{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2022/04/27/vhils-o-arqueologo-urbano-da-destruicao-criativa" }, "headline": "Vhils, o \u0022arque\u00f3logo urbano\u0022 da destrui\u00e7\u00e3o criativa", "description": "Das paredes de Lisboa para o mundo, conhe\u00e7a o percurso Vhils, de um dos mais conhecidos artistas de arte urbana.", "articleBody": "\u0022Sou uma esp\u00e9cie de arque\u00f3logo urbano, porque basicamente esculpo nas paredes da cidade\u0022. Alexandre Farto, tamb\u00e9m conhecido por Vhils , \u00e9 considerado um dos melhores artistas urbanos do mundo. Como muitos artistas de rua, come\u00e7ou a pintar graf\u00edtis de forma ilegal quando tinha 13 anos. Ainda na adolesc\u00eancia, o artista portugu\u00eas come\u00e7ou a questionar as suas obras e tentar encontrar um estilo pr\u00f3prio. Lisboa marcou o crescimento de Vhils como artista e serviu-lhe de tela. \u0022Comecei a perceber que as paredes n\u00e3o eram apenas paredes, mas que estavam a acumular camadas de mudan\u00e7as e a hist\u00f3ria dessa mesma cidade. E tive a ideia de parti-las, extraindo e expondo as camadas que, de certa forma, estavam dentro da cidade\u0022. Munido de martelos, cinz\u00e9is, facas e at\u00e9 explosivos, Vhils come\u00e7ou ent\u00e3o a esculpir a sua arte nas paredes de Lisboa. O m\u00e9todo destrutivo de criar cedo se aplicou a pain\u00e9is publicit\u00e1rios e outras superf\u00edcies abandonadas, como portas e edif\u00edcios demolidos. \u0022Eu iria e vandalizava-os, de certa forma, mas criando retratos de algu\u00e9m que vivia na cidade ... Era uma homenagem aos her\u00f3is quotidianos que vivem nas cidades que v\u00e3o de A a B, que fazem com que toda a cidade trabalhe e os torne vis\u00edveis\u0022. A oportunidade que chegou com Banksy Por volta dos 19 anos, Vhils foi estudar para Londres e viu a sua grande oportunidade surgir em 2008, quando foi convidado para o festival Cans. Durante esse evento, que juntou alguns dos maiores nomes da arte urbana, o acaso levou-o a sentar-se ao lado do famoso e enigm\u00e1tico artista Banksy. A visibilidade que o festival lhe trouxe impulsionou-lhe a carreira e mostrou que a sua arte podia transbordar al\u00e9m fronteiras. Um dos seus primeiros projetos com destaque medi\u00e1tico foi levado a cabo no Rio de Janeiro, onde parte de uma favela estava a ser demolida. \u0022As pessoas n\u00e3o eram ouvidas e estavam a ser expropriadas\u0022, conta. Para lhes dar voz, Vhils trabalhou com uma Organiza\u00e7\u00e3o N\u00e3o-Governamental (ONG) para esculpir os rostos da popula\u00e7\u00e3o local nas ru\u00ednas das casas. \u0022Isso acabou por chamar a aten\u00e7\u00e3o para a situa\u00e7\u00e3o e criou uma ponte entre a comunidade e a forma como a cidade olhava para eles. Percebi que o que estava a fazer podia de facto acender uma luz, p\u00f4r a aten\u00e7\u00e3o num assunto. Para que as pessoas fossem ouvidas\u0022. Vhils abriu o seu pr\u00f3prio est\u00fadio para construir uma equipa que pudesse ajudar na complicada log\u00edstica de cria\u00e7\u00e3o em murais gigantescos e com recurso a explosivos. Desde ent\u00e3o, de Xangai a Paris, de Los Angeles \u00e0 Cidade do M\u00e9xico, paredes de todo o mundo s\u00e3o hoje, tamb\u00e9m, retratos esculpidos das cidades. Descubra mais sobre as t\u00e9cnicas destrutivas e explosivas de Vhils, neste epis\u00f3dio de \u0022Creators\u0022, uma s\u00e9rie onde entramos em algumas das principais mentes criativas do mundo. Veja o v\u00eddeo acima. Foto \u0022Cans Festival - VHILS e Banksy\u0022 de Tristan Appleby est\u00e1 licenciada via Flickr ( CC BY-SA 4.0 ) A fotografia \u0022Cans Festival\u0022 de RJ est\u00e1 licenciada via Flickr ( CC BY-SA 2.0 ) ", "dateCreated": "2022-04-22T15:40:02+02:00", "dateModified": "2022-04-27T14:54:55+02:00", "datePublished": "2022-04-27T14:54:40+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F64%2F72%2F76%2F1440x810_cmsv2_fbc5b34d-a5e7-5ea3-a322-29ba9c49c2ce-6647276.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Urban artist Vhils", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F64%2F72%2F76%2F432x243_cmsv2_fbc5b34d-a5e7-5ea3-a322-29ba9c49c2ce-6647276.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Cullen", "givenName": "Charlotte", "name": "Charlotte Cullen", "url": "/perfis/504", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@_CBCullen", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "New Media" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "As not\u00edcias da Cultura" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Vhils, o "arqueólogo urbano" da destruição criativa

Urban artist Vhils
Urban artist Vhils Direitos de autor VHILS Studio
Direitos de autor VHILS Studio
De Charlotte CullenMariana Castelo Branco (vídeo)
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Das paredes de Lisboa para o mundo, conheça o percurso Vhils, de um dos mais conhecidos artistas de arte urbana.

PUBLICIDADE

"Sou uma espécie de arqueólogo urbano, porque basicamente esculpo nas paredes da cidade".

Alexandre Farto, também conhecido por Vhils, é considerado um dos melhores artistas urbanos do mundo.

Como muitos artistas de rua, começou a pintar grafítis de forma ilegal quando tinha 13 anos. Ainda na adolescência, o artista português começou a questionar as suas obras e tentar encontrar um estilo próprio.

Lisboa marcou o crescimento de Vhils como artista e serviu-lhe de tela. "Comecei a perceber que as paredes não eram apenas paredes, mas que estavam a acumular camadas de mudanças e a história dessa mesma cidade. E tive a ideia de parti-las, extraindo e expondo as camadas que, de certa forma, estavam dentro da cidade".

Munido de martelos, cinzéis, facas e até explosivos, Vhils começou então a esculpir a sua arte nas paredes de Lisboa.

O método destrutivo de criar cedo se aplicou a painéis publicitários e outras superfícies abandonadas, como portas e edifícios demolidos.

"Eu iria e vandalizava-os, de certa forma, mas criando retratos de alguém que vivia na cidade ... Era uma homenagem aos heróis quotidianos que vivem nas cidades que vão de A a B, que fazem com que toda a cidade trabalhe e os torne visíveis".

A oportunidade que chegou com Banksy

Por volta dos 19 anos, Vhils foi estudar para Londres e viu a sua grande oportunidade surgir em 2008, quando foi convidado para o festival Cans.

Durante esse evento, que juntou alguns dos maiores nomes da arte urbana, o acaso levou-o a sentar-se ao lado do famoso e enigmático artista Banksy. A visibilidade que o festival lhe trouxe impulsionou-lhe a carreira e mostrou que a sua arte podia transbordar além fronteiras.

Um dos seus primeiros projetos com destaque mediático foi levado a cabo no Rio de Janeiro, onde parte de uma favela estava a ser demolida.

"As pessoas não eram ouvidas e estavam a ser expropriadas", conta. Para lhes dar voz, Vhils trabalhou com uma Organização Não-Governamental (ONG) para esculpir os rostos da população local nas ruínas das casas.

"Isso acabou por chamar a atenção para a situação e criou uma ponte entre a comunidade e a forma como a cidade olhava para eles. Percebi que o que estava a fazer podia de facto acender uma luz, pôr a atenção num assunto. Para que as pessoas fossem ouvidas".

Vhils abriu o seu próprio estúdio para construir uma equipa que pudesse ajudar na complicada logística de criação em murais gigantescos e com recurso a explosivos.

Desde então, de Xangai a Paris, de Los Angeles à Cidade do México, paredes de todo o mundo são hoje, também, retratos esculpidos das cidades.

Descubra mais sobre as técnicas destrutivas e explosivas de Vhils, neste episódio de "Creators", uma série onde entramos em algumas das principais mentes criativas do mundo. Veja o vídeo acima.

Foto "Cans Festival - VHILS e Banksy" de Tristan Appleby está licenciada via Flickr (CC BY-SA 4.0)

A fotografia "Cans Festival" de RJ está licenciada via Flickr (CC BY-SA 2.0)

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Vhils de Portugal para o mundo

Percorra as obras de Vhils em Lisboa numa experiência em 360 graus

Elon Musk chama a Bono "mentiroso" e "idiota" por causa das críticas aos cortes da USAID