De acordo com uma interpretação do livro, as profecias indicam que o fim do mundo chegará 442 anos mais tarde, em 2027. O livro polémico voltou a estar na ordem do dia depois de o Papa Francisco ter sido hospitalizado.
PUBLICIDADEDepois de o Papa Francisco, o líder espiritual dos católicos, ter começado a receber tratamento hospitalar a 14 de fevereiro com um diagnóstico de pneumonia, um livro de profecias com 900 anos voltou a estar na ordem do dia.
As profecias baseiam-se num texto misterioso chamado "A Profecia dos Papas", atribuído ao arcebispo irlandês São Malaquias, que terá tido uma visão durante a sua visita a Roma em 1139.
O livro, que contém 112 frases curtas e misteriosas, foi descoberto em 1595 pelo monge beneditino Arnold Wion. Wion afirmou ter encontrado os escritos de Malaquias nos arquivos secretos do Vaticano.
Este livro, que tem sido discutido em podcasts, fóruns na Internet e na imprensa nos últimos dias, revela alegadamente os nomes e as caraterísticas de 109 futuros papas, de acordo com o dia em que foi escrito.
"No último período da Santa Igreja Romana, reinará Pedro, o Romano, que conduzirá o seu rebanho através de muitas tribulações, depois a cidade das sete colinas será destruída e o terrível Juiz julgará o povo. O fim", lê-se.
Alguns interpretam esta profecia como se Pedro assumisse o papado devido à doença pulmonar crónica de Francisco. Outros pensam que Malaquias está a insinuar que Francisco será o último papa.
De qualquer forma, com base nessas profecias, alguns começaram a interpretar a doença do Papa Francisco como um sinal do fim do mundo.
De acordo com uma interpretação do livro, as profecias indicam que o fim do mundo chegará 442 anos depois, em 2027.
Além disso, a guerra na Ucrânia, a crescente tensão entre os Estados Unidos e a China e a constante instabilidade no Médio Oriente levam muitos a temer que uma nova guerra mundial possa eclodir num futuro próximo.
Este facto torna as previsões de profetas e videntes como Nostradamus ou São Malaquias cada vez mais interessantes.
De acordo com a profecia de São Malaquias sobre Pedro, o Romano, o "último papa" presidirá à Igreja durante um período de grande turbulência que resultará na queda de Roma e no fim do papado.
Antes de ser elevado à categoria de santo, São Malaquias foi um arcebispo irlandês conhecido pelas suas reformas eclesiásticas destinadas a aproximar a Igreja irlandesa das práticas romanas.
Facto ou ficção?
Malaquias terá escrito as Profecias dos Papas após uma visão que teve durante uma visita a Roma em 1139.
No entanto, alguns académicos acreditam que este texto misterioso foi fabricado ou, na melhor das hipóteses, distorcido por razões políticas no século XVI.
Há mesmo quem afirme que as 112 frases sobre os papas não foram escritas por Malaquias, mas por outra pessoa.
Isto deve-se, em grande parte, ao facto de o livro apresentar uma descrição detalhada e extremamente precisa de cada papa até 1590, enquanto os papas posteriores ao século XVI são retratados de forma mais vaga.
Segundo o US Catholic, o livro foi escrito para influenciar a eleição papal de 1590 a favor do Cardeal Girolamo Simoncelli. Porque se pensa que as profecias contêm caraterizações que apontam para Simoncelli como o novo papa da altura.
Por outro lado, na eleição em causa, Niccolò Sfondrati, que tomou o nome de Gregório XIV como Papa, foi eleito em vez de Simoncelli.