{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2019/02/20/o-papel-internacional-do-euro-face-ao-dolar" }, "headline": "O papel internacional do euro face ao d\u00f3lar", "description": "Neste epis\u00f3dio de Real Economy vamos ver como \u00e9 que o euro pode alcan\u00e7ar o d\u00f3lar.", "articleBody": "Usado por 340 milh\u00f5es de cidad\u00e3os em 19 pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia, o euro \u00e9 a segunda moeda mais transacionada no mundo. No entanto, muitas empresas europeias continuam a usar a moeda americana. Neste epis\u00f3dio de Real Economy, vamos ver como \u00e9 que o euro pode alcan\u00e7ar o d\u00f3lar. No discurso do estado da Uni\u00e3o, o presidente da Comiss\u00e3o Europeia Jean-Claude Junker apelou \u00e0 Uni\u00e3o Europeia para promover o euro enquanto moeda global e desafiar a posi\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar. 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O papel internacional do euro face ao dólar

Em parceria comThe European Commission
O papel internacional do euro face ao dólar
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Neste episódio de Real Economy vamos ver como é que o euro pode alcançar o dólar.

Usado por 340 milhões de cidadãos em 19 países da União Europeia, o euro é a segunda moeda mais transacionada no mundo. No entanto, muitas empresas europeias continuam a usar a moeda americana. Neste episódio de Real Economy, vamos ver como é que o euro pode alcançar o dólar.

No discurso do estado da União, o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Junker apelou à União Europeia para promover o euro enquanto moeda global e desafiar a posição do dólar. Os europeus vêm o euro como um dos grandes símbolos da União Europeia, mas, para muitas empresas, o dólar norte-americano continua a ser a moeda dos negócios.

Em 2016, mais de metade das importações europeias foram transacionadas em dólares e apenas um terço em euros. A energia, as matérias-primas e os transportes são os três setores onde o dólar é dominante.

Importações de energia pagas em dólares

80% das importações de energia são pagas em dólares apesar de serem provenientes da Rússia, do Médio Oriente e de África.

A situação é similar no mercado das matérias-primas onde predomina o uso do dólar. Na indústria da aviação quase todas as transações são feitas em dólares.

Nas exportações, a realidade inverte-se. Quase metade dos bens exportados pelos 28 países da União Europeia é vendida em euros, um terço em dólares.)

Vamos ver um exemplo concreto, os chocolates belgas. Todos os anos, saem das fábricas belgas, oito mil toneladas de chocolate. A euronews visitou uma fábrica em Olen, no norte da Bélgica, que exporta para quase cem países. Um quinto da produção é exportado para a Ásia.

Uso do euro pode reforçar crescimento?

"Um euro mais internacional significaria mais crescimento para a nossa empresa e para outras empresas europeias porque nos tornaria mais competitivos que as empresas dos Estados Unidos e facilitaria as vendas", explicou David Vermeire, diretor comercial para o mercado Asiático, do Belgian Chocolate Group.

"Quando vendemos para a Ásia usamos sempre o euro. É a política da nossa empresa porque facilita as coisas ao nível istrativo", acrescentou o responsável.

Na União Europeia, cerca de metade das exportações são denominadas em euros e um terço em dólares dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, a maioria das exportações é denominada na moeda local.

"Que vantagens dá aos Estados Unidos o uso do dólar como moeda global? O comércio é uma área importante nessa área. As transações numa moeda própria ajudam ao nível das importações e das exportações, em particular nas pequenas e médias empresas. Em primeiro lugar, o risco cambial é eliminado. Em segundo lugar, é uma ajuda ao nível financeiro porque o crédito comercial e os vários tipos de fundos são mais vantajosos quando são denominados numa moeda própria", afirmou sco Papadia, investigador do Instituto Bruegel.

Por outro lado, o papel internacional do euro vai para além do aspeto comercial. As empresas e os governos estrangeiros usam o euro para emitir dívida. No final de 2017, mais de 20% da dívida no mercado internacional foi denominada em euros. Por outro lado, o euro representa 20% das reservas internacionais dos bancos centrais estrangeiros.

"Queremos reforçar o papel internacional do euro"

A euronews esteve em Riga, capital da Letónia, para falar com o Vice-Presidente da comissão europeia responsável pelo Euro e pelo Diálogo Social, Valdis Dombrovskis.

euronews: "De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a percentagem de reservas em dólares está a baixar enquanto a parte das reservas em euros está aumentar. O que podemos concluir a partir do último relatório do FMI?"

Valdis Dombrovskis: "Há vários fatores em jogo. Em todo o caso penso que o relatório mostra que, apesar de ter apenas vinte anos, o euro é uma moeda bem-sucedida e forte a nível mundial. Outro fator que favorece o euro: as ações unilaterais dos Estados Unidos no domínio do comércio, em relação às transações em dólares. Isso pode facilitar a mudança para o euro".

euronews: "Na sua mais recente comunicação, a Comissão Europeia afirma que reforçar a União Económica e Monetária e a União Bancária ajudaria a reforçar o papel internacional do euro".

Valdis Dombrovskis: "É um dos fatores. É uma base para uma ação mais específica. Para que o euro seja forte a nível internacional, é preciso antes de mais que ele seja forte internamente. A nossa agenda ao nível da União Bancária e da União do Mercado de Capitais vão nesse sentido. Temos também propostas para reforçar a resiliência da zona euro e das economias da área do euro".

euronews: "A Comissão lançou várias consultas específicas para saber como aumentar o papel internacional do euro em determinados setores. Faria sentido elaborar legislação e forçar as empresas a usar mais euro?

Valdis Dombrovskis: "Em primeiro lugar, queremos reforçar o papel internacional do euro. Não creio que possamos forçar as empresas fora da Europa a escolherem o euro. São as empresas que devem tomar essa decisão. Fora da Europa também podem escolher o dólar, é uma escolha de cada empresa. A nossa abordagem não é mudar as coisas através da regulação mas sim, através da criação de incentivos certos para os participantes no mercado e para as empresas, para que eles saibam que podem confiar no euro e que isso os pode proteger das ações unilaterais dos Estados Unidos, nomeadamente o uso da transação em dólares como uma arma, como uma ferramenta de influência".

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