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Al\u00e9m disso, os cientistas sublinham que \u00e9 preciso ter em conta que o sistema clim\u00e1tico reage muito lentamente. \u0022Demora d\u00e9cadas para que o sistema clim\u00e1tico seja afetado pelo que est\u00e1 na atmosfera hoje. O padr\u00e3o de temperatura que vemos hoje globalmente e que est\u00e1 neste mapa \u00e9 o produto das concentra\u00e7\u00f5es de gases de efeito estufa que t\u00ednhamos na atmosfera h\u00e1 30 anos. No futuro, ser\u00e3o precisos mais 30 anos para que o clima se aproxime de um equil\u00edbrio com base nas concentra\u00e7\u00f5es de gases de efeito estufa que temos hoje na atmosfera\u0022, explicou Maxx Dilley, diretor do Departamento de Servi\u00e7os Clim\u00e1ticos da OMM. Devido \u00e0s atividades humanas, os n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono representam agora mais de 410 partes por milh\u00e3o. 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A d\u00e9cada mais quente de que h\u00e1 registo 2020 concluiu a d\u00e9cada mais quente de que h\u00e1 registo.\u00a0 Segundo os c\u00e1lculos realizados por diferentes institui\u00e7\u00f5es cient\u00edficas desde 1851, o aquecimento da terra nos \u00faltimos 40 anos \u00e9 um facto que n\u00e3o suscita d\u00favidas. Pandemia provocou melhorias pontuais da qualidade do ar A pandemia implicou confinamentos em toda a Europa. As ruas ficaram vazias e o ar ficou mais limpo. Os n\u00edveis de polui\u00e7\u00e3o por di\u00f3xido de nitrog\u00e9nio dos ve\u00edculos ca\u00edram 50% em certos pontos.\u00a0 Mas as melhorias n\u00e3o duraram muito. \u0022Se as emiss\u00f5es diminuem, as concentra\u00e7\u00f5es de gases diminuem. Se as emiss\u00f5es voltam a aumentar, as concentra\u00e7\u00f5es voltam a aumentar. Porque esses poluentes t\u00eam uma vida \u00fatil curta na atmosfera. 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Qual o impacto do confinamento sobre o clima?

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Em 2020, a poluição do ar aumentou e diminuiu ao ritmo dos confinamentos. Qual o impacto ao nível do clima?

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Em 2020, a poluição do ar aumentou e diminuiu ao ritmo dos confinamentos. Mas será que essas variações tiveram um impacto no clima da Terra? 

"Os níveis de CO2 na atmosfera, assim como os níveis de outros gases importantes para o efeito de estufa, como o metano e o protóxido de azoto, estão a aumentar. Não vemos qualquer diminuição nessas concentrações. A curva sobe e continua a subir em 2019 e 2020 não é exceção. Continuam a aumentar", disse Oksana Tatasova cientista especializada no estudo das emissões de CO2, da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O CO2 provoca o chamado efeito estufa. Diz-se 'efeito de estufa' porque o gás retém o calor na atmosfera da Terra, tal como o vidro retém o calor numa estufa.

“Há um efeito de estufa natural, que existia antes de os humanos começarem a fazer qualquer atividade. E há o efeito de estufa provocado pelo homem, que está relacionado com as nossas emissões. Quando emitimos ainda mais CO2, metano ou protóxido de azoto na atmosfera, todas as moléculas que adicionamos funcionam como pequenas máquinas de aquecimento", acrescentou a cientista da OMM.

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Oksana Tatasova, cientista da Organização Meteorológica Mundialeuronews

Temperatura deverá subir nas próximas décadas

A temperatura deverá subir mais um grau e meio nas próximas décadas. Além disso, os cientistas sublinham que é preciso ter em conta que o sistema climático reage muito lentamente.

"Demora décadas para que o sistema climático seja afetado pelo que está na atmosfera hoje. O padrão de temperatura que vemos hoje globalmente e que está neste mapa é o produto das concentrações de gases de efeito estufa que tínhamos na atmosfera há 30 anos. No futuro, serão precisos mais 30 anos para que o clima se aproxime de um equilíbrio com base nas concentrações de gases de efeito estufa que temos hoje na atmosfera", explicou Maxx Dilley, diretor do Departamento de Serviços Climáticos da OMM.

Devido às atividades humanas, os níveis de dióxido de carbono representam agora mais de 410 partes por milhão. A média pré-industrial era de 280 partes por milhão.

"A última vez que houve na atmosfera terrestre essa quantidade de CO2 foi há três ou cinco milhões de anos. E nesse tempo a temperatura era dois a três graus mais elevada e o nível do mar era dez a vinte metros superior ao de hoje. Mas não havia humanos", sublinhou Oksana Tatasova. No entanto, "a pandemia demonstrou que há esperança. Se precisarmos de agir, seremos capazes de fazer ações massivas”, acrescentou a cientista da OMM.

Os dados do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus

2020 foi o ano mais quente de que há registo. As temperaturas situaram-se 0,6 graus acima da média do periodo 1981-2010, de acordo com os dados do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus.

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2020 foi o ano mais quente de que há registoeuronews

A década mais quente de que há registo

2020 concluiu a década mais quente de que há registo. Segundo os cálculos realizados por diferentes instituições científicas desde 1851, o aquecimento da terra nos últimos 40 anos é um facto que não suscita dúvidas.

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Temperaturas desde a era pré-industrialeuronews

Pandemia provocou melhorias pontuais da qualidade do ar

A pandemia implicou confinamentos em toda a Europa. As ruas ficaram vazias e o ar ficou mais limpo. Os níveis de poluição por dióxido de nitrogénio dos veículos caíram 50% em certos pontos. Mas as melhorias não duraram muito.

"Se as emissões diminuem, as concentrações de gases diminuem. Se as emissões voltam a aumentar, as concentrações voltam a aumentar. Porque esses poluentes têm uma vida útil curta na atmosfera. E voltam à superfície da Terra através da chuva, por exemplo, ou reagem com outros gases na atmosfera. Têm uma vida útil limitada", explicou Richard Engelen, cientista do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus.

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