{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2015/11/03/reserva-federal-dos-eua-volta-a-deixar-o-mundo-em-suspense" }, "headline": "Reserva Federal dos EUA volta a deixar o mundo em suspense", "description": "Nesta edi\u00e7\u00e3o, olhamos para o impacto das \u00faltimas decis\u00f5es da Reserva Federal americana sobre o mercado cambial. No Business Snapshot, analisamos o mal-estar na Ar\u00e1bia Saudita devido ao corte do rating", "articleBody": "O banco central dos Estados Unidos (Fed) optou, mais uma vez, por n\u00e3o mexer nas taxas de juro. As implica\u00e7\u00f5es desta decis\u00e3o fizeram com que tamb\u00e9m o Banco do Jap\u00e3o e o Banco da Nova Zel\u00e2ndia adiassem a aplica\u00e7\u00e3o de novas medidas de incentivo econ\u00f3mico. Na verdade, as oscila\u00e7\u00f5es tanto do i\u00e9ne japon\u00eas, como do d\u00f3lar neo-zeland\u00eas ilustram as consequ\u00eancias do congelamento americano das pol\u00edticas monet\u00e1rias no mercado cambial. Fed ou como deixar o mundo em suspense Era o que os mercados antecipavam: a Reserva Federal voltou a manter as taxas de juro em n\u00edveis muito pr\u00f3ximos do zero. Resta esperar pelo que vai acontecer na pr\u00f3xima reuni\u00e3o das autoridades americanas em dezembro. A Fed relativizou alguns fatores em jogo, como a instabilidade do mercado chin\u00eas. Tamb\u00e9m foi not\u00f3ria a aus\u00eancia de refer\u00eancias ao desemprego para justificar a imobiliza\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas. A possibilidade de haver efetivamente uma mudan\u00e7a no final do ano fez com que os bancos centrais do Jap\u00e3o e da Nova Zel\u00e2ndia decidissem manter tudo inalterado tamb\u00e9m. O d\u00f3lar neozeland\u00eas enfrenta uma press\u00e3o cada vez maior. Do lado nip\u00f3nico, optou-se por n\u00e3o mexer no programa de inje\u00e7\u00e3o de ativos, ou flexibiliza\u00e7\u00e3o quantitativa, que ascende a 80 bili\u00f5es de i\u00e9nes por ano. T\u00f3quio decidiu rever em baixa as estimativas relativamente \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, tendo em conta um cen\u00e1rio no qual os pre\u00e7os no mercado energ\u00e9tico se mant\u00eam reduzidos. Posto isto, o i\u00e9ne tem-se refor\u00e7ado perante o d\u00f3lar americano. A opini\u00e3o de Nour Eldeen al-Hammoury, da ADS Securities Daleen Hassan, euronews: Porque \u00e9 que a Fed tomou esta decis\u00e3o, apesar do quadro negativo que nos chega dos Estados Unidos? Nour Eldeen al-Hammoury: A raz\u00e3o pela qual a Fed mant\u00e9m em aberto uma forte possibilidade de subir as taxas de juro \u00e9 a defesa da sua credibilidade. Qualquer pessoa que olhe com aten\u00e7\u00e3o para os dados divulgados desde o in\u00edcio do ano percebe que a economia est\u00e1 a abrandar de forma consider\u00e1vel. Se a inten\u00e7\u00e3o da Reserva Federal fosse realmente subir as taxas de juro \u2013 como \u00e9 insinuado em cada declara\u00e7\u00e3o que faz -, j\u00e1 o teria feito. O facto de o banco central americano ter voltado a dar a entender que pode subir as taxas em dezembro gerou previs\u00f5es mais positivas. Mas desde o in\u00edcio do ano que a Fed fala nisso. N\u00e3o h\u00e1 nada de novo. Da\u00ed que a nossa posi\u00e7\u00e3o seja a de aguardar por novos dados econ\u00f3micos para ver se essa medida vai ou n\u00e3o ser tomada. Faltam poucas semanas para a reuni\u00e3o de dezembro da Fed. Portanto, durante as pr\u00f3ximas semanas vamos perceber se pode ou n\u00e3o mexer nas taxas de juro. euronews: Como \u00e9 que o mercado cambial, especificamente o do M\u00e9dio Oriente, se ressentiu desta decis\u00e3o? Nour Eldeen al-Hammoury: A decis\u00e3o da Reserva Federal teve um impacto bastante positivo sobre o d\u00f3lar americano, porque refor\u00e7ou as estimativas de uma subida das taxas em dezembro. No M\u00e9dio Oriente, as nossas plataformas assistiram ao aumento da procura pela moeda americana, e isso levou ao decl\u00ednio do d\u00f3lar neozeland\u00eas e do i\u00e9ne japon\u00eas. No entanto, os dados econ\u00f3micos divulgados ap\u00f3s a decis\u00e3o da Fed n\u00e3o vieram ajudar o d\u00f3lar americano. Isso, por sua vez, fez com que outras moedas recuperassem de novo as perdas registadas ap\u00f3s o encontro da Reserva Federal. Tudo isto quer dizer que, no M\u00e9dio Oriente, continua a haver margem negocial, apesar de todas as incertezas lan\u00e7adas de cada vez que h\u00e1 uma reuni\u00e3o da Fed. euronews: Esta semana, temos as reuni\u00f5es do Banco de Inglaterra e do Banco da Austr\u00e1lia. Expetativas quanto a estes dois encontros? Nour Eldeen al-Hammoury: Os quadros que temos estabelecido quer para a Austr\u00e1lia, quer para o Reino Unido, mostram que ambas as economias est\u00e3o de boa sa\u00fade. Os dados econ\u00f3micos que t\u00eam sido apresentados revelam uma estabiliza\u00e7\u00e3o em ambos os mercados. Mais: a decis\u00e3o da Reserva Federal permite que os dois bancos aguardem mais tempo, se quiserem, antes de tomar quaisquer medidas. O Banco de Inglaterra pode abrir a porta a uma subida das taxas no pr\u00f3ximo ano, o que pode vir a refor\u00e7ar a libra esterlina. No que toca ao banco central australiano, as pol\u00edticas tamb\u00e9m se dever\u00e3o manter ap\u00f3s as \u00faltimas decis\u00f5es da Fed e do Banco Popular da China. As autoridades australianas dever\u00e3o continuar numa margem negocial cambial entre os 0,70 e os 0,73 c\u00eantimos. Business Snapshot: Queda da nota\u00e7\u00e3o da S&P instala mal-estar entre os sauditas A Ar\u00e1bia Saudita criticou a descida do rating da d\u00edvida p\u00fablica pronunciado pela Standard and Poor\u2019s na ada sexta-feira. A ag\u00eancia de nota\u00e7\u00e3o financeira considerou as perspetivas de longo prazo negativas e salientou que a situa\u00e7\u00e3o pode piorar nos pr\u00f3ximos dois anos, se a monarquia n\u00e3o inverter a curva da d\u00edvida soberana. Riade denunciou, em comunicado, \u201cuma avalia\u00e7\u00e3o reacion\u00e1ria, influenciada por fatores de mercado fluidos\u201d. A medida foi justificada com a preocupa\u00e7\u00e3o dos investidores perante a queda duradoura dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo.", "dateCreated": "2015-11-03T09:00:19+01:00", "dateModified": "2015-11-03T09:00:19+01:00", "datePublished": "2015-11-03T09:00:19+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F316339%2F1440x810_316339.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Nesta edi\u00e7\u00e3o, olhamos para o impacto das \u00faltimas decis\u00f5es da Reserva Federal americana sobre o mercado cambial. No Business Snapshot, analisamos o mal-estar na Ar\u00e1bia Saudita devido ao corte do rating", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F316339%2F432x243_316339.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios Series" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Reserva Federal dos EUA volta a deixar o mundo em suspense

Reserva Federal dos EUA volta a deixar o mundo em suspense
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Nesta edição, olhamos para o impacto das últimas decisões da Reserva Federal americana sobre o mercado cambial. No Business Snapshot, analisamos o mal-estar na Arábia Saudita devido ao corte do rating

PUBLICIDADE

O banco central dos Estados Unidos (Fed) optou, mais uma vez, por não mexer nas taxas de juro. As implicações desta decisão fizeram com que também o Banco do Japão e o Banco da Nova Zelândia adiassem a aplicação de novas medidas de incentivo económico. Na verdade, as oscilações tanto do iéne japonês, como do dólar neo-zelandês ilustram as consequências do congelamento americano das políticas monetárias no mercado cambial.

Fed ou como deixar o mundo em suspense

Era o que os mercados antecipavam: a Reserva Federal voltou a manter as taxas de juro em níveis muito próximos do zero. Resta esperar pelo que vai acontecer na próxima reunião das autoridades americanas em dezembro. A Fed relativizou alguns fatores em jogo, como a instabilidade do mercado chinês.

Também foi notória a ausência de referências ao desemprego para justificar a imobilização das políticas. A possibilidade de haver efetivamente uma mudança no final do ano fez com que os bancos centrais do Japão e da Nova Zelândia decidissem manter tudo inalterado também.

O dólar neozelandês enfrenta uma pressão cada vez maior. Do lado nipónico, optou-se por não mexer no programa de injeção de ativos, ou flexibilização quantitativa, que ascende a 80 biliões de iénes por ano. Tóquio decidiu rever em baixa as estimativas relativamente à inflação, tendo em conta um cenário no qual os preços no mercado energético se mantêm reduzidos. Posto isto, o iéne tem-se reforçado perante o dólar americano.

A opinião de Nour Eldeen al-Hammoury, da ADS Securities

Daleen Hassan, euronews: Porque é que a Fed tomou esta decisão, apesar do quadro negativo que nos chega dos Estados Unidos?

Nour Eldeen al-Hammoury: A razão pela qual a Fed mantém em aberto uma forte possibilidade de subir as taxas de juro é a defesa da sua credibilidade. Qualquer pessoa que olhe com atenção para os dados divulgados desde o início do ano percebe que a economia está a abrandar de forma considerável. Se a intenção da Reserva Federal fosse realmente subir as taxas de juro – como é insinuado em cada declaração que faz -, já o teria feito. O facto de o banco central americano ter voltado a dar a entender que pode subir as taxas em dezembro gerou previsões mais positivas. Mas desde o início do ano que a Fed fala nisso. Não há nada de novo. Daí que a nossa posição seja a de aguardar por novos dados económicos para ver se essa medida vai ou não ser tomada. Faltam poucas semanas para a reunião de dezembro da Fed. Portanto, durante as próximas semanas vamos perceber se pode ou não mexer nas taxas de juro.

euronews: Como é que o mercado cambial, especificamente o do Médio Oriente, se ressentiu desta decisão?

Nour Eldeen al-Hammoury: A decisão da Reserva Federal teve um impacto bastante positivo sobre o dólar americano, porque reforçou as estimativas de uma subida das taxas em dezembro. No Médio Oriente, as nossas plataformas assistiram ao aumento da procura pela moeda americana, e isso levou ao declínio do dólar neozelandês e do iéne japonês. No entanto, os dados económicos divulgados após a decisão da Fed não vieram ajudar o dólar americano. Isso, por sua vez, fez com que outras moedas recuperassem de novo as perdas registadas após o encontro da Reserva Federal. Tudo isto quer dizer que, no Médio Oriente, continua a haver margem negocial, apesar de todas as incertezas lançadas de cada vez que há uma reunião da Fed.

euronews: Esta semana, temos as reuniões do Banco de Inglaterra e do Banco da Austrália. Expetativas quanto a estes dois encontros?

Nour Eldeen al-Hammoury: Os quadros que temos estabelecido quer para a Austrália, quer para o Reino Unido, mostram que ambas as economias estão de boa saúde. Os dados económicos que têm sido apresentados revelam uma estabilização em ambos os mercados. Mais: a decisão da Reserva Federal permite que os dois bancos aguardem mais tempo, se quiserem, antes de tomar quaisquer medidas. O Banco de Inglaterra pode abrir a porta a uma subida das taxas no próximo ano, o que pode vir a reforçar a libra esterlina. No que toca ao banco central australiano, as políticas também se deverão manter após as últimas decisões da Fed e do Banco Popular da China. As autoridades australianas deverão continuar numa margem negocial cambial entre os 0,70 e os 0,73 cêntimos.

Business Snapshot: Queda da notação da S&P instala mal-estar entre os sauditas

A Arábia Saudita criticou a descida do rating da dívida pública pronunciado pela Standard and Poor’s na ada sexta-feira. A agência de notação financeira considerou as perspetivas de longo prazo negativas e salientou que a situação pode piorar nos próximos dois anos, se a monarquia não inverter a curva da dívida soberana. Riade denunciou, em comunicado, “uma avaliação reacionária, influenciada por fatores de mercado fluidos”. A medida foi justificada com a preocupação dos investidores perante a queda duradoura dos preços do petróleo.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

2015: A profunda incerteza da economia global

A (in)decisão da Fed na mira do mundo

OPEP: As consequências da elevada produção de petróleo