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At\u00e9 que ponto \u00e9 que ser\u00e3o realmente \u201cverdes\u201d? \u201cQueremos mostrar que podemos fazer estes Jogos com metade das emiss\u00f5es poluentes\u201d, diz a diretora de excel\u00eancia ambiental do evento, Georgina Grenon. A organiza\u00e7\u00e3o afirma que estes Jogos Ol\u00edmpicos emitir\u00e3o cerca de 1,6 milh\u00f5es de toneladas de di\u00f3xido de carbono equivalente, em compara\u00e7\u00e3o com a m\u00e9dia de 3,5 milh\u00f5es de toneladas de Londres 2012 e Rio 2016. As emiss\u00f5es s\u00e3o divididas em viagens, constru\u00e7\u00e3o e opera\u00e7\u00f5es, incluindo alojamento, seguran\u00e7a e catering. Paris est\u00e1 a limitar a pegada de constru\u00e7\u00e3o recorrendo a infraestruturas existentes ou tempor\u00e1rias para 95% das suas necessidades. Muitos desses locais foram escolhidos devido \u00e0s suas conex\u00f5es com transportes p\u00fablicos, o que os organizadores esperam vir a ajudar a reduzir as emiss\u00f5es. 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Os organizadores dos Jogos Ol\u00edmpicos de Paris\u20192024 dizem que a compensa\u00e7\u00e3o carb\u00f3nica consolidar\u00e1 os Jogos como l\u00edderes mundiais em sustentabilidade. \u201cAo compensar ainda mais as emiss\u00f5es de CO2 do que as que iremos emitir, vamos tornar-nos no primeiro grande evento desportivo com um contributo positivo para o clima\u201d, insistem. A compensa\u00e7\u00e3o implica investir em projetos verdes, como a refloresta\u00e7\u00e3o , que s\u00e3o projetados para fazer cortes equivalentes de CO2 na atmosfera. No entanto, os impactos desses projetos s\u00e3o dif\u00edceis de qualificar, vulner\u00e1veis \u00e0s mudan\u00e7as ao longo do tempo, e distraem de op\u00e7\u00f5es mais sustent\u00e1veis, de acordo com o \u00f3rg\u00e3o independente de monitoriza\u00e7\u00e3o do mercado de carbono, o Carbon Market Watch. Tamb\u00e9m podem ter um impacto negativo sobre os agricultores e os povos ind\u00edgenas . 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Num estudo publicado na revista Nature em 2021, os investigadores enumeraram tr\u00eas a\u00e7\u00f5es que podem tornar os Jogos Ol\u00edmpicos mais sustent\u00e1veis. \u201cReduzir significativamente o tamanho do evento, alternar os Jogos entre as mesmas cidades e implementar padr\u00f5es independentes de sustentabilidade \u201d, recomendaram os investigadores. Madeleine Orr, da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, tamb\u00e9m defende um evento reduzido, com menos espetadores a voar de longe. Ao reduzir \u201co tamanho e abrang\u00eancia do evento\u201d, seriam necess\u00e1rias menos infraestruturas e desperd\u00edcio, argumenta. \u201cO mundo adorou assistir a T\u00f3quio [2021] e a Pequim [2022], mesmo sem os f\u00e3s\u201d, acrescenta Orr. 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JO de Paris’2024 querem reduzir emissões de C02 para metade

Especialistas ambientais lembram que "um grande evento internacional não pode ser perfeitamente sustentável."
Especialistas ambientais lembram que "um grande evento internacional não pode ser perfeitamente sustentável." Direitos de autor AP Photo//Michel Euler, File
Direitos de autor AP Photo//Michel Euler, File
De Angela Symons com AFP
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Apesar do compromisso, especialistas ambientais não estão convencidos

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Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris’2024 dizem que reduzirão as emissões poluentes para metade e que farão um “contributo positivo para o clima.”

Mas os grupos ambientalistas falam em promessas “enganosas.”

Há muito tempo que o impacto climático dos Jogos Olímpicos ofusca o evento propriamente dito, que exigem infraestruturas massivas, viagens internacionais e pressão sobre os recursos.

Será que os Jogos Olímpicos de Paris’2024 serão realmente sustentáveis?

Até que ponto é que serão realmente “verdes”?

“Queremos mostrar que podemos fazer estes Jogos com metade das emissões poluentes”, diz a diretora de excelência ambiental do evento, Georgina Grenon.

A organização afirma que estes Jogos Olímpicos emitirão cerca de 1,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, em comparação com a média de 3,5 milhões de toneladas de Londres 2012 e Rio 2016.

As emissões são divididas em viagens, construção e operações, incluindo alojamento, segurança e catering.

Paris está a limitar a pegada de construção recorrendo a infraestruturas existentes ou temporárias para 95% das suas necessidades. Muitos desses locais foram escolhidos devido às suas conexões com transportes públicos, o que os organizadores esperam vir a ajudar a reduzir as emissões.

A eletricidade virá de fontes renováveis sempre que possível. Os menus de "baixo carbono" para o público vão oferecer pratos com menos carne.

“Dentro dos limites do que é tecnicamente viável em 2024, faremos todos os esforços para reduzir, reduzir, reduzir”, sublinha Grenon.

Mas a estratégia também depende fortemente da compensação carbónica, uma solução problemática que os ativistas ambientais dizem não resolver a raiz do problema.

A compensação carbónica pode tornar os jogos “positivos para o clima”?

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Paris’2024 dizem que a compensação carbónica consolidará os Jogos como líderes mundiais em sustentabilidade.

“Ao compensar ainda mais as emissões de CO2 do que as que iremos emitir, vamos tornar-nos no primeiro grande evento desportivo com um contributo positivo para o clima”, insistem.

A compensação implica investir em projetos verdes, como a reflorestação, que são projetados para fazer cortes equivalentes de CO2 na atmosfera.

No entanto, os impactos desses projetos são difíceis de qualificar, vulneráveis às mudanças ao longo do tempo, e distraem de opções mais sustentáveis, de acordo com o órgão independente de monitorização do mercado de carbono, o Carbon Market Watch. Também podem ter um impacto negativo sobre os agricultores e os povos indígenas.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos dizem que avaliarão rigorosamente os parceiros de compensação carbónica. Essa opção será usada apenas "para as emissões que não podemos reduzir ou evitar”, acrescenta Grenon.

A especialista em ecologia desportiva Madeleine Orr, que ensina na Universidade de Loughborough, no Reino Unido, diz que a compensação é uma “opção aceitável”, mas deixa ressalvas em relação a qualificar os jogos de “sustentáveis”.

"Mesmo que façam tudo certo, um grande evento internacional não pode ser perfeitamente sustentável", lembra. "O evento mais sustentável é aquele que não acontece."

Lindsay Otis Nilles, do Carbon Market Watch, concorda.

“Dizer que um evento tem um impacto positivo no clima é enganoso”, sublinha.

“O evento em si gera gases com efeito de estufa que são prejudiciais para o clima. O apoio financeiro dos organizadores a projetos externos não altera isso.”

Os Jogos Olímpicos poderiam fazer mais pelo meio ambiente?

Num estudo publicado na revista Nature em 2021, os investigadores enumeraram três ações que podem tornar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis.

“Reduzir significativamente o tamanho do evento, alternar os Jogos entre as mesmas cidades e implementar padrões independentes de sustentabilidade”, recomendaram os investigadores.

Madeleine Orr, da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, também defende um evento reduzido, com menos espetadores a voar de longe. Ao reduzir “o tamanho e abrangência do evento”, seriam necessárias menos infraestruturas e desperdício, argumenta.

“O mundo adorou assistir a Tóquio [2021] e a Pequim [2022], mesmo sem os fãs”, acrescenta Orr. Se os espetadores acompanhassem tudo pela televisão em vez de viajar para os Jogos, estes poderiam ser mais sustentáveis."

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