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Festival de Cannes: O drama dos judeus obrigados a colaborar com os nazis

Festival de Cannes: O drama dos judeus obrigados a colaborar com os nazis
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O primeiro filme do realizador húngaro László Nemes causou sensação em Cannes. “O filho de Saul” é uma das dezanove obras em competição pela Palma de

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O primeiro filme do realizador húngaro László Nemes causou sensação em Cannes. “O filho de Saul” é uma das dezanove obras em competição pela Palma de Ouro.

A longa-metragem retrata a vida dos Sonderkommandos, grupos de prisioneiros, na maioria judeus, que eram obrigados a colaborar com os nazis nos campos de concentração. Esses prisioneiros limpavam as câmaras de gás, transportavam os corpos para os crematórios e espalhavam as cinzas.

“Não quisemos fazer um filme belo. Recusámos uma abordagem estética clássica. O espetador não vai ver imagens belas. Não é um filme iconográfico. Foi difícil tirar fotografias do filme para a publicidade. A obra tem uma dinâmica própria. É esse o ponto principal. Queríamos evitar o lado sentimentalista dos filmes sobre o Holocausto”, disse o realizador, em entrevista à euronews.

O filme retrata uma realidade violenta sem mostrar imagens chocantes. A violência está contida no olhar das personagens e no som, mais do que na imagem.

“Neste filme há muita coisa que está fora de campo.Tudo se a na imaginação do espetador. Tentamos mostrar as coisas criando uma ponte entre o que se vê e o que está fora de campo. É essa a grande questão do filme. Tentámos criar emoções e impressões que só podem ser mostradas por intermédio da imaginação”, acrescentou o realizador.

A interpretação de Geza Röhrig é um dos pontos fortes do filme. Röhrig não é ator profissional, é escritor e poeta. Para construir a personagem, inspirou-se num livro do historiador Gideon Graif.

“Trata-se de uma obra intitulada ‘Chorámos sem lágrimas’ que reúne oito entrevistas com antigos elementos dos Sonderkommandos que vivem em Israel. Há 20 pessoas vivas no mundo inteiro que pertenciam a esse grupo e oito vivem em Israel. Após décadas de silêncio, elas começaram a falar com o historiador sobre as experiências que viveram. Foram entrevistadas ao longo de 13 anos. Para conseguir os relatos foi preciso muito tempo. Essas pessoas nem sequer disseram à própria família que tinham essa função em Auschwitz”, contou o ator.

“O filho de Saul” é um dos favoritos à vitória em Cannes. O ator principal é visto como candidato de peso ao prémio de melhor interpretação.

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