{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2015/03/10/as-dificuldades-dos-jovens-no-mercado-de-emprego-de-portugal" }, "headline": "As dificuldades dos jovens no mercado de emprego de Portugal", "description": "O desemprego jovem \u00e9 um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. Muito se fala deste problema e muito dinheiro est\u00e1 a ser investido", "articleBody": "O desemprego jovem \u00e9 um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. Muito se fala deste problema e muito dinheiro est\u00e1 a ser investido nele. O Real Economy ou por Portugal, com escalas em Lisboa e Porto, e tamb\u00e9m pela Irlanda, para observar este problema. Em ambos os pa\u00edses, os n\u00fameros do desemprego jovem ca\u00edram, mas ainda se mant\u00e9m altos. MSESS | Desemprego diminui para 13,3% no m\u00eas de janeiro http://t.co/lYXfiXP2So\u2014 Governo de Portugal (@govpt) 27 fevereiro 2015 Os discursos, as pol\u00edticas e o dinheiro investido sucedem-se, mas estar\u00e1 de facto todo este investimento a ter reflexo positivo? Em Portugal, 13,3 por cento da popula\u00e7\u00e3o ativa n\u00e3o tem emprego, dos quais 33,6 por cento s\u00e3o jovens. De facto, a situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o m\u00e1 como em Espanha, mas ainda \u00e9 uma das piores da Europa. Como \u00e9 que Portugal esta a lidar com o problema e que faz falta para melhorar a situa\u00e7\u00e3o dos jovens portugueses? Euro area unemployment rate at 11.2% and EU at 9.8% in January 2015 #Eurostat http://t.co/FIYzl8vL2A pic.twitter.com/QLwM9ZpnId\u2014 EU_Eurostat (@EU_Eurostat) 2 mar\u00e7o 2015 Junt\u00e1mos tr\u00eas estudantes no Porto para debater a quest\u00e3o e tentarmos perceber quais os grandes obst\u00e1culos que eles anteveem quando pensam em encontrar um emprego ou numa eventual carreira. Mas, antes, em Lisboa, Giovanni Magi introduz-nos dentro da realidade portuguesa. \u201cDesde o in\u00edcio da crise, o n\u00famero de jovens que deixaram Portugal em busca de trabalho no estrangeiro \u00e9 j\u00e1 equivalente \u00e0 popula\u00e7\u00e3o da segunda maior cidade do pa\u00eds, o Porto\u201d, refere o enviado especial de Real Economy \u00e0 capital \u201calfacinha\u201d, apontando para mais de 200 mil emigrantes portugueses entre os 20 e os 40 anos, \u201cmuitos deles com um elevado curr\u00edculo acad\u00e9mico\u201d. Esta quest\u00e3o do alto n\u00edvel de instru\u00e7\u00e3o n\u00e3o, pr\u00e9m, um esclusivo portugu\u00eas: \u201c41 por centos dos emigrantes europeus possui forma\u00e7\u00e3o universit\u00e1ria\u201d, sublinha. MEC | Taxa de Abandono Precoce de educa\u00e7\u00e3o e forma\u00e7\u00e3o continua a descer http://t.co/XnJLLoLzYg\u2014 Governo de Portugal (@govpt) 23 fevereiro 2015 Giovanni Magi conheceu Isac Lopes, um produtor de m\u00fasica que acaba de regressar a Portugal depois de ter ado algum tempo a trabalhar na Holanda. \u201c\u00c9 importante que as pessoas da minha gera\u00e7\u00e3o, que est\u00e3o neste momento a tentar uma oportunidade de emprego, tamb\u00e9m tenham um pouco a perce\u00e7\u00e3o de que os tempos mudaram em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s oportunidades de emprego. N\u00e3o se devem basear na ideia de um emprego para a vida\u201d, avisa este jovem portugu\u00eas. O fen\u00f3meno conhecido como \u201cfuga de c\u00e9rebros\u201d, e que se refere \u00e0 sa\u00edda do pa\u00eds de alguns dos cidad\u00e3os mais talentosos em busca de melhores oportunidades no estranheiro, n\u00e3o \u00e9 novo em Portugal. Criou ra\u00edzes no pa\u00eds bem antes do impacto da crise de 2008. Mas, claro, intensificou-se nos \u00faltimos anos. Existe, tamb\u00e9m, um fosso entre o ensino portugu\u00eas e o mercado de trabalho, o qual est\u00e1 obrigado, de forma inevit\u00e1vel, a adaptar-se \u00e0s novas exig\u00eancias. \u201cNeste momento, est\u00e1 a tentar refor\u00e7ar-se a componente de forma\u00e7\u00e3o em contexto de trabalho, aumentando o tempo de forma\u00e7\u00e3o que os nossos jovens \u2013 durante o seu processo de educa\u00e7\u00e3o e forma\u00e7\u00e3o \u2013 am nas empresas e que elas tamb\u00e9m contribuam com resultados de aprendizagem para esse processo de educa\u00e7\u00e3o e forma\u00e7\u00e3o\u201d, explicou-nos Gon\u00e7alo Xufre Silva, presidente da Ag\u00eancia Nacional para a Qualifica\u00e7\u00e3o e o Ensino Profissional (ANQEP), que a 20 de mar\u00e7o promove o dia do Ensino Profissional. Dia do Ensino Profissional \u2013 Mais informa\u00e7\u00f5es sobre esta iniciativa em http://t.co/qYHEh3Cwjo.\u2014 ANQEP (@ANQEP) 24 fevereiro 2015 H\u00e1 outros jovens, no entanto, que conseguem uma boa forma\u00e7\u00e3o em empresas especializadas, mas depois decidem emigrar em busca de melhores remunera\u00e7\u00f5es. A Opensoft \u00e9 uma empresa que desenvolve \u201csoftware\u201d para entidades banc\u00e1rias e servi\u00e7os de istra\u00e7ao p\u00fablica e j\u00e1 conheceu muitos casos destes. \u201cA nossa oferta do ponto de vista remunerat\u00f3rio n\u00e3o \u00e9 muito diferente da dos restantes pa\u00edses da Europa, mas a realidade \u00e9 que nesses pa\u00edses o enquadramento fiscal permite, com a mesma remunera\u00e7\u00e3o de base, obter rendimentos l\u00edquidos superiores\u201d, lamenta o diretor-geral da Opensoft, Jos\u00e9 Vilarinho. O Governo portugu\u00eas decidiu, nesse sentido, lan\u00e7ar alguns programas destinados aos emigrantes portugueses. O objetivo \u00e9 criar condi\u00e7\u00f5es para o regresso deles a casa, encorajando, pior exemplo, a cria\u00e7\u00e3o de novos neg\u00f3cios. \u00c9 uma estrat\u00e9gia, ao mesmo tempo, de tentar rentabilizar dentro de portas a experi\u00eancia e as compet\u00eancias desenvolvidas por estes emigrantes portugueses al\u00e9m-fronteiras. \u201cEntre as medidas que estamos agora a p\u00f4r no terreno para poder apoiar o regresso de portugueses emigrantes h\u00e1 uma que a por apoiar projetos de empreendedorismo apresentados por cidad\u00e3os que est\u00e3o no estrangeiro. Haver\u00e1 uma verba financeira para apoiar esses projetos e ser\u00e1 tamb\u00e9m apoiada a contrata\u00e7\u00e3o de pessoas altamente qualificadas\u201d, conta-nos Pedro Lomba, o secret\u00e1rio de Estado para o Desenvolvimento Regional. MSESS | 218 mil jovens beneficiaram do programa Garantia Jovem http://t.co/TjjGgdQxBU\u2014 Governo de Portugal (@govpt) 11 fevereiro 2015 No Porto, junt\u00e1mos tr\u00eas estudantes do ensino superior portugu\u00eas para nos ajudarem a perceber o ponto de vista desta problem\u00e1tica pelo lado dos jovens. Jo\u00e3o Beleza est\u00e1 no primeiro ano do bacharelato de Engenharia da Informa\u00e7\u00e3o; Ant\u00f3nio Miguel Martins e Ana Sofia Oliveira est\u00e3o a tirar o mestrado em bio-qu\u00edmica. Maithreyi Seetharaman, euronews: Quais s\u00e3o os vossos maiores desafios quando pensam num trabalho a longo prazo ou numa carreira? Joao Beleza: O grande desafio \u00e9, sobretudo, encontrar um local e saber o que \u00e9 que vou fazer. Quer dizer, \u00e9 escolher exatamente o que quero porque estou num curso em que posso seguir diferentes especialidades no futuro. Ant\u00f3nio Miguel Martins: Acredito que o grande desafio \u00e9 a estabilidade. Eu planeio trabalhar em investiga\u00e7\u00e3o e essa \u00e9 uma \u00e1rea ainda mais vulner\u00e1vel. N\u00e3o existem contratos de trabalho. Por vezes, consegue-se apenas uma bolsa por seis meses, talvez por um ano, mas depois temos de nos candidatar outra vez. Ana Sofia Oliveira: Nesta altura, \u00e9 dif\u00edcil encontrar trabalho e eu gostaria de ficar (em Portugal), mas se tiver de partir, vou pensar nisso. Conhecem pol\u00edticas implementadas para tentar atrair os jovens de volta ao mercado de trabalho nacional? Parece-vos que funcionam? Jo\u00e3o Beleza: Conhe\u00e7o uma intitulada Juventude em Movimento. \u00c9 financiada pela Comiss\u00e3o Europeia e pretende dar aos estudantes a primeira oportunidade de trabalho numa s\u00e9rie de empresas. Muitas universidades estabelecem protocolos com empresas para essa oportunidade. Ant\u00f3nio Miguel Martins: As \u00fanicas pol\u00edticas que conhe\u00e7o para melhorar a nossa aptid\u00e3o para o emprego \u00e9 o Erasmus, mas isto \u00e9 um programa educativo, n\u00e3o \u00e9 exatamente uma pol\u00edtica do Governo para nos arranjar emprego. Ana Sofia Oliveira: Eu n\u00e3o sei se h\u00e1 alguma coisa que o Governo esteja a fazer por n\u00f3s. Nem sei onde posso procurar esse tipo de informa\u00e7\u00e3o. Garantia para a Juventude Um termo, de grande peso, nos dias que correm \u00e9, sem d\u00favida, Garantia para a Juventude. Sabe o que significa? Imagine os jovens da Europa \u2013 todos com menos de 25 anos. Alguns est\u00e3o desempregados, outros s\u00e3o os conseiderados NEET, acr\u00f3nimo ingl\u00eas que representa os jovens que n\u00e3o est\u00e3o na escola nem a trabalhar nem em forma\u00e7\u00e3o. Saiba mais sobre os NEET Uma pr\u00e1tica n\u00f3rdica adotada pelos \u201c28\u201d em 2013, a Garantia para a Juventude permite a cada Estado membro oferecer aos jovens forma\u00e7\u00e3o, est\u00e1gio, mais esduca\u00e7\u00e3o ou, quem sabe, uma oferta de trabalho. A proposta pode chegar logo ao fim de quatro meses ap\u00f3s terminarem a escola ou de terem ficado desempregados atrav\u00e9s dos centros de emprego ou de servi\u00e7os similares. Mas este quebra-cabe\u00e7as das garantias apenas \u00e9 eficaz ap\u00f3s a implementa\u00e7\u00e3o de uma s\u00e9rie de reformas no mercado de trabalho do respetivo pa\u00eds a quie se destina, dos servi\u00e7os p\u00fablicos de emprego e dos sistemas educativos. Para isto, a Iniciativa Emprego Jovem, na singla inglesa YEI, tem 6,4 mil milh\u00f5es de eujros para ajudar 20 pa\u00edses com o desemprego jovem acima dos 25 por cento. Metade do dinheiro sai do or\u00e7amento europeu, a outra metade do Fundo Social Europeu. Depois, os pa\u00edses devem igualar o financiamento do YEI e assegurar o suficiente para pagar a garantia a ser implementada de forma individual e por toda a Europa. Leia aqui as estat\u00edsticas sobre o desemprego na Europa elaboradas pelo Eurostat A pergunta que todos fazem \u00e9: Pode isto funcionar? Um pa\u00eds que conhece bem a realidade de ver os seus jovens partir perante tempos dif\u00edceis \u00e9 a Irlanda. Por isso, fomos \u00e0 descoberta de um programa piloto que est\u00e1 a ser aplicado e que foi pensado para manter esses jovens irlandeses no pa\u00eds e, ao mesmo tempo, baixar a taxa de desemprego. Tal como 43 mil outros jovens \u00e0 procura de trabalho na Irlanda, Sean McCormac esteve at\u00e9 h\u00e1 pouco desempregado e hoje trabalha como aprendiz numa gr\u00e1fica. Mas n\u00e3o foi f\u00e1cil para este jovem de 23 anos. \u201cAntes, trabalhei num restaurante de \u2018fast food\u2019. Quando acabou, voltei ao subs\u00eddio de desemprego. Estava outra vez a enviar curr\u00edculos, a telefonar, a enviar cartas\u2026 O programa Garantia para a Juventude de Ballymun apareceu para me ajudar\u201d, reconhece. Sean \u00e9 de Ballymun, uma zona a norte de Dublin onde o desemprego jovem atingiu os 54 por cento em 2011. Aquele distrito entrou em janeiro do ano ado para o projeto piloto da Garantia para a Juventude. Objetivo: Ajudar jovens como, por exemplo, Karyn O\u2019Keeffe a encontrar trabalho. \u201cH\u00e1 muitas pessoas por a\u00ed que n\u00e3o sabem o que est\u00e1 dispon\u00edvel para as ajudar, seja com mais forma\u00e7\u00e3o ou com um trabalho. Elas n\u00e3o sabem por onde come\u00e7ar\u201d, contou-nos Karyn. Para financiar este apoio \u00e0 juventude de Ballymun, a Europa investiu 250 mil euros neste que \u00e9 um dos 18 projetos do g\u00e9nero em toda a Uni\u00e3o Europeia. 80 por cento dos 739 jovens que se inscreveram receberam uma oferta. 98 por cento deles, em apenas quatro meses. \u201cO envolvimento dos empregadores \u00e9 essencial. N\u00e3o apenas para abrirem oportunidades aos jovens, mas, por exemplo, para dar um maior leque de op\u00e7\u00f5es de experi\u00eancias profissionais. Reconhecemos que lidar com pessoas muito marginilizadas requer um apoio intenso a diversos agentes, n\u00e3o s\u00f3 ao centro de emprego\u201d, refere Paul Carroll, gestor do projeto piloto promovido pelo Departamento de Prote\u00e7\u00e3o Social de Ballymun. O desemprego jovem na Irlanda est\u00e1 a baixar, mas 22,1 por cento \u00e9 ainda um valor alto. Tal como os mais de 33,6 por cento de Portugal. Se compararmos a Alemanha (7,1 por cento) com a Espanha (50,9 por cento) ainda pior. Is high youth unemployment in Europe contributing to social unrest & radicalization? http://t.co/h9bIO037dr pic.twitter.com/WZo5YAsWWq\u2014 Brookings (@BrookingsInst) 1 mar\u00e7o 2015 Conseguir\u00e1 a Garantia para a Juventde baixar estes n\u00fameros? Massimiliano Mascherini, gestor de pesquisa do Eurofound, diz ter descoberto \u201cque um curto per\u00edodo de desemprego na transi\u00e7\u00e3o da escola para um trabalho \u00e9 quase natural\u201d. \u201cO preocupante \u00e9 o desemprego de longo prazo e isto implica uma boa comunica\u00e7\u00e3o dos agentes do mercado de trabalho, dos estabelecimentos de ensino, das organiza\u00e7\u00f5es de juventude, dos sindicatos, dos centros de emprego locais. Esta \u00e9 a primeira condi\u00e7\u00e3o para criarmos uma eficiente Garantia para a Juventude\u201d, sublinha. Para recuperar os jovens europeus para vida ativa, o Eurofound estima serem necess\u00e1rios 50 mil milh\u00f5es de euros. Mas n\u00e3o nada for feito o custo pode chegar aos 153 mil milh\u00f5es, resultando numa gera\u00e7\u00e3o perdida. O quwe \u00e9 preciso mudar na Europa Regressamos ao Porto e fechamos esta edi\u00e7\u00e3o com o nosso de tr\u00eas estudantes portugueses. *Maithreyi Seetharaman, euronews: Na vossa opini\u00e3o, as universidades e o vosso sistema de ensino preparam-vos para o que os empregadores precisam? E as forma\u00e7\u00f5es, per\u00edodos experimentais e est\u00e1gios? Ant\u00f3nio Miguel Martins: Alguns amigos meus aram por est\u00e1gios, mas isso n\u00e3o nos garante nada. A maior parte deles, cumpriu o est\u00e1gio e pronto. Jo\u00e3o Beleza: \u00c9 uma ajuda, concerteza. Por exemplo, no Reino Unido, pelo que sei, \u00e9 preciso ar um ano em est\u00e1gios e a fazer trabalho pr\u00e1tico apenas para se entrar na universidade. Estaremos a fazer o suficiente para resolver este problema? Ana Sofia Oliveira: Os governos deviam ajudar os jovens, como eu. Quando falo com os meus amigos, alguns \u2013 sobretudo os que abandonaram a escola \u2013 pensam que n\u00e3o h\u00e1 futuro. Ant\u00f3nio Miguel Martins: Eu sinto que n\u00f3s estamos no fundo da cadeia. Quando falo com amigos, j\u00e1 n\u00e3o esperamos nada do Governo. Isso j\u00e1 nem sequer \u00e9 tido em conta. Temos de ser n\u00f3s mesmos a meter m\u00e3os \u00e0 obra e ir \u00e0 luta. O que \u00e9 preciso mudar na Europa pelo futuro dos jovens? Jo\u00e3o Beleza: Penso que uma das coisas a fazer \u00e9 convencer as pessoas a estarem mais atentas ao que os governos est\u00e3o a fazer. Por exemplo, se formos \u00e0 internet encontramos um monte de n\u00fameros e pessoas a dizer que h\u00e1 mais estudantes empregados, que h\u00e1 mais oportunidadesde trabalho. Eu pergunto: Onde? Como? Como \u00e9 que eu posso aceder a essas oportunidades? Ant\u00f3nio Miguel Martins:* \u00c9 preciso haver uma abordagem mais direta nas universidades, e at\u00e9 no ensino secund\u00e1rio, para que as pessoas percebam que caminhos tomar no futuro. Ana Sofia Oliveira: Tecnologia, Bio-Qu\u00edmica e a Sa\u00fade evoluem de uma forma que nos permite fazer imensas coisas e gerar mais emprego, mais oportunidades para os jovens.Sim, estou certa de que os governos devem investir em n\u00f3s. Liga\u00e7\u00f5es com interesse Juventude em Movimento Garantia para a Juventude European Youth Employment Initiave/ Iniciativa Emprego Jovem Live / CEntro de Emprego \u2013 Irlanda Projeto piloto de Garantia para a Juventude de Ballymun AgradecimentoA equipa da euronews respons\u00e1vel por Real Economy agradece a ced\u00eancia do espa\u00e7o para o nosso de convidados ao Restaurante Vinium, na Graham\u2019s, Porto, Portugal(O Vinum \u00e9 um restaurante de cozinha tradicional do Vale do Douro, de Tr\u00e1s os Montes, do Minho e tamb\u00e9m inspira\u00e7\u00e3o Atl\u00e2ntica)", "dateCreated": "2015-03-10T10:33:05+01:00", "dateModified": "2015-03-10T10:33:05+01:00", "datePublished": "2015-03-10T10:33:05+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F301668%2F1440x810_301668.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O desemprego jovem \u00e9 um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. 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As dificuldades dos jovens no mercado de emprego de Portugal

As dificuldades dos jovens no mercado de emprego de Portugal
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O desemprego jovem é um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. Muito se fala deste problema e muito dinheiro está a ser investido

O desemprego jovem é um dos grandes desafios que se colocam ao futuro da Europa. Muito se fala deste problema e muito dinheiro está a ser investido nele. O Real Economy ou por Portugal, com escalas em Lisboa e Porto, e também pela Irlanda, para observar este problema. Em ambos os países, os números do desemprego jovem caíram, mas ainda se mantém altos.

MSESS | Desemprego diminui para 13,3% no mês de janeiro http://t.co/lYXfiXP2So

— Governo de Portugal (@govpt) 27 fevereiro 2015

Os discursos, as políticas e o dinheiro investido sucedem-se, mas estará de facto todo este investimento a ter reflexo positivo? Em Portugal, 13,3 por cento da população ativa não tem emprego, dos quais 33,6 por cento são jovens. De facto, a situação não é tão má como em Espanha, mas ainda é uma das piores da Europa. Como é que Portugal esta a lidar com o problema e que faz falta para melhorar a situação dos jovens portugueses?

Euro area unemployment rate at 11.2% and EU at 9.8% in January 2015 #Eurostathttp://t.co/FIYzl8vL2Apic.twitter.com/QLwM9ZpnId

— EU_Eurostat (@EU_Eurostat) 2 março 2015

Juntámos três estudantes no Porto para debater a questão e tentarmos perceber quais os grandes obstáculos que eles anteveem quando pensam em encontrar um emprego ou numa eventual carreira. Mas, antes, em Lisboa, Giovanni Magi introduz-nos dentro da realidade portuguesa.

“Desde o início da crise, o número de jovens que deixaram Portugal em busca de trabalho no estrangeiro é já equivalente à população da segunda maior cidade do país, o Porto”, refere o enviado especial de Real Economy à capital “alfacinha”, apontando para mais de 200 mil emigrantes portugueses entre os 20 e os 40 anos, “muitos deles com um elevado currículo académico”. Esta questão do alto nível de instrução não, prém, um esclusivo português: “41 por centos dos emigrantes europeus possui formação universitária”, sublinha.

MEC | Taxa de Abandono Precoce de educação e formação continua a descer http://t.co/XnJLLoLzYg

— Governo de Portugal (@govpt) 23 fevereiro 2015

Giovanni Magi conheceu Isac Lopes, um produtor de música que acaba de regressar a Portugal depois de ter ado algum tempo a trabalhar na Holanda. “É importante que as pessoas da minha geração, que estão neste momento a tentar uma oportunidade de emprego, também tenham um pouco a perceção de que os tempos mudaram em relação às oportunidades de emprego. Não se devem basear na ideia de um emprego para a vida”, avisa este jovem português.

O fenómeno conhecido como “fuga de cérebros”, e que se refere à saída do país de alguns dos cidadãos mais talentosos em busca de melhores oportunidades no estranheiro, não é novo em Portugal. Criou raízes no país bem antes do impacto da crise de 2008. Mas, claro, intensificou-se nos últimos anos.

Existe, também, um fosso entre o ensino português e o mercado de trabalho, o qual está obrigado, de forma inevitável, a adaptar-se às novas exigências. “Neste momento, está a tentar reforçar-se a componente de formação em contexto de trabalho, aumentando o tempo de formação que os nossos jovens – durante o seu processo de educação e formação – am nas empresas e que elas também contribuam com resultados de aprendizagem para esse processo de educação e formação”, explicou-nos Gonçalo Xufre Silva, presidente da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), que a 20 de março promove o dia do Ensino Profissional.

Dia do Ensino Profissional – Mais informações sobre esta iniciativa em http://t.co/qYHEh3Cwjo.

— ANQEP (@ANQEP) 24 fevereiro 2015

Há outros jovens, no entanto, que conseguem uma boa formação em empresas especializadas, mas depois decidem emigrar em busca de melhores remunerações. A Opensoft é uma empresa que desenvolve “software” para entidades bancárias e serviços de istraçao pública e já conheceu muitos casos destes.

“A nossa oferta do ponto de vista remuneratório não é muito diferente da dos restantes países da Europa, mas a realidade é que nesses países o enquadramento fiscal permite, com a mesma remuneração de base, obter rendimentos líquidos superiores”, lamenta o diretor-geral da Opensoft, José Vilarinho.

O Governo português decidiu, nesse sentido, lançar alguns programas destinados aos emigrantes portugueses. O objetivo é criar condições para o regresso deles a casa, encorajando, pior exemplo, a criação de novos negócios. É uma estratégia, ao mesmo tempo, de tentar rentabilizar dentro de portas a experiência e as competências desenvolvidas por estes emigrantes portugueses além-fronteiras.

“Entre as medidas que estamos agora a pôr no terreno para poder apoiar o regresso de portugueses emigrantes há uma que a por apoiar projetos de empreendedorismo apresentados por cidadãos que estão no estrangeiro. Haverá uma verba financeira para apoiar esses projetos e será também apoiada a contratação de pessoas altamente qualificadas”, conta-nos Pedro Lomba, o secretário de Estado para o Desenvolvimento Regional.

MSESS | 218 mil jovens beneficiaram do programa Garantia Jovem http://t.co/TjjGgdQxBU

— Governo de Portugal (@govpt) 11 fevereiro 2015

No Porto, juntámos três estudantes do ensino superior português para nos ajudarem a perceber o ponto de vista desta problemática pelo lado dos jovens. João Beleza está no primeiro ano do bacharelato de Engenharia da Informação; António Miguel Martins e Ana Sofia Oliveira estão a tirar o mestrado em bio-química.

Maithreyi Seetharaman, euronews: Quais são os vossos maiores desafios quando pensam num trabalho a longo prazo ou numa carreira?

Joao Beleza: O grande desafio é, sobretudo, encontrar um local e saber o que é que vou fazer. Quer dizer, é escolher exatamente o que quero porque estou num curso em que posso seguir diferentes especialidades no futuro.

António Miguel Martins: Acredito que o grande desafio é a estabilidade. Eu planeio trabalhar em investigação e essa é uma área ainda mais vulnerável. Não existem contratos de trabalho. Por vezes, consegue-se apenas uma bolsa por seis meses, talvez por um ano, mas depois temos de nos candidatar outra vez.

Ana Sofia Oliveira: Nesta altura, é difícil encontrar trabalho e eu gostaria de ficar (em Portugal), mas se tiver de partir, vou pensar nisso.

Conhecem políticas implementadas para tentar atrair os jovens de volta ao mercado de trabalho nacional? Parece-vos que funcionam?

João Beleza: Conheço uma intitulada Juventude em Movimento. É financiada pela Comissão Europeia e pretende dar aos estudantes a primeira oportunidade de trabalho numa série de empresas. Muitas universidades estabelecem protocolos com empresas para essa oportunidade.

António Miguel Martins: As únicas políticas que conheço para melhorar a nossa aptidão para o emprego é o Erasmus, mas isto é um programa educativo, não é exatamente uma política do Governo para nos arranjar emprego.

Ana Sofia Oliveira: Eu não sei se há alguma coisa que o Governo esteja a fazer por nós. Nem sei onde posso procurar esse tipo de informação.

Garantia para a Juventude

Um termo, de grande peso, nos dias que correm é, sem dúvida, Garantia para a Juventude. Sabe o que significa?

Imagine os jovens da Europa – todos com menos de 25 anos. Alguns estão desempregados, outros são os conseiderados NEET, acrónimo inglês que representa os jovens que não estão na escola nem a trabalhar nem em formação.

Saiba mais sobre os NEET

Uma prática nórdica adotada pelos “28” em 2013, a Garantia para a Juventude permite a cada Estado membro oferecer aos jovens formação, estágio, mais esducação ou, quem sabe, uma oferta de trabalho. A proposta pode chegar logo ao fim de quatro meses após terminarem a escola ou de terem ficado desempregados através dos centros de emprego ou de serviços similares.

Mas este quebra-cabeças das garantias apenas é eficaz após a implementação de uma série de reformas no mercado de trabalho do respetivo país a quie se destina, dos serviços públicos de emprego e dos sistemas educativos. Para isto, a Iniciativa Emprego Jovem, na singla inglesa YEI, tem 6,4 mil milhões de eujros para ajudar 20 países com o desemprego jovem acima dos 25 por cento.

Metade do dinheiro sai do orçamento europeu, a outra metade do Fundo Social Europeu. Depois, os países devem igualar o financiamento do YEI e assegurar o suficiente para pagar a garantia a ser implementada de forma individual e por toda a Europa.

Leia aqui as estatísticas sobre o desemprego na Europa elaboradas pelo Eurostat

A pergunta que todos fazem é: Pode isto funcionar? Um país que conhece bem a realidade de ver os seus jovens partir perante tempos difíceis é a Irlanda. Por isso, fomos à descoberta de um programa piloto que está a ser aplicado e que foi pensado para manter esses jovens irlandeses no país e, ao mesmo tempo, baixar a taxa de desemprego.

Tal como 43 mil outros jovens à procura de trabalho na Irlanda, Sean McCormac esteve até há pouco desempregado e hoje trabalha como aprendiz numa gráfica. Mas não foi fácil para este jovem de 23 anos. “Antes, trabalhei num restaurante de ‘fast food’. Quando acabou, voltei ao subsídio de desemprego. Estava outra vez a enviar currículos, a telefonar, a enviar cartas… O programa Garantia para a Juventude de Ballymun apareceu para me ajudar”, reconhece.

Sean é de Ballymun, uma zona a norte de Dublin onde o desemprego jovem atingiu os 54 por cento em 2011. Aquele distrito entrou em janeiro do ano ado para o projeto piloto da Garantia para a Juventude. Objetivo: Ajudar jovens como, por exemplo, Karyn O’Keeffe a encontrar trabalho.

“Há muitas pessoas por aí que não sabem o que está disponível para as ajudar, seja com mais formação ou com um trabalho. Elas não sabem por onde começar”, contou-nos Karyn.

Para financiar este apoio à juventude de Ballymun, a Europa investiu 250 mil euros neste que é um dos 18 projetos do género em toda a União Europeia. 80 por cento dos 739 jovens que se inscreveram receberam uma oferta. 98 por cento deles, em apenas quatro meses.

“O envolvimento dos empregadores é essencial. Não apenas para abrirem oportunidades aos jovens, mas, por exemplo, para dar um maior leque de opções de experiências profissionais. Reconhecemos que lidar com pessoas muito marginilizadas requer um apoio intenso a diversos agentes, não só ao centro de emprego”, refere Paul Carroll, gestor do projeto piloto promovido pelo Departamento de Proteção Social de Ballymun.

O desemprego jovem na Irlanda está a baixar, mas 22,1 por cento é ainda um valor alto. Tal como os mais de 33,6 por cento de Portugal. Se compararmos a Alemanha (7,1 por cento) com a Espanha (50,9 por cento) ainda pior.

Is high youth unemployment in Europe contributing to social unrest & radicalization? http://t.co/h9bIO037drpic.twitter.com/WZo5YAsWWq

— Brookings (@BrookingsInst) 1 março 2015

Conseguirá a Garantia para a Juventde baixar estes números? Massimiliano Mascherini, gestor de pesquisa do Eurofound, diz ter descoberto “que um curto período de desemprego na transição da escola para um trabalho é quase natural”. “O preocupante é o desemprego de longo prazo e isto implica uma boa comunicação dos agentes do mercado de trabalho, dos estabelecimentos de ensino, das organizações de juventude, dos sindicatos, dos centros de emprego locais. Esta é a primeira condição para criarmos uma eficiente Garantia para a Juventude”, sublinha.

Para recuperar os jovens europeus para vida ativa, o Eurofound estima serem necessários 50 mil milhões de euros. Mas não nada for feito o custo pode chegar aos 153 mil milhões, resultando numa geração perdida.

O quwe é preciso mudar na Europa

Regressamos ao Porto e fechamos esta edição com o nosso de três estudantes portugueses.

*Maithreyi Seetharaman, euronews: Na vossa opinião, as universidades e o vosso sistema de ensino preparam-vos para o que os empregadores precisam? E as formações, períodos experimentais e estágios?

António Miguel Martins: Alguns amigos meus aram por estágios, mas isso não nos garante nada. A maior parte deles, cumpriu o estágio e pronto.

João Beleza: É uma ajuda, concerteza. Por exemplo, no Reino Unido, pelo que sei, é preciso ar um ano em estágios e a fazer trabalho prático apenas para se entrar na universidade.

Estaremos a fazer o suficiente para resolver este problema?

Ana Sofia Oliveira: Os governos deviam ajudar os jovens, como eu. Quando falo com os meus amigos, alguns – sobretudo os que abandonaram a escola – pensam que não há futuro.

António Miguel Martins: Eu sinto que nós estamos no fundo da cadeia. Quando falo com amigos, já não esperamos nada do Governo. Isso já nem sequer é tido em conta. Temos de ser nós mesmos a meter mãos à obra e ir à luta.

O que é preciso mudar na Europa pelo futuro dos jovens?

João Beleza: Penso que uma das coisas a fazer é convencer as pessoas a estarem mais atentas ao que os governos estão a fazer. Por exemplo, se formos à internet encontramos um monte de números e pessoas a dizer que há mais estudantes empregados, que há mais oportunidadesde trabalho. Eu pergunto: Onde? Como? Como é que eu posso aceder a essas oportunidades?

António Miguel Martins:* É preciso haver uma abordagem mais direta nas universidades, e até no ensino secundário, para que as pessoas percebam que caminhos tomar no futuro.

Ana Sofia Oliveira: Tecnologia, Bio-Química e a Saúde evoluem de uma forma que nos permite fazer imensas coisas e gerar mais emprego, mais oportunidades para os jovens.
Sim, estou certa de que os governos devem investir em nós.

Ligações com interesse

Juventude em Movimento

Garantia para a Juventude

European Youth Employment Initiave/ Iniciativa Emprego Jovem

Live / CEntro de Emprego – Irlanda

Projeto piloto de Garantia para a Juventude de Ballymun

Agradecimento

A equipa da euronews responsável por Real Economy agradece a cedência do espaço para o nosso de convidados ao Restaurante Vinium, na Graham’s, Porto, Portugal(O Vinum é um restaurante de cozinha tradicional do Vale do Douro, de Trás os Montes, do Minho e também inspiração Atlântica)

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