui cada pedra desperta recordações. Paramos diante do edifício da escola que Oleksandr frequentava: “Algures entre estes escombros há uma entrada para a sala de aula onde eu estava no momento do acidente. Naquele dia 26 de abril, eu e todos os meus colegas tínhamos saído de manhã para a escola sem saber nada sobre o que tinha acontecido na central.”

Oleksandr foi evacuado só no dia seguinte, depois de o reator de Chernobyl ter explodido. Por causa da exposição à radiação, ou 20 meses no hospital. A cidade permanece radiotiva e o nosso guia aconselha-nos a evitar pisar o musgo e a poeira quando caminhamos pelas ruas.

“O nível de radiação gama aqui é cinco vezes maior que os máximos sanitários. Isso não significa que todas as áreas da cidade têm o mesmo nível de radioatividade. Algumas zonas são mais carregadas que outras”, explicou.

Acrescentou que não tem medo de vir a Pripyat por duas razões: “Porque estou em casa, esta cidade habitou os meus sonhos durante anos. E em segundo lugar, porque as doses de radiação que os cidadãos de Pripyat receberam em 1986 eram tão altas que não vamos não temos aqui nem sequer um quarto desse nível para o resto de nossas vidas”.

Regressam às aldeias onde nasceram

Enquanto Pripyat está totalmente abandonada, há pessoas que regressaram às aldeias na zona de exclusão de Chernobyl, apesar da radiação e de ser ilegal.

Ivan Semenyuk é um dos seis habitantes da aldeia de Parishiv, a 7 km da cidade de Chernobyl. Regressou à sua aldeia natal dois anos após o desastre.

Ivan tem galinhas e um porco, que alimenta com frutas e legumes, e até mesmo cogumelos e frutos silvestres.

Disse-nos que não tem receio, porque o terreno aqui foi testado: “Estiveram cá uns alemães a filmar, testaram o solo, a lenha, a cinza. Disseram que está tudo bom”.

Os cientistas da Academia Nacional de Ciências de Kiev explicam que algumas aldeias na zona de exclusão podem estar limpas, pois a propagação da radiação foi desigual. Isso não significa, porém, que é 100% seguro habitar ali. Os cogumelos e frutos silvestres que crescem nas florestas pode estar altamente contaminados.

Não só para quem as come: “É estritamente proibido comer esses cogumelos e essas bagas, podem causar patologias e afetar as gerações futuras”.

Pictures from Chernobyl exclusive zone

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Kiev: Um lago de peixe radioativo

Zaporizhia: Que garantias de segurança?

O que fazer com a mais antiga central nuclear do mundo?