{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2019/05/29/doencas-e-mortes-ligadas-ao-trabalho-custam-476-mil-milhoes-a-ue" }, "headline": "Doen\u00e7as e mortes ligadas ao trabalho custam 476 mil milh\u00f5es \u00e0 UE", "description": "Os custos diretos da exposi\u00e7\u00e3o a subst\u00e2ncias cancer\u00edgenas no trabalho ascendem a 2,4 mil milh\u00f5es de euros por ano.", "articleBody": "O cancro \u00e9 um dos maiores problemas de sa\u00fade laboral e representa 52% da mortalidade associada ao trabalho. A legisla\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Europeia garante prote\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria de sa\u00fade e seguran\u00e7a no trabalho. Para proteger mais de 40 milh\u00f5es de trabalhadores, a Uni\u00e3o Europeia reviu a legisla\u00e7\u00e3o relativa \u00e0s 26 subst\u00e2ncias cancer\u00edgenas ou mutag\u00e9nicas. 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Doenças e mortes ligadas ao trabalho custam 476 mil milhões à UE

Em parceria comThe European Commission
Doenças e mortes ligadas ao trabalho custam 476 mil milhões à UE
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Os custos diretos da exposição a substâncias cancerígenas no trabalho ascendem a 2,4 mil milhões de euros por ano.

O cancro é um dos maiores problemas de saúde laboral e representa 52% da mortalidade associada ao trabalho.

A legislação da União Europeia garante proteção em matéria de saúde e segurança no trabalho. Para proteger mais de 40 milhões de trabalhadores, a União Europeia reviu a legislação relativa às 26 substâncias cancerígenas ou mutagénicas.

Os cancros causados pela exposição a substâncias químicas podem ser prevenidos através da redução ou da eliminação dessa exposição.

Elevado custo económico

De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, as doenças e mortes associadas ao trabalho custam à União Europeia 476 mil milhões de euros por ano, o que representa cerca de 3,3% do PIB. Os custos diretos da exposição a substâncias cancerígenas no trabalho ascendem a 2,4 mil milhões por ano.

A euronews visitou uma fábrica croata de parquet de madeira. A produção de madeira é um setor económico importante mas é também uma atividade perigosa.

Na UE, cerca de 3 milhões de trabalhadores estão expostos ao pó da madeira. Quando é inalado pelos trabalhadores, o pó deposita-se no nariz, na garganta e noutras partes do aparelho respiratório, o que pode causar irritações, doenças respiratórias e de pele e, em caso de exposição prolongada, cancro,

Os novos proprietários da empresa croata decidiram aumentar a produção, usar produtos ecológicos e proteger a saúde dos trabalhadores.

"Investimos num sistema de ventilação. As partículas são transportadas para silos. Agora vemos o que podemos melhorar e quais as substâncias que podem ser reduzidas ao mínimo. Um trabalhador satisfeito que se sente em segurança trabalha melhor", afirmou Kruno Piškur, gestor da fábrica croata.

É possível evitar centenas de milhares de mortes

Segundo uma sondagem, 11% dos trabalhadores europeus declaram estar expostos a vapores de solventes, 15% dizem estar expostos a fumos, pós e poeiras e 17% a produtos químicos, pelo menos durante um quarto do tempo de trabalho.

Por regra, os empregadores europeus devem declarar o número de trabalhadores da empresa expostos a agentes cancerígenos. Mas na prática, muitos não o fazem.

"Como não há sanções para quem não respeita essa obrigação, nem todos os empregadores croatas o fazem. É preciso fiscalizar a aplicação das leis", considerou Gordana Palajsa, responsável pelas questões da Saúde no Trabalho, da União dos Sindicatos Autónomos da Croácia.

Em França, o Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro avalia os riscos das substâncias suspeitas de causar cancro. As substâncias são classificadas em quatro grupos em função do nível de risco.

"O grupo 1 integra 120 substâncias ou agentes cancerígenas. Desse total, setenta substâncias estavam ou estão presentes no local de trabalho. Tem sido muito importante, para os países e para as organizações internacionais, dar os para reduzir a exposição a essas substâncias no local de trabalho", declarou Mary Schubauer-Berigan, cientista do Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro.

Em França, o Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro avalia os riscos das substâncias suspeitas de causar cancro. As substâncias são classificadas em quatro grupos em função do nível de risco. "O grupo 1 integra 120 substâncias ou agentes cangeríngenos. Desse total, setenta substâncias estavam ou estão presentes no local de trabalho. Tem sido muito importante, para os países e para as organizações internacionais, dar os para reduzir a exposição a essas substâncias no local de trabalho", declarou Mary Schubauer-Berigan, cientista do Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro.

Ferramenta digital da UE permite medir riscos

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho considera é possível evitar centenas de milhares de mortes, se as empresas respeitarem a legislação.

"A União Europeia fez alterações à diretiva sobre substâncias cancerígenas e mutagénicas. Existem 26 substâncias que causam cancro e fixámos limites de exposição para essas 26 substâncias. Se esses limites forem respeitados podemos evitar a morte de centenas de milhares de pessoas", disse à euronews a diretora da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Christa Sedlatschek.

De acordo com a responsável, há vários setores onde os trabalhadores estão expostos a riscos ao nível da saúde e da segurança.

"Por exemplo, a soldagem representa um risco. As substâncias cancerígenas são geradas durante o processo de soldagem. Mas há também o setor das saúde, como as enfermeiras, e dos cabeleireiros que usam substâncias químicas para o cabelo e que são em parte cancerígenos. Há ainda o setor da construção e a manutenção dos edifícios são de alto risco devido ao amianto e à sílica em pó", explicou Christa Sedlatschek.

"Vários estudos mostram claramente que as maiores empresas têm uma abordagem mais sistemática às questões da saúde e segurança no trabalho, enquanto as micro e as pequenas empresas não têm uma abordagem holística. Tendem a reagir e não tanto a prevenir os problemas. A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho desenvolveu uma ferramenta para medir os riscos disponível através da Internet. Chama-se Iora e dá apoio às pequenas e médias empresas. É uma ferramenta grátis e fácil de usar que permite às empresas obterem uma boa avaliação dos riscos", esclareceu a diretora da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho.

Para Christa Sedlatschek, a saúde deve ser uma prioridade para as empresas. "Há quatro pilares ou níveis para melhorar o trabalho. A saúde é a base. Depois há as competências e talentos, os valores e claro, o trabalho", concluiu a responsável.

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