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Tecnologia As emiss\u00f5es dos navios podem ser nocivas, mas as novas tecnologias est\u00e3o \u00e0 altura do desafio. A partir de um local de monitoriza\u00e7\u00e3o perto do porto de Hamburgo, os pilotos controlam um drone especialmente equipado para navios pesados. O drone recolhe amostras das emiss\u00f5es em tempo real. Este novo m\u00e9todo de inspe\u00e7\u00e3o \u00e9 cada vez mais utilizado pelas autoridades costeiras em v\u00e1rios pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia. O objetivo \u00e9 indentificar os poluidores. Jon Knudsen , engenheiro qu\u00edmico, explica que os drones s\u00e3o ideais para as zonas costeiras porque \u00e9 f\u00e1cil encontrar o local certo na embarca\u00e7\u00e3o para fazer a amostragem. Estes aparelhos podem ajudar, dando informa\u00e7\u00f5es sobre o tipo de combust\u00edvel que as embarca\u00e7\u00f5es est\u00e3o a queimar. A identifica\u00e7\u00e3o do combust\u00edvel \u00e9 importante. 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Dessa forma, seria poss\u00edvel garantir que todos os navios operam com o combust\u00edvel que \u00e9 suposto, e que os seus motores s\u00e3o calibrados e operam com um n\u00edvel de emiss\u00f5es permitido. Polui\u00e7\u00e3o Com menos \u00f3xidos de enxofre no ar, quem vive nas zonas costeiras pode respirar melhor. Mas o transporte mar\u00edtimo continua a ser um problema crescente para o clima, produzindo 2-3% do total de emiss\u00f5es de CO2. Se nada mudar, o crescimento previsto do transporte mar\u00edtimo pode triplicar a pegada ambiental at\u00e9 2050. Para alcan\u00e7ar os objetivos do Acordo de Paris, o transporte mar\u00edtimo tem de se tornar muito mais limpo \u2013 \u00e9 preciso mudar a forma como os navios s\u00e3o concebido, alimentados e operados e a forma como interagem com os portos. Jaap Gebraad , \u00e9 diretor executivo da Waterborne , a plataforma europeia de investiga\u00e7\u00e3o e inova\u00e7\u00e3o para as ind\u00fastrias de transporte mar\u00edtimo. Euronews (Denis Loctier) : Estamos a assistir a alguns progressos em mat\u00e9ria de emiss\u00f5es de enxofre com combust\u00edveis navais mais limpos. E os impactos clim\u00e1ticos da navega\u00e7\u00e3o? - Ser\u00e1 poss\u00edvel que os navios produzam menos CO2 e outros gases com efeito de estufa? Jaap Gebraad: \u00c9 poss\u00edvel produzir menos emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa, mas tamb\u00e9m menos poluentes atmosf\u00e9ricos e mar\u00edtimos e menos ru\u00eddo. Estamos a trabalhar em solu\u00e7\u00f5es que s\u00e3o economicamente vi\u00e1veis. Penso que um dos exemplos que est\u00e1 a receber muita aten\u00e7\u00e3o \u00e9 o dos ferries eletrificados, porque est\u00e3o a transportar ageiros. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer antes de todos os tipos de embarca\u00e7\u00f5es navegarem sem emiss\u00f5es. Euronews: Fala com v\u00e1rios intervenientes europeus neste setor. Existe consenso sobre quais as tecnologias nas quais devemos apostar para tornar o transporte mar\u00edtimo mais ecol\u00f3gico? Jaap Gebraad: Existe um consenso sobre alcan\u00e7ar o transporte por \u00e1gua com emiss\u00f5es zero. O que torna esta meta tecnicamente mais complicada s\u00e3o os v\u00e1rios tipos de embarca\u00e7\u00f5es. Em alguns segmentos e, mais especificamente, no transporte de curta dist\u00e2ncia, a eletrifica\u00e7\u00e3o pode ser uma solu\u00e7\u00e3o. Mas para o transporte de longo curso, estamos, por exemplo, a olhar para o hidrog\u00e9nio verde, para o amon\u00edaco verde, mas tamb\u00e9m para a propuls\u00e3o assistida por vento. Assim, ser\u00e1 necess\u00e1rio, uma manta de retalhos de medidas para alcan\u00e7ar o transporte por \u00e1gua com emiss\u00f5es zero at\u00e9 2050, o mais tardar. Redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es Conhecido como \u0022o navio mais verde e silencioso do B\u00e1ltico\u0022, o Viking Grace utiliza uma s\u00e9rie de formas para reduzir as emiss\u00f5es. \u00c9 um dos primeiros na regi\u00e3o a funcionar com g\u00e1s natural liquefeito. O seu itiner\u00e1rio e o consumo de energia a bordo foram otimizados para utilizar menos combust\u00edvel. Outro exemplo de como as novas tecnologias podem melhorar a qualidade do ar em zonas residenciais \u00e9 o terminal do Viking Grace no porto de Turku. Todos os cami\u00f5es s\u00e3o controlados automaticamente para que o ferry possa ser carregado mais rapidamente. E gra\u00e7as ao financiamento europeu, o porto est\u00e1 a instalar um novo sistema para atracar e desatracar os barcos, que vai poupar tempo em cada cais. Markku Alah\u00e4me , diretor do porto, sublinha que poupar tempo significa menos velocidade ao longo do canal e, consequentemente, a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es. 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O transporte marítimo está a ficar mais ecológico

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O transporte marítimo está a ficar mais ecológico
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De Denis Loctier
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Um projeto da Organização Marítima Internacional está a comprometer o setor na redução para metade das emissões de gases com efeito de estufa, até 2050

Os navios no mar emitem mais CO2 do que um país inteiro como a Alemanha. Se não fossem as inovações tecnológicas e as melhorias na eficiência, o setor naval poderia mais do que duplicar a sua pegada ambiental nas próximas décadas.

A Europa quer ser o primeiro continente neutro em termos climáticos até 2050. Poderá, com a a sua indústria naval, cumprir esta promessa?

Tecnologia

As emissões dos navios podem ser nocivas, mas as novas tecnologias estão à altura do desafio. A partir de um local de monitorização perto do porto de Hamburgo, os pilotos controlam um drone especialmente equipado para navios pesados. O drone recolhe amostras das emissões em tempo real. Este novo método de inspeção é cada vez mais utilizado pelas autoridades costeiras em vários países da União Europeia. O objetivo é indentificar os poluidores.

Jon Knudsen, engenheiro químico, explica que os drones são ideais para as zonas costeiras porque é fácil encontrar o local certo na embarcação para fazer a amostragem. Estes aparelhos podem ajudar, dando informações sobre o tipo de combustível que as embarcações estão a queimar.

A identificação do combustível é importante. Regulamentos europeus e internacionais proibiram, recentemente, combustíveis com alto teor de enxofre. Estes combustíveis são vários milhares de vezes mais nocivos para o sistema respiratório humano do que o gasóleo dos camiões.

Os investigadores do projecto europeu SCIPPER estão a comparar uma série de técnicas inovadoras de medição da poluição - desde drones e sensores costeiros da próxima geração a satélites espaciais. Querem garantir que todos os instrumentos produzem indicações precisas e fiáveis, para que os inspetores possam garantir o cumprimento dos novos regulamentos.

Leonidas Ntziachristos, coordenador do projeto, defende a instalação devárias técnicas e de estações de monitorização nos principais portos da Europa e no resto do mundo. Dessa forma, seria possível garantir que todos os navios operam com o combustível que é suposto, e que os seus motores são calibrados e operam com um nível de emissões permitido.

Poluição

Com menos óxidos de enxofre no ar, quem vive nas zonas costeiras pode respirar melhor. Mas o transporte marítimo continua a ser um problema crescente para o clima, produzindo 2-3% do total de emissões de CO2. Se nada mudar, o crescimento previsto do transporte marítimo pode triplicar a pegada ambiental até 2050.

Para alcançar os objetivos do Acordo de Paris, o transporte marítimo tem de se tornar muito mais limpo – é preciso mudar a forma como os navios são concebido, alimentados e operados e a forma como interagem com os portos.

Jaap Gebraad, é diretor executivo da Waterborne, a plataforma europeia de investigação e inovação para as indústrias de transporte marítimo.

Euronews (Denis Loctier) : Estamos a assistir a alguns progressos em matéria de emissões de enxofre com combustíveis navais mais limpos. E os impactos climáticos da navegação? - Será possível que os navios produzam menos CO2 e outros gases com efeito de estufa?

Jaap Gebraad: É possível produzir menos emissões de gases com efeito de estufa, mas também menos poluentes atmosféricos e marítimos e menos ruído. Estamos a trabalhar em soluções que são economicamente viáveis. Penso que um dos exemplos que está a receber muita atenção é o dos ferries eletrificados, porque estão a transportar ageiros. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer antes de todos os tipos de embarcações navegarem sem emissões.

Euronews: Fala com vários intervenientes europeus neste setor. Existe consenso sobre quais as tecnologias nas quais devemos apostar para tornar o transporte marítimo mais ecológico?

Jaap Gebraad: Existe um consenso sobre alcançar o transporte por água com emissões zero. O que torna esta meta tecnicamente mais complicada são os vários tipos de embarcações. Em alguns segmentos e, mais especificamente, no transporte de curta distância, a eletrificação pode ser uma solução. Mas para o transporte de longo curso, estamos, por exemplo, a olhar para o hidrogénio verde, para o amoníaco verde, mas também para a propulsão assistida por vento. Assim, será necessário, uma manta de retalhos de medidas para alcançar o transporte por água com emissões zero até 2050, o mais tardar.

Redução de emissões

Conhecido como "o navio mais verde e silencioso do Báltico", o Viking Grace utiliza uma série de formas para reduzir as emissões. É um dos primeiros na região a funcionar com gás natural liquefeito. O seu itinerário e o consumo de energia a bordo foram otimizados para utilizar menos combustível.

Outro exemplo de como as novas tecnologias podem melhorar a qualidade do ar em zonas residenciais é o terminal do Viking Grace no porto de Turku. Todos os camiões são controlados automaticamente para que o ferry possa ser carregado mais rapidamente. E graças ao financiamento europeu, o porto está a instalar um novo sistema para atracar e desatracar os barcos, que vai poupar tempo em cada cais.

Markku Alahäme, diretor do porto, sublinha que poupar tempo significa menos velocidade ao longo do canal e, consequentemente, a redução das emissões.

Um projeto da Organização Marítima Internacional está a comprometer o setor mundial dos transportes marítimos na redução para metade das emissões de gases com efeito de estufa, até 2050. As novas tecnologias e os avanços na eficiência estão a aproximar o setor desse objetivo.

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