{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2020/11/19/manon-a-mulher-emancipada-da-opera" }, "headline": "\u0022Manon\u0022, a mulher emancipada da \u00f3pera", "description": "\u0022Manon\u0022, de Jules Massenet, volta ao palco, em Paris. Com encena\u00e7\u00e3o de Vincent Huguet, a \u00f3pera recorre aos loucos anos 20 para contar a hist\u00f3ria de uma mulher emancipada.", "articleBody": "Manon, a hero\u00edna emancipada Jules Massenet, estreou em Paris em mar\u00e7o, pouco antes do confinamento que ditou o encerramento de quase todo o setor dos espet\u00e1culos na Europa, numa nova produ\u00e7\u00e3o da obra-prima hom\u00f3nima. Foi um regresso \u00e0 cidade onde estreou no s\u00e9culo XIX, a \u00f3pera vai estar em cena at\u00e9 10 de abril e \u00e9 agora protagonizada por Pretty Yende, na pele da irresist\u00edvel Manon, e Benjamin Bernheim, como cavaleiro Des Grieux. Sob a encena\u00e7\u00e3o de Vincent Huguet, a hist\u00f3ria a-se na d\u00e9cada exuberante e livre que separou as Guerras Mundiais. \u0022O que realmente me convenceu a encenar a \u00f3pera nos loucos anos 20, s\u00e3o personalidades como Mistinguett e, em particular, Josephine Baker. \u00c9 a primeira vez na hist\u00f3ria que as mulheres podem ser algu\u00e9m sem a prote\u00e7\u00e3o dos homens\u0022, conta o encenador. Em \u0022Manon\u0022, Manon d\u00e1 nome \u00e0 \u00f3pera que protagoniza e \u00e9 a protagonista do pr\u00f3prio destino, \u0022\u00e9 o homem do espect\u00e1culo\u0022, afirma Pretty Yende. A soprano reconhece a singularidade da personagem. \u0022Ela assume o poder o tempo todo. Normalmente interpreto mulheres que querem um homem. E aqui ela diz: 'O que \u00e9 que quer? Ai, sim? N\u00e3o sei, talvez' \u0022. Na trama, Manon \u00e9 amada por des Grieux, a personagem masculina que convive sem problemas com a emancipa\u00e7\u00e3o da protagonista. \u0022\u00c9 um casal muito moderno\u0022, afirma Benjamin Bernheim. Para o tenor, \u0022des Grieux aceita totalmente a ideia de que uma mulher esteja acima dele, seja mais conhecida e mais forte que ele\u0022. Das origens ao fim tr\u00e1gico Baseada no romance de 1731 \u0022A hist\u00f3ria do Cavaleiro des Grieux e de Manon Lescaut\u0022, de Abb\u00e9 Pr\u00e9vost, \u0022Manon\u0022 estreou em 1884, na capital sa e surge agora numa nova vers\u00e3o adaptada aos \u0022loucos anos 20\u0022.\u00a0 \u0022Esta \u00e9 obviamente uma homenagem a Paris, entre o pequeno apartamento bo\u00e9mio, no ato II, o grande ato em Cours-la-Reine, a parte festiva de Paris, a cidade da luz, contrastando, de seguida, com as sombras h\u00famidas de Saint- Sulpice\u0022, conta Vincent Huguet. A igreja parisiense \u00e9 o pano de fundo da cena tr\u00e1gica em que Des Grieux decide tornar-se padre depois de abandonado por Manon. Para o tenor que encarna a personagem, \u0022ele percebe a solid\u00e3o em que vive. Ele est\u00e1 com Deus, mas Deus n\u00e3o responde \u00e0s suas preces. Manon \u00e9 como uma luz brilhante que lhe incide h\u00e1 muito tempo sobre os olhos e sempre que ele olha, v\u00ea uma sombra, a imagem terna que tem dela\u0022. O par volta a reunir-se, mas o fim que os aguarda - ou n\u00e3o se tratasse este amor de ser tr\u00e1gico - \u00e9 um final condenado \u00e0 infelicidade. Ainda assim, para Pretty Yende, o que fica da obra \u00e9 sobretudo a determina\u00e7\u00e3o da personagem feminina. \u0022Estou muito inspirada pelo sentido de coragem que ela tem de realmente seguir o cora\u00e7\u00e3o e de tornar at\u00e9 os sonhos mais imposs\u00edveis realidade. \u00c9 como se ela tivesse desistido de todo o sucesso e vontades. Ela tem paz e tranquilidade para deixar esta terra, sabendo que foi respons\u00e1vel por algumas das melhores mem\u00f3rias que tem\u0022. ", "dateCreated": "2020-11-06T11:40:01+01:00", "dateModified": "2020-11-19T15:26:23+01:00", "datePublished": "2020-11-19T15:25:14+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F11%2F14%2F60%2F1440x810_cmsv2_1aaf9666-69c5-584a-b47d-114574ce55d1-5111460.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "\u0022Manon\u0022, de Jules Massenet, volta ao palco, em Paris. Com encena\u00e7\u00e3o de Vincent Huguet, a \u00f3pera recorre aos loucos anos 20 para contar a hist\u00f3ria de uma mulher emancipada.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F05%2F11%2F14%2F60%2F432x243_cmsv2_1aaf9666-69c5-584a-b47d-114574ce55d1-5111460.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Rabillon", "givenName": "Katharina", "name": "Katharina Rabillon", "url": "/perfis/680", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Producers Magazine" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Manon", a mulher emancipada da ópera

Em parceria com
"Manon", a mulher emancipada da ópera
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Katharina Rabillon
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

"Manon", de Jules Massenet, volta ao palco, em Paris. Com encenação de Vincent Huguet, a ópera recorre aos loucos anos 20 para contar a história de uma mulher emancipada.

PUBLICIDADE

Manon, a heroína emancipada Jules Massenet, estreou em Paris em março, pouco antes do confinamento que ditou o encerramento de quase todo o setor dos espetáculos na Europa, numa nova produção da obra-prima homónima.

Foi um regresso à cidade onde estreou no século XIX, a ópera vai estar em cena até 10 de abril e é agora protagonizada por Pretty Yende, na pele da irresistível Manon, e Benjamin Bernheim, como cavaleiro Des Grieux.

Sob a encenação de Vincent Huguet, a história a-se na década exuberante e livre que separou as Guerras Mundiais.

"O que realmente me convenceu a encenar a ópera nos loucos anos 20, são personalidades como Mistinguett e, em particular, Josephine Baker. É a primeira vez na história que as mulheres podem ser alguém sem a proteção dos homens", conta o encenador.

Em "Manon", Manon dá nome à ópera que protagoniza e é a protagonista do próprio destino, "é o homem do espectáculo", afirma Pretty Yende.

A soprano reconhece a singularidade da personagem. "Ela assume o poder o tempo todo. Normalmente interpreto mulheres que querem um homem. E aqui ela diz: 'O que é que quer? Ai, sim? Não sei, talvez'".

Na trama, Manon é amada por des Grieux, a personagem masculina que convive sem problemas com a emancipação da protagonista. "É um casal muito moderno", afirma Benjamin Bernheim. Para o tenor, "des Grieux aceita totalmente a ideia de que uma mulher esteja acima dele, seja mais conhecida e mais forte que ele".

Das origens ao fim trágico

Baseada no romance de 1731 "A história do Cavaleiro des Grieux e de Manon Lescaut", de Abbé Prévost, "Manon" estreou em 1884, na capital sa e surge agora numa nova versão adaptada aos "loucos anos 20". 

"Esta é obviamente uma homenagem a Paris, entre o pequeno apartamento boémio, no ato II, o grande ato em Cours-la-Reine, a parte festiva de Paris, a cidade da luz, contrastando, de seguida, com as sombras húmidas de Saint- Sulpice", conta Vincent Huguet.

A igreja parisiense é o pano de fundo da cena trágica em que Des Grieux decide tornar-se padre depois de abandonado por Manon.

Para o tenor que encarna a personagem, "ele percebe a solidão em que vive. Ele está com Deus, mas Deus não responde às suas preces. Manon é como uma luz brilhante que lhe incide há muito tempo sobre os olhos e sempre que ele olha, vê uma sombra, a imagem terna que tem dela".

O par volta a reunir-se, mas o fim que os aguarda - ou não se tratasse este amor de ser trágico - é um final condenado à infelicidade.

Ainda assim, para Pretty Yende, o que fica da obra é sobretudo a determinação da personagem feminina. "Estou muito inspirada pelo sentido de coragem que ela tem de realmente seguir o coração e de tornar até os sonhos mais impossíveis realidade. É como se ela tivesse desistido de todo o sucesso e vontades. Ela tem paz e tranquilidade para deixar esta terra, sabendo que foi responsável por algumas das melhores memórias que tem".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Discos que saíram da quarentena

Um "visto" online para a música

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan