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O feitiço de Medeia no Festival de Ópera de Wexford

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O feitiço de Medeia no Festival de Ópera de Wexford
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Com encenação de Fiona Shaw, a obra prima de Cherubini abriu a 66ª edição de um evento dedicado à descoberta de tesouros escondidos do repertório.

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O Festival de Ópera de Wexford, na costa sudoeste da Irlanda, procura tesouros esquecidos do repertório operístico há quase sete décadas.

A 66ª edição abriu com uma obra prima de Luigi Cherubini, Medeia, estreada 13 de março de 1797, no Théâtre Feydeau, em Paris. Originalmente escrita em francês, foi depois traduzida para italiano (1802) e para alemão (1855).

Em Portugal, a ópera lírica estreou-se no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, com encenação de Luís Miguel Cintra e cenografia de Cristina Reis e Dimitra Theodossiou. A direção musical ficou a cargo de Marko Letonja.

To our audience, volunteers, cast and crew: Thank you to all for making Wexford Festival Opera 2017 such a wonderful Festival https://t.co/gAasofBVpic.twitter.com/3HUNo6K0C4

— WexfordFestivalOpera (@wexfordopera) 8 de novembro de 2017

No Brasil, Medeia fez parte do programa da Bienal de Ópera atual, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em setembro de 2016. A encenação foi da responsabilidade de Marcelo Cardoso Gama e a direção musical de Carlos Prazeres.
Uma ópera inspirada na obra de Eurípedes

Medeia inspira-se na tragédia grega de Eurípedes e conta a história de uma feiticeira com obscuros poderes, que decide vingar-se do abandono por parte do marido, matando os filhos de ambos e a mulher com quem este deseja casar-se, Dirce.

A encenação ficou a cargo da conhecida atriz e encenadora irlandesa, Fiona Shaw, que explicou à Euronews que, mais do que uma história sobre a morte, Medeia fala sobre a importância do amor:

“O que mais gostei na peça é o facto de que esta fala mais da vida do que da morte. É uma narrativa terrível, mas que não é apenas sobre uma tragédia. Fala da uma catástrofe”, disse Fiona Shawn.

“A família é destruida e o futuro deles é destruido. Mas o que mais gostei foi da mensagem, que é acerca da importância do amor”, concluiu.

Lise Davidsen, soprano norueguesa e vencedora do prémio Operalia em 2015, deu vida a Medeia, um papel para sempre ligado a Maria Callas.

Um “grande desafio” para qualquer soprano

Para o maestro Stephen Barlow, a personagem principal é um grande desafio:

“É um dos papéis mais exigentes para qualquer soprano. Foi escrita com uma tessitura ampla. Notas muito altas, seguidas de coloratura e de longos legatos. Depois, claro, temos a presença do piano.”

A encenação presente no Festival de Wexford assumiu o facto de que Medeia é, inegavelmente, uma história da mitologia grega, sem esquecer a sua dimensão intemporal. Afinal, como explica Fiona Shawn, a Cherubini fala do amor entre um casal e do facto de que esse amor chega ao fim, pelo menos, para uma das partes da relação:

“Medeia é uma história da mitologia clássica e, claro, a história de qualquer casal que se separa. Por isso, optámos por manter a dimensão mitológica da narrativa. Muitas vezes, Medeia recorda o ado, a vida no Cáucaso. Um lugar duro e intenso, mas, ainda assim, um lugar de memória”, explicou Shawn à Euronews.

A 67ª edição do Festival de Ópera de Wexford terá lugar entre os dias 19 de outubro e quatro de novembro de 2018.

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