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Egito pede ao FMI um resgate de quase 11 mil milhões de euros

Egito pede ao FMI um resgate de quase 11 mil milhões de euros
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De Mohammed Shaikhibrahim com ANTÓNIO OLIVEIRA E SILVA, MARCO LEMOS, REUTERS
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Atingido por uma crise económica que poderia deixar o país num colapso permanente, o Egito espera obter do FMI um resgate de mais de 11 mil milhões de euros.

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Com António Oliveira e Silva, Marco Lemos e Reuters

O Governo egípcio negoceia atualmente com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de quase 11 mil milhões de euros para os próximos três anos, correspondendo a pouco mais de 3,5 mil milhões de euros por ano, essencial para a recuperação da confiança dos investidores estrangeiros e para relançar a muito instável e fragilizada economia nacional.

Os investidores e os turistas, fontes essenciais de rendimento para o Egito, foram abandonando o país depois das transformações políticas que pam fim a 30 anos de Governo de Hosni Mubarak.

O Executivo enfrenta a difícil tarefa de salvar o país de um constante estado de crise económica, com um défice do orçamento de Estado superior a 403 mil milhões de euros.

A economia egípcia poderia entrar, caso o Executivo não consiga conter a crise, em colapso permanente.

Ao mesmo tempo que tenta convencer o FMI a aprovar o resgate, o Cairo procura conseguir um novo apoio financeiro através da emissão de títulos, com o apoio do Banco Mundial.

A crise do dólar no Egito

Mas o Governo tem outra dificuldade pela frente: a contenção da chamada crise do dólar, que chegou a valer 13 vezes mais do que libra egípcia e 10,8 vezes mais no mercado paralelo. Uma situação que a injeção de liquidez decidida pelo Banco Central do Egito não conseguiu evitar. A instituição financeira quis assegurar-se de que havia recursos para a importação de combustíveis, medicamentos, bens essenciais e de matérias-primas para as fábricas, que poderiam vir a fechar por causa da subida da cotação do dólar norte-americano.

É que a subida da cotação do dólar no mercado paralelo egípcio teve consequências imediatas, com o aumento do preço dos bens alimentares. Os mais prejudicados foram os que menos dinheiro ganham.

Entrevistado pelo correspondente da Euronews no Cairo, um cidadão egípcio falou de uma situação de preocupação e ansiedade permanentes:

“Vivemos uma situação económica instável. Sofremos com a queda da libra egípcia. E o dólar continua a subir. Andamos sempre preocupados e ansiosos. Temos de resolver esta crise.”

Yaser Abdulallah é comerciante na capital Egípcia. Disse à Euronews que não o surpreende que as pessoas comprem menos, pois, por causa da crise, fazem o melhor que podem para sobreviver:

“Os clientes gastam menos dinheiro do que antes. Compram apenas os bens necessários para sobreviver. Deixaram de comprar outros produtos por causa da subida do dólar que provocou uma alta nos preços. Por isso, não estranhamos esta situação tão negativa.”

#AMAY | Egypt suspends 10 foreign exchange bureaus over black market trading
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— Egypt Independent (@EgyIndependent) August 2, 2016

Recentemente, o Estado decidiu fechar dezenas de agências de câmbio por violação das regras da venda de moeda estrangeira. As agências em causa terão vendido dólares com taxas não autorizadas pelo Banco Central do Egito.

Uma economia carente de investimento estrangeiro

A economia egípcia tem sofrido muito com a falta de investimentos internacionais. As remessas enviadas pelos egípcios residentes no estrangeiro também diminuíram, para além da cada vez menor presença de turistas no país, por causa das condições de segurança. A balança comercial apresenta-se pouco favorável à economia nacional. Segundo a agência Reuters, o Egito importa, anualmente, bens em cerca de 80 mil milhões de euros, exportando apenas cerca de 20 mil milhões. O crude e o petróleo refinado constituem 21% das exportações.

Ainda que o resgate possa ser fundamental para o relançamento da atividade económica, Mohamed Alnajar, analista entrevistado pela Euronews no Cairo, diz que não é suficiente e que é preciso mais para atrair investimento:

“Neste momento, o Egito não​​ conta ​com uma legislatura nem com regras que lhe permitam atrair investimento estrangeiro. Por isso, ainda que o Fundo Monetário Internacional aprove o empréstimo de quase 11 mil milhões de euros, isso não significa que os investidores estrangeiros voltem a correr para o país. Faltam-nos leis e faltam-nos as infraestruturas.”

Um empréstimo condicionado pela implementação de reformas

Uma delegação do FMI chegou dia 30 de julho ao Cairo para negociar o possível resgate com as autoridades egípcias. > The IMF stands ready to Egypt's economic recovery. See my press statement http://t.co/Vr2MxIOt

— Christine Lagarde (@Lagarde) August 22, 2012

O FMI deverá analisar com atenção todos os detalhes da economia do país norte-africano, como a taxa de inflação, as previsões do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos três anos, o nível do défice do Estado, as orientações da política monetária nacional, e a evolução das taxas de câmbio da libra egípcia a com respeito às principais moedas internacionais.

Cabe agora ao Executivo egípcio impressionar o FMI e aplicar medidas que se esperam duras e que arão pela contenção de gastos e esforços para reduzir a inflação, o défice público e a balança de pagamentos.

O correspondente da Euronews no Cairo, Mohammed Shaikhibrahim, recorda que os egípcios aguardam o resultado das negociações com o FMI e que sofrem com a difícil situação económica, temendo, por outro lado, as duras condições que poderão ser-lhes impostas durante o possível resgate.

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