{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2013/05/16/portugal-cumpre-dois-anos-de-assistencia-da-troika-sob-mais-austeridade" }, "headline": "Portugal cumpre dois anos de assist\u00eancia da troika sob mais austeridade", "description": "Portugal cumpre dois anos de assist\u00eancia da troika sob mais austeridade", "articleBody": "Gr\u00e2ndola Vila Morena, can\u00e7\u00e3o s\u00edmbolo da revolu\u00e7\u00e3o democr\u00e1tica em Portugal, h\u00e1 quase 40 anos, voltou a ser cantada a plenos pulm\u00f5es ao fim de dois anos de austeridade devido ao resgate internacional, aprovado pelo Eurogrupo em Bruxelas a 16 de Maio de 2011.H\u00e1 28 anos a viver em Bruxelas, o propriet\u00e1rio da livraria portuguesa \u201cOrfeu\u201d, Joaquim Pinto da Silva, compreende a indigna\u00e7\u00e3o popular: \u201cA tal quest\u00e3o das gorduras do Estado tem que ser eliminadas n\u00e3o am, como nos querem fazer querer at\u00e9 hoje, pela diminui\u00e7\u00e3o dos funcion\u00e1rios p\u00fablicos. a, antes, por eliminar os sectores que foram criados nos \u00faltimos 20/30 anos e que s\u00e3o absolutamente in\u00fateis para a economia portuguesa, s\u00e3o um peso\u201d.Portugal recebeu 78 mil milh\u00f5es de euros e est\u00e1 sob assist\u00eancia da troika at\u00e9 Junho de 2014. O primeiro-ministro Pedro os Coelho, l\u00edder de uma coliga\u00e7\u00e3o de centro-direita, aumento impostos, despediu funcion\u00e1rios p\u00fablicos e cortou nos servi\u00e7os do Estado.Mas Portugal est\u00e1 agora pior, segundo os indicadores da pr\u00f3pria Comiss\u00e3o Europeia, comparando os dados de 2011 com as previs\u00f5es econ\u00f3micas para 2013 apresentadas este m\u00eas:-o desemprego aumentou de 12,9% para 18,2%-o d\u00e9fice p\u00fablico aumentou de -4,4% para -5,5%-a d\u00edvida p\u00fablica aumentou de 106% para 123%-o crescimento econ\u00f3mico regrediu de -1,6% para -2,3%Desde 2011, mais de 240 mil pessoas emigraram, tal como Sara Poeta, de 25 anos, t\u00e9cnica de radioterapia na B\u00e9lgica, h\u00e1 quase tr\u00eas anos, que come\u00e7a a questionar se o pa\u00eds se deve sair do euro.\u201cTenho no\u00e7\u00e3o das facilidades que tive pelo facto de pertencermos \u00e0 UE e de vir para aqui trabalhar sem ter tido dificuldades a n\u00edvel das equival\u00eancias e todos os processos burocr\u00e1ticos. Mas de facto, n\u00e3o tenho a certeza, neste momento, de que seja a melhor solu\u00e7\u00e3o porque neste momento temos de pensar no povo portugu\u00eas que est\u00e1 a sofrer, que est\u00e1 a ar fome, que n\u00e3o tem cuidados de sa\u00fade. Ser\u00e1 que ficar no euro \u00e9 o melhor para o nosso povo agora?\u201d, pergunta a jovem.Renegociar o acordo?O Parlamento Europeu enviou uma delega\u00e7\u00e3o a Lisboa no final de Abril para analisar a situa\u00e7\u00e3o. Um dos eurodeputados, Diogo Feio, do CDS, espera que a UE d\u00ea mais incentivos ao crescimento.\u201cN\u00f3s n\u00e3o temos para onde vender, mas temos que fazer a nossa economia crescer. Portanto, tem de se encontrar o equil\u00edbrio entre os dois pratos da balan\u00e7a: por um lado, consolida\u00e7\u00e3o das contas p\u00fablicas, por outro lado, crescimento. E esse prato da balan\u00e7a est\u00e1, neste momento, calramente desiquilibrado\u201d, explica o eurodeputado.Na delega\u00e7\u00e3o participou tamb\u00e9m a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, que defende a renegocia\u00e7\u00e3o do acordo com a troika e a realiza\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es antecipadas. \u201cQualquer pessoa sabe perfeitamente que este governo perdeu toda a legitimidade. Tem a legitimidade democratica das elei\u00e7\u00f5es, mas j\u00e1 perdeu toda a legitimidade para o exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es. N\u00e3o cumpriu uma \u00fanica meta, est\u00e1 a aplicar as medidas que s\u00e3o contestadas sistematicamente na rua\u201d, afirma a eurodeputada.Mas o governo portugu\u00eas e a troika pensam que o programa est\u00e1 a funcionar, porque o pa\u00eds regressou aos mercados financeiros a 7 de Maio, emitindo tr\u00eas mil milh\u00f5es de euros de d\u00edvida p\u00fablica a 10 anos.\u201cSucesso financeiro sem sucesso econ\u00f3mico\u201dPara analisar a situa\u00e7\u00e3o em Portugal, a correspondente da euronews em Bruxelas, Isabel Marques da Silva, entrevistou Ricardo Costa, diretor do jornal seman\u00e1rio Expresso. \u00c0 quest\u00e3o sobre se Portugal vai ser como a Irlanda, cumprindo o acordo com a troika no prazo estabelecido, ou se ser\u00e1 como a Gr\u00e9cia que teve de renegociar a d\u00edvida, Ricardo Costa respondeu que o pa\u00eds est\u00e1 mais perto do exemplo irland\u00eas. \u201cDo ponto de vista financeiro, do ponto de vista dos mercados e do ponto de vista do rating da d\u00edvida p\u00fablica, a verdade \u00e9 que Portugal est\u00e1 a seguir os os da Irlanda, com algumas semanas de atraso, mas num ritmo cada vez mais curto. Os juros da d\u00edvida t\u00eam baixado para n\u00edveis que ningu\u00e9m conseguia prever h\u00e1 alguns meses\u201d, explica o diretor do Expresso.\u201cO problema \u00e9 que este sucesso financeiro \u2013 entre aspas \u2013 n\u00e3o quer dizer que haja algum sucesso do ponto de vista econ\u00f3mico, seja ao n\u00edvel or\u00e7amental, seja na chamada economia real, nomeadamente ao n\u00edvel do crescimento econ\u00f3mico \u2013 que n\u00e3o se espera para j\u00e1 \u2013 e, sobretudo, no desemprego, que est\u00e1 a assumir em Portugal n\u00fameros alarmantes\u201d, acrescenta.(veja a entrevista na \u00edntegra em v\u00eddeo)", "dateCreated": "2013-05-16T19:37:51+02:00", "dateModified": "2013-05-16T19:37:51+02:00", "datePublished": "2013-05-16T19:37:51+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F224786%2F1440x810_224786.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Portugal cumpre dois anos de assist\u00eancia da troika sob mais austeridade", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F224786%2F432x243_224786.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Portugal cumpre dois anos de assistência da troika sob mais austeridade

Portugal cumpre dois anos de assistência da troika sob mais austeridade
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Grândola Vila Morena, canção símbolo da revolução democrática em Portugal, há quase 40 anos, voltou a ser cantada a plenos pulmões ao fim de dois anos de austeridade devido ao resgate internacional, aprovado pelo Eurogrupo em Bruxelas a 16 de Maio de 2011.

Há 28 anos a viver em Bruxelas, o proprietário da livraria portuguesa “Orfeu”, Joaquim Pinto da Silva, compreende a indignação popular: “A tal questão das gorduras do Estado tem que ser eliminadas não am, como nos querem fazer querer até hoje, pela diminuição dos funcionários públicos. a, antes, por eliminar os sectores que foram criados nos últimos 20/30 anos e que são absolutamente inúteis para a economia portuguesa, são um peso”.

Portugal recebeu 78 mil milhões de euros e está sob assistência da troika até Junho de 2014. O primeiro-ministro Pedro os Coelho, líder de uma coligação de centro-direita, aumento impostos, despediu funcionários públicos e cortou nos serviços do Estado.

Mas Portugal está agora pior, segundo os indicadores da própria Comissão Europeia, comparando os dados de 2011 com as previsões económicas para 2013 apresentadas este mês:

-o desemprego aumentou de 12,9% para 18,2%
-o défice público aumentou de -4,4% para -5,5%
-a dívida pública aumentou de 106% para 123%
-o crescimento económico regrediu de -1,6% para -2,3%

Desde 2011, mais de 240 mil pessoas emigraram, tal como Sara Poeta, de 25 anos, técnica de radioterapia na Bélgica, há quase três anos, que começa a questionar se o país se deve sair do euro.

“Tenho noção das facilidades que tive pelo facto de pertencermos à UE e de vir para aqui trabalhar sem ter tido dificuldades a nível das equivalências e todos os processos burocráticos. Mas de facto, não tenho a certeza, neste momento, de que seja a melhor solução porque neste momento temos de pensar no povo português que está a sofrer, que está a ar fome, que não tem cuidados de saúde. Será que ficar no euro é o melhor para o nosso povo agora?”, pergunta a jovem.

Renegociar o acordo?

O Parlamento Europeu enviou uma delegação a Lisboa no final de Abril para analisar a situação. Um dos eurodeputados, Diogo Feio, do CDS, espera que a UE dê mais incentivos ao crescimento.

“Nós não temos para onde vender, mas temos que fazer a nossa economia crescer. Portanto, tem de se encontrar o equilíbrio entre os dois pratos da balança: por um lado, consolidação das contas públicas, por outro lado, crescimento. E esse prato da balança está, neste momento, calramente desiquilibrado”, explica o eurodeputado.

Na delegação participou também a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, que defende a renegociação do acordo com a troika e a realização de eleições antecipadas.

“Qualquer pessoa sabe perfeitamente que este governo perdeu toda a legitimidade. Tem a legitimidade democratica das eleições, mas já perdeu toda a legitimidade para o exercício das funções. Não cumpriu uma única meta, está a aplicar as medidas que são contestadas sistematicamente na rua”, afirma a eurodeputada.

Mas o governo português e a troika pensam que o programa está a funcionar, porque o país regressou aos mercados financeiros a 7 de Maio, emitindo três mil milhões de euros de dívida pública a 10 anos.

“Sucesso financeiro sem sucesso económico”

Para analisar a situação em Portugal, a correspondente da euronews em Bruxelas, Isabel Marques da Silva, entrevistou Ricardo Costa, diretor do jornal semanário Expresso.

À questão sobre se Portugal vai ser como a Irlanda, cumprindo o acordo com a troika no prazo estabelecido, ou se será como a Grécia que teve de renegociar a dívida, Ricardo Costa respondeu que o país está mais perto do exemplo irlandês.

“Do ponto de vista financeiro, do ponto de vista dos mercados e do ponto de vista do rating da dívida pública, a verdade é que Portugal está a seguir os os da Irlanda, com algumas semanas de atraso, mas num ritmo cada vez mais curto. Os juros da dívida têm baixado para níveis que ninguém conseguia prever há alguns meses”, explica o diretor do Expresso.

“O problema é que este sucesso financeiro – entre aspas – não quer dizer que haja algum sucesso do ponto de vista económico, seja ao nível orçamental, seja na chamada economia real, nomeadamente ao nível do crescimento económico – que não se espera para já – e, sobretudo, no desemprego, que está a assumir em Portugal números alarmantes”, acrescenta.

(veja a entrevista na íntegra em vídeo)

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Hebron, a guerra silenciosa

Criar resiliência é o desafio maior na guerra "esquecida" da Ucrânia

A Rússia ameaça sair do Conselho da Europa