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Houve 'Teargarden by Kaleidoscope' e a s\u00e9rie 'Shiny and Oh So Bright' \u2013 ambas abandonadas a meio \u2013 e no ano ado embarcou noutro grande projeto. Desta vez, conseguiu acab\u00e1-lo. Portanto, merece elogios por isso. No entanto, 'ATUM: A Rock Opera in Three Acts', um \u00e1lbum conceptual com 33 faixas, \u00e9 simplesmente penoso.Abra\u00e7ando totalmente o som synth-pop mais recente, \u00e9 uma cole\u00e7\u00e3o teatral, mas ins\u00edpida, que se perde na sua pr\u00f3pria mitologia.11) Cyr (2020)A experimenta\u00e7\u00e3o synth dos \u00faltimos anos foi uma tentativa louv\u00e1vel dos Pumpkins direcionarem o som g\u00f3tico da banda para novos caminhos. 'Cyr' foi o som de um compromisso total.Lado positivo: \u00e9 menos sombrio e bastante mais otimista.Lado negativo: \u00e9 uma tentativa de, em 72 minutos, de imitar Joy Division \u00e0 maneira dos New Order e, excetuando algumas can\u00e7\u00f5es decentes (\u2018Cyr4\u2019, \u2018Wyttch\u2019, \u2018Wrath\u2019), \u00e9 dif\u00edcil encontrar um f\u00e3 dos Pumpkins que classifique este \u00e1lbum num lugar cimeiro na lista de favoritos.10) Shiny and Oh So Bright Vol. 1: No Past. No Future. No Sun. (2018)A partir daqui, tudo fica mais interessante.O ano de 2018 foi bom para os Pumpkins, j\u00e1 que o membro original da banda James Iha voltou a juntar-se ao grupo pela primeira vez desde a separa\u00e7\u00e3o original, no in\u00edcio dos anos 2000. O \u00e1lbum seguinte seria atipicamente breve, com oito can\u00e7\u00f5es que funcionam bastante bem juntas. Claro, \u00e0s vezes \u00e9 pomposo, e m\u00fasicas como \u2018Knights of Malta\u2019 desaceleram um pouco demais. Ainda assim, singles como \u2018Solara\u2019 e \u2018Silvery Sometimes (Ghosts)\u2019 mostraram que ainda havia vida nos Pumpkins. 'Shiny and Oh So Bright' n\u00e3o foi o retorno mais convincente \u00e0 forma, mas recapturou um pouco da magia inicial.9) Monuments to an Elegy (2014)A forma\u00e7\u00e3o da banda contou com o baterista dos Motley Crue, Tommy Lee, e quando tiramos o \u00e1lbum do confuso e extenso projeto 'Teargarden by Kaleidyscope' em que estava inclu\u00eddo, \u00e9 uma audi\u00e7\u00e3o muito agrad\u00e1vel, com faixas como \u2018One And All (We Are)\u2019 e \u2018Drum + Fife\u2019 a destacarem-se.Ao contr\u00e1rio de 'Zeitgeist', este \u00e1lbum pode ainda ser reavaliado no futuro como tendo sido injustamente subestimado.8) Oceania (2012)De novo, outro \u00e1lbum que fazia parte do projeto abandonado 'Teargarden', mas um que \u00e9 bastante agrad\u00e1vel, especialmente ap\u00f3s o desapontante 'Zeitgeist'. \u00c9 o \u00fanico \u00e1lbum com a baixista Nicole Fiorentino e o baterista Mike Byrne, e a qu\u00edmica deles com Corgan funcionou. H\u00e1 um sentimento on\u00edrico em muitas destas can\u00e7\u00f5es, e a coes\u00e3o sonora das 13 faixas foi uma descolagem impressionante dos sons da Gera\u00e7\u00e3o X dos anos 90. 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No entanto, faixas como \u2018Rhinoceros\u2019, \u2018Siva\u2019 e \u2018I Am One\u2019 deram \u00e0 banda bastante tempo de antena para anunciar um in\u00edcio promissor de quatro m\u00fasicos que tocavam como se tivessem tudo a perder. O facto de estar classificado t\u00e3o baixo \u00e9 porque o que se segue teve mais poder de marcar a discografia da banda.E a pr\u00f3xima entrada \u00e9 uma surpresa muito agrad\u00e1vel...5) Aghori Mhori Mei (2024)Eles conseguiram. Embora o ceticismo fosse justificado, considerando os recentes lan\u00e7amentos exagerados e dececionantes da banda, Corgan e os membros originais Jimmy Chamberlin e James Iha entregaram 10 novas faixas que merecem ser rotuladas como um verdadeiro regresso \u00e0 forma. N\u00e3o poderia ser mais diferente de 'ATUM', lan\u00e7ado no ano ado, j\u00e1 que 'Aghori Mhori Mei' parece uma banda que abandonou a autopar\u00f3dia e est\u00e1 a funcionar a todo vapor mais uma vez. \u00c9 um \u00e1lbum de guitarra, com muita paix\u00e3o, que parece os Pumpkins vintage. Desde a amea\u00e7adora \u2018Edin\u2019 at\u00e9 \u00e0 orquestral \u2018Murnau\u2019, ando pela progressiva \u2018Pentagrams\u2019 e a exaltante \u2018Who Goes There\u2019, os ganchos e os refr\u00e3es funcionam, parecendo um daqueles \u00e1lbum dos Pumpkins que hesitamos em recomendar.Para al\u00e9m de ser novidade, pode-se dizer que os Pumpkins demoraram o seu tempo, mas est\u00e3o completamente de volta.4) Machina / The Machines of God (2000) & Machina II / The Friends & Enemies of Modern Music (2000)O quarteto cl\u00e1ssico dos Smashing Pumpkins voltou a juntar-se brevemente (o baterista Jimmy Chamberlin esteve ausente em 'Adore' de 1998) e pela \u00faltima vez, j\u00e1 que este duo de \u00e1lbuns marcou o fim de uma era para a forma\u00e7\u00e3o original. Ap\u00f3s o mais experimental 'Adore', aumentaram o volume novamente e entregaram melodias grandiosas, riffs pesados, baterias magistralmente tocadas e m\u00fasicas de destaque na carreira. Nem tudo funciona, mas os poucos deslizes n\u00e3o prejudicam este conjunto din\u00e2mico \u2013 com 'The Everlasting Gaze', 'Stand Inside Your Love' e 'Wound' provando ser um excelente canto do cisne para a banda original. Curiosidade: Corgan queria que 'Machina' fosse um \u00e1lbum duplo, mas a editora recusou. Portanto, num dos primeiros exemplos de presente de m\u00fasica para os f\u00e3s, ele fez 'Machina II' para os amigos, com permiss\u00e3o para redistribuir o \u00e1lbum na internet.3) Adore (1998)Envolto em trag\u00e9dia e agita\u00e7\u00e3o, o quarto \u00e1lbum da banda n\u00e3o come\u00e7ou da melhor maneira. Jimmy Chamberlin e o teclista de turn\u00ea Jonathan Melvoin sofreram uma overdose depois de um concerto em 1996, resultando na morte de Melvoin. Chamberlin foi despedido da banda e, sem baterista, o trio gravou um \u00e1lbum sombrio repleto de sintetizadores, pianos e can\u00e7\u00f5es sobre perda. A g\u00f3tica \u2018Ava Adore\u2019, a terna \u2018Perfect\u2019, a sombria \u2018Pug\u2019 e a comovente \u2018For Martha\u2019 resistiram ao teste do tempo e, embora 'Adore' fosse considerado uma mudan\u00e7a radical demais para os f\u00e3s dos sons anteriores da banda, o \u00e1lbum ganhou um certo culto entre os desde o lan\u00e7amento. \u00c9 merecido.2) Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995)Bomb\u00e1stico e teatral, o terceiro \u00e1lbum da banda \u00e9 amplamente considerado um dos melhores, se n\u00e3o o mais celebrado. Ap\u00f3s a obra-prima do rock alternativo 'Siamese Dream' (n\u00e3o h\u00e1 pontos para adivinhar qual \u00e1lbum est\u00e1 no topo desta lista agora), Corgan come\u00e7ou a elaborar um plano grandioso: superar 'The Wall' dos Pink Floyd. 'Mellon Collie and the Infinite Sadness' seria um \u00e1lbum duplo com 28 faixas, que levaria o grunge/rock alternativo a novos patamares. Ele e seus colegas de banda conseguiram, com a odisseia aclamada pela cr\u00edtica e comercialmente bem-sucedida a percorrer uma gama de estilos e humores - desde o exuberante (\u2018Tonight, Tonight\u2019), o feroz (\u2018Zero\u2019, \u2018Bullet With Butterfly Wings\u2019), o introspetivo (\u2018Thirty-Three\u2019), ao calmante (\u2018Farewell and Goodnight\u2019) ao simplesmente ic\u00f3nico (\u20181979\u2019). O talento correspondeu \u00e0 ambi\u00e7\u00e3o, e 'Mellon Collie...' continua a ser um marco do rock dos anos 90, bem como uma das maiores realiza\u00e7\u00f5es da banda.Mas n\u00e3o \u00e9 o melhor...1) Siamese Dream (1993)'Gish' pode ter sido uma estreia s\u00f3lida, mas o salto entre esse e o segundo \u00e1lbum foi surpreendente. 'Siamese Dream' n\u00e3o surgiu do nada, no entanto. A banda estava um caos: Jimmy Chamberlin era viciado em hero\u00edna, D\u2019arcy Wretzky e James Iha tinham terminado o relacionamento e Corgan estava n\u00e3o s\u00f3 deprimido, mas tamb\u00e9m ansioso por lan\u00e7ar um \u00e1lbum que pudesse ganhar a mesma aten\u00e7\u00e3o comercial que os Nirvana. E ainda assim, com tudo isso a pesar nos ombros da banda, \u2018Siamese Dream\u2019 acabou por dar voz a uma gera\u00e7\u00e3o desiludida: tornou-se um dos lan\u00e7amentos marcantes dos anos 1990. Desde a abrasiva \u2018Cherub Rock\u2019 at\u00e9 \u00e0 mais bela can\u00e7\u00e3o escrita sobre tend\u00eancias suicidas \u2018Today\u2019 e ao single de sucesso \u2018Disarm\u2019, os Smashing Pumpkins conseguiram captar a ansiedade da \u00e9poca e torn\u00e1-la ressonante tanto a n\u00edvel pessoal quanto universal.\u00c9 um \u00e1lbum perfeito e, sem d\u00favida, o \u00e1lbum pelo qual a banda vai ser recordada. 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Smashing Pumpkins: do pior ao melhor álbum, incluindo o novíssimo 'Aghori Mhori Mei'

Os Smashing Pumpkins foram umas das bandas mais marcantes da geração grunge.
Os Smashing Pumpkins foram umas das bandas mais marcantes da geração grunge. Direitos de autor xxxxxxx
Direitos de autor xxxxxxx
De David Mouriquand
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Com o lançamento de 'Aghori Mhori Mei', o 13.º álbum dos The Smashing Pumpkins, exploramos onde se situa este novo trabalho na discografia da banda.

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Originalmente compostos pelo vocalista/guitarrista Billy Corgan, o guitarrista James Iha, a baixista D’arcy Wretzky e o baterista Jimmy Chamberlin, o grupo de Chicago foi uma das bandas definidoras dos anos 1990. Capturaram o som grunge da época e foram devagar injetando elementos psicadélicos, góticos, de metal e até de synth-pop.

Mas nem sempre funcionou. A banda teve altos e baixos, após a primeira separação no início dos anos 2000. Desde então, a formação tem estado em constante rotação – com Corgan permanecendo como único membro permanente – e lançado discos regularmente, resultando numa discografia extensa, embora irregular. Mesmo assim, nunca tiveram medo de inovar e, mesmo que o resultado seja às vezes frustrante, nunca são entediantes.

Com o lançamento hoje de 'Aghori Mhori Mei', o 13.º álbum, exploramos onde o novo trabalho se situa em comparação com os clássicos da banda como 'Siamese Dream' e 'Mellon Collie and the Infinite Sadness'.

Aqui vai:

13) Zeitgeist (2007)

Zeitgeist
ZeitgeistMartha's / Reprise

Vamos começar com este álbum, já que ninguém gosta dele. Pode tentar fazer uma reavaliação, mas é uma grande confusão.

Quando a banda se separou em 2001, o líder do grupo, Billy Corgan, expandiu os horizontes e lançou um excelente álbum com o supergrupo de curta duração Zwan. Ao longo dos anos, houve rumores de que Corgan e o baterista Jimmy Chamberlin estavam a tentar ressuscitar os Pumpkins. Em 2007, tivemos o resultado... e soava a  piloto automático. 'Zeitgeist' tem algumas faixas decentes, como ‘Doomsday Clock’ e ‘Tarantula’, mas apesar de alguns riffs fortes, este é o único álbum dos Smashing Pumpkins que pode ser ignorado sem problemas

12) ATUM: A Rock Opera in Three Acts (2023)

ATUM
ATUMMartha's Music - Thirty Tigers

Billy Corgan nunca teve pouca ambição. Teve grandes planos para álbuns conceptuais e estruturas narrativas que ligam os lançamentos em torno de um conceito grandioso. Houve 'Teargarden by Kaleidoscope' e a série 'Shiny and Oh So Bright' – ambas abandonadas a meio – e no ano ado embarcou noutro grande projeto. Desta vez, conseguiu acabá-lo. Portanto, merece elogios por isso. No entanto, 'ATUM: A Rock Opera in Three Acts', um álbum conceptual com 33 faixas, é simplesmente penoso.

Abraçando totalmente o som synth-pop mais recente, é uma coleção teatral, mas insípida, que se perde na sua própria mitologia.

11) Cyr (2020)

Cyr
CyrMartha's Music - Sumerian

A experimentação synth dos últimos anos foi uma tentativa louvável dos Pumpkins direcionarem o som gótico da banda para novos caminhos. 'Cyr' foi o som de um compromisso total.

Lado positivo: é menos sombrio e bastante mais otimista.

Lado negativo: é uma tentativa de, em 72 minutos, de imitar Joy Division à maneira dos New Order e, excetuando algumas canções decentes (‘Cyr4’, ‘Wyttch’, ‘Wrath’), é difícil encontrar um fã dos Pumpkins que classifique este álbum num lugar cimeiro na lista de favoritos.

10) Shiny and Oh So Bright Vol. 1: No Past. No Future. No Sun. (2018)

So Shiny
So ShinyMartha's Music - Napalm

A partir daqui, tudo fica mais interessante.

O ano de 2018 foi bom para os Pumpkins, já que o membro original da banda James Iha voltou a juntar-se ao grupo pela primeira vez desde a separação original, no início dos anos 2000. O álbum seguinte seria atipicamente breve, com oito canções que funcionam bastante bem juntas. Claro, às vezes é pomposo, e músicas como ‘Knights of Malta’ desaceleram um pouco demais. Ainda assim, singles como ‘Solara’ e ‘Silvery Sometimes (Ghosts)’ mostraram que ainda havia vida nos Pumpkins. 'Shiny and Oh So Bright' não foi o retorno mais convincente à forma, mas recapturou um pouco da magia inicial.

9) Monuments to an Elegy (2014)

Monuments to an Elegy
Monuments to an ElegyMartha's Music

A formação da banda contou com o baterista dos Motley Crue, Tommy Lee, e quando tiramos o álbum do confuso e extenso projeto 'Teargarden by Kaleidyscope' em que estava incluído, é uma audição muito agradável, com faixas como ‘One And All (We Are)’ e ‘Drum + Fife’ a destacarem-se.

Ao contrário de 'Zeitgeist', este álbum pode ainda ser reavaliado no futuro como tendo sido injustamente subestimado.

8) Oceania (2012)

Oceania
OceaniaMartha's Music

De novo, outro álbum que fazia parte do projeto abandonado 'Teargarden', mas um que é bastante agradável, especialmente após o desapontante 'Zeitgeist'. É o único álbum com a baixista Nicole Fiorentino e o baterista Mike Byrne, e a química deles com Corgan funcionou. Há um sentimento onírico em muitas destas canções, e a coesão sonora das 13 faixas foi uma descolagem impressionante dos sons da Geração X dos anos 90. Destaques incluem 'Quasar', 'The Celestials', 'Violet Rays' e 'Pinwheels' – canções que mostraram na altura que os Pumpkins dos últimos tempos não deviam ser ignorados.

Tudo considerado, um álbum que merece mais amor dentro discografia do grupo

7) Pisces Iscariot (1994)

Pisces Iscariot
Pisces IscariotVirgin

Um bónus, já que 'Pisces Iscariot' é uma compilação de lados B, raridades e gravações descartadas que muitas vezes não são incluídas no catálogo principal da banda.

No entanto, tal como como 'Incesticide' dos Nirvana, é essencial para os fãs, especialmente aqueles que querem ouvir Corgan a fazer uma cover de 'Landslide' dos Fleetwood Mac.

Outras faixas imperdíveis são ‘Soothe’ e a épica de 11 minutos ‘Starla’.

Não é um álbum essencial, mas definitivamente melhor do que era suposto.

6) Gish (1991)

Gish
GishCaroline - Hut

Não há como negar que 'Gish' é um ótimo álbum de estreia, o LP que os apresentou à cena grunge já superlotada e que incluía os Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam e Jane’s Addiction.

Não foi muito notado na altura, provavelmente porque foi lançado apenas quatro meses antes de 'Nevermind' dos Nirvana. No entanto, faixas como ‘Rhinoceros’, ‘Siva’ e ‘I Am One’ deram à banda bastante tempo de antena para anunciar um início promissor de quatro músicos que tocavam como se tivessem tudo a perder. O facto de estar classificado tão baixo é porque o que se segue teve mais poder de marcar a discografia da banda.

E a próxima entrada é uma surpresa muito agradável...

5) Aghori Mhori Mei (2024)

Aghori Mhori Mei
Aghori Mhori MeiMartha's Music - Thirty Tigers

Eles conseguiram. Embora o ceticismo fosse justificado, considerando os recentes lançamentos exagerados e dececionantes da banda, Corgan e os membros originais Jimmy Chamberlin e James Iha entregaram 10 novas faixas que merecem ser rotuladas como um verdadeiro regresso à forma.

Não poderia ser mais diferente de 'ATUM', lançado no ano ado, já que 'Aghori Mhori Mei' parece uma banda que abandonou a autoparódia e está a funcionar a todo vapor mais uma vez. É um álbum de guitarra, com muita paixão, que parece os Pumpkins vintage. Desde a ameaçadora ‘Edin’ até à orquestral ‘Murnau’, ando pela progressiva ‘Pentagrams’ e a exaltante ‘Who Goes There’, os ganchos e os refrães funcionam, parecendo um daqueles álbum dos Pumpkins que hesitamos em recomendar.

Para além de ser novidade, pode-se dizer que os Pumpkins demoraram o seu tempo, mas estão completamente de volta.

4) Machina / The Machines of God (2000) & Machina II / The Friends & Enemies of Modern Music (2000)

Machina
MachinaVirgin

O quarteto clássico dos Smashing Pumpkins voltou a juntar-se brevemente (o baterista Jimmy Chamberlin esteve ausente em 'Adore' de 1998) e pela última vez, já que este duo de álbuns marcou o fim de uma era para a formação original. Após o mais experimental 'Adore', aumentaram o volume novamente e entregaram melodias grandiosas, riffs pesados, baterias magistralmente tocadas e músicas de destaque na carreira. Nem tudo funciona, mas os poucos deslizes não prejudicam este conjunto dinâmico – com 'The Everlasting Gaze', 'Stand Inside Your Love' e 'Wound' provando ser um excelente canto do cisne para a banda original. Curiosidade: Corgan queria que 'Machina' fosse um álbum duplo, mas a editora recusou. Portanto, num dos primeiros exemplos de presente de música para os fãs, ele fez 'Machina II' para os amigos, com permissão para redistribuir o álbum na internet.

3) Adore (1998)

Adore
AdoreVirgin

Envolto em tragédia e agitação, o quarto álbum da banda não começou da melhor maneira. Jimmy Chamberlin e o teclista de turnê Jonathan Melvoin sofreram uma overdose depois de um concerto em 1996, resultando na morte de Melvoin. Chamberlin foi despedido da banda e, sem baterista, o trio gravou um álbum sombrio repleto de sintetizadores, pianos e canções sobre perda. A gótica ‘Ava Adore’, a terna ‘Perfect’, a sombria ‘Pug’ e a comovente ‘For Martha’ resistiram ao teste do tempo e, embora 'Adore' fosse considerado uma mudança radical demais para os fãs dos sons anteriores da banda, o álbum ganhou um certo culto entre os desde o lançamento. É merecido.

2) Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995)

Mellon Collie and the Infinite Sadness
Mellon Collie and the Infinite SadnessVirgin

Bombástico e teatral, o terceiro álbum da banda é amplamente considerado um dos melhores, se não o mais celebrado. Após a obra-prima do rock alternativo 'Siamese Dream' (não há pontos para adivinhar qual álbum está no topo desta lista agora), Corgan começou a elaborar um plano grandioso: superar 'The Wall' dos Pink Floyd. 'Mellon Collie and the Infinite Sadness' seria um álbum duplo com 28 faixas, que levaria o grunge/rock alternativo a novos patamares. Ele e seus colegas de banda conseguiram, com a odisseia aclamada pela crítica e comercialmente bem-sucedida a percorrer uma gama de estilos e humores - desde o exuberante (‘Tonight, Tonight’), o feroz (‘Zero’, ‘Bullet With Butterfly Wings’), o introspetivo (‘Thirty-Three’), ao calmante (‘Farewell and Goodnight’) ao simplesmente icónico (‘1979’). O talento correspondeu à ambição, e 'Mellon Collie...' continua a ser um marco do rock dos anos 90, bem como uma das maiores realizações da banda.

Mas não é o melhor...

1) Siamese Dream (1993)

Siamese Dream
Siamese DreamVirgin

'Gish' pode ter sido uma estreia sólida, mas o salto entre esse e o segundo álbum foi surpreendente. 'Siamese Dream' não surgiu do nada, no entanto. A banda estava um caos: Jimmy Chamberlin era viciado em heroína, D’arcy Wretzky e James Iha tinham terminado o relacionamento e Corgan estava não só deprimido, mas também ansioso por lançar um álbum que pudesse ganhar a mesma atenção comercial que os Nirvana. E ainda assim, com tudo isso a pesar nos ombros da banda, ‘Siamese Dream’ acabou por dar voz a uma geração desiludida: tornou-se um dos lançamentos marcantes dos anos 1990. Desde a abrasiva ‘Cherub Rock’ até à mais bela canção escrita sobre tendências suicidas ‘Today’ e ao single de sucesso ‘Disarm’, os Smashing Pumpkins conseguiram captar a ansiedade da época e torná-la ressonante tanto a nível pessoal quanto universal.

É um álbum perfeito e, sem dúvida, o álbum pelo qual a banda vai ser recordada.

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