{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2025/02/18/mumias-do-antigo-egito-tem-um-cheiro-picante-e-doce-revela-estudo" }, "headline": "M\u00famias do Antigo Egito t\u00eam um cheiro \u201icante\u201d e \u201cdoce\u0022, revela estudo", "description": "Um novo estudo revelou os aromas \u0022amadeirado\u0022, \u0022picante\u0022 e \u0022doce\u0022 das m\u00famias do Antigo Egito, desvendando novas conclus\u00f5es sobre o processo de mumifica\u00e7\u00e3o e a sua evolu\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.", "articleBody": "Investigadores da University College London (UCL) e da Universidade de Ljubljana fizeram hist\u00f3ria com um estudo inovador, que se tornou o primeiro a analisar sistematicamente os odores de corpos mumificados.Utilizando uma combina\u00e7\u00e3o de ferramentas de alta tecnologia, como um \u0022nariz\u0022 eletr\u00f3nico, e farejadores humanos treinados, estudaram nove m\u00famias que est\u00e3o em exposi\u00e7\u00e3o e armazenadas no Museu Eg\u00edpcio, no Cairo. Os resultados, publicados no Journal of the American Chemical Society, oferecem uma nova perspetiva sobre os antigos materiais de embalsamamento e a forma como os museus conservam estes artefactos antigos.\u0022O cheiro dos corpos mumificados atrai, h\u00e1 anos, um interesse significativo de especialistas e do p\u00fablico em geral, mas nenhum estudo cient\u00edfico qu\u00edmico e percetivo combinado foi realizado at\u00e9 agora\u0022, real\u00e7ou Matija Strli\u010d, principal autor do estudo, em comunicado.\u0022Esta investiga\u00e7\u00e3o inovadora ajuda-nos realmente a melhor planear a conserva\u00e7\u00e3o e a compreender os antigos materiais de embalsamamento. Acrescenta mais uma camada de dados para enriquecer a exposi\u00e7\u00e3o de corpos mumificados em museus\u0022.Os odores s\u00e3o mol\u00e9culas libertadas por uma subst\u00e2ncia no ar, pelo que a equipa utilizou um cromat\u00f3grafo a g\u00e1s e um espetr\u00f3metro de massa para identificar os qu\u00edmicos emitidos pelas m\u00famias. A par dos instrumentos, um de farejadores treinados descreveu a qualidade e a intensidade dos odores. Este m\u00e9todo ajudou a distinguir entre os odores causados pelo processo de mumifica\u00e7\u00e3o original e os resultantes dos esfor\u00e7os modernos para conservar as m\u00famias.Para Cecilia Bembibre, outra das investigadoras, existem dois aspetos particulares do estudo que se destacam: \u0022Em primeiro lugar, os odores revelaram novas informa\u00e7\u00f5es, sublinhando a import\u00e2ncia de utilizar os nossos sentidos para compreender o ado.Em segundo lugar, embora a maioria dos estudos sobre corpos mumificados tenha sido realizada em museus europeus at\u00e9 agora, aqui trabalh\u00e1mos em estreita colabora\u00e7\u00e3o com colegas eg\u00edpcios para garantir que os seus conhecimentos e experi\u00eancia percetiva fossem representados e desenvolvemos, em conjunto, uma abordagem \u00e9tica e respeitosa para estudar os corpos mumificados\u0022.Uma das principais conclus\u00f5es da investiga\u00e7\u00e3o \u00e9 que os antigos eg\u00edpcios estavam muito conscientes de como o cheiro estava ligado \u00e0 pureza do falecido, especialmente quando embalsamavam deuses e fara\u00f3s. O processo envolvia \u00f3leos, resinas e b\u00e1lsamos como o pinho, o cedro, a mirra e o incenso, que ainda libertam um aroma agrad\u00e1vel, mesmo ap\u00f3s 5.000 anos.\u0022Para os antigos eg\u00edpcios, a mumifica\u00e7\u00e3o era uma pr\u00e1tica mortu\u00e1ria importante que visava preservar o corpo e a alma para a vida ap\u00f3s a morte, atrav\u00e9s de um ritual detalhado de embalsamamento do falecido, utilizando \u00f3leos, ceras e b\u00e1lsamos\u0022, explicou o professor Ali Abdelhalim, coautor e diretor do Museu Eg\u00edpcio, no Cairo.\u0022A pr\u00e1tica evoluiu ao longo do tempo e a identifica\u00e7\u00e3o das diferentes t\u00e9cnicas e materiais utilizados permite conhecer a \u00e9poca, a localiza\u00e7\u00e3o e o estatuto socioecon\u00f3mico do indiv\u00edduo mumificado\u0022.O estudo est\u00e1 tamb\u00e9m a abrir caminho para novidades nas exposi\u00e7\u00f5es dos museus. No futuro, a equipa espera criar \u0022paisagens olfativas\u0022 - recria\u00e7\u00f5es dos odores de corpos mumificados antigos - que poder\u00e3o ser utilizadas em museus para ajudar os visitantes a vivenciar a hist\u00f3ria de uma forma totalmente inovadora.Esta investiga\u00e7\u00e3o pioneira n\u00e3o est\u00e1, portanto, apenas a enriquecer o nosso conhecimento sobre o ado, mas tamb\u00e9m a moldar a forma como interagimos com ele.", "dateCreated": "2025-02-18T10:48:12+01:00", "dateModified": "2025-02-18T14:33:20+01:00", "datePublished": "2025-02-18T14:33:20+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F05%2F61%2F00%2F1440x810_cmsv2_2527a4a8-920c-538d-afe3-30e68128586b-9056100.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Emma Paolin, investigadora de doutoramento na Universidade de Liubliana, e a Dra. Cecilia Bembibre, professora na University College London, recolhem amostras de esfrega\u00e7os", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F05%2F61%2F00%2F432x243_cmsv2_2527a4a8-920c-538d-afe3-30e68128586b-9056100.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Farrant", "givenName": "Theo", "name": "Theo Farrant", "url": "/perfis/2328", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@theo_farrant", "jobTitle": "Video Editor", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Production " } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "As not\u00edcias da Cultura" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Múmias do Antigo Egito têm um cheiro “picante” e “doce", revela estudo

Emma Paolin, investigadora de doutoramento na Universidade de Liubliana, e a Dra. Cecilia Bembibre, professora na University College London, recolhem amostras de esfregaços
Emma Paolin, investigadora de doutoramento na Universidade de Liubliana, e a Dra. Cecilia Bembibre, professora na University College London, recolhem amostras de esfregaços Direitos de autor Abdelrazek Elnaggar via The Associated Press
Direitos de autor Abdelrazek Elnaggar via The Associated Press
De Theo FarrantElise Morton
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Um novo estudo revelou os aromas "amadeirado", "picante" e "doce" das múmias do Antigo Egito, desvendando novas conclusões sobre o processo de mumificação e a sua evolução ao longo do tempo.

PUBLICIDADE

Investigadores da University College London (UCL) e da Universidade de Ljubljana fizeram história com um estudo inovador, que se tornou o primeiro a analisar sistematicamente os odores de corpos mumificados.

Utilizando uma combinação de ferramentas de alta tecnologia, como um "nariz" eletrónico, e farejadores humanos treinados, estudaram nove múmias que estão em exposição e armazenadas no Museu Egípcio, no Cairo. Os resultados, publicados no Journal of the American Chemical Society, oferecem uma nova perspetiva sobre os antigos materiais de embalsamamento e a forma como os museus conservam estes artefactos antigos.

"O cheiro dos corpos mumificados atrai, há anos, um interesse significativo de especialistas e do público em geral, mas nenhum estudo científico químico e percetivo combinado foi realizado até agora", realçou Matija Strlič, principal autor do estudo, em comunicado.

"Esta investigação inovadora ajuda-nos realmente a melhor planear a conservação e a compreender os antigos materiais de embalsamamento. Acrescenta mais uma camada de dados para enriquecer a exposição de corpos mumificados em museus".

Parte da equipa de investigação do Museu Egípcio no Cairo posa para uma fotografia junto de uma seleção de corpos mumificados.
Parte da equipa de investigação do Museu Egípcio no Cairo posa para uma fotografia junto de uma seleção de corpos mumificados.Ahmed Abdellah via The Associated Press

Os odores são moléculas libertadas por uma substância no ar, pelo que a equipa utilizou um cromatógrafo a gás e um espetrómetro de massa para identificar os químicos emitidos pelas múmias. A par dos instrumentos, um de farejadores treinados descreveu a qualidade e a intensidade dos odores.

Este método ajudou a distinguir entre os odores causados pelo processo de mumificação original e os resultantes dos esforços modernos para conservar as múmias.

Para Cecilia Bembibre, outra das investigadoras, existem dois aspetos particulares do estudo que se destacam: "Em primeiro lugar, os odores revelaram novas informações, sublinhando a importância de utilizar os nossos sentidos para compreender o ado.

Em segundo lugar, embora a maioria dos estudos sobre corpos mumificados tenha sido realizada emmuseus europeus até agora, aqui trabalhámos em estreita colaboração com colegas egípcios para garantir que os seus conhecimentos e experiência percetiva fossem representados e desenvolvemos, em conjunto, uma abordagem ética e respeitosa para estudar os corpos mumificados".

Alguns dos corpos mumificados em exposição no Museu Egípcio, no Cairo.
Alguns dos corpos mumificados em exposição no Museu Egípcio, no Cairo.Emma Paolin via The Associated Press

Uma das principais conclusões da investigação é que os antigos egípcios estavam muito conscientes de como o cheiro estava ligado à pureza do falecido, especialmente quando embalsamavam deuses e faraós. O processo envolvia óleos, resinas e bálsamos como o pinho, o cedro, a mirra e o incenso, que ainda libertam um aroma agradável, mesmo após 5.000 anos.

"Para os antigos egípcios, a mumificação era uma prática mortuária importante que visava preservar o corpo e a alma para a vida após a morte, através de um ritual detalhado de embalsamamento do falecido, utilizando óleos, ceras e bálsamos", explicou o professor Ali Abdelhalim, coautor e diretor do Museu Egípcio, no Cairo.

"A prática evoluiu ao longo do tempo e a identificação das diferentes técnicas e materiais utilizados permite conhecer a época, a localização e o estatuto socioeconómico do indivíduo mumificado".

Emma Paolin, aluna de doutoramento na Universidade de Liubliana, realiza investigação sobre múmias.
Emma Paolin, aluna de doutoramento na Universidade de Liubliana, realiza investigação sobre múmias.Abdelrazek Elnaggar via The Associated Press

O estudo está também a abrir caminho para novidades nas exposições dos museus. No futuro, a equipa espera criar "paisagens olfativas" - recriações dos odores de corpos mumificados antigos - que poderão ser utilizadas em museus para ajudar os visitantes a vivenciar a história de uma forma totalmente inovadora.

Esta investigação pioneira não está, portanto, apenas a enriquecer o nosso conhecimento sobre o ado, mas também a moldar a forma como interagimos com ele.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Peru: Múmia pré-hispânica descoberta numa colina de Lima

Rosto do faraó Amenhotep I revelado sem desembrulhar múmia

Ativistas da Greenpeace roubam figura de cera de Macron no Museu Grévin