{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2020/07/03/a-producao-de-energia-solar-eolica-e-hidroeletrica-pode-beneficiar-dos-dados-climaticos" }, "headline": "A produ\u00e7\u00e3o de energia solar, e\u00f3lica e hidroel\u00e9trica pode beneficiar dos dados clim\u00e1ticos", "description": "Sendo as energias renov\u00e1veis fundamentais para a recupera\u00e7\u00e3o das economias europeias ap\u00f3s a pandemia, a otimiza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica depender\u00e1 cada vez mais dos dados clim\u00e1ticos.", "articleBody": "Sendo as energias renov\u00e1veis fundamentais para a recupera\u00e7\u00e3o das economias europeias ap\u00f3s a pandemia, a otimiza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica depender\u00e1 cada vez mais dos dados clim\u00e1ticos. 2019 foi particularmente luminoso para os europeus; o continente n\u00e3o esteve exposto a tantas horas de sol pelo menos desde o in\u00edcio da d\u00e9cada de 1980 . Foi tamb\u00e9m especialmente brilhante para o setor da energia solar, tendo a sua capacidade de gera\u00e7\u00e3o mais do que duplicado em compara\u00e7\u00e3o com 2018, o maior crescimento numa d\u00e9cada. As renov\u00e1veis est\u00e3o a tornar-se cada vez mais importantes: em 2019, a sua quota no abastecimento de eletricidade na UE atingiu um m\u00e1ximo recorde de 34,6%. Por outro lado, embora a COVID-19 tenha travado a implementa\u00e7\u00e3o de novas unidades de produ\u00e7\u00e3o de energia verde, as renov\u00e1veis est\u00e3o a ser encaradas como a solu\u00e7\u00e3o europeia para o relan\u00e7amento das suas economias e para o cumprimento das suas ambi\u00e7\u00f5es, recentemente revistas, de cortar as emiss\u00f5es em 50-55% at\u00e9 2030. Assim, o setor assumiu uma miss\u00e3o dupla: capturar rapidamente a parte de le\u00e3o do sistema energ\u00e9tico, aumentando ao mesmo tempo a sua fiabilidade e efici\u00eancia. Tudo isto num clima em mudan\u00e7a, o que, por si s\u00f3, introduz variabilidade nos riscos. \u201cA transi\u00e7\u00e3o para uma economia verde \u00e9 um dos principais pilares do pacote de recupera\u00e7\u00e3o proposto pela Comiss\u00e3o [Europeia] em finais de maio\u0022, afirmou a Comiss\u00e1ria Europeia para a Energia, Kadri Simson. \u0022O Pacto Ecol\u00f3gico Europeu \u00e9 a nossa estrat\u00e9gia para atingir a neutralidade clim\u00e1tica at\u00e9 2050 e, em simult\u00e2neo, aumentar a competitividade da nossa economia, acrescentou a Comiss\u00e1ria. A UE pode refor\u00e7ar significativamente a propor\u00e7\u00e3o de renov\u00e1veis no seu cabaz energ\u00e9tico de forma lucrativa, de acordo com a Ag\u00eancia Internacional para as Energias Renov\u00e1veis ( IRENA ). A redu\u00e7\u00e3o dos custos das tecnologias tem vindo a apontar nesse sentido e, embora as previs\u00f5es recorde para 2020 ao n\u00edvel das renov\u00e1veis tenham sido ajustadas em baixa, espera-se que o setor da energia hipocarb\u00f3nica recupere, refor\u00e7ado pela redu\u00e7\u00e3o da procura de petr\u00f3leo e g\u00e1s, que se prev\u00ea que continue ap\u00f3s a pandemia. No entanto, embora possam demonstrar resili\u00eancia contra os choques econ\u00f3micos, as renov\u00e1veis ter\u00e3o de continuar a demonstrar que tamb\u00e9m resistem aos padr\u00f5es clim\u00e1ticos em mudan\u00e7a e \u00e0 maior frequ\u00eancia de alguns tipos de acontecimentos clim\u00e1ticos extremos. As altera\u00e7\u00f5es das temperaturas, da precipita\u00e7\u00e3o, da radia\u00e7\u00e3o, do n\u00edvel do mar, das part\u00edculas e de extremos como as ondas de calor, inunda\u00e7\u00f5es ou secas podem afetar a produ\u00e7\u00e3o e as infraestruturas das energias renov\u00e1veis, al\u00e9m de influenciarem a procura energ\u00e9tica. A energia hidroel\u00e9trica europeia continua a sofrer uma queda na produ\u00e7\u00e3o, em virtude da menor precipita\u00e7\u00e3o e do tempo quente, que conduziram a uma redu\u00e7\u00e3o de 6% na produ\u00e7\u00e3o total no ano ado, segundo a Agora Energiewende . As ondas de calor associadas \u00e0s recorrentes secas que atingiram a Fran\u00e7a, a Espanha, a It\u00e1lia e Portugal reduziram os n\u00edveis da \u00e1gua durante a primavera e o ver\u00e3o, refletindo a an\u00e1lise dos caudais fluviais do relat\u00f3rio sobre o Estado do Clima Europeu de 2019. Alguns cientistas estimam que os padr\u00f5es de precipita\u00e7\u00e3o e de temperatura em mudan\u00e7a poder\u00e3o refor\u00e7ar o potencial hidroel\u00e9trico da regi\u00e3o norte da Europa e reduzir a produ\u00e7\u00e3o no sul. As previs\u00f5es sobre a velocidade dos ventos permanecem incertas, e pequenas altera\u00e7\u00f5es podem afetar significativamente a produ\u00e7\u00e3o de eletricidade. Em 2018, a fraca intensidade e\u00f3lica no ver\u00e3o reduziu a produ\u00e7\u00e3o em valores que chegaram a ser inferiores em 20% aos habituais . Os acontecimentos meteorol\u00f3gicos extremos e a subida do n\u00edvel do mar poder\u00e3o afetar a infraestrutura de parques e\u00f3licos, tanto em terra como no mar. A energia solar enfrenta tamb\u00e9m vari\u00e1veis clim\u00e1ticas incertas, com alguns estudos a preverem um aumento da radia\u00e7\u00e3o solar na Europa (at\u00e9 10%), o que aumentar\u00e1 a produ\u00e7\u00e3o; contudo, um futuro mais quente poder\u00e1 refrear este efeito, j\u00e1 que os pain\u00e9is fotovoltaicos (FV) perdem efici\u00eancia com o aumento das temperaturas. \u0022As investiga\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas sugerem que os extremos meteorol\u00f3gicos ir\u00e3o ar a ser mais frequentes. Mas em que medida? Estas s\u00e3o quest\u00f5es vitais quando queremos fontes fi\u00e1veis de energias renov\u00e1veis\u0022, afirmou Colin McKinnon, CEO do Institute of Environmental Analytics (IEA). \u0022Os dados clim\u00e1ticos s\u00e3o essenciais para avaliar as nossas necessidades energ\u00e9ticas e a capacidade de produ\u00e7\u00e3o, especialmente no setor das renov\u00e1veis\u0022, afirmou a Comiss\u00e1ria Kadri Simson. Dado que os produtores de energias renov\u00e1veis t\u00eam de gerir a incerteza clim\u00e1tica ao longo do tempo de vida \u00fatil dos seus projetos, dispor de dados clim\u00e1ticos est\u00e1 a tornar-se fundamental para o aumento da fra\u00e7\u00e3o destas energias no cabaz energ\u00e9tico. Os operadores das redes el\u00e9tricas t\u00eam tamb\u00e9m de prever os extremos meteorol\u00f3gicos que afetam as linhas de transmiss\u00e3o (p. ex., inunda\u00e7\u00f5es, vendavais, ondas de calor, neve) e obter um equil\u00edbrio entre a oferta e a procura em fun\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas que afetam a produ\u00e7\u00e3o e o consumo. \u0022A informa\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica constitui um elemento fundamental a considerar como parte do processo de decis\u00e3o em diferentes fases dos projetos\u0022, de acordo com a equipa clim\u00e1tica da empresa espanhola Iberdrola, que disp\u00f5e de um amplo portef\u00f3lio de projetos de renov\u00e1veis espalhados pela Europa. A empresa combina medi\u00e7\u00f5es no local com informa\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica de curto a longo prazo em cada local de implanta\u00e7\u00e3o dos projetos. No caso da energia e\u00f3lica, por exemplo, a Iberdrola utiliza modelos de dados clim\u00e1ticos e meteorol\u00f3gicos para determinar os melhores locais para a instala\u00e7\u00e3o de turbinas e estimar a sua capacidade de produ\u00e7\u00e3o durante todo o seu tempo de vida \u00fatil. \u0022Os dados clim\u00e1ticos s\u00e3o usados em modelos para calcular o consumo e a gera\u00e7\u00e3o a partir de centrais solares, e\u00f3licas, hidroel\u00e9tricas e t\u00e9rmicas. A informa\u00e7\u00e3o resultante \u00e9 usada, por sua vez, em modelos de sistemas de produ\u00e7\u00e3o de energia para avaliar a adequa\u00e7\u00e3o do cabaz energ\u00e9tico\u0022, afirmou o Dr. Gabriel Bareux, diretor-adjunto de sistemas de informa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o da RTE, o operador franc\u00eas do sistema de transmiss\u00e3o. \u0022No que toca \u00e0 infraestrutura, visto que os componentes s\u00e3o instalados para durarem at\u00e9 80 anos, h\u00e1 uma necessidade importante de avaliar os riscos futuros potenciais das instala\u00e7\u00f5es existentes, sendo simultaneamente imperativo avaliar os ativos futuros, que ser\u00e3o utilizados num clima em mudan\u00e7a\u0022, referiu o Dr. Bareux. \u0022Vamos imaginar que pretendemos construir uma nova central solar\u0022, comentou o Dr. Etienne Wey, diretor-geral da Transvalor, empresa que disponibiliza, entre outros, servi\u00e7os de dados sobre radia\u00e7\u00e3o solar e meteorologia. \u0022A banca ir\u00e1 financiar o projeto essencialmente com base na quantidade de energia a produzir nos pr\u00f3ximos 20 anos\u0022, explicou. \u0022H\u00e1 cinco anos, o n\u00edvel de incerteza na constru\u00e7\u00e3o de uma nova central solar n\u00e3o era t\u00e3o importante, pois o pre\u00e7o ao qual os governos ou os operadores das redes estavam dispostos a comprar cada quilowatt-hora era muito elevado em compara\u00e7\u00e3o com a atualidade. Hoje, o mercado \u00e9 muito competitivo, pelo que grandes incertezas podem fazer a diferen\u00e7a entre o lucro e o preju\u00edzo\u0022, referiu o Dr. Wey. \u0022A utiliza\u00e7\u00e3o de dados clim\u00e1ticos no setor energ\u00e9tico tornou-se mais comum nos \u00faltimos cinco anos\u0022, referiu o Dr. Alberto Troccoli, diretor-fundador do World Energy and Meteorological Council (WEMC). O WEMC est\u00e1 a liderar o servi\u00e7o operacional para o setor energ\u00e9tico do Servi\u00e7o de Monitoriza\u00e7\u00e3o das Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas Copernicus (C3S), destinado a disponibilizar dados clim\u00e1ticos virtualmente em tempo real para os intervenientes neste setor. As observa\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas adas s\u00e3o das fontes de dados mais comuns utilizadas nos modelos de sistemas energ\u00e9ticos; a an\u00e1lise de acontecimentos ados, tais como ondas de frio ou de calor, e o seu impacto na energia solar e e\u00f3lica, por exemplo, pode dar pistas sobre o que poder\u00e1 acontecer numa situa\u00e7\u00e3o futura semelhante. \u0022Esta abordagem \u00e9 adequada para as an\u00e1lises dos anos mais pr\u00f3ximos. No entanto, com as crescentes evid\u00eancias das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, a utiliza\u00e7\u00e3o de dados ados em proje\u00e7\u00f5es do futuro est\u00e1 claramente a excluir informa\u00e7\u00e3o importante\u0022, referiu o Dr. Bareux da RTE. \u0022Por exemplo, a onda de calor de 2003, sem precedentes, poder\u00e1 tornar-se o novo normal at\u00e9 2050. \u00c9 fundamental ter isso em conta nas simula\u00e7\u00f5es do sistema energ\u00e9tico do futuro\u0022, acrescentou. O C3S disponibiliza registos hist\u00f3ricos, previs\u00f5es sazonais e proje\u00e7\u00f5es a v\u00e1rios anos, bem como indicadores energ\u00e9ticos. \u0022Dispomos de modelos que analisam a forma como o clima ir\u00e1 afetar a procura\u0022, afirmou o Dr. Troccoli. \u0022Na Europa, a temperatura est\u00e1 a aumentar na maioria dos pa\u00edses, o que condicionar\u00e1 as necessidades, ainda que os padr\u00f5es de utiliza\u00e7\u00e3o venham a variar\u0022, referiu. \u0022A magnitude da variabilidade do clima est\u00e1 a mudar tamb\u00e9m, e os modelos clim\u00e1ticos podem dar-nos informa\u00e7\u00f5es sobre os per\u00edodos em que um recurso energ\u00e9tico pode sofrer uma maior variabilidade quando comparado com outros\u0022. O servi\u00e7o mapeia a variabilidade do clima e da energia em todo o continente. Os dados clim\u00e1ticos ajudar\u00e3o os intervenientes no setor energ\u00e9tico a prever as altera\u00e7\u00f5es para a ind\u00fastria motivadas pelo clima (p. ex., ondas de frio e de calor, secas), mas tamb\u00e9m a analisar a forma como a temperatura influencia a procura de eletricidade em todo o continente, e como este fator interage com a variabilidade da produ\u00e7\u00e3o de energias renov\u00e1veis. A informa\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica pode ajudar os governos e os produtores de energia a escolher o cabaz de renov\u00e1veis certo nos seus sistemas energ\u00e9ticos. Como pre\u00e2mbulo do servi\u00e7o, o C3S lan\u00e7ou em 2017 o projeto demonstrador do Combinador Energ\u00e9tico Clim\u00e1tico Europeu . \u0022Este projeto ajuda a avaliar a forma atrav\u00e9s da qual as diferentes combina\u00e7\u00f5es de abastecimento de energia na Europa se ajustar\u00e3o \u00e0 procura, com um enfoque no papel que o clima desempenha na combina\u00e7\u00e3o de fontes de energia\u0022, referiu Colin McKinnon da IEA, a entidade que desenvolveu o projeto para o C3S. O seu mais recente projeto com o C3S focaliza-se no desenvolvimento de normas resilientes ao clima para infraestruturas, o que ajudar\u00e1 os engenheiros, os arquitetos e as autoridades de normaliza\u00e7\u00e3o a assegurar que os seus projetos (incluindo, entre outros, os projetos de energias renov\u00e1veis) est\u00e3o prontos a enfrentar os desafios da variabilidade clim\u00e1tica e dos perigos dos extremos meteorol\u00f3gicos. \u0022\u00c0 medida que as renov\u00e1veis aumentam a sua propor\u00e7\u00e3o e a eletrifica\u00e7\u00e3o absorve outros utilizadores finais (transportes, aquecimento e refrigera\u00e7\u00e3o, etc.), existem novas aplica\u00e7\u00f5es em que os dados clim\u00e1ticos podem desempenhar um papel importante\u0022, referiu a equipa da Iberdrola. Por exemplo, estes dados poderiam apoiar a an\u00e1lise da forma de combinar diferentes tecnologias de armazenamento de eletricidade durante uma onda de calor para maximizar a produ\u00e7\u00e3o e responder ao aumento das necessidades energ\u00e9ticas. Qual o pr\u00f3ximo desafio da satisfa\u00e7\u00e3o dos requisitos de seguran\u00e7a clim\u00e1tica dos produtores e das redes de energias renov\u00e1veis? \u0022Disponibilizar dados clim\u00e1ticos numa base hor\u00e1ria \u00e9 fundamental para o sistema energ\u00e9tico\u0022, afirmou o Dr. Bareux da RTE. \u0022Os modelos dos sistemas energ\u00e9ticos utilizam uma refer\u00eancia hor\u00e1ria\u0022. Dado que as simula\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas est\u00e3o dispon\u00edveis numa base di\u00e1ria ou multihor\u00e1ria, explicou o Dr. Bareux, os utilizadores interpretam os dados clim\u00e1ticos com os seus pr\u00f3prios meios, e poder\u00e3o n\u00e3o estar capacitados para o efeito; uma solu\u00e7\u00e3o poderia ar por um procedimento normalizado a que todos os utilizadores possam recorrer. 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A produção de energia solar, eólica e hidroelétrica pode beneficiar dos dados climáticos

A produção de energia solar, eólica e hidroelétrica pode beneficiar dos dados climáticos
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Sendo as energias renováveis fundamentais para a recuperação das economias europeias após a pandemia, a otimização da produção energética dependerá cada vez mais dos dados climáticos.

2019 foi particularmente luminoso para os europeus; o continente não esteve exposto a tantas horas de sol pelo menos desde o início da década de 1980. Foi também especialmente brilhante para o setor da energia solar, tendo a sua capacidade de geração mais do que duplicado em comparação com 2018, o maior crescimento numa década. As renováveis estão a tornar-se cada vez mais importantes: em 2019, a sua quota no abastecimento de eletricidade na UE atingiu um máximo recorde de 34,6%. Por outro lado, embora a COVID-19 tenha travado a implementação de novas unidades de produção de energia verde, as renováveis estão a ser encaradas como a solução europeia para o relançamento das suas economias e para o cumprimento das suas ambições, recentemente revistas, de cortar as emissões em 50-55% até 2030. Assim, o setor assumiu uma missão dupla: capturar rapidamente a parte de leão do sistema energético, aumentando ao mesmo tempo a sua fiabilidade e eficiência. Tudo isto num clima em mudança, o que, por si só, introduz variabilidade nos riscos.

Fontes: dados do EUROSTAT até 2017; cálculos da Agora Energiewende e da Sandbag para 2018 e 2019; projeções para 2030 da "Estratégia a Longo Prazo", Comissão Europeia, 2018.

“A transição para uma economia verde é um dos principais pilares do pacote de recuperação proposto pela Comissão [Europeia] em finais de maio", afirmou a Comissária Europeia para a Energia, Kadri Simson. "O Pacto Ecológico Europeu é a nossa estratégia para atingir a neutralidade climática até 2050 e, em simultâneo, aumentar a competitividade da nossa economia, acrescentou a Comissária. A UE pode reforçar significativamente a proporção de renováveis no seu cabaz energético de forma lucrativa, de acordo com a Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). A redução dos custos das tecnologias tem vindo a apontar nesse sentido e, embora as previsões recorde para 2020 ao nível das renováveis tenham sido ajustadas em baixa, espera-se que o setor da energia hipocarbónica recupere, reforçado pela redução da procura de petróleo e gás, que se prevê que continue após a pandemia.

No entanto, embora possam demonstrar resiliência contra os choques económicos, as renováveis terão de continuar a demonstrar que também resistem aos padrões climáticos em mudança e à maior frequência de alguns tipos de acontecimentos climáticos extremos. As alterações das temperaturas, da precipitação, da radiação, do nível do mar, das partículas e de extremos como as ondas de calor, inundações ou secas podem afetar a produção e as infraestruturas das energias renováveis, além de influenciarem a procura energética.

A energia hidroelétrica europeia continua a sofrer uma queda na produção, em virtude da menor precipitação e do tempo quente, que conduziram a uma redução de 6% na produção total no ano ado, segundo a Agora Energiewende. As ondas de calor associadas às recorrentes secas que atingiram a França, a Espanha, a Itália e Portugal reduziram os níveis da água durante a primavera e o verão, refletindo a análise dos caudais fluviais do relatório sobre o Estado do Clima Europeu de 2019. Alguns cientistas estimam que os padrões de precipitação e de temperatura em mudança poderão reforçar o potencial hidroelétrico da região norte da Europa e reduzir a produção no sul.

Fonte dos dados: caudais fluviais derivados de modelos do Copernicus EMS. Créditos: Serviço de Gestão de Emergências Copernicus (Copernicus EMS)/ECMWF.

As previsões sobre a velocidade dos ventos permanecem incertas, e pequenas alterações podem afetar significativamente a produção de eletricidade. Em 2018, a fraca intensidade eólica no verão reduziu a produção em valores que chegaram a ser inferiores em 20% aos habituais. Os acontecimentos meteorológicos extremos e a subida do nível do mar poderão afetar a infraestrutura de parques eólicos, tanto em terra como no mar. A energia solar enfrenta também variáveis climáticas incertas, com alguns estudos a preverem um aumento da radiação solar na Europa (até 10%), o que aumentará a produção; contudo, um futuro mais quente poderá refrear este efeito, já que os painéis fotovoltaicos (FV) perdem eficiência com o aumento das temperaturas.

Fonte: registos de dados climáticos relativos à duração da radiação solar do EUMETSAT CM SAF. Créditos: Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus (C3S)/EUMETSAT CM SAF/DWD.

"As investigações climáticas sugerem que os extremos meteorológicos irão ar a ser mais frequentes. Mas em que medida? Estas são questões vitais quando queremos fontes fiáveis de energias renováveis", afirmou Colin McKinnon, CEO do Institute of Environmental Analytics (IEA). "Os dados climáticos são essenciais para avaliar as nossas necessidades energéticas e a capacidade de produção, especialmente no setor das renováveis", afirmou a Comissária Kadri Simson.

Dado que os produtores de energias renováveis têm de gerir a incerteza climática ao longo do tempo de vida útil dos seus projetos, dispor de dados climáticos está a tornar-se fundamental para o aumento da fração destas energias no cabaz energético. Os operadores das redes elétricas têm também de prever os extremos meteorológicos que afetam as linhas de transmissão (p. ex., inundações, vendavais, ondas de calor, neve) e obter um equilíbrio entre a oferta e a procura em função das condições climáticas que afetam a produção e o consumo.

"A informação climática constitui um elemento fundamental a considerar como parte do processo de decisão em diferentes fases dos projetos", de acordo com a equipa climática da empresa espanhola Iberdrola, que dispõe de um amplo portefólio de projetos de renováveis espalhados pela Europa. A empresa combina medições no local com informação climática de curto a longo prazo em cada local de implantação dos projetos. No caso da energia eólica, por exemplo, a Iberdrola utiliza modelos de dados climáticos e meteorológicos para determinar os melhores locais para a instalação de turbinas e estimar a sua capacidade de produção durante todo o seu tempo de vida útil.

"Os dados climáticos são usados em modelos para calcular o consumo e a geração a partir de centrais solares, eólicas, hidroelétricas e térmicas. A informação resultante é usada, por sua vez, em modelos de sistemas de produção de energia para avaliar a adequação do cabaz energético", afirmou o Dr. Gabriel Bareux, diretor-adjunto de sistemas de informação e comunicação da RTE, o operador francês do sistema de transmissão. "No que toca à infraestrutura, visto que os componentes são instalados para durarem até 80 anos, há uma necessidade importante de avaliar os riscos futuros potenciais das instalações existentes, sendo simultaneamente imperativo avaliar os ativos futuros, que serão utilizados num clima em mudança", referiu o Dr. Bareux.

"Vamos imaginar que pretendemos construir uma nova central solar", comentou o Dr. Etienne Wey, diretor-geral da Transvalor, empresa que disponibiliza, entre outros, serviços de dados sobre radiação solar e meteorologia. "A banca irá financiar o projeto essencialmente com base na quantidade de energia a produzir nos próximos 20 anos", explicou. "Há cinco anos, o nível de incerteza na construção de uma nova central solar não era tão importante, pois o preço ao qual os governos ou os operadores das redes estavam dispostos a comprar cada quilowatt-hora era muito elevado em comparação com a atualidade. Hoje, o mercado é muito competitivo, pelo que grandes incertezas podem fazer a diferença entre o lucro e o prejuízo", referiu o Dr. Wey.

"A utilização de dados climáticos no setor energético tornou-se mais comum nos últimos cinco anos", referiu o Dr. Alberto Troccoli, diretor-fundador do World Energy and Meteorological Council (WEMC). O WEMC está a liderar o serviço operacional para o setor energético do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus (C3S), destinado a disponibilizar dados climáticos virtualmente em tempo real para os intervenientes neste setor.

As observações climáticas adas são das fontes de dados mais comuns utilizadas nos modelos de sistemas energéticos; a análise de acontecimentos ados, tais como ondas de frio ou de calor, e o seu impacto na energia solar e eólica, por exemplo, pode dar pistas sobre o que poderá acontecer numa situação futura semelhante. "Esta abordagem é adequada para as análises dos anos mais próximos. No entanto, com as crescentes evidências das alterações climáticas, a utilização de dados ados em projeções do futuro está claramente a excluir informação importante", referiu o Dr. Bareux da RTE. "Por exemplo, a onda de calor de 2003, sem precedentes, poderá tornar-se o novo normal até 2050. É fundamental ter isso em conta nas simulações do sistema energético do futuro", acrescentou.

O C3S disponibiliza registos históricos, previsões sazonais e projeções a vários anos, bem como indicadores energéticos. "Dispomos de modelos que analisam a forma como o clima irá afetar a procura", afirmou o Dr. Troccoli. "Na Europa, a temperatura está a aumentar na maioria dos países, o que condicionará as necessidades, ainda que os padrões de utilização venham a variar", referiu. "A magnitude da variabilidade do clima está a mudar também, e os modelos climáticos podem dar-nos informações sobre os períodos em que um recurso energético pode sofrer uma maior variabilidade quando comparado com outros".

O serviço mapeia a variabilidade do clima e da energia em todo o continente. Os dados climáticos ajudarão os intervenientes no setor energético a prever as alterações para a indústria motivadas pelo clima (p. ex., ondas de frio e de calor, secas), mas também a analisar a forma como a temperatura influencia a procura de eletricidade em todo o continente, e como este fator interage com a variabilidade da produção de energias renováveis.

Exemplo da forma como os cenários para a energia solar nas próximas décadas são representados no demonstrador energético pré-operacional do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus.

A informação climática pode ajudar os governos e os produtores de energia a escolher o cabaz de renováveis certo nos seus sistemas energéticos. Como preâmbulo do serviço, o C3S lançou em 2017 o projeto demonstrador do Combinador Energético Climático Europeu. "Este projeto ajuda a avaliar a forma através da qual as diferentes combinações de abastecimento de energia na Europa se ajustarão à procura, com um enfoque no papel que o clima desempenha na combinação de fontes de energia", referiu Colin McKinnon da IEA, a entidade que desenvolveu o projeto para o C3S. O seu mais recente projeto com o C3S focaliza-se no desenvolvimento de normas resilientes ao clima para infraestruturas, o que ajudará os engenheiros, os arquitetos e as autoridades de normalização a assegurar que os seus projetos (incluindo, entre outros, os projetos de energias renováveis) estão prontos a enfrentar os desafios da variabilidade climática e dos perigos dos extremos meteorológicos.

"À medida que as renováveis aumentam a sua proporção e a eletrificação absorve outros utilizadores finais (transportes, aquecimento e refrigeração, etc.), existem novas aplicações em que os dados climáticos podem desempenhar um papel importante", referiu a equipa da Iberdrola. Por exemplo, estes dados poderiam apoiar a análise da forma de combinar diferentes tecnologias de armazenamento de eletricidade durante uma onda de calor para maximizar a produção e responder ao aumento das necessidades energéticas.

Qual o próximo desafio da satisfação dos requisitos de segurança climática dos produtores e das redes de energias renováveis? "Disponibilizar dados climáticos numa base horária é fundamental para o sistema energético", afirmou o Dr. Bareux da RTE. "Os modelos dos sistemas energéticos utilizam uma referência horária". Dado que as simulações climáticas estão disponíveis numa base diária ou multihorária, explicou o Dr. Bareux, os utilizadores interpretam os dados climáticos com os seus próprios meios, e poderão não estar capacitados para o efeito; uma solução poderia ar por um procedimento normalizado a que todos os utilizadores possam recorrer.

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