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O eurodeputado brit\u00e2nico Timothy Kirkhope acredita que \u201cum dos grandes motivos para ter o Registo de ageiros Europeu \u00e9 a necessidade de ter uma estrat\u00e9gia comum de prote\u00e7\u00e3o dos cidad\u00e3os. Se tivermos 28 sistemas diferentes, 28 tipos de informa\u00e7\u00e3o diferentes, 28 abordagens a n\u00edvel de seguran\u00e7a tudo ser\u00e1 um caos. E quem ganha com isto? Os criminosos e os terroristas.\u201d Para al\u00e9m do PNR, os liberais querem avan\u00e7ar com uma estrat\u00e9gia anti-terrorista que deve ser apresentada aos l\u00edderes europeus. Entre outras medidas, defendem a cria\u00e7\u00e3o, dentro da Europol, de um centro anti-terrorismo e o refor\u00e7o da coopera\u00e7\u00e3o entre servi\u00e7os secretos. Guy Verhofstadt, eurodeputado belga do grupo dos Liberais, explica que \u201ca nossa proposta \u00e9 criar, \u00e0 margem da Europol, a EuroINTEL, um organismo a n\u00edvel europeu para reunir e analisar a informa\u00e7\u00e3o relacionada com ataques terroristas\u201d. A resolu\u00e7\u00e3o aprovada no Parlamento Europeu, defende-se tamb\u00e9m que a estrat\u00e9gia de combate ao terrorismo deve ser baseada numa abordagem multidimensional, que combata de forma global os fatores subjacentes \u00e0 radicaliza\u00e7\u00e3o. Os eurodeputados querem que, por exemplo, os Estados-Membros investam em programas de ensino, promovendo a integra\u00e7\u00e3o, a inclus\u00e3o social, o di\u00e1logo, a participa\u00e7\u00e3o, a igualdade, a toler\u00e2ncia e a compreens\u00e3o entre as diferentes culturas e religi\u00f5es, bem como em programas de reabilita\u00e7\u00e3o. Interven\u00e7\u00f5es de eurodeputados portugueses no debate sobre medidas antiterroristas: Ana Gomes (S&D): \u201orque continuamos a falar de combatentes estrangeiros e n\u00e3o reconhecemos que a maior amea\u00e7a vem, de facto, de dentro, de nacionais da UE como os que cometeram os ataques em Madrid, em Londres, em Bruxelas e, mais recentemente, em Paris? Porque \u00e9 que os Estados-Membros, em vez de apresentarem o PNR como uma bala m\u00e1gica, n\u00e3o financiam adequadamente os servi\u00e7os nacionais de informa\u00e7\u00e3o e de seguran\u00e7a e, ao n\u00edvel da UE, servi\u00e7os como a Europol, o Eurojust, a Frontex, de modo a equip\u00e1-los com compet\u00eancias e conhecimentos em \u00e1rabe e noutras l\u00ednguas, bem como em intelig\u00eancia humana para monitorizar as redes sociais, n\u00e3o estabelecem listas comuns de suspeitos de terrorismo, n\u00e3o despendem recursos em vigil\u00e2ncia orientada em vez de vigil\u00e2ncia em larga escala, n\u00e3o protegem infraestruturas cr\u00edticas e n\u00e3o combatem eficazmente o cibercrime e o financiamento do terrorismo? Porque toleram os Estados-Membros e a UE a prolifera\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os e centros de crise que competem uns com os outros, quer ao n\u00edvel da UE quer ao n\u00edvel nacional, em vez de cooperarem e de partilharem informa\u00e7\u00e3o? Porque n\u00e3o investem num \u00fanico centro de crise e informa\u00e7\u00e3o a n\u00edvel da UE que sirva todas as institui\u00e7\u00f5es da UE e que comunique com os Estados-Membros? E, claro, em vez da austeridade que nutre a desintegra\u00e7\u00e3o social, porque n\u00e3o financiam programas para a preven\u00e7\u00e3o da radicaliza\u00e7\u00e3o e a desradicaliza\u00e7\u00e3o dos jovens das nossas comunidades que est\u00e3o a ser atra\u00eddos para estas atividades horrendas?\u201d (vers\u00e3o original em ingl\u00eas) In\u00eas Zuber (CEUE/EVN): \u201cA preven\u00e7\u00e3o e o firme combate ao terrorismo n\u00e3o podem jamais ser um pretexto para impor medidas de car\u00e1ter securit\u00e1rio, limitadoras das liberdades, dos direitos e das garantias dos cidad\u00e3os, como ali\u00e1s j\u00e1 vimos com o Patriot Act. N\u00e3o aceitaremos tamb\u00e9m medidas de coopera\u00e7\u00e3o judicial em mat\u00e9ria penal que ponham em causa princ\u00edpios constitucionalmente e democraticamente consagrados pelos povos de cada pa\u00eds. T\u00eam, sim, que ser adotadas medidas de combate s\u00e9rio ao financiamento do terrorismo, venham de offshore, venham da venda de recursos energ\u00e9ticos, e tamb\u00e9m medidas de combate ao tr\u00e1fico de armas e, dizer: terrorismo \u00e9 sempre terrorismo, em qualquer canto do mundo. A Uni\u00e3o Europeia e outras for\u00e7as n\u00e3o podem apoiar e financiar organiza\u00e7\u00f5es que s\u00e3o ligadas \u00e0 Al-Quaeda e ao Estado Isl\u00e2mico e depois querer combat\u00ea-las quando est\u00e3o ao p\u00e9 das nossas casas. O terrorismo tanto acontece em Paris, como \u00e9 praticado nos territ\u00f3rios ocupados da Palestina ou atrav\u00e9s dos drones que os Estados Unidos usam para combater popula\u00e7\u00f5es indefesas. \u00c9 terrorismo em todo o lado\u201d. Carlos Coelho (PPE), por escrito: \u201cN\u00e3o me oferece d\u00favidas que temos de combater o terrorismo que amea\u00e7a cidad\u00e3os inocentes e pretende subverter os nossos valores e as nossas sociedades. Mas, ao faz\u00ea-lo, temos de rejeitar leituras simplistas e discursos pol\u00edticos demag\u00f3gicos. N\u00e3o \u00e9 verdade que se possa associar acriticamente terrorismo a imigra\u00e7\u00e3o. Parte dos terroristas, como se viu agora em Paris, mas j\u00e1 se viu no ado em Espanha e na Irlanda, s\u00e3o cidad\u00e3os europeus. N\u00e3o \u00e9 verdade que precisemos de novos instrumentos e novas leis, minando a privacidade dos europeus. O que temos de fazer \u00e9 tirar partido dos instrumentos que j\u00e1 possu\u00edmos, otimizando a coopera\u00e7\u00e3o judicial e policial (incluindo a partilha de informa\u00e7\u00e3o produzida pelos servi\u00e7os secretos), sermos eficazes no combate ao tr\u00e1fico de armas e p\u00f4r em pr\u00e1tica, sem demoras, o novo Sistema de Avalia\u00e7\u00e3o de Schengen. Temos de identificar os problemas e resolv\u00ea-los. Clamar por mais medidas securit\u00e1rias e diminuir as liberdades \u00e9 ceder vit\u00f3ria aos terroristas. \u00c9 reprov\u00e1vel e n\u00e3o podemos deixar de condenar as formas de fazer pol\u00edtica que exploram o medo e o sentimento de inseguran\u00e7a\u201d. Jos\u00e9 In\u00e1cio Faria (ALDE), por escrito: \u201cOs tr\u00e1gicos eventos de Paris, de Verviers e, mais recentemente, os do Hotel Corinthia, colocaram-nos novamente perante a necessidade de encontrar resposta para prevenir e combater o terrorismo, o radicalismo e o novo desafio dos terroristas \u201chomegrown\u201d. Estes combates e o refor\u00e7o da seguran\u00e7a n\u00e3o se confinam meramente \u00e0s fronteiras dos Estados-Membros. S\u00e3o problemas transfronteiri\u00e7os que exigem solu\u00e7\u00f5es conjuntas, assentes na confian\u00e7a m\u00fatua. N\u00e3o podemos, no entanto, desvirtuar os nossos objetivos, legislando a quente com base na emo\u00e7\u00e3o. Devemos avaliar o conte\u00fado e a efic\u00e1cia dos instrumentos de que j\u00e1 dispomos e promover a sua plena aplica\u00e7\u00e3o antes de equacionar a sua altera\u00e7\u00e3o. Estes atos hediondos atentam contra vidas humanas, mas tamb\u00e9m contra os princ\u00edpios fundadores da Uni\u00e3o: o respeito pela vida, a defesa da liberdade, mas tamb\u00e9m a solidariedade para todos aqueles que, por motivos econ\u00f3micos e pol\u00edticos, procuram ref\u00fagio nas nossas fronteiras. Termino, lembrando-vos que celebramos hoje o dia europeu da prote\u00e7\u00e3o de dados, dia mundial da privacidade. \u00c9 nossa obriga\u00e7\u00e3o assegurar que a perda de direitos, como a privacidade, n\u00e3o seja vista como inevit\u00e1vel. A recolha e partilha de informa\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para a preven\u00e7\u00e3o e a repress\u00e3o do terrorismo deve ser qualitativa e n\u00e3o quantitativa\u201d. Miguel Viegas (CEUE/EVN), por escrito: \u201cA preven\u00e7\u00e3o e o firme combate que deve ser travado contra o terrorismo n\u00e3o se confunde nem pode ser pretexto para novas vagas de medidas de car\u00e1ter securit\u00e1rio, limitadoras das liberdades, dos direitos e das garantias dos cidad\u00e3os. Consideramos que devem ser liminarmente rejeitadas quaisquer ideias que se manifestem, no plano nacional ou da Uni\u00e3o Europeia, de avan\u00e7ar para leis de exce\u00e7\u00e3o que, \u00e0 semelhan\u00e7a do famigerado Patriot Act norte-americano, se pudessem traduzir na preteri\u00e7\u00e3o de direitos fundamentais. 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Combate ao Terrorismo: Parlamento Europeu aprova até final do ano registo de nomes de ageiros

Combate ao Terrorismo: Parlamento Europeu aprova até final do ano registo de nomes de ageiros
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O Parlamento Europeu compromete-se a criar antes do final deste ano, um registo de dados relativos aos ageiros aéreos. Uma medida que faz parte

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O Parlamento Europeu compromete-se a criar antes do final deste ano, um registo de dados relativos aos ageiros aéreos. Uma medida que faz parte da estratégia anti-terrorismo.
Em Estrasburgo foi aprovada uma resolução para que se avance com o chamado PNR, o registo que tem suscitado dúvidas em relação ao direito à privacidade.

Mas os conservadores defendem que será um grande o a nível de segurança. O eurodeputado britânico Timothy Kirkhope acredita que “um dos grandes motivos para ter o Registo de ageiros Europeu é a necessidade de ter uma estratégia comum de proteção dos cidadãos. Se tivermos 28 sistemas diferentes, 28 tipos de informação diferentes, 28 abordagens a nível de segurança tudo será um caos. E quem ganha com isto? Os criminosos e os terroristas.”

Para além do PNR, os liberais querem avançar com uma estratégia anti-terrorista que deve ser apresentada aos líderes europeus. Entre outras medidas, defendem a criação, dentro da Europol, de um centro anti-terrorismo e o reforço da cooperação entre serviços secretos. Guy Verhofstadt, eurodeputado belga do grupo dos Liberais, explica que “a nossa proposta é criar, à margem da Europol, a EuroINTEL, um organismo a nível europeu para reunir e analisar a informação relacionada com ataques terroristas”.

A resolução aprovada no Parlamento Europeu, defende-se também que a estratégia de combate ao terrorismo deve ser baseada numa abordagem multidimensional, que combata de forma global os fatores subjacentes à radicalização. Os eurodeputados querem que, por exemplo, os Estados-Membros investam em programas de ensino, promovendo a integração, a inclusão social, o diálogo, a participação, a igualdade, a tolerância e a compreensão entre as diferentes culturas e religiões, bem como em programas de reabilitação.

Intervenções de eurodeputados portugueses no debate sobre medidas antiterroristas:

Ana Gomes (S&D): “Porque continuamos a falar de combatentes estrangeiros e não reconhecemos que a maior ameaça vem, de facto, de dentro, de nacionais da UE como os que cometeram os ataques em Madrid, em Londres, em Bruxelas e, mais recentemente, em Paris? Porque é que os Estados-Membros, em vez de apresentarem o PNR como uma bala mágica, não financiam adequadamente os serviços nacionais de informação e de segurança e, ao nível da UE, serviços como a Europol, o Eurojust, a Frontex, de modo a equipá-los com competências e conhecimentos em árabe e noutras línguas, bem como em inteligência humana para monitorizar as redes sociais, não estabelecem listas comuns de suspeitos de terrorismo, não despendem recursos em vigilância orientada em vez de vigilância em larga escala, não protegem infraestruturas críticas e não combatem eficazmente o cibercrime e o financiamento do terrorismo?

Porque toleram os Estados-Membros e a UE a proliferação de serviços e centros de crise que competem uns com os outros, quer ao nível da UE quer ao nível nacional, em vez de cooperarem e de partilharem informação? Porque não investem num único centro de crise e informação a nível da UE que sirva todas as instituições da UE e que comunique com os Estados-Membros? E, claro, em vez da austeridade que nutre a desintegração social, porque não financiam programas para a prevenção da radicalização e a desradicalização dos jovens das nossas comunidades que estão a ser atraídos para estas atividades horrendas?” (versão original em inglês)

Inês Zuber (CEUE/EVN): “A prevenção e o firme combate ao terrorismo não podem jamais ser um pretexto para impor medidas de caráter securitário, limitadoras das liberdades, dos direitos e das garantias dos cidadãos, como aliás já vimos com o Patriot Act. Não aceitaremos também medidas de cooperação judicial em matéria penal que ponham em causa princípios constitucionalmente e democraticamente consagrados pelos povos de cada país. Têm, sim, que ser adotadas medidas de combate sério ao financiamento do terrorismo, venham de offshore, venham da venda de recursos energéticos, e também medidas de combate ao tráfico de armas e, dizer: terrorismo é sempre terrorismo, em qualquer canto do mundo.

A União Europeia e outras forças não podem apoiar e financiar organizações que são ligadas à Al-Quaeda e ao Estado Islâmico e depois querer combatê-las quando estão ao pé das nossas casas. O terrorismo tanto acontece em Paris, como é praticado nos territórios ocupados da Palestina ou através dos drones que os Estados Unidos usam para combater populações indefesas. É terrorismo em todo o lado”.

Carlos Coelho (PPE), por escrito: “Não me oferece dúvidas que temos de combater o terrorismo que ameaça cidadãos inocentes e pretende subverter os nossos valores e as nossas sociedades. Mas, ao fazê-lo, temos de rejeitar leituras simplistas e discursos políticos demagógicos. Não é verdade que se possa associar acriticamente terrorismo a imigração. Parte dos terroristas, como se viu agora em Paris, mas já se viu no ado em Espanha e na Irlanda, são cidadãos europeus. Não é verdade que precisemos de novos instrumentos e novas leis, minando a privacidade dos europeus. O que temos de fazer é tirar partido dos instrumentos que já possuímos, otimizando a cooperação judicial e policial (incluindo a partilha de informação produzida pelos serviços secretos), sermos eficazes no combate ao tráfico de armas e pôr em prática, sem demoras, o novo Sistema de Avaliação de Schengen. Temos de identificar os problemas e resolvê-los. Clamar por mais medidas securitárias e diminuir as liberdades é ceder vitória aos terroristas. É reprovável e não podemos deixar de condenar as formas de fazer política que exploram o medo e o sentimento de insegurança”.

José Inácio Faria (ALDE), por escrito: “Os trágicos eventos de Paris, de Verviers e, mais recentemente, os do Hotel Corinthia, colocaram-nos novamente perante a necessidade de encontrar resposta para prevenir e combater o terrorismo, o radicalismo e o novo desafio dos terroristas “homegrown”. Estes combates e o reforço da segurança não se confinam meramente às fronteiras dos Estados-Membros. São problemas transfronteiriços que exigem soluções conjuntas, assentes na confiança mútua. Não podemos, no entanto, desvirtuar os nossos objetivos, legislando a quente com base na emoção. Devemos avaliar o conteúdo e a eficácia dos instrumentos de que já dispomos e promover a sua plena aplicação antes de equacionar a sua alteração. Estes atos hediondos atentam contra vidas humanas, mas também contra os princípios fundadores da União: o respeito pela vida, a defesa da liberdade, mas também a solidariedade para todos aqueles que, por motivos económicos e políticos, procuram refúgio nas nossas fronteiras. Termino, lembrando-vos que celebramos hoje o dia europeu da proteção de dados, dia mundial da privacidade. É nossa obrigação assegurar que a perda de direitos, como a privacidade, não seja vista como inevitável. A recolha e partilha de informação necessária para a prevenção e a repressão do terrorismo deve ser qualitativa e não quantitativa”.

Miguel Viegas (CEUE/EVN), por escrito: “A prevenção e o firme combate que deve ser travado contra o terrorismo não se confunde nem pode ser pretexto para novas vagas de medidas de caráter securitário, limitadoras das liberdades, dos direitos e das garantias dos cidadãos. Consideramos que devem ser liminarmente rejeitadas quaisquer ideias que se manifestem, no plano nacional ou da União Europeia, de avançar para leis de exceção que, à semelhança do famigerado Patriot Act norte-americano, se pudessem traduzir na preterição de direitos fundamentais. Consideramos essencial a adoção de mecanismos de combate sério ao financiamento do terrorismo, através dos offshore e de práticas menos transparentes envolvendo Estados e instituições financeiras, bem como a adoção de mecanismos de combate rigoroso ao tráfico de armas, de recursos energéticos e de matérias-primas que possam reverter em benefício de organizações terroristas. O combate ao terrorismo implica a rejeição das políticas de ingerência, invasão, ocupação e guerra que, como se verifica nos exemplos do Iraque, da Síria ou da Líbia, só conduzem ao aparecimento de grupos terroristas. Reiteramos ainda a nossa convicção de que o combate ao terrorismo não pode ser encarado como um combate entre civilizações ou entre religiões, nem dar lugar a estigmatizações racistas e xenófobas”.

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