Nesta edição do “Europe Weekly”, que faz a revisão da atualidade europeia da semana, destacamos a tensão pela qual aram os novos membros da Comissão Europeia.
Antes de ocuparem os cargos, em novembro, têm de ar numa audição perante os eurodeputados e 21 já foram examinados. Os menos convincentes ainda não receberam a luz verde do Parlamento e um deles é o espanhol Miguel Arias Cañete.
Essa não foi a única audiência tempestuosa: com alguma ironia de calendário, o governo da França confirmou que ia continuar a ultraar o limite do défice até 2017, exatamente na semana em que Pierre Moscovici foi ouvido no Parlamento Europeu, algo que não ajudou o candidato francês.
Para analisar esta questão em maior profundida, a correspondente da euronews em Bruxelas, Audrey Tilve, entrevistou Jean Quatremer, correspondente em Bruxelas do jornal francês “Libération” e autor do blogue “Bastidores de Bruxelas”.
Audrey Tilve/euronews (AT/euronews): “As comissões parlamentares adiaram o seu veredicto sobre cinco comissários: o britânico Hill, o espanhol Cañete, o húngaro Navracsics, a checa Jourova e o francês Moscovici. A decisão será tomada na próxima semana. Na sua opinião, quais os comissários que podem ser postos de lado”?
Jean Quatremer /jornalista (JQ/jornalista): “Nenhum, vais ser tudo muito simples. E digo nenhum porque existe uma grande coligação de apoio à Comissão presidida por Jean-Claude Juncker, que reúne os conservadores do PPE, os liberais e os socialistas europeus.
Os três partidos juntos têm a maioria absoluta no Parlamento Europeu e entre eles há uma espécie de pacto de não agressão. As coisas começaram a correr mal no início da semana, porque os socialistas têm atacado comissários conservadores e vice-versa, nomeadamente o socialista Pierre Moscovici.
Foi um pouco “olho por olho, dente por dente”. E parecia encaminhar-se para uma guerra aberta ou uma espécie de jogo do tiro ao prato. Na quinta-feira à noite, fez-se um cessar-gogo. Jean-Claude Juncker foi falar com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e decidiram acalmar as coisas e tentar evitar que qualquer comissário seja enviado para casa”.
AT/euronews: “Falou de pacto de não-agressão e é verdade que aqui se utiliza o termo. Estamos perante um jogo de arranjinhos políticos"> Notícias relacionadas