{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2019/10/10/cientistas-europeus-estudam-o-artico-para-prevenir-sobrepesca" }, "headline": "Cientistas europeus estudam o \u00c1rtico para prevenir sobrepesca", "description": "O futuro da pesca no \u00c1rtico vai depender das descobertas de uma miss\u00e3o cient\u00edfica apoiada pela Uni\u00e3o Europeia.", "articleBody": "Devido ao aumento da temperatura na Gronel\u00e2ndia, a \u00e9poca da pesca dura mais tempo .\u00a0 No \u00c1rtico, embarca\u00e7\u00f5es equipadas com m\u00e1quinas modernas pescam todos os dias centenas de quilos de peixe. \u0022H\u00e1 muita pesca por aqui porque \u00e9 muito lucrativo. J\u00e1 n\u00e3o h\u00e1 peixe grandes, estamos a capturar os pequenos\u0022, contou Martin J\u00f8rgensen, pescador de Ilulissat. A aldeia inu\u00edte de Oqaatsut, na costa oeste da Gronel\u00e2ndia, tem vindo a perder popula\u00e7\u00e3o. Tem hoje menos de trinta habitantes. Os tradicionais c\u00e3es de tren\u00f3, usados \u200b\u200bpara pesca e para a ca\u00e7a no gelo, foram substitu\u00eddos pelos barcos de pesca, mais \u00fateis em tempo quente. \u0022A pesca com tren\u00f3 costumava come\u00e7ar em outubro, mas, agora, como n\u00e3o h\u00e1 gelo suficiente, podemos usar barcos o ano inteiro\u0022, disse \u00e0 euronews Steen Gabrielsen, pescador de Oqaatsut. Peixes migram devido ao aumento da temperatura Com o aumento da temperatura da \u00e1gua do mar, h\u00e1 novas esp\u00e9cies de peixes nas zonas costeiras da Gronel\u00e2ndia como a cavala, o arenque, o atum e o bacalhau. Mas nem toda a gente est\u00e1 satisfeita. Na esta\u00e7\u00e3o quente, \u00e9 mais dif\u00edcil pescar o alabote, uma das capturas mais lucrativas. \u0022O alabote gosta de \u00e1gua fria. \u00c0 medida que o ver\u00e3o se torna mais quente e mais longo, o alabote afasta-se e vai para onde est\u00e1 mais fresco \u0022, explicou Niels Gundel, pescador de Ilulissat. Acordo internacional pro\u00edbe pesca durante 16 anos A redu\u00e7\u00e3o do gelo no \u00c1rtico acarreta o risco de sobrepesca devido \u00e0 aus\u00eancia de acordos internacionais que protejam as \u00e1guas \u00e0 volta do Polo Norte. Para os cientistas, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 preocupante porque pode p\u00f4r em causa o equil\u00edbrio dos ecossistemas locais. Para evitar problemas futuros, a Uni\u00e3o Europeia reuniu os principais pa\u00edses com interesses no \u00c1rtico, para que a pesca comercial em alto mar, no \u00c1rtico, seja proibida durante, pelo menos, 16 anos. O acordo foi assinado pela Uni\u00e3o Europeia e por v\u00e1rios pa\u00edses, Canad\u00e1, China, Dinamarca, Isl\u00e2ndia, Jap\u00e3o, Coreia, Noruega, R\u00fassia e Estados Unidos, que representam 75% do PIB mundial. Segundo o acordo, vinculativo do ponto de vista legal, o \u00c1rtico Central, que tem uma \u00e1rea equivalente \u00e0 do Mediterr\u00e2neo, ficar\u00e1 fora dos limites das frotas pesqueiras pelo menos at\u00e9 que os cientistas confirmem em que condi\u00e7\u00f5es a pesca pode realizar-se de forma sustent\u00e1vel. O princ\u00edpio de precau\u00e7\u00e3o A euronews falou com o diretor do Centro do Direito do Mar, da Universidade do \u00c1rtico, na Noruega. \u0022Este acordo reflete o princ\u00edpio de precau\u00e7\u00e3o: quando temos pouca informa\u00e7\u00e3o ou informa\u00e7\u00e3o de m\u00e1 qualidade, devemos agir com cautela e adaptar a regula\u00e7\u00e3o \u00e0s informa\u00e7\u00f5es de que dispomos. Antes, come\u00e7ava-se a pescar e s\u00f3 depois se regulava. Mas nessa altura podia ser tarde demais\u0022, disse \u00e0 euronews Tore Henriksen, diretor do Centro do Direito do Mar, da Universidade do \u00c1rtico, na Noruega. A miss\u00e3o cient\u00edfica europeia O futuro da pesca no \u00c1rtico vai depender das descobertas de miss\u00e3o cient\u00edfica apoiada pela Uni\u00e3o Europeia. A expedi\u00e7\u00e3o Mosaic espera navegar, silenciosamente, durante um ano. \u201cNormalmente, por causa do ru\u00eddo do quebra-gelo, n\u00e3o conseguimos obter dados ac\u00fasticos de qualidade. Agora vamos ter um ano inteiro de boa ac\u00fastica, \u00e9 um sonho\u0022, sublinhou Pauline Snoeijs Leijonmalm, professora de ecologia marinha da Universidade de Estocolmo e chefe da expedi\u00e7\u00e3o Mosaic. Os investigadores europeus dever\u00e3o usar um sonar, filmar debaixo de \u00e1gua com c\u00e2maras especiais e recolher amostras de peixes do \u00c1rtico Central, para poder estudar a cadeia alimentar da regi\u00e3o. \u0022Vamos poder analisar o est\u00f4mago dos peixes, os is\u00f3topos est\u00e1veis, os \u00e1cidos gordos, o que nos dar\u00e1 informa\u00e7\u00f5es sobre a sa\u00fade e a origem dos peixes, porque as esp\u00e9cies migram. Com apenas um peixe nas nossas m\u00e3os, podemos obter muita informa\u00e7\u00e3o\u0022, acrescentou a investigadora. ", "dateCreated": "2019-10-02T15:51:39+02:00", "dateModified": "2020-01-20T17:43:08+01:00", "datePublished": "2019-10-10T13:02:20+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F20%2F27%2F32%2F1440x810_cmsv2_e55c8028-35c8-563a-97af-3aba30f92f2d-4202732.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O futuro da pesca no \u00c1rtico vai depender das descobertas de uma miss\u00e3o cient\u00edfica apoiada pela Uni\u00e3o Europeia.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F20%2F27%2F32%2F432x243_cmsv2_e55c8028-35c8-563a-97af-3aba30f92f2d-4202732.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Loctier", "givenName": "Denis", "name": "Denis Loctier", "url": "/perfis/136", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@Loctier", "jobTitle": "Journaliste Producer", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Producers Magazine" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

Cientistas europeus estudam o Ártico para prevenir sobrepesca

Em parceria comthe European Commission
Cientistas europeus estudam o Ártico para prevenir sobrepesca
Direitos de autor 
De Denis Loctiereuronews
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O futuro da pesca no Ártico vai depender das descobertas de uma missão científica apoiada pela União Europeia.

Devido ao aumento da temperatura na Gronelândia, a época da pesca dura mais tempo

No Ártico, embarcações equipadas com máquinas modernas pescam todos os dias centenas de quilos de peixe. "Há muita pesca por aqui porque é muito lucrativo. Já não há peixe grandes, estamos a capturar os pequenos", contou Martin Jørgensen, pescador de Ilulissat.

A aldeia inuíte de Oqaatsut, na costa oeste da Gronelândia, tem vindo a perder população. Tem hoje menos de trinta habitantes. Os tradicionais cães de trenó, usados ​​para pesca e para a caça no gelo, foram substituídos pelos barcos de pesca, mais úteis em tempo quente. "A pesca com trenó costumava começar em outubro, mas, agora, como não há gelo suficiente, podemos usar barcos o ano inteiro", disse à euronews Steen Gabrielsen, pescador de Oqaatsut.

Peixes migram devido ao aumento da temperatura

Com o aumento da temperatura da água do mar, há novas espécies de peixes nas zonas costeiras da Gronelândia como a cavala, o arenque, o atum e o bacalhau. Mas nem toda a gente está satisfeita. Na estação quente, é mais difícil pescar o alabote, uma das capturas mais lucrativas. "O alabote gosta de água fria. À medida que o verão se torna mais quente e mais longo, o alabote afasta-se e vai para onde está mais fresco ", explicou Niels Gundel, pescador de Ilulissat.

Acordo internacional proíbe pesca durante 16 anos

A redução do gelo no Ártico acarreta o risco de sobrepesca devido à ausência de acordos internacionais que protejam as águas à volta do Polo Norte. Para os cientistas, a situação é preocupante porque pode pôr em causa o equilíbrio dos ecossistemas locais. Para evitar problemas futuros, a União Europeia reuniu os principais países com interesses no Ártico, para que a pesca comercial em alto mar, no Ártico, seja proibida durante, pelo menos, 16 anos. O acordo foi assinado pela União Europeia e por vários países, Canadá, China, Dinamarca, Islândia, Japão, Coreia, Noruega, Rússia e Estados Unidos, que representam 75% do PIB mundial.

Segundo o acordo, vinculativo do ponto de vista legal, o Ártico Central, que tem uma área equivalente à do Mediterrâneo, ficará fora dos limites das frotas pesqueiras pelo menos até que os cientistas confirmem em que condições a pesca pode realizar-se de forma sustentável.

O princípio de precaução

A euronews falou com o diretor do Centro do Direito do Mar, da Universidade do Ártico, na Noruega. "Este acordo reflete o princípio de precaução: quando temos pouca informação ou informação de má qualidade, devemos agir com cautela e adaptar a regulação às informações de que dispomos. Antes, começava-se a pescar e só depois se regulava. Mas nessa altura podia ser tarde demais", disse à euronews Tore Henriksen, diretor do Centro do Direito do Mar, da Universidade do Ártico, na Noruega.

A missão científica europeia

O futuro da pesca no Ártico vai depender das descobertas de missão científica apoiada pela União Europeia. A expedição Mosaic espera navegar, silenciosamente, durante um ano. “Normalmente, por causa do ruído do quebra-gelo, não conseguimos obter dados acústicos de qualidade. Agora vamos ter um ano inteiro de boa acústica, é um sonho", sublinhou Pauline Snoeijs Leijonmalm, professora de ecologia marinha da Universidade de Estocolmo e chefe da expedição Mosaic.

Os investigadores europeus deverão usar um sonar, filmar debaixo de água com câmaras especiais e recolher amostras de peixes do Ártico Central, para poder estudar a cadeia alimentar da região. "Vamos poder analisar o estômago dos peixes, os isótopos estáveis, os ácidos gordos, o que nos dará informações sobre a saúde e a origem dos peixes, porque as espécies migram. Com apenas um peixe nas nossas mãos, podemos obter muita informação", acrescentou a investigadora.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notícia

Notícias relacionadas

Projeto europeu testa jogo de vídeo para ajudar doentes de Parkinson

Projeto europeu usa leveduras para fabricar biomateriais