{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2019/12/13/combater-as-alteracoes-climaticas-requer-identificar-a-origem-humana-e-natural-das-emissoe" }, "headline": "Combater as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas requer identificar a origem humana e natural das emiss\u00f5es de CO2", "description": "Nos termos do Acordo de Paris, 195 pa\u00edses comprometeram-se a reduzir as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa para manter o aumento de temperatura significativamente abaixo de 2 \u00b0C relativamente aos n\u00edveis pr\u00e9-industriais.", "articleBody": "Nos termos do Acordo de Paris, 195 pa\u00edses comprometeram-se a reduzir as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa para manter o aumento de temperatura significativamente abaixo de 2 \u00b0C relativamente aos n\u00edveis pr\u00e9-industriais. Seguir a quantidade de di\u00f3xido de carbono \u2013 o maior contribuinte individual para o aquecimento do clima \u2013 que as atividades humanas libertam para a atmosfera \u00e9 essencial para determinar se estamos no caminho certo para travar as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. No entanto, esse g\u00e1s, com o seu grande n\u00famero de fontes, sumidouros e fluxos, representa ainda um desafio, tanto para cientistas como para governos. A atividade humana desequilibra claramente o ciclo natural do carbono A queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis, a produ\u00e7\u00e3o de cimento e as mudan\u00e7as no uso dos solos s\u00e3o as principais formas atrav\u00e9s das quais os seres humanos est\u00e3o rapidamente a aumentar as quantidades de CO2 na atmosfera, fazendo-as disparar para n\u00edveis sem precedentes. Segundo Petteri Taalas, Secret\u00e1rio-Geral da OMM , \u201cconv\u00e9m recordar que a \u00faltima vez em que a Terra registou uma concentra\u00e7\u00e3o compar\u00e1vel de CO2 ocorreu h\u00e1 3 a 5 milh\u00f5es de anos. Nessa altura, a temperatura era 2 a 3 \u00b0C mais elevada e o n\u00edvel do mar estava 10 a 20 metros acima dos atuais\u0022. Embora os oceanos e a vegeta\u00e7\u00e3o terrestre absorvam uma grande parte dessas quantidades, o restante acumula-se na atmosfera, pois os sumidouros naturais n\u00e3o t\u00eam a capacidade de contrabalan\u00e7ar a taxa de emiss\u00f5es. Por outro lado, os efeitos \u00e0 escala mundial para remover o CO2 s\u00e3o largamente insuficientes. O primeiro veredito sobre o grau em que os pa\u00edses est\u00e3o a concretizar as suas ambi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas dever\u00e1 ser emitido em 2023. Conhecer a quantidade de CO2 proveniente da atividade humana e qual o seu destino implica a implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas clim\u00e1ticas eficazes. \u0022\u00c9 uma tarefa gigantesca que se est\u00e1 a tornar cada vez mais dif\u00edcil\u0022, afirmou a Dra. Greet Janssens-Maenhout, presidente da Task Force para a Vigil\u00e2ncia das Emiss\u00f5es de CO2 da Comiss\u00e3o Europeia. \u0022\u00c9 necess\u00e1rio que 195 pa\u00edses comuniquem as suas emiss\u00f5es utilizando as mesmas metodologias. Hoje em dia, os recursos dispon\u00edveis diferem de pa\u00eds para pa\u00eds\u0022. Atualmente, os pa\u00edses estimam as suas emiss\u00f5es inventariando as respetivas queimas de combust\u00edveis f\u00f3sseis. Contudo, nem todos possuem as mesmas capacidades. \u0022Apenas os pa\u00edses desenvolvidos conseguem disponibilizar registos precisos, transparentes, exaustivos, coerentes e compar\u00e1veis dos seus gases de efeito de estufa. Todavia, segundo o quadro de refor\u00e7o da transpar\u00eancia do Acordo de Paris, os pa\u00edses em vias de desenvolvimento ter\u00e3o de o fazer tamb\u00e9m, a cada dois anos\u0022, afirmou Lucia Perugini, gestora de projeto do Centro Euro-Mediterr\u00e2nico para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas. \u0022Muitos pa\u00edses em vias de desenvolvimento carecem de dados para o c\u00e1lculo dos gases de efeito de estufa \u2013 quais as atividades humanas em causa, quando e em que medida ocorrem, e qual o respetivo n\u00edvel de emiss\u00f5es\u0022, conclui Perugini. Desenvolvimento de m\u00e9todos cient\u00edficos complementares para refor\u00e7ar a precis\u00e3o do controlo do carbono O Servi\u00e7o de Controlo do CO2 , com lan\u00e7amento previsto para 2026, dever\u00e1 desempenhar um papel significativo a este n\u00edvel, enquanto os Servi\u00e7os de Monitoriza\u00e7\u00e3o Atmosf\u00e9rica e das Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas do Copernicus da UE e alguns outros parceiros europeus, tais como o ECMWF, a ESA o EUMETSAT, desenvolvem formas de refor\u00e7ar a precis\u00e3o da monitoriza\u00e7\u00e3o do carbono, tanto ao n\u00edvel do solo como em altitude. \u0022O servi\u00e7o ter\u00e1 a capacidade de disponibilizar estimativas mais oportunas e com resolu\u00e7\u00f5es espacial e temporal superiores \u00e0s atualmente dispon\u00edveis, as quais assentam em m\u00e9todos de inventaria\u00e7\u00e3o\u0022, afirmou o Dr. Richard Engelen, diretor-adjunto do Servi\u00e7o de Monitoriza\u00e7\u00e3o Atmosf\u00e9rica do Centro Europeu de Previs\u00e3o Meteorol\u00f3gica a M\u00e9dio Prazo (ECMWF). As resolu\u00e7\u00f5es espacial e temporal indicam, respetivamente, o grau de detalhe de uma imagem e a frequ\u00eancia com que a mesma \u00e9 registada. Uma variedade de sat\u00e9lites, lan\u00e7ados por ag\u00eancias espaciais e organiza\u00e7\u00f5es europeias, americanas, japonesas e outras entidades, mede atualmente as concentra\u00e7\u00f5es de CO2 e a sua absor\u00e7\u00e3o pelas plantas e pelo fitopl\u00e2ncton. \u0022Contudo, nenhum dos sistemas atuais consegue distinguir entre fontes de CO2 humanas e naturais\u0022, afirma Guido Levrini, Gestor do Programa para o Segmento Espacial do Copernicus na Ag\u00eancia Espacial Europeia. Com o novo servi\u00e7o, prev\u00ea-se o lan\u00e7amento de tr\u00eas novos sat\u00e9lites, conhecidos por \u0022Sentinels\u0022, que se juntar\u00e3o \u00e0 frota de observa\u00e7\u00e3o a orbitar em torno da Terra em 2025 para ajudar a clarificar as fontes e os fluxos de carbono. \u0022Identificar a quantidade de carbono emitida pelas atividades humanas \u00e9 o principal objetivo do Copernicus CO2M Sentinel\u0022, acrescentou Levrini. Os tr\u00eas \u201cSentinels\u201d id\u00eanticos medir\u00e3o em conjunto a concentra\u00e7\u00e3o de CO2 a cada tr\u00eas dias em todos os locais do planeta, varrendo a terra em faixas com cerca de 200 km de largura e produzindo imagens com uma resolu\u00e7\u00e3o de 2x2 km. \u0022A combina\u00e7\u00e3o da alta resolu\u00e7\u00e3o com esta largura das faixas \u00e9 espetacular e \u00fanica para um sat\u00e9lite de observa\u00e7\u00e3o terrestre civil\u0022, afirmou a Dra. Janssens-Maenhout, que explicou que existem atualmente outros sat\u00e9lites com um elevado desempenho, mas em apenas um desses par\u00e2metros. \u0022\u00c9 um enorme desafio colocar sat\u00e9lites em funcionamento t\u00e3o rapidamente; os prazos s\u00e3o muito curtos, dada a precis\u00e3o que pretendemos e a elevada sensibilidade da informa\u00e7\u00e3o\u0022. Se medir as concentra\u00e7\u00f5es de CO2 a partir do espa\u00e7o constitui um desafio, estimar a quantidade de carbono proveniente de atividades humanas \u00e9 extremamente dif\u00edcil, explica Levrini. Uma vez na atmosfera, o g\u00e1s mistura-se rapidamente, o que dificulta a separa\u00e7\u00e3o entre atividades humanas e as trocas naturais de CO2 na atmosfera e na superf\u00edcie terrestre. Os tr\u00eas sat\u00e9lites complementar-se-\u00e3o uns aos outros na identifica\u00e7\u00e3o do altamente esquivo CO2. \u0022A Miss\u00e3o de Monitoriza\u00e7\u00e3o do CO2 proporcionar\u00e1 uma cobertura terrestre sem precedentes. Isto nunca foi feito antes\u0022, afirmou o Dr. Engelen. O sucesso depende da coopera\u00e7\u00e3o internacional, tanto no espa\u00e7o como em terra Em todo o mundo, uma ampla s\u00e9rie de projetos como o NOAA ESRL , o ICOS e o GAW da OMM regista as concentra\u00e7\u00f5es de carbono ao n\u00edvel da superf\u00edcie terrestre. Essas medi\u00e7\u00f5es de CO2 ao n\u00edvel do solo s\u00e3o essenciais para o futuro servi\u00e7o de monitoriza\u00e7\u00e3o. As designadas \u0022medi\u00e7\u00f5es in-situ\u0022 disponibilizam dados de concentra\u00e7\u00f5es de gases de efeito de estufa provenientes de fontes que incluem esta\u00e7\u00f5es terrestres, torres de observa\u00e7\u00e3o e aeronaves que recolhem amostras de ar, e tamb\u00e9m teledete\u00e7\u00e3o. Uma vez que o CO2 apresenta varia\u00e7\u00f5es mais pronunciadas na baixa atmosfera, as medi\u00e7\u00f5es ao n\u00edvel do solo podem identific\u00e1-las melhor do que os sat\u00e9lites. No entanto, estas t\u00eam de abranger uma vasta superf\u00edcie com muita frequ\u00eancia, tal como demonstra um relat\u00f3rio recente da Comiss\u00e3o Europeia. A monitoriza\u00e7\u00e3o in-situ pode tamb\u00e9m ajudar a validar os dados dos sat\u00e9lites, al\u00e9m de preencher lacunas quando o mau tempo impede as observa\u00e7\u00f5es a partir de cima e ajudar os especialistas a criarem modelos da forma como o CO2 pode evoluir. \u0022Os sat\u00e9lites seguir\u00e3o plumas de CO2\u0022, explica a Dra. Janssens-Maenhout, \u0022mas \u00e9 necess\u00e1rio descontar os fluxos naturais para que possamos identificar com precis\u00e3o o CO2 antropog\u00e9nico. A informa\u00e7\u00e3o in-situ ajudar\u00e1 a confirmar quais os fluxos que s\u00e3o naturais. Na Europa, dispomos de uma boa estimativa para as emiss\u00f5es naturais de carbono. No entanto, nos tr\u00f3picos, as nuvens e a falta de infraestruturas de medi\u00e7\u00e3o dificultam o processo\u0022. O futuro servi\u00e7o de monitoriza\u00e7\u00e3o pretende tamb\u00e9m melhorar a modeliza\u00e7\u00e3o das trocas de CO2 entre a superf\u00edcie terrestre e a atmosfera, bem como do transporte do CO2 atmosf\u00e9rico pelos ventos. \u0022Os cientistas t\u00eam de obter uma imagem melhor dos fluxos naturais de carbono entre a terra/oceano e a atmosfera\u0022, explica Engelen. \u0022O ECMWF est\u00e1 a colaborar com muitos institutos parceiros espalhados pela Europa para vencer estes desafios\u0022. Para ter uma ideia precisa das emiss\u00f5es de CO2, ser\u00e1 necess\u00e1rio identificar o impacto humano no ciclo natural do carbono Embora os pa\u00edses sejam obrigados a comunicar apenas os seus or\u00e7amentos de carbono globais, o conhecimento das origens da maior parte das suas emiss\u00f5es de CO2 pode tamb\u00e9m contribuir para que os respetivos governos implementem pol\u00edticas clim\u00e1ticas mais eficientes. As elevadas resolu\u00e7\u00f5es espacial e temporal do servi\u00e7o de monitoriza\u00e7\u00e3o em todo o globo ajudar\u00e3o tamb\u00e9m a identificar plumas individualizadas de centrais el\u00e9tricas, ind\u00fastrias e centros urbanos. Um desafio ainda maior \u00e9 seguir as emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa provenientes do uso dos solos, das altera\u00e7\u00f5es desse uso e da silvicultura, que os pa\u00edses poder\u00e3o ent\u00e3o optar por reduzir. \u0022Este \u00e9 o setor mais complexo da inventaria\u00e7\u00e3o dos gases de efeito de estufa\u0022, afirmou Perugini. \u0022Atualmente, h\u00e1 uma elevada incerteza quanto \u00e0s emiss\u00f5es libertadas e absorvidas neste setor\u0022. Em muitos pa\u00edses em vias de desenvolvimento, as emiss\u00f5es provenientes da altera\u00e7\u00e3o do uso dos solos constituem uma parte significativa dos or\u00e7amentos de carbono nacionais, contribuindo em cerca de 10% para as emiss\u00f5es globais de CO2, explica Perugini. Florestas extensas e in\u00edveis, a aus\u00eancia de invent\u00e1rios florestais e de infraestruturas nacionais para as medi\u00e7\u00f5es in-situ tornam a tarefa de monitoriza\u00e7\u00e3o do CO2 demasiado dif\u00edcil. No entanto, as imagens de sat\u00e9lite poder\u00e3o ajudar a seguir as \u00e1reas desflorestadas se existirem tamb\u00e9m medi\u00e7\u00f5es ao n\u00edvel do solo. \u0022\u00c9 um desafio, mas combinando as observa\u00e7\u00f5es de diversas fontes de dados, sat\u00e9lites e ao n\u00edvel do solo, esperamos poder oferecer estimativas razo\u00e1veis\u0022, afirmou Engelen. Para preparar o novo servi\u00e7o, o projeto Emiss\u00f5es Humanas de Di\u00f3xido de Carbono (CHE) , financiado pela UE, est\u00e1 a reunir os primeiros elementos construtivos para identificar as emiss\u00f5es antropog\u00e9nicas a diferentes escalas. Este projeto tira partido da infraestrutura existente do Servi\u00e7o de Monitoriza\u00e7\u00e3o das Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas do Copernicus e do Servi\u00e7o de Monitoriza\u00e7\u00e3o Atmosf\u00e9rica do Copernicus, e recorre \u00e0s compet\u00eancias da comunidade cient\u00edfica europeia. O projeto , financiado pela UE e destinado a desenvolver um sistema europeu de estima\u00e7\u00e3o dos gases de efeito de estufa para ajudar os pa\u00edses a comunicarem as emiss\u00f5es ao UNFCCC, dar\u00e1 tamb\u00e9m um contributo. Uma vez implementado, o servi\u00e7o ficar\u00e1 amplamente dispon\u00edvel. \u0022Tal incluir\u00e1 o UNFCCC, cada pa\u00eds e a Comiss\u00e3o Europeia, mas tamb\u00e9m o setor industrial e os centros urbanos\u0022, afirma Engelen. \u0022Para o efeito, utilizaremos os pr\u00f3ximos anos para debater com estas comunidades as necessidades dos utilizadores, para que possamos criar um servi\u00e7o adequado aos objetivos\u0022. ", "dateCreated": "2019-12-11T17:02:00+01:00", "dateModified": "2019-12-13T13:36:12+01:00", "datePublished": "2019-12-13T13:36:10+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F34%2F34%2F26%2F1440x810_cmsv2_7375c0c1-aa96-5eb7-bf18-d56d26a0adb5-4343426.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Nos termos do Acordo de Paris, 195 pa\u00edses comprometeram-se a reduzir as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa para manter o aumento de temperatura significativamente abaixo de 2 \u00b0C relativamente aos n\u00edveis pr\u00e9-industriais.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F34%2F34%2F26%2F432x243_cmsv2_7375c0c1-aa96-5eb7-bf18-d56d26a0adb5-4343426.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] } #accessibility-bar,#c-burger-button-checkbox,#c-language-switcher-list-open,.c-breaking-news,.c-language-switcher__list,.c-search-form__loader, .o-site-hr__second-level__dropdown,.o-site-hr__second-level__dropdown-mask,.o-site-hr__sidebar,.o-site-hr__sidebar-mask{display:none} .c-barre-now .c-tags-list,.c-barre-now__container,.c-navigation-bar,.c-navigation-bar__wrappable-list,.c-search-form.c-search-engine,.o-site-hr__first-level__container,.o-site-hr__second-level__container,.o-site-hr__second-level__links,.o-site-hr__second-level__burger-logo,.c-burger-button{display:flex} body:not(.has-no-advertising, .has-no-connatix-player, .is-partner-content) .c-article-content > p:nth-of-type(4) + :not(#connatix-container)::before { content: ''; display: block; margin-block-end: 32px; min-height: clamp(162px, calc(100vw * 9 / 16), 310px); } body:not(.has-no-advertising, .has-no-connatix-player, .is-partner-content) .c-article-content > p:nth-of-type(4) + :not(.widget)::before { margin-block-start: 32px; } @s (content-visibility: hidden) { .o-site-hr__second-level__dropdown,.o-site-hr__sidebar { display: flex; content-visibility: hidden; } }
PUBLICIDADE
Euronews

Segmento publicitário

 Copernicus
"Conteúdo Patrocinado" é utilizado para descrever um conteúdo pago e controlado pelo parceiro financeiro e não pela equipa editorial da Euronews. Este conteúdo é produzido pelos departamentos comerciais e não envolve a equipa editorial ou os jornalistas da Euronews. O parceiro financeiro tem o controlo dos tópicos, do conteúdo e da aprovação final em colaboração com o departamento de produção comercial da Euronews.
Segmento publicitário
"Conteúdo Patrocinado" é utilizado para descrever um conteúdo pago e controlado pelo parceiro financeiro e não pela equipa editorial da Euronews. Este conteúdo é produzido pelos departamentos comerciais e não envolve a equipa editorial ou os jornalistas da Euronews. O parceiro financeiro tem o controlo dos tópicos, do conteúdo e da aprovação final em colaboração com o departamento de produção comercial da Euronews.
Copernicus

Combater as alterações climáticas requer identificar a origem humana e natural das emissões de CO2

Combater as alterações climáticas requer identificar a origem humana e natural das emissões de CO2

Nos termos do Acordo de Paris, 195 países comprometeram-se a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa para manter o aumento de temperatura significativamente abaixo de 2 °C relativamente aos níveis pré-industriais. Seguir a quantidade de dióxido de carbono – o maior contribuinte individual para o aquecimento do clima – que as atividades humanas libertam para a atmosfera é essencial para determinar se estamos no caminho certo para travar as alterações climáticas. No entanto, esse gás, com o seu grande número de fontes, sumidouros e fluxos, representa ainda um desafio, tanto para cientistas como para governos.

A atividade humana desequilibra claramente o ciclo natural do carbono

A queima de combustíveis fósseis, a produção de cimento e as mudanças no uso dos solos são as principais formas através das quais os seres humanos estão rapidamente a aumentar as quantidades de CO2 na atmosfera, fazendo-as disparar para níveis sem precedentes. Segundo Petteri Taalas, Secretário-Geral da OMM, “convém recordar que a última vez em que a Terra registou uma concentração comparável de CO2 ocorreu há 3 a 5 milhões de anos. Nessa altura, a temperatura era 2 a 3 °C mais elevada e o nível do mar estava 10 a 20 metros acima dos atuais".

Embora os oceanos e a vegetação terrestre absorvam uma grande parte dessas quantidades, o restante acumula-se na atmosfera, pois os sumidouros naturais não têm a capacidade de contrabalançar a taxa de emissões. Por outro lado, os efeitos à escala mundial para remover o CO2 são largamente insuficientes.

O primeiro veredito sobre o grau em que os países estão a concretizar as suas ambições climáticas deverá ser emitido em 2023. Conhecer a quantidade de CO2 proveniente da atividade humana e qual o seu destino implica a implementação de políticas climáticas eficazes. "É uma tarefa gigantesca que se está a tornar cada vez mais difícil", afirmou a Dra. Greet Janssens-Maenhout, presidente da Task Force para a Vigilância das Emissões de CO2 da Comissão Europeia. "É necessário que 195 países comuniquem as suas emissões utilizando as mesmas metodologias. Hoje em dia, os recursos disponíveis diferem de país para país".

Atualmente, os países estimam as suas emissões inventariando as respetivas queimas de combustíveis fósseis. Contudo, nem todos possuem as mesmas capacidades. "Apenas os países desenvolvidos conseguem disponibilizar registos precisos, transparentes, exaustivos, coerentes e comparáveis dos seus gases de efeito de estufa. Todavia, segundo o quadro de reforço da transparência do Acordo de Paris, os países em vias de desenvolvimento terão de o fazer também, a cada dois anos", afirmou Lucia Perugini, gestora de projeto do Centro Euro-Mediterrânico para as Alterações Climáticas. "Muitos países em vias de desenvolvimento carecem de dados para o cálculo dos gases de efeito de estufa – quais as atividades humanas em causa, quando e em que medida ocorrem, e qual o respetivo nível de emissões", conclui Perugini.

Desenvolvimento de métodos científicos complementares para reforçar a precisão do controlo do carbono

O Serviço de Controlo do CO2, com lançamento previsto para 2026, deverá desempenhar um papel significativo a este nível, enquanto os Serviços de Monitorização Atmosférica e das Alterações Climáticas do Copernicus da UE e alguns outros parceiros europeus, tais como o ECMWF, a ESA o EUMETSAT, desenvolvem formas de reforçar a precisão da monitorização do carbono, tanto ao nível do solo como em altitude. "O serviço terá a capacidade de disponibilizar estimativas mais oportunas e com resoluções espacial e temporal superiores às atualmente disponíveis, as quais assentam em métodos de inventariação", afirmou o Dr. Richard Engelen, diretor-adjunto do Serviço de Monitorização Atmosférica do Centro Europeu de Previsão Meteorológica a Médio Prazo (ECMWF). As resoluções espacial e temporal indicam, respetivamente, o grau de detalhe de uma imagem e a frequência com que a mesma é registada.

Uma variedade de satélites, lançados por agências espaciais e organizações europeias, americanas, japonesas e outras entidades, mede atualmente as concentrações de CO2 e a sua absorção pelas plantas e pelo fitoplâncton. "Contudo, nenhum dos sistemas atuais consegue distinguir entre fontes de CO2 humanas e naturais", afirma Guido Levrini, Gestor do Programa para o Segmento Espacial do Copernicus na Agência Espacial Europeia. Com o novo serviço, prevê-se o lançamento de três novos satélites, conhecidos por "Sentinels", que se juntarão à frota de observação a orbitar em torno da Terra em 2025 para ajudar a clarificar as fontes e os fluxos de carbono. "Identificar a quantidade de carbono emitida pelas atividades humanas é o principal objetivo do Copernicus CO2M Sentinel", acrescentou Levrini.

Os três “Sentinels” idênticos medirão em conjunto a concentração de CO2 a cada três dias em todos os locais do planeta, varrendo a terra em faixas com cerca de 200 km de largura e produzindo imagens com uma resolução de 2x2 km. "A combinação da alta resolução com esta largura das faixas é espetacular e única para um satélite de observação terrestre civil", afirmou a Dra. Janssens-Maenhout, que explicou que existem atualmente outros satélites com um elevado desempenho, mas em apenas um desses parâmetros. "É um enorme desafio colocar satélites em funcionamento tão rapidamente; os prazos são muito curtos, dada a precisão que pretendemos e a elevada sensibilidade da informação".

Se medir as concentrações de CO2 a partir do espaço constitui um desafio, estimar a quantidade de carbono proveniente de atividades humanas é extremamente difícil, explica Levrini. Uma vez na atmosfera, o gás mistura-se rapidamente, o que dificulta a separação entre atividades humanas e as trocas naturais de CO2 na atmosfera e na superfície terrestre. Os três satélites complementar-se-ão uns aos outros na identificação do altamente esquivo CO2. "A Missão de Monitorização do CO2 proporcionará uma cobertura terrestre sem precedentes. Isto nunca foi feito antes", afirmou o Dr. Engelen.

O sucesso depende da cooperação internacional, tanto no espaço como em terra

Em todo o mundo, uma ampla série de projetos como o NOAA ESRL, o ICOS e o GAW da OMM regista as concentrações de carbono ao nível da superfície terrestre. Essas medições de CO2 ao nível do solo são essenciais para o futuro serviço de monitorização. As designadas "medições in-situ" disponibilizam dados de concentrações de gases de efeito de estufa provenientes de fontes que incluem estações terrestres, torres de observação e aeronaves que recolhem amostras de ar, e também teledeteção. Uma vez que o CO2 apresenta variações mais pronunciadas na baixa atmosfera, as medições ao nível do solo podem identificá-las melhor do que os satélites. No entanto, estas têm de abranger uma vasta superfície com muita frequência, tal como demonstra um relatório recente da Comissão Europeia.

A monitorização in-situ pode também ajudar a validar os dados dos satélites, além de preencher lacunas quando o mau tempo impede as observações a partir de cima e ajudar os especialistas a criarem modelos da forma como o CO2 pode evoluir. "Os satélites seguirão plumas de CO2", explica a Dra. Janssens-Maenhout, "mas é necessário descontar os fluxos naturais para que possamos identificar com precisão o CO2 antropogénico. A informação in-situ ajudará a confirmar quais os fluxos que são naturais. Na Europa, dispomos de uma boa estimativa para as emissões naturais de carbono. No entanto, nos trópicos, as nuvens e a falta de infraestruturas de medição dificultam o processo".

O futuro serviço de monitorização pretende também melhorar a modelização das trocas de CO2 entre a superfície terrestre e a atmosfera, bem como do transporte do CO2 atmosférico pelos ventos. "Os cientistas têm de obter uma imagem melhor dos fluxos naturais de carbono entre a terra/oceano e a atmosfera", explica Engelen. "O ECMWF está a colaborar com muitos institutos parceiros espalhados pela Europa para vencer estes desafios".

Para ter uma ideia precisa das emissões de CO2, será necessário identificar o impacto humano no ciclo natural do carbono

Ilustração das principais fontes e sumidouros de CO2 na Europa. Fonte: projeto

Embora os países sejam obrigados a comunicar apenas os seus orçamentos de carbono globais, o conhecimento das origens da maior parte das suas emissões de CO2 pode também contribuir para que os respetivos governos implementem políticas climáticas mais eficientes.

As elevadas resoluções espacial e temporal do serviço de monitorização em todo o globo ajudarão também a identificar plumas individualizadas de centrais elétricas, indústrias e centros urbanos. Um desafio ainda maior é seguir as emissões de gases de efeito de estufa provenientes do uso dos solos, das alterações desse uso e da silvicultura, que os países poderão então optar por reduzir. "Este é o setor mais complexo da inventariação dos gases de efeito de estufa", afirmou Perugini. "Atualmente, há uma elevada incerteza quanto às emissões libertadas e absorvidas neste setor".

Em muitos países em vias de desenvolvimento, as emissões provenientes da alteração do uso dos solos constituem uma parte significativa dos orçamentos de carbono nacionais, contribuindo em cerca de 10% para as emissões globais de CO2, explica Perugini. Florestas extensas e iníveis, a ausência de inventários florestais e de infraestruturas nacionais para as medições in-situ tornam a tarefa de monitorização do CO2 demasiado difícil. No entanto, as imagens de satélite poderão ajudar a seguir as áreas desflorestadas se existirem também medições ao nível do solo.

"É um desafio, mas combinando as observações de diversas fontes de dados, satélites e ao nível do solo, esperamos poder oferecer estimativas razoáveis", afirmou Engelen.

Para preparar o novo serviço, o projeto Emissões Humanas de Dióxido de Carbono (CHE), financiado pela UE, está a reunir os primeiros elementos construtivos para identificar as emissões antropogénicas a diferentes escalas. Este projeto tira partido da infraestrutura existente do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus e do Serviço de Monitorização Atmosférica do Copernicus, e recorre às competências da comunidade científica europeia. O projeto , financiado pela UE e destinado a desenvolver um sistema europeu de estimação dos gases de efeito de estufa para ajudar os países a comunicarem as emissões ao UNFCCC, dará também um contributo.

Uma vez implementado, o serviço ficará amplamente disponível. "Tal incluirá o UNFCCC, cada país e a Comissão Europeia, mas também o setor industrial e os centros urbanos", afirma Engelen. "Para o efeito, utilizaremos os próximos anos para debater com estas comunidades as necessidades dos utilizadores, para que possamos criar um serviço adequado aos objetivos".

Segmento publicitário apresentado por
Copernicus “Conteúdo de parceiro apresentado por” é utilizado para descrever o conteúdo de marca que é pago e controlado pelo anunciante e não pela equipa editorial da Euronews. Este conteúdo é produzido pelos departamentos comerciais e não envolve a equipa editorial ou os jornalistas da Euronews. O parceiro de financiamento tem o controlo dos tópicos, do conteúdo e da aprovação final em colaboração com o departamento de produção comercial da Euronews.
Partilhe esta notícia
PUBLICIDADE