O audacioso roubo de uma obra de arte única e funcional do artista concetual, Maurizio Cattelan, terminou com a condenação de três homens. Ladrões roubaram sanita de mais de 90 quilos em cinco minutos.
PUBLICIDADEUm ladrão que roubou uma sanita de ouro do Palácio de Blenheim - a mansão de campo onde nasceu Winston Churchill - foi condenado, juntamente com um cúmplice que o ajudou a ganhar dinheiro com os despojos da obra de arte de 18 quilates, segurada por quase 5 milhões de libras (5,9 milhões de euros).
Michael Jones, 39 anos, foi considerado culpado de roubo no Tribunal da Coroa de Oxford.
Segundo os procuradores, Jones utilizou a latrina única e em pleno funcionamento - uma obra satírica intitulada "América" do artista concetual italiano Maurizio Cattelan - enquanto fazia o reconhecimento do Palácio de Blenheim no dia anterior ao roubo. Descreveu a experiência como "esplêndida".
Regressou antes do amanhecer de 14 de setembro de 2019, com pelo menos dois outros homens armados com marretas e pés-de-cabra. Partiram uma janela e arrancaram a sanita da canalização em cinco minutos, deixando um rasto de danos enquanto fugiam em veículos roubados.
"Este foi um ataque audacioso que foi cuidadosamente planeado e executado", disse o procurador Shan Saunders. "Mas os responsáveis não foram suficientemente cuidadosos, deixando um rasto sob a forma de provas forenses, imagens de videovigilância e dados telefónicos."
A obra de arte de Cattelan gozava com a riqueza excessiva e pesava pouco mais de 98 kg. Na altura, o valor do ouro era de 2,8 milhões de libras (3,3 milhões de euros).
A peça tinha sido anteriormente exposta no Museu Guggenheim de Nova Iorque. O museu tinha oferecido a obra a Donald Trump durante o seu primeiro mandato, depois de este ter pedido emprestado um quadro de Van Gogh.
A sanita de ouro nunca foi recuperada, mas acredita-se que tenha sido cortada e vendida.
O roubo foi planeado por James Sheen, 40 anos, que já se tinha declarado culpado de roubo, conspiração e transferência de propriedade criminosa.
Segundo os procuradores, Sheen tentou então negociar um acordo com Fred Doe para ganhar dinheiro com o roubo. Numa série de mensagens de texto, Sheen referiu-se ao saque como um "carro", mas na realidade estava a falar do ouro.
"Vou juntar-me a ti, tenho uma coisa mesmo no teu caminho", disse Sheen a Doe numa mensagem.
"Posso vender-lhe esse carro em dois segundos... por isso venha ver-me amanhã", respondeu Doe.
Doe, 36 anos, também conhecido como Frederick Sines, foi condenado por conspiração para transferir propriedade criminosa.
Um quarto homem acusado na conspiração, Bora Guccuk, 41 anos, foi absolvido pelos jurados.