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Os painéis solares avariam com as ondas de calor?

Central elétrica a carvão de Ratcliffe-on-Soar, perto de Nottingham
Central elétrica a carvão de Ratcliffe-on-Soar, perto de Nottingham Direitos de autor REUTERS/Hannah McKay
Direitos de autor REUTERS/Hannah McKay
De Lottie Limb
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Especialistas explicam que o regresso do Reino Unido ao carvão não se deveu ao enfraquecimento da tecnologia

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O Reino Unido ativou uma central elétrica a carvão pela primeira vez em semanas - mas não é porque os painéis solares não aguentam o calor, como alguns afirmaram.

A decisão marcou o fim de um período de 46 dias sem eletricidade gerada a carvão, a pausa mais longa desde o verão de 2020, num movimento criticado pelos defensores do ambiente.

"É um sinal de fracasso que a National Grid esteja a recorrer a uma das formas mais poluentes para lidar com uma onda de calor de verão que sabemos ter sido agravada pelas alterações climáticas", disse Ami McCarthy, ativista da Greenpeace UK.

Alguns comentadores apontaram o dedo às tecnologias renováveis. "A vaga de calor fez com que os painéis solares ficassem demasiado quentes para funcionarem de forma eficiente", afirmou o jornal britânico The Telegraph.

No entanto, grupos do setor desmentem esta informação. Segundo a Solar Energy UK, no verão produz-se mais energia solar do que em qualquer outra altura, independentemente do calor que faz. "A ideia de que os painéis solares avariam com o calor é um equívoco grosseiro", considera a organização.

Os painéis solares aguentam o tempo mais quente?

É verdade que os painéis são menos eficientes com temperaturas mais elevadas. As células fotovoltaicas convertem uma proporção ligeiramente inferior da luz solar em eletricidade em condições mais quentes, explicam os especialistas.

São construídas para funcionar entre -40ºC e +85ºC. O desempenho diminui quando as temperaturas ultraam os 25ºC, mas apenas 0,34% por cada grau adicional.

De acordo com a Solar Energy UK, a diferença é marginal. Mesmo a uma temperatura próxima do ponto de ebulição, a produção de energia seria apenas cerca de 20% inferior, segundo a empresa, mantendo-se os outros fatores iguais.

"Não é, de facto, um grande problema. As temperaturas elevadas afetam apenas marginalmente a produção global de energia solar - é um efeito secundário", afirma o principal perito técnico do Reino Unido nesta tecnologia, Alastair Buckley, Professor de Eletrónica Orgânica na Universidade de Sheffield.

A universidade fornece dados sobre a produção de energia fotovoltaica em tempo real que confirmam este facto: na última semana, a energia solar tem estado a satisfazer cerca de 27% das necessidades energéticas do Reino Unido a cada hora de almoço.

O Reino Unido não está a ser equipado com painéis solares diferentes que não conseguem ar os verões cada vez mais quentes. "A energia solar funciona perfeitamente bem no deserto da Arábia Saudita - e os mesmos painéis estão a ser instalados nos telhados de Birmingham ou num campo em Oxfordshire", diz Chris Hewett, Diretor Executivo da Solar Energy UK.

As centrais a carvão e a gás também são menos eficientes durante as vagas de calor

A Solar Energy UK sublinha que as centrais térmicas - incluindo carvão, gás e nuclear - também são afetadas pelo calor.

A produção destas centrais é reduzida quando a temperatura da água de arrefecimento aumenta, em função das leis da termodinâmica, diz a empresa. Este efeito agravar-se-á com as alterações climáticas.

"É verdade que os painéis são menos eficientes a temperaturas mais elevadas - no entanto, a energia solar continua a ser rentável em relação aos combustíveis fósseis. É certamente mais eficaz do ponto de vista climático", afirmou um porta-voz da SolarPower Europe à Euronews Green. "As temperaturas extremas - impulsionadas pelas alterações climáticas - são apenas mais uma razão para utilizar a energia solar", destacou.

Um novo relatório do grupo industrial europeu considera que o principal desafio à implantação da energia solar no Reino Unido não vem do sol, mas do "subinvestimento crónico" nas redes de transmissão e distribuição do país.

"No verão, deveríamos estar a recorrer à energia solar, mas atualmente temos energia renovável a ser desperdiçada porque a nossa rede não consegue transmitir a energia e centenas de projetos de energias renováveis estão parados porque não conseguem ser ligados", acrescentou McCarthy.

O carvão está a caminho de sair do sistema energético do Reino Unido. O combustível fóssil gera atualmente apenas 2% da eletricidade do país e deverá ser progressivamente eliminado até outubro de 2024.

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