{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2024/02/27/os-europeus-adoram-chocolate-mas-sera-que-o-podem-comer-de-consciencia-tranquila" }, "headline": "Os europeus adoram chocolate. Mas ser\u00e1 que o podem comer de consci\u00eancia tranquila?", "description": "A partir de 2025, um novo regulamento ir\u00e1 proibir a venda de qualquer produto derivado da desfloresta\u00e7\u00e3o.", "articleBody": "A terra perdeu quase metade das suas florestas, principalmente devido aos padr\u00f5es de consumo dos seres humanos. A partir de 2025, um novo regulamento dever\u00e1 proibir a venda de qualquer produto derivado da desfloresta\u00e7\u00e3o. \u00c9 o chamado Regulamento Europeu sobre produtos livres de desfloresta\u00e7\u00e3o ( EUDR) Uma parceria entre a UE e a Costa do Marfim A Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau,\u00a0 \u00e9 um dos principais parceiros da Uni\u00e3o Europeia para garantir a rastreabilidade do cacau. O cacau representa mais de um d\u00e9cimo do PIB do pa\u00eds.\u00a0 90% das florestas da regi\u00e3o desapareceram nos \u00faltimos cinquenta anos.\u00a0 E o pouco que resta est\u00e1 amea\u00e7ado pela produ\u00e7\u00e3o intensiva do cacau.\u00a0 Para lutar contra esse fen\u00f3meno, a floresta de Mabi-Yaya foi recentemente declarada reserva natural.\u00a0 Paramilitares foram destacados para proteger o espa\u00e7o. \u0022O que acontece \u00e9 que p\u00f5em fogo \u00e0s \u00e1rvores grandes. E quando estas \u00e1rvores morrem, o cacau tem imediatamente o \u00e0 luz e produz. Algumas florestas desapareceram por causa do cultivo extensivo do cacau\u0022, disse\u00a0 Coronel Alain Toulo, Gabinete dos Parques e Reservas da Costa do Marfim (OIPR). As incurs\u00f5es humanas tamb\u00e9m t\u00eam tido um efeito prejudicial na vida selvagem.\u00a0 Mas quem trabalha no terreno mant\u00e9m a esperan\u00e7a. As c\u00e2maras registraram a presen\u00e7a de chimpanz\u00e9s. \u0022Quando a \u00e1rea for recuperada, vamos ver chimpanz\u00e9s a andar pelos trilhos \u0022 disse o Tenente Yves-Eric Yapo, Gabinete de Parques e Reservas da Costa do Marfim (OIPR). O desafio da rastreabilidade Um dos objetivos \u00e9 garantir que o cacau plantado nas \u00e1reas protegidas nunca chegue \u00e0 Europa. Mas como \u00e9 que podemos ter a certeza de que as coisas se am como previsto? A euronews visitou a cooperativa Cayat, pioneira na rastreabilidade.\u00a0 O cacau \u00e9 vendido a um pre\u00e7o mais elevado.\u00a0A cooperativa investe no acompanhamento dos seus 3300 membros.\u00a0 Depois de serem pesados, os sacos s\u00e3o logo etiquetados. \u0022Se digitalizarmos este selo, podemos saber de onde vem o saco, qual \u00e9 o produtor de origem.\u00a0 O produto \u00e9 totalmente rastre\u00e1vel, sabemos onde foi produzido. Sabemos que n\u00e3o se trata de cacau ligado \u00e0 desfloresta\u00e7\u00e3o nem de cacau cultivado em zonas protegidas. O cacau \u00e9 seguro. Isso pode trazer mais clientes\u0022, disse\u00a0 Robert Yao Nguettia, Secret\u00e1rio-Geral da Cayat. Melhorar as pr\u00e1ticas agr\u00edcolas A cooperativa tamb\u00e9m apoia os seus produtores atrav\u00e9s de ac\u00e7\u00f5es de forma\u00e7\u00e3o sobre as boas pr\u00e1ticas agr\u00edcolas. \u0022Quando uma planta come\u00e7a a ficar velha, substitu\u00edmo-la por uma nova, para evitar que as pessoas plantem na floresta. Este \u00e9 o nosso plano para encorajar os produtores a n\u00e3o desflorestar\u0022, disse\u00a0Kobe Nan Koffi Kouman, formador da Cayat. A euronews falou com um produtor de cacau que tira partido do novo sistema. Arrecadou um pr\u00e9mio ambiental e obt\u00e9m melhores rendimentos. \u0022Antes, n\u00e3o produzia mais de 500 kg, 600 kg por ano. Agora posso produzir at\u00e9 1 tonelada, ou mesmo 1,2 toneladas\u0022, disse\u00a0J\u00e9r\u00f4me Assi Obo, produtor de cacau. \u0022Anteriormente, os produtores pensavam que podiam ganhar dinheiro com a agricultura extensiva. Mas, na realidade, nem sequer conseguiam manter tudo o que exploravam. Para combater a desfloresta\u00e7\u00e3o, temos de fazer com que as pessoas produzam muito a partir de uma pequena \u00e1rea\u0022\u0022, afirmou\u00a0 Robert Yao Nguettia, Secret\u00e1rio-Geral, Cayat. Costa do Marfim quer introduzir sistema de rastreabilidade O sistema a por geolocalizar cada parcela de terreno e digitalizar os pagamentos. Um milh\u00e3o de produtores nacionais dever\u00e3o, em breve, receber um cart\u00e3o eletr\u00f3nico. \u0022Quem n\u00e3o tiver um cart\u00e3o deixar\u00e1 de poder vender o seu cacau. E ser\u00e1 poss\u00edvel ver muito claramente que tal agricultor produziu em tal s\u00edtio.\u00a0 Se tornarmos o cacau rastre\u00e1vel, o mercado tem de o aceitar. Gra\u00e7as ao sistema de cart\u00f5es, poderemos pagar um pr\u00e9mio aos agricultores da Costa do Marfim\u0022, frisou\u00a0 Yves Brahima Kon\u00e9, Ddretor do Conseil Caf\u00e9 Cacao (CCC). A Costa do Marfim elaborou um mapa de uso dos solos. Uma cartografia que dever\u00e1 permitir aos exportadores provar que o cacau n\u00e3o prov\u00e9m de uma zona desflorestada.\u00a0 Uma iniciativa apoiada pela Uni\u00e3o Europeia, que consome mais de metade dos gr\u00e3os exportados pela Costa do Marfim. \u0022A Costa do Marfim est\u00e1 plenamente consciente dos desafios, mas est\u00e1 a preparar-se com v\u00e1rios instrumentos para os enfrentar e estar pronta para continuar a exportar o seu cacau para a Uni\u00e3o Europeia, que quer o cacau da Costa do Marfim\u0022, sublinhou sca Di Mauro, Embaixadora da Uni\u00e3o Europeia na Rep\u00fablica da Costa do Marfim. Empresas europeias preparam-se para aplicar novas regras Na Europa, muitas empresas est\u00e3o a preparar-se para aplicar novo regulamento. A partir de 2025, as empresas que n\u00e3o cumprirem o regulamento arriscam-se a receber multas pesadas. E at\u00e9 a ver os seus produtos banidos do mercado comum. Uma empresa holandesa quer provar que \u00e9 poss\u00edvel conjugar a produ\u00e7\u00e3o em massa com o com\u00e9rcio justo: paga 50% mais pelo cacau do que o pre\u00e7o de mercado.\u00a0 A marca holandesa afirma que j\u00e1 est\u00e1 a cumprir o Regulamento Europeu sobre produtos livres de desfloresta\u00e7\u00e3o. \u0022Congratulamo-nos com o regulamento EUDR porque est\u00e1 a aumentar as expetativas da ind\u00fastria. Quando se sabe quem s\u00e3o os agricultores e onde est\u00e3o localizados, \u00e9 poss\u00edvel come\u00e7ar a trabalhar com as cooperativas e as fam\u00edlias de agricultores para encontrar solu\u00e7\u00f5es. E isso pode ser feito a longo prazo. E este \u00e9 um apelo a todas as empresas do setor para que paguem um pre\u00e7o mais elevado. Isso ir\u00e1 desafiar as quest\u00f5es subjacentes \u00e0 pobreza que levam \u00e0 desfloresta\u00e7\u00e3o e ao trabalho infantil, nas cadeias de abastecimento\u0022, contou\u00a0 Katie Sims, Gestora de Parcerias da Tony's Chocolonely. Comiss\u00e3o Europeia: Novo regulamento \u00e9 uma \u0022oportunidade\u0022 Ao longo do trabalho legislativo, algumas empresas deram a conhecer as suas preocupa\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o do regulamento que abrange mais seis produtos, incluindo a madeira e a carne de bovino. \u0022Penso que \u00e9 importante olhar para o regulamento n\u00e3o como um desafio, mas como uma oportunidade. A UE prop\u00f4s uma verdadeira a\u00e7\u00e3o. A implementa\u00e7\u00e3o do regulamento requer dados de geolocaliza\u00e7\u00e3o e \u00e9 bastante simples. Em segundo lugar, \u00e9 claro que o processo tem de ser verific\u00e1vel. Gra\u00e7as a este processo podemos garantir que os europeus n\u00e3o s\u00e3o parte do problema, mas sim parte da solu\u00e7\u00e3o.\u00a0 O que estamos a resolver aqui n\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o da UE, \u00e9 uma quest\u00e3o global \u0022, afirmou\u00a0 Virginijus Sinkevi\u010dius, Comiss\u00e1rio Europeu para o Ambiente. \u0022Neste momento, como estamos a perder estas florestas, estamos a aproximar-nos do momento em que elas am de sumidouros de carbono a\u00a0 emissores de carbono. E penso que isso seria uma cat\u00e1strofe enorme, que n\u00e3o ser\u00e1 poss\u00edvel inverter, de um dia para o outro, nem com pol\u00edticas nem com tecnologia. Temos de reduzir a taxa de desfloresta\u00e7\u00e3o tendo em conta as dimens\u00f5es sociais, a vida dos povos ind\u00edgenas\u0022, acrescentou\u00a0Virginijus Sinkevi\u010dius. ", "dateCreated": "2024-02-15T16:27:47+01:00", "dateModified": "2024-02-27T16:18:21+01:00", "datePublished": "2024-02-27T16:00:18+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F24%2F35%2F62%2F1440x810_cmsv2_e0abacd4-8b44-50c4-91ea-e555094cac46-8243562.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A partir de 2025, um novo regulamento ir\u00e1 proibir a venda de qualquer produto derivado da desfloresta\u00e7\u00e3o.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F24%2F35%2F62%2F432x243_cmsv2_e0abacd4-8b44-50c4-91ea-e555094cac46-8243562.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Fourneris", "givenName": "Cyril", "name": "Cyril Fourneris", "url": "/perfis/821", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue fran\u00e7aise " } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

Os europeus adoram chocolate. Mas será que o podem comer de consciência tranquila?

Em parceria com
Os europeus adoram chocolate. Mas será que o podem comer de consciência tranquila?
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Cyril Fourneris
Publicado a
Partilhe esta notícia
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A partir de 2025, um novo regulamento irá proibir a venda de qualquer produto derivado da desflorestação.

A terra perdeu quase metade das suas florestas, principalmente devido aos padrões de consumo dos seres humanos.

A partir de 2025, um novo regulamento deverá proibir a venda de qualquer produto derivado da desflorestação. É o chamado Regulamento Europeu sobre produtos livres de desflorestação (EUDR)

Uma parceria entre a UE e a Costa do Marfim

A Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, é um dos principais parceiros da União Europeia para garantir a rastreabilidade do cacau.

O cacau representa mais de um décimo do PIB do país. 90% das florestas da região desapareceram nos últimos cinquenta anos. E o pouco que resta está ameaçado pela produção intensiva do cacau. Para lutar contra esse fenómeno, a floresta de Mabi-Yaya foi recentemente declarada reserva natural. Paramilitares foram destacados para proteger o espaço.

"O que acontece é que põem fogo às árvores grandes. E quando estas árvores morrem, o cacau tem imediatamente o à luz e produz. Algumas florestas desapareceram por causa do cultivo extensivo do cacau", disse Coronel Alain Toulo, Gabinete dos Parques e Reservas da Costa do Marfim (OIPR).

As incursões humanas também têm tido um efeito prejudicial na vida selvagem. Mas quem trabalha no terreno mantém a esperança. As câmaras registraram a presença de chimpanzés.

"Quando a área for recuperada, vamos ver chimpanzés a andar pelos trilhos " disse o Tenente Yves-Eric Yapo, Gabinete de Parques e Reservas da Costa do Marfim (OIPR).

O desafio da rastreabilidade

Um dos objetivos é garantir que o cacau plantado nas áreas protegidas nunca chegue à Europa. Mas como é que podemos ter a certeza de que as coisas se am como previsto?

A euronews visitou a cooperativa Cayat, pioneira na rastreabilidade. O cacau é vendido a um preço mais elevado. A cooperativa investe no acompanhamento dos seus 3300 membros. Depois de serem pesados, os sacos são logo etiquetados.

"Se digitalizarmos este selo, podemos saber de onde vem o saco, qual é o produtor de origem. O produto é totalmente rastreável, sabemos onde foi produzido. Sabemos que não se trata de cacau ligado à desflorestação nem de cacau cultivado em zonas protegidas. O cacau é seguro. Isso pode trazer mais clientes", disse Robert Yao Nguettia, Secretário-Geral da Cayat.

Melhorar as práticas agrícolas

A cooperativa também apoia os seus produtores através de acções de formação sobre as boas práticas agrícolas.

"Quando uma planta começa a ficar velha, substituímo-la por uma nova, para evitar que as pessoas plantem na floresta. Este é o nosso plano para encorajar os produtores a não desflorestar", disse Kobe Nan Koffi Kouman, formador da Cayat.

A euronews falou com um produtor de cacau que tira partido do novo sistema. Arrecadou um prémio ambiental e obtém melhores rendimentos.

"Antes, não produzia mais de 500 kg, 600 kg por ano. Agora posso produzir até 1 tonelada, ou mesmo 1,2 toneladas", disse Jérôme Assi Obo, produtor de cacau.

"Anteriormente, os produtores pensavam que podiam ganhar dinheiro com a agricultura extensiva. Mas, na realidade, nem sequer conseguiam manter tudo o que exploravam. Para combater a desflorestação, temos de fazer com que as pessoas produzam muito a partir de uma pequena área"", afirmou Robert Yao Nguettia, Secretário-Geral, Cayat.

O que estamos a resolver aqui não é uma questão da UE, é uma questão global
Comissário Europeu do Ambiente, Virginijus Sinkevičius

Costa do Marfim quer introduzir sistema de rastreabilidade

O sistema a por geolocalizar cada parcela de terreno e digitalizar os pagamentos. Um milhão de produtores nacionais deverão, em breve, receber um cartão eletrónico.

"Quem não tiver um cartão deixará de poder vender o seu cacau. E será possível ver muito claramente que tal agricultor produziu em tal sítio. Se tornarmos o cacau rastreável, o mercado tem de o aceitar. Graças ao sistema de cartões, poderemos pagar um prémio aos agricultores da Costa do Marfim", frisou Yves Brahima Koné, Ddretor do Conseil Café Cacao (CCC).

A Costa do Marfim elaborou um mapa de uso dos solos. Uma cartografia que deverá permitir aos exportadores provar que o cacau não provém de uma zona desflorestada. Uma iniciativa apoiada pela União Europeia, que consome mais de metade dos grãos exportados pela Costa do Marfim.

"A Costa do Marfim está plenamente consciente dos desafios, mas está a preparar-se com vários instrumentos para os enfrentar e estar pronta para continuar a exportar o seu cacau para a União Europeia, que quer o cacau da Costa do Marfim", sublinhou sca Di Mauro, Embaixadora da União Europeia na República da Costa do Marfim.

Empresas europeias preparam-se para aplicar novas regras

Na Europa, muitas empresas estão a preparar-se para aplicar novo regulamento. A partir de 2025, as empresas que não cumprirem o regulamento arriscam-se a receber multas pesadas. E até a ver os seus produtos banidos do mercado comum.

Uma empresa holandesa quer provar que é possível conjugar a produção em massa com o comércio justo: paga 50% mais pelo cacau do que o preço de mercado. 

A marca holandesa afirma que já está a cumprir o Regulamento Europeu sobre produtos livres de desflorestação.

"Congratulamo-nos com o regulamento EUDR porque está a aumentar as expetativas da indústria. Quando se sabe quem são os agricultores e onde estão localizados, é possível começar a trabalhar com as cooperativas e as famílias de agricultores para encontrar soluções. E isso pode ser feito a longo prazo. E este é um apelo a todas as empresas do setor para que paguem um preço mais elevado. Isso irá desafiar as questões subjacentes à pobreza que levam à desflorestação e ao trabalho infantil, nas cadeias de abastecimento", contou Katie Sims, Gestora de Parcerias da Tony's Chocolonely.

Comissão Europeia: Novo regulamento é uma "oportunidade"

Ao longo do trabalho legislativo, algumas empresas deram a conhecer as suas preocupações em relação à implementação do regulamento que abrange mais seis produtos, incluindo a madeira e a carne de bovino.

"Penso que é importante olhar para o regulamento não como um desafio, mas como uma oportunidade. A UE propôs uma verdadeira ação. A implementação do regulamento requer dados de geolocalização e é bastante simples. Em segundo lugar, é claro que o processo tem de ser verificável. Graças a este processo podemos garantir que os europeus não são parte do problema, mas sim parte da solução. O que estamos a resolver aqui não é uma questão da UE, é uma questão global", afirmou Virginijus Sinkevičius, Comissário Europeu para o Ambiente.

"Neste momento, como estamos a perder estas florestas, estamos a aproximar-nos do momento em que elas am de sumidouros de carbono a  emissores de carbono. E penso que isso seria uma catástrofe enorme, que não será possível inverter, de um dia para o outro, nem com políticas nem com tecnologia. Temos de reduzir a taxa de desflorestação tendo em conta as dimensões sociais, a vida dos povos indígenas", acrescentou Virginijus Sinkevičius.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notícia

Notícias relacionadas

Polícias nacionais e europeias cooperam para travar tráfico de resíduos

Ativista letão viaja pelo planeta para promover voluntariado ambiental