{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2023/08/29/cientistas-ativistas-voluntarios-e-pescadores-unidos-para-proteger-tartarugas-marinhas" }, "headline": "Cientistas, ativistas, volunt\u00e1rios e pescadores unidos para proteger tartarugas marinhas ", "description": "As tartarugas marinhas s\u00e3o uma das v\u00e1rias esp\u00e9cies marinhas de crescimento lento e vida longa que est\u00e3o em risco de extin\u00e7\u00e3o.", "articleBody": "Todas as manh\u00e3s, a organiza\u00e7\u00e3o grega Archelon inspeciona as praias da ba\u00eda de Kyparissia, no oeste do Peloponeso.\u00a0 A equipa segue o rasto das tartarugas em busca de ninhos. O objetivo \u00e9 proteger os ovos de predadores, como os c\u00e3es e das v\u00e1rias amea\u00e7as associadas \u00e0 presen\u00e7a humana. H\u00e1 quarenta anos, quando as miss\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o come\u00e7aram, havia cerca de 600 ninhos na zona. 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Cientistas, ativistas, voluntários e pescadores unidos para proteger tartarugas marinhas

Em parceria comthe European Commission
Cientistas, ativistas, voluntários e pescadores unidos para proteger tartarugas marinhas
Direitos de autor ARCHELON/Dimitris Maniatis
Direitos de autor ARCHELON/Dimitris Maniatis
De Denis Loctier & euronews
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As tartarugas marinhas são uma das várias espécies marinhas de crescimento lento e vida longa que estão em risco de extinção.

Todas as manhãs, a organização grega Archelon inspeciona as praias da baía de Kyparissia, no oeste do Peloponeso. 

A equipa segue o rasto das tartarugas em busca de ninhos. O objetivo é proteger os ovos de predadores, como os cães e das várias ameaças associadas à presença humana.

Há quarenta anos, quando as missões de proteção começaram, havia cerca de 600 ninhos na zona. Nos últimos anos, a situação das tartarugas parece ter melhorado.

"Neste momento, temos cinco mil ninhos num raio de 12,5 quilómetros, o que mostra bem a importância do trabalho que estamos a fazer aqui", disse à euronews Michalis Souroulidis, gestor de projeto da Archelon.

A maior zona de nidificação de tartarugas marinhas do Mediterrâneo faz parte a rede ecológica europeia "Natura 2000".

O hospital das tartarugas

Em Glyfada, perto de Atenas, visitamos o Centro de Resgate de Tartarugas Marinhas. Animais feridos e doentes de toda a Grécia são tratados no hospital para tartarugas da Archelon. Os tratamentos exigem anos de esforço por parte de especialistas veterinários, ajudados por dezenas de voluntários de vários países.

"Infelizmente, a razão número 1 dos ferimentos da maioria dos animais são atos humanos deliberados, principalmente os ferimentos na área da cabeça. Também costumamos ver cicatrizes ou ferimentos na zona das barbatanas frontais. Isso significa que ficaram enredados em redes de pesca e, ao tentarem retirá-los, as pessoas bateram-lhes. É indesculpável. Temos casos em que as tartarugas marinhas ficaram enredadas em redes de pesca, ingeriram anzóis ou linhas de pesca", contou à euronews Eirini Kasimati, responsável da Rede de Resgate e Reabilitação da Archelon.

As tartarugas marinhas são uma das várias espécies marinhas de crescimento lento e vida longa que estão em risco de extinção.

Visitantes ajudam tartarugas a voltar ao mar

O centro de salvamento depende de donativos privados e colabora com organizações internacionais, incluindo a União Europeia. Uma das principais missões da instituição é a sensibilização dos pescadores. O público pode visitar o centro e fazer donativos para ajudar as tartarugas a voltar ao mar.

"Cada animal tem a sua própria história, ou por um processo único para melhorar. Por isso, a libertação da tartaruga é sempre uma das melhores emoções que podemos sentir neste tipo de trabalho", contou Eirini Kasimati.

A proteção dos golfinhos em Itália

A associação Delfini Del Ponente, na Ligúria ocidental, em Itália, monitoriza os cetáceos e outros animais marinhos. Numa parte da costa italiana, perto da fronteira sa, vivem muitos golfinhos e baleias. Para ajudar a preservar e restaurar as populações, um grupo de ativistas documenta cada avistamento de forma meticulosa. 

"Estas criaturas costeiras vivem numa área que sofre um grande impacto das atividades humanas, como a pesca e o tráfego de barcos. É crucial avaliar a saúde e o número de indivíduos da população para melhorar a sua proteção. Entre os animais que identificamos e monitorizamos, alguns apresentam marcas de colisões com hélices e motores de barcos. Há animais que foram capturados acidentalmente ou que apresentam sinais de interações adas às quais conseguiram sobreviver", disse à euronews Elena Fontanesi, Vice-Presidente da Delfini Del Ponente.

Pescadores colaboram com cientistas na Catalunha

A organização espanhola Submon trabalha com pescadores locais, para colocar câmaras nas redes de pesca no norte da Catalunha. Foram feitos estudos semelhantes no Mediterrâneo e no Mar Negro.

Projeto europeu Life Selfi apoia redes de salvamento de golfinhos

Os golfinhos colocam-se em situações de perigo quando se aproximam das redes de arrasto para apanhar peixe, um comportamento designado por "depredação". Roem as redes, e danificam o equipamento de pesca.

Ao longo de um projeto de quatro anos, doi possível avaliar diferentes dispositivos de dissuasão dos golfinhos, como CDs refletores e garrafas de vidro. Mas ainda não se sabe ao certo se esses métodos funcionam bem.

Os cetáceos ficam presos em redes, colidem com navios de pesca, ficam feridos ou encalham. Mas uma intervenção rápida permite salvar muitos indíviduos.

A equipa da euronews acompanhou uma sessão de formação do projeto europeu Life Delfi na Ligúria. Um dos objetivos da iniciativa é criar uma rede de equipas de salvamento preparadas para ajudar, a qualquer momento, os golfinhos encalhados.

"Observamos cerca de 10 a 15 situações de encalhamento por ano apenas na região da Ligúria. As equipas aprendem a abordar um golfinho encalhado, os primeiros procedimentos de salvamento. Aprendem por exemplo, a colocar o golfinho na sombra, observar o seu comportamento fisiológico e a abordar o animal em segurança.", explicou  Nicola Pussini, Veterinário, da IZSPLV.

"As soluções existem, temos de aplicá-las"

Os animais marinhos na Europa e em todo o mundo enfrentam desafios cada vez maiores, dos efeitos da pesca à poluição e às alterações climáticas. A colaboração entre ativistas, voluntários, cientistas, pescadores e os cidadãos é fundamental para ajudar a garantir a sobrevivência de espécies vulneráveis mas é necessário agir rapidamente.

"As soluções existem, temos de aplicá-las se quisermos conservar estas criaturas extraordinárias que nos dão a felicidade e a alegria de podermos fazer este trabalho, que é uma grande paixão para a nova geração em busca de um futuro sustentável", afirmou Guido Pietroluongo, veterinário de conservação da Universidade de Pádua.

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