{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2018/04/17/as-vantagens-do-ensino-dual-trabalhar-e-estudar" }, "headline": "As vantagens do ensino dual: trabalhar e estudar", "description": "A Dinamarca \u00e9 um dos poucos pa\u00edses da UE que respeita os sete crit\u00e9rios para a efic\u00e1cia da forma\u00e7\u00e3o profissional.", "articleBody": "Na Europa, h\u00e1 quase quatro milh\u00f5es de estudantes no ensino dual, uma forma de aprendizagem que combina aulas na escola e est\u00e1gio numa empresa. No final do percurso de qualifica\u00e7\u00e3o, entre 60 a 70% dos estudantes consegue um emprego porque adquiriu as compet\u00eancias necess\u00e1rias ao empregador. Num contexto de desemprego elevado entre os jovens, \u00e9 importante definir crit\u00e9rios que garantam a efic\u00e1cia do ensino dual. Como se deve desenrolar o ensino dual na Uni\u00e3o Europeia para que seja eficaz? O exemplo da Dinamarca A Dinamarca \u00e9 um dos oito pa\u00edses europeus que respeitam dois ter\u00e7os dos crit\u00e9rios do ensino dual. Os outros 20 pa\u00edses est\u00e3o atrasados. As empresas e os sindicatos dinamarqueses trabalham de forma muito diferente dos outros Estados membros da UE, em mat\u00e9ria de forma\u00e7\u00e3o. \u0022Os estudantes chegam diretamente da escola p\u00fablica sem uma verdadeira identidade. Ap\u00f3s os est\u00e1gios regulares na empresa, voltam \u00e0 escola para fazer a parte escolar e v\u00ea-se que adquiriram uma nova identidade\u0022, contou Henrik Svensson, professor e t\u00e9cnico de Educa\u00e7\u00e3o, em Copenhaga. \u0022Estamos muito habituados ao di\u00e1logo cont\u00ednuo porque temos um sistema que o favorece. Os sindicatos e os empregadores trabalham juntos na implementa\u00e7\u00e3o da forma\u00e7\u00e3o profissional. Temos atualmente 3200 forma\u00e7\u00f5es que concebemos juntos e cri\u00e1mos um sistema para faz\u00ea-lo\u0022, explicou Lone Folmer Berthelsen, diretora do Departamento de Forma\u00e7\u00e3o Profissional da Confedera\u00e7\u00e3o da Ind\u00fastria Dinamarquesa\u0022. \u0022Fazemos um esfor\u00e7o para motivar as pessoas a seguirem forma\u00e7\u00f5es ao longo da vida profissional. Integramos esse aspeto nos est\u00e1gios. Temos um sistema dual, o que significa que ao n\u00edvel da aprendizagem h\u00e1 uma altern\u00e2ncia entre escola e empresa. Deste modo os estudantes podem ver como se am as coisas, durante o processo educativo\u0022, acrescentou Claus Eskesen, consultor em Pol\u00edticas Educativas e representante sindical. Dinamarqueses sentem-se bem preparados para o mercado de trabalho Os jovens dinamarqueses mostram-se satisfeitos com o ensino dual e sentem-se preparados para o mercado de trabalho. A Euronews entrevistou duas jovens, em Copenhaga. \u0022O meu nome \u00e9 Kira e tenho 25 anos. Nos \u00faltimos tr\u00eas anos e meio tenho estudado numa empresa de es para publicidade, termino a forma\u00e7\u00e3o daqui a dois meses em Copenhaga. Neste emprego, fazemos comunica\u00e7\u00e3o visual e sinaliza\u00e7\u00e3o. Trabalhamos ao n\u00edvel da conce\u00e7\u00e3o do produto e acompanhamo-lo do in\u00edcio ao fim. Quando acabar os estudos quero trabalhar como independente. Tive sorte porque j\u00e1 iniciei todo o processo de criar a minha empresa e angariar os meus pr\u00f3prios clientes\u0022, contou Kira Bjerrum, estudante de Artes Visuais inscrita no ensino dual. \u0022Chamo-me Olivia e tenho 23 anos. Estou em forma\u00e7\u00e3o profissional h\u00e1 tr\u00eas anos. Decidi fazer o ensino dual em decora\u00e7\u00e3o porque gosto de trabalhar com as minhas m\u00e3os de forma en\u00e9rgica. Neste trabalho, fazemos tarefas variadas em locais diferentes, ao longo dos anos. Adoro a pintura e penso vai ser o meu trabalho para a vida\u0022, contou Olivia Lauring Lundsgaard, estudante e estagi\u00e1ria numa empresa de Decora\u00e7\u00e3o. \u0022Houve muita gente a dizer que ei tr\u00eas anos e meio a aprender a fazer autocolantes`! Mas \u00e9 muito mais do que isso. Aprendemos tudo. Com estes tr\u00eas anos e meio estou pronta para trabalhar por conta pr\u00f3pria\u0022, garantiu Kira Bjerrum. \u0022Quando tiver um emprego a s\u00e9rio com o que aprendi nesta empresa penso que vou estar muito bem preparada\u0022, sublinhou Olivia Lauring Lundsgaard. A capacidade de aprender ao longo da vida Segundo a Diretora para a Educa\u00e7\u00e3o, Igualdade e Trabalho, do F\u00f3rum Econ\u00f3mico Mundial, Saadia Zahidi, \u00e9 importante favorecer a capacidade de adapta\u00e7\u00e3o dos estudantes e dos trabalhadores. \u0022A agilidade e a capacidade de aprendizagem ao longo da vida devem ser a prioridade para os sindicatos patronais e os governos e devem transmiti-lo aos jovens. Deve fazer parte do sistema de educa\u00e7\u00e3o desde o prim\u00e1rio, ao secund\u00e1rio, ao longo dos est\u00e1gios e das forma\u00e7\u00f5es profissionais e tamb\u00e9m na universidade\u0022, afirma Saadia Zahidi. Para Claus Eskesen, consultor em Pol\u00edticas Educativas e representante sindical, o papel dos sindicatos \u00e9 essencial. \u0022Poder\u00edamos ter facilmente um quadro geral com os objetivos comuns e com os objetivos nacionais. Em rela\u00e7\u00e3o aos conte\u00fados, tem de haver um contributo dos parceiros sociais para definir o que \u00e9 importante neste momento e o que ser\u00e1 importante daqui a dez e daqui a vinte anos\u0022, sublinhou Claus Eskesen. \u0022Fazemos programas para definir o que os estudantes devem aprender quando est\u00e3o no local de trabalho e quando est\u00e3o na escola. Podemos tamb\u00e9m dialogar e decidir que a tecnologia deve mudar, porque o trabalho se tornou mais digital e desse modo mudamos o ensino. \u00c9 o que fazemos continuamente\u0022, disse Lone Folmer Berthelsen. \u0022Durante o F\u00f3rum Econ\u00f3mico Mundial, fizemos uma sondagem sobre os empregos do futuro e as compet\u00eancias digitais e t\u00e9cnicas que v\u00e3o ser muito importantes. Nos dez primeiros lugares, aparecem o pensamento cr\u00edtico, criatividade colaborativa e escuta ativa. S\u00e3o compet\u00eancias extremamente humanas que podem ser usadas em v\u00e1rios empregos\u0022, disse Saadia Zahidi. H\u00e1 muitas cr\u00edticas sobre a falta de prepara\u00e7\u00e3o dos estudantes que foram incentivados a estudarem na universidade. Qual \u00e9 a grande vantagem do ensino profissional? \u0022Penso que o ensino dual ajuda muito. Quase todos os estudantes conseguem um emprego ap\u00f3s o percurso educativo e est\u00e3o preparados para o mercado de trabalho porque fizeram parte do mercado de trabalho ao longo do percurso escolar\u0022, afirmou Claus Eskesen, consultor em Pol\u00edticas Educativas e representante sindical. A confian\u00e7a entre patr\u00f5es e sindicatos A confian\u00e7a \u00e9 um elemento central na rela\u00e7\u00e3o entre as tr\u00eas partes envolvidas na forma\u00e7\u00e3o. \u0022A confian\u00e7a entre as tr\u00eas partes \u00e9 muito importante sobretudo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quest\u00f5es da digitaliza\u00e7\u00e3o e da disrup\u00e7\u00e3o, entre outras\u0022, acrescentou Claus Eskesen, representante sindical, especializado em Educa\u00e7\u00e3o. \u0022Quando se faz um contrato por tr\u00eas ou quatro anos, \u00e9 importante para as empresas que o estudante se torne parte da casa. N\u00e3o se trata apenas de um estagi\u00e1rio, mas de um colega\u0022, disse Lone Folmer Berthelsen, representante patronal. \u0022Devemos concentrar-nos na aprendizagem dos estudantes para desenvolver a agilidade necess\u00e1ria para n\u00e3o ficarem no desemprego num prazo de cinco a dez anos\u0022, estimou Claus Eskesen. ", "dateCreated": "2018-04-16T08:54:11+02:00", "dateModified": "2018-04-16T18:39:24+02:00", "datePublished": "2018-04-17T18:00:21+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F12%2F90%2F58%2F1440x810_cmsv2_af42e0f2-ab67-5159-ba21-d5874a7b427e-3129058.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A Dinamarca \u00e9 um dos poucos pa\u00edses da UE que respeita os sete crit\u00e9rios para a efic\u00e1cia da forma\u00e7\u00e3o profissional.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F12%2F90%2F58%2F432x243_cmsv2_af42e0f2-ab67-5159-ba21-d5874a7b427e-3129058.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios Series" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }

As vantagens do ensino dual: trabalhar e estudar

As vantagens do ensino dual: trabalhar e estudar
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Dinamarca é um dos poucos países da UE que respeita os sete critérios para a eficácia da formação profissional.

Na Europa, há quase quatro milhões de estudantes no ensino dual, uma forma de aprendizagem que combina aulas na escola e estágio numa empresa. No final do percurso de qualificação, entre 60 a 70% dos estudantes consegue um emprego porque adquiriu as competências necessárias ao empregador.

Num contexto de desemprego elevado entre os jovens, é importante definir critérios que garantam a eficácia do ensino dual. Como se deve desenrolar o ensino dual na União Europeia para que seja eficaz?

O exemplo da Dinamarca

A Dinamarca é um dos oito países europeus que respeitam dois terços dos critérios do ensino dual. Os outros 20 países estão atrasados. As empresas e os sindicatos dinamarqueses trabalham de forma muito diferente dos outros Estados membros da UE, em matéria de formação.

"Os estudantes chegam diretamente da escola pública sem uma verdadeira identidade. Após os estágios regulares na empresa, voltam à escola para fazer a parte escolar e vê-se que adquiriram uma nova identidade", contou Henrik Svensson, professor e técnico de Educação, em Copenhaga.

"Estamos muito habituados ao diálogo contínuo porque temos um sistema que o favorece. Os sindicatos e os empregadores trabalham juntos na implementação da formação profissional. Temos atualmente 3200 formações que concebemos juntos e criámos um sistema para fazê-lo", explicou Lone Folmer Berthelsen, diretora do Departamento de Formação Profissional da Confederação da Indústria Dinamarquesa".

"Fazemos um esforço para motivar as pessoas a seguirem formações ao longo da vida profissional. Integramos esse aspeto nos estágios. Temos um sistema dual, o que significa que ao nível da aprendizagem há uma alternância entre escola e empresa. Deste modo os estudantes podem ver como se am as coisas, durante o processo educativo", acrescentou Claus Eskesen, consultor em Políticas Educativas e representante sindical.

Dinamarqueses sentem-se bem preparados para o mercado de trabalho

Os jovens dinamarqueses mostram-se satisfeitos com o ensino dual e sentem-se preparados para o mercado de trabalho. A Euronews entrevistou duas jovens, em Copenhaga.

"O meu nome é Kira e tenho 25 anos. Nos últimos três anos e meio tenho estudado numa empresa de es para publicidade, termino a formação daqui a dois meses em Copenhaga. Neste emprego, fazemos comunicação visual e sinalização. Trabalhamos ao nível da conceção do produto e acompanhamo-lo do início ao fim. Quando acabar os estudos quero trabalhar como independente. Tive sorte porque já iniciei todo o processo de criar a minha empresa e angariar os meus próprios clientes", contou Kira Bjerrum, estudante de Artes Visuais inscrita no ensino dual.

"Chamo-me Olivia e tenho 23 anos. Estou em formação profissional há três anos. Decidi fazer o ensino dual em decoração porque gosto de trabalhar com as minhas mãos de forma enérgica. Neste trabalho, fazemos tarefas variadas em locais diferentes, ao longo dos anos. Adoro a pintura e penso vai ser o meu trabalho para a vida", contou Olivia Lauring Lundsgaard, estudante e estagiária numa empresa de Decoração.

"Houve muita gente a dizer que ei três anos e meio a aprender a fazer autocolantes`! Mas é muito mais do que isso. Aprendemos tudo. Com estes três anos e meio estou pronta para trabalhar por conta própria", garantiu Kira Bjerrum.

"Quando tiver um emprego a sério com o que aprendi nesta empresa penso que vou estar muito bem preparada", sublinhou Olivia Lauring Lundsgaard.

A capacidade de aprender ao longo da vida

Segundo a Diretora para a Educação, Igualdade e Trabalho, do Fórum Económico Mundial, Saadia Zahidi, é importante favorecer a capacidade de adaptação dos estudantes e dos trabalhadores.

"A agilidade e a capacidade de aprendizagem ao longo da vida devem ser a prioridade para os sindicatos patronais e os governos e devem transmiti-lo aos jovens. Deve fazer parte do sistema de educação desde o primário, ao secundário, ao longo dos estágios e das formações profissionais e também na universidade", afirma Saadia Zahidi.

Para Claus Eskesen, consultor em Políticas Educativas e representante sindical, o papel dos sindicatos é essencial.

"Poderíamos ter facilmente um quadro geral com os objetivos comuns e com os objetivos nacionais. Em relação aos conteúdos, tem de haver um contributo dos parceiros sociais para definir o que é importante neste momento e o que será importante daqui a dez e daqui a vinte anos", sublinhou Claus Eskesen.

"Fazemos programas para definir o que os estudantes devem aprender quando estão no local de trabalho e quando estão na escola. Podemos também dialogar e decidir que a tecnologia deve mudar, porque o trabalho se tornou mais digital e desse modo mudamos o ensino. É o que fazemos continuamente", disse Lone Folmer Berthelsen.

"Durante o Fórum Económico Mundial, fizemos uma sondagem sobre os empregos do futuro e as competências digitais e técnicas que vão ser muito importantes. Nos dez primeiros lugares, aparecem o pensamento crítico, criatividade colaborativa e escuta ativa. São competências extremamente humanas que podem ser usadas em vários empregos", disse Saadia Zahidi.

Há muitas críticas sobre a falta de preparação dos estudantes que foram incentivados a estudarem na universidade. Qual é a grande vantagem do ensino profissional?

"Penso que o ensino dual ajuda muito. Quase todos os estudantes conseguem um emprego após o percurso educativo e estão preparados para o mercado de trabalho porque fizeram parte do mercado de trabalho ao longo do percurso escolar", afirmou Claus Eskesen, consultor em Políticas Educativas e representante sindical.

A confiança entre patrões e sindicatos

A confiança é um elemento central na relação entre as três partes envolvidas na formação.

"A confiança entre as três partes é muito importante sobretudo em relação às questões da digitalização e da disrupção, entre outras", acrescentou Claus Eskesen, representante sindical, especializado em Educação.

"Quando se faz um contrato por três ou quatro anos, é importante para as empresas que o estudante se torne parte da casa. Não se trata apenas de um estagiário, mas de um colega", disse Lone Folmer Berthelsen, representante patronal.

"Devemos concentrar-nos na aprendizagem dos estudantes para desenvolver a agilidade necessária para não ficarem no desemprego num prazo de cinco a dez anos", estimou Claus Eskesen.

REAL ECONOMY | APPRENTICESHIP
Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Imigração: O desafio da integração escolar

Ganhar uma nova vida graças à solidariedade europeia

Como a Europa enfrentou os "cisnes negros" da pandemia e da guerra na Ucrânia