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Uma primavera de desafios para a reunião do FMI-Banco Mundial

Uma primavera de desafios para a reunião do FMI-Banco Mundial
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Há uma sombra que paira sobre as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington. A sombra é o

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Há uma sombra que paira sobre as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington. A sombra é o crescimento global que segue a um ritmo desanimador. A previsão económica mundial, revelada terça-feira, antecipa uma pequena aceleração do crescimento este ano, de uma décima, para 3,2%.

“Em muitos países a estagnação dos salários e uma maior desigualdade criaram um sentimento generalizado que o crescimento económico serviu sobretudo para beneficiar as elites económicas”, frisou o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld.

Os Estados Unidos, um dos pontos mais brilhantes da economia global, também viram a sua previsão de crescimento revista em baixa pelo Fundo Monetário Internacional. O PIB norte-americano deve crescer agora apenas 2,4%, enquanto a zona euro se ficará pelos 1,5 por cento.

Para a Europa, o FMI vê dois riscos. Um é o agravamento da crise dos refugiados. Desde o verão ado que as centenas de milhares de pessoas que fogem à guerra no Médio Oriente dominam o debate político e as primeiras páginas na Europa.

O segundo risco é o problema da dívida grega. O FMI, um dos credores da Grécia, está em discussão com os parceiros europeus. A instituição acredita que pedir a Atenas para manter um superavit primário de 3,5% do PIB durante décadas a partir de 2018 é irrealista.

O correspondente da Euronews em Washington, Stefan Grobe, entrevistou o vice-diretor do Fundo Monetário Internacional, David Lipton, durante a reunião de primavera do FMI-Banco Mundial.

Euronews: Como é que está a economia norte-americana no final da istração Obama e quais serão os desafios do próximo presidente? Ouvimos durante a campanha que a economia é manipulada e que a situação é pior do que os números do emprego sugerem. Qual é a sua avaliação?

David Lipton: Consideramos que a economia está a crescer confortavelmente. Está a crescer cerca de 2,4% e esperamos que isso se repita em 2016. Consideramos que isto é uma recuperação sólida. Claro que no futuro o sucessor de Obama vai herdar uma economia saudável, mas enfrenta muitos desafios de longo prazo. Um deles é vermos, na campanha presidencial, que há um grande descontentamento entre a população norte-americana. A classe média não tem prosperado.

Euronews: Um dos desafios que a economia norte-americana não tem de enfrentar é a absorção de uma maré de refugiados sírios, que é um grande desafio para a Europa. É um desafio que testa os mercados laborais, as ações políticas e o tecido social das sociedades europeias. O FMI está satisfeito com a forma como a União Europeia está a lidar com esta crise economicamente?

David Lipton: Eu acredito que a liderança da Alemanha nesta área tem sido muito importante. Há temas importantes, como o controlo de fronteiras e a repartição de encargos que ainda têm de ser completamente resolvidos. É muito importante que os países tirem o máximo partido dos fluxos. Há alguns países em que os influxos vão, na verdade, ajudar a ultraar os efeitos económicos adversos de uma população envelhecida. Mas isto só vai funcionar se as pessoas forem bem recebidas, formadas e empregadas. Fizemos estudos que mostram que a imigração, devidamente gerida, pode ser uma mais-valia para a Europa a longo prazo. E espero que seja esse o caso.

Euronews: E finalmente a Grécia… Assistimos recentemente a uma pequena discussão entre o FMI e a Grécia, mas também a um desentendimento entre o FMI e a UE. Qual é a novidade, pode haver uma solução sem alívio da dívida?

David Lipton: Gostávamos de ajudar a Grécia a ultraar o seu problema. Isso requer que eles façam mais alguns ajustes orçamentais, o que implica mais algumas reformas. Também precisamos de ver que as obrigações da Grécia para com os seus credores estão em linha com esses objetivos orçamentais. Cada objetivo orçamental permite determinar quanto é que se pode pode pagar dos empréstimos em cada ano. Neste momento, os contratos exigem um pagamento mais alto do que as posições orçamentais definidas nos acordos de agosto. Portanto, em certa medida, a Europa tem uma série de acordos, um acordo político com a Grécia para atingir uma determinada posição orçamental, mas também tem acordos legais que exigem um pagamento mais elevado do que o estabelecido no seu acordo económico. Estes dois têm de ser realinhados.

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